quinta-feira, 21 de agosto de 2025

 



 

A INDÚSTRIA TEM CAPACIDADE PARA ATENDER À DEMANDA DE EPI’s NO SETOR MÉDICO-HOSPITALAR?

 

 


 

Nunca os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) estiveram em tamanha evidência quanto hoje, devido à pandemia do novo coronavírus. Quem diria que um dia veríamos pessoas na rua falando sobre as diferenças entre máscaras caseiras, cirúrgicas e do tipo PFF2 (N95). Governo, profissionais de saúde e população em geral querem saber se a indústria brasileira poderá atender a demanda aumentada por EPIs para a área médico-hospitalar.

Antes de mais nada, vamos lembrar quais são os produtos considerados como EPI pela Secretaria do Trabalho para essa área. São eles: as máscaras PFF2 (N95) e as luvas de procedimento cirúrgico e não cirúrgico.

Todos os demais, citados atualmente nesta pandemia, não são considerados EPIs para a área médico-hospitalar ou nem são EPIs. Por exemplo, protetores faciais e óculos de segurança são EPIs aprovados para partículas volantes. Não são aprovados e nem foram ensaiados para reter patógenos.

As vestimentas de segurança são EPIs aprovados, no Brasil, para riscos químicos, e tampouco foram aprovados para patógenos. E a “máscara cirúrgica” nem sequer é considerada um EPI.

 

Máscaras PFF2 (N95)

Vamos tomar como exemplo as máscaras PFF2, onde temos diversos fabricantes nacionais do produto final e das matérias primas.

Conforme dados da ANIMASEG – Associação Nacional da Indústria de Material de Segurança e Proteção ao Trabalho, o consumo desse produto no mercado brasileiro, em 2019, foi de cerca de 180 milhões de máscaras por ano, ou 15 milhões por mês. Desse montante, 70% corresponde à fabricação nacional e somente 10% representa a quantidade de máscaras destinadas à área médica, suprida, até então, por apenas três empresas no país. Porém, a produção brasileira soma 177 máscaras certificadas pelo INMETRO de 27 fabricantes.

Diante dessas informações, nos surpreende que haja falta de capacidade produtiva nacional para atender ao mercado.

 

Entraves e providências

Alguns entraves foram rapidamente retirados, a fim de unir esforços para aumentar a produção nacional e suprir a demanda emergencial do setor da saúde, como: a suspensão da exigência de Registro na ANVISA (RDC 356, de 23/03/2020), que liberou todos os 27 fabricantes para fornecer à área médico-hospitalar; e a suspenção da compulsoriedade do Certificado de Conformidade do Inmetro (Portaria 102, de 20/03/2020).

Restou a questão do fornecimento da matéria-prima, principalmente do filtro, que muitas empresas adquiriam da China. Nesse caso, a mediação da ANIMASEG junto ao principal fornecedor brasileiro foi fundamental, garantindo assim a quantidade necessária para fabricação das máscaras.

 

Fornecimento

Você deve estar questionando: se podemos atender a demanda da área médico-hospitalar, qual é o motivo de ainda não haver máscaras PFF2 disponíveis para os profissionais da saúde?

Temos as seguintes situações a considerar desde a declaração de pandemia por Covid-19: primeira, a população em geral começou a adquirir as máscaras PFF2 mais do que o necessário, provavelmente por falta de conhecimento e pânico, prevendo a falta do produto no mercado, sendo que essas máscaras deveriam ser destinadas aos médicos, à indústria e aos hospitais. Segunda, revendedores finais enxergaram na escassez do produto uma oportunidade comercial, prejudicando também o abastecimento. Terceira, a grande maioria dos fabricantes e importadores foram habilitados a fornecer o produto somente após as flexibilizações das regulamentações da ANVISA e do Inmetro, a partir do dia 20 de março.

Ou seja, as empresas precisaram de um tempo para se prepararem e criarem as conexões de comercialização. Até o fechamento deste artigo, as fabricantes brasileiras sinalizaram a oferta de mais cinco milhões de máscaras PFF2 por mês para abastecer a área da saúde.

 

Outras ameaças

Nota-se também que, como o setor de produção de EPIs não foi considerado claramente essencial, prefeituras e governos estaduais limitaram a movimentação de cargas e trabalhadores, o que dificulta a produção e a distribuição dos produtos, sendo que, em alguns casos, as cargas de EPIs foram ameaçadas de apreensão, fato que também impacta a continuidade da produção e importação.

