ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO
O QUE É, COMO REALIZAR E QUAIS SÃO SEUS
BENEFÍCIOS
Deixa eu adivinhar, a primeira
coisa que vem à sua mente ao ler “análise ergonômica” é o estudo de quais
cadeiras são mais adequadas para oferecer o devido conforto ao
trabalhador, certo?
No entanto, essa análise vai
muito além de “postura correta” e “cadeiras”. Ela estuda cada atividade de um
trabalhador e os equipamentos por ele utilizados, para identificar inadequações
e fatores de risco para o mesmo, garantindo sua saúde e segurança.
A Análise Ergonômica do
Trabalho (AET) é o estudo psicofisiológico dos trabalhadores, que busca
promover a perfeita integração entre as capacidades e limitações do
trabalhador, suas condições de trabalho e a eficiência do sistema produtivo.
Investir na ergonomia de sua
empresa é investir na produtividade, desempenho e satisfação dos colaboradores.
Pois, dessa forma, medidas preventivas ou corretivas podem prevenir acidentes,
corrigir erros e diminuir riscos.
Essa ferramenta permite
analisar e identificar os riscos ergonômicos que os equipamentos utilizados na
realização das atividades podem oferecer. Assim como a forma como são
utilizadas e para medir os impactos que seu uso, esforço e repouso causam,
direta ou indiretamente, nos funcionários em sua rotina de trabalho.
Além de identificar aquelas
tarefas, atividades, equipamentos e locais que mais causam riscos aos
trabalhadores, avalia-se também:
- O ambiente e o impacto que cada elemento, desde a iluminação até a temperatura e os ruídos, pode causar, prejudicando e até adoecendo os funcionários;
- Condução e manipulação de materiais e tarefas que exijam esforço excessivo muscular — seja dinâmica ou estática de um ou vários membros do corpo;
- Impactos psicológicos, como a influência no nível de exaustão mental que essas atividades podem desencadear.
- As estruturas organizacionais que envolvem as comunicações, o trabalho realizado em grupo, os projetos participativos, o trabalho, etc, a fim de adaptar os processos da empresa para preservar a saúde e o bem-estar do trabalhador.
Sem esse tipo de trabalho é
comum ter afastamentos, problemas de saúde, desmotivação profissional e pedidos
de demissão na empresa. Por isso, destaca-se a importância da AET, que possui
diversos benefícios como:
- Aumento da produtividade, devido tanto à satisfação dos funcionários quanto à funcionalidade e melhoria dos processos;
- Redução e eliminação de multas trabalhistas ou ações movidas por funcionários que tiveram problemas de saúde decorrentes de suas atividades e postos de trabalho;
- Diminui a rotatividade de trabalhadores, tornando positivo o investimento feito em cada funcionário, pois contratar, registrar, treinar e desenvolver colaboradores requer grande investimento financeiro, de tempo e de esforço.
Grandes empresas já obtiveram
em média 4 dólares a cada 1 dólar investido em ergonomia (Revista Exame, 1995);
- Redução no número de atrasos e faltas;
- Elevação dos padrões de qualidade e de segurança do trabalho adotado pela empresa;
- Aumento do engajamento - o funcionário se sente respeitado e amparado e seu empenho e envolvimento com a empresa se desenvolvem;
Visto a importância e os
benefícios da análise ergonômica, é necessário que a AET seja aplicada aplicada
o quanto antes e, para isso, existem ferramentas que aceleram essa análise e o
diagnóstico de situações prejudiciais ao trabalhador.
1. PDSA: Ferramenta muito
utilizada na resolução de problemas críticos, que afetam o desempenho de
qualquer projeto ou serviço.
- Plan (planejamento) – identificação das demandas;
- Do (execução) – análise das demandas;
- Study (estudo) – definição das ações;
- Action (ação) – implementação das ações.
2. Moore e Garg: Índice de
esforço que analisa a possibilidade dos trabalhadores desenvolverem doença
musculoesqueléticas da parte distal dos membros superiores (mãos, punhos,
antebraços e ombro), ao executar suas funções, devido aos movimentos
repetitivos, considerando os seguintes aspectos:
- intensidade e duração do esforço;
- postura da mão e do punho;
- velocidade do trabalho;
- duração da tarefa;
- ciclo de trabalho.
3. Cronoanálise: é o estudo de
Tempos e Métodos com o objetivo de melhorar a eficiência nos processos
produtivos ao analisar o tempo gasto em cada etapa dos processos e verificar os
tempos ideais. Essa ferramenta facilita a identificação de um ou múltiplos
gargalos, possíveis riscos para a saúde do trabalhador, desconfortos e
problemas no ambiente de trabalho que, se solucionados, garantem condições mais
propícias para que os funcionários realizem suas tarefas diárias de maneira
mais eficiente, além de obter o tempo padrão e o melhor método para a
realização de cada atividade.
4. RULA (Rapid Upper Limb
Assessment): Ferramenta que permite uma análise postural rápida, focando na
realização de atividades estáticas ou repetitivas, sendo idealmente aplicado em
colaboradores de escritório e atividades que requerem maior esforço dos membros
superiores. Assim, classifica riscos de lesões musculoesqueléticas dos membros
superiores ligadas ao trabalho e o nível de exposição a fatores de risco, sendo
analisados em três estágios:
- identificação da postura de trabalho;
- aplicação de sistema de escore;
- aplicação de escala de níveis de risco.
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