 

Reflexão

Concluímos que passada a pandemia, o Brasil precisa repensar suas estratégias de comercialização e proteção de sua indústria, abandonada nos últimos 30 anos, além de estruturar um sistema de gerenciamento de crises para enfrentar as futuras ameaças que, com certeza, virão.

 

 



Gostou do conteúdo? Conte para gente nos comentários e não deixe de compartilhar nas redes sociais.

Siga o Blog e Deixe seu comentário e compartilhe este artigo em suas redes sociais para que mais pessoas se informem sobre o tema.

 

 


 



 

QUAL METODOLOGIA USAR NA IMPLEMENTAÇÃO DO REVEZAMENTO?

 


Um dos principais desafios na aplicação de um sistema de revezamento é definir a abordagem adequada para identificar corretamente o nível de gravidade de cada posto de trabalho. Geralmente, na área da biomecânica, são utilizadas ferramentas como a OCRA, RULA, dentre outras. No entanto, nem sempre são considerados os elementos relacionados à organização ambiental, cognitiva e psicossocial. Portanto, essa é uma das principais barreiras a serem superadas. É importante considerar que o foco não deve se limitar apenas aos constrangimentos do posto de trabalho, mas também é necessário avaliar o trabalhador, ciente de que o impacto nunca será o mesmo para todos. Em outras palavras, é essencial monitorar como o trabalhador se sente em decorrência dos constrangimentos do posto e se o revezamento está realmente produzindo os resultados teóricos esperados.

No entanto, com os avanços dos dispositivos vestíveis capazes de monitorar parâmetros como frequência cardíaca e atividade de movimento, torna-se possível identificar diferentes estados do operador, como estresse, fadiga física ou nível de atenção. Essas tecnologias abrem caminho para a programação de pausas de trabalho personalizadas, levando em consideração as necessidades fisiológicas reais dos operadores, em vez de seguir um horário fixo.

Além disso, é possível considerar abordagens baseadas em algoritmos e inteligência artificial para otimizar o revezamento. Ao levar em consideração várias variáveis, como as habilidades individuais dos trabalhadores, a complexidade das tarefas e a carga de trabalho esperada, é possível utilizar modelos preditivos e algoritmos de otimização. Isso permite criar escalas de revezamento personalizadas, que visam maximizar a eficiência e reduzir o risco de fadiga ou lesões ocupacionais.

É importante ressaltar a necessidade de envolvimento dos trabalhadores no processo de revezamento. Ao promover a participação ativa dos funcionários na definição das estratégias de revezamento e no estabelecimento de limites razoáveis para a carga de trabalho, é possível criar um ambiente de trabalho mais saudável e favorável ao bem-estar dos colaboradores.

 

Mas qual seriam as dificuldades?

 Na definição da ordem de rotação dos cargos e na duração de cada rotação, pois a necessidade dos trabalhadores frequentemente não será compatível com o desenho do processo produtivo da empresa. Especialmente se a empresa não possui um histórico claro de desempenho dos trabalhadores ou uma avaliação ergonômica adequada dos cargos. Além de uma natural e comum dificuldade em função de posto de trabalho com esforços similares o que impossibilita o revezamento, pois com esforços similares não teremos revezamento, mas apenas troca de lugar.

Uma dificuldade prática frequente é a resistência de convencer a produção de que é necessário rodar determinado trabalhador que tem produção bem acima da média, isto porque quem for para o lugar dela não conseguirá manter o mesmo ritmo e pode dificultar que o setor alcance metas estabelecidas. Além disso, é frequente trabalhadores mais antigos em determinados postos de trabalho serem bem mais resistentes às mudanças com argumento que estão acostumados com a atual atividade.

Esta resistência dos trabalhadores precisa ser considerada, pois apesar dos pontos positivos do programa, também podemos citar efeitos negativos, como por exemplo, o aumento da carga de trabalho (para os trabalhadores que estão nos postos mais leves), aumento da pressão por produção, pois terá que se preocupar com mais de um posto e algumas vezes com mais de uma chefia e o medo de não se adaptar as novas atividades e de perder o contato com os atuais colegas de trabalho.

Resumindo, não existe uma receita pronta para a implementação do revezamento. A metodologia precisa ser desenvolvida levando em consideração as características específicas de cada empresa. No entanto, podemos concordar que uma Análise Ergonômica do Trabalho servirá como base para iniciar o processo de revezamento.

 

 

 

 

 

Gostou do conteúdo? Conte para gente nos comentários e não deixe de compartilhar nas redes sociais.

Siga o Blog e Deixe seu comentário e compartilhe este artigo em suas redes sociais para que mais pessoas se informem sobre o tema.

 

 

 

 

 


    COMO CUIDAR DO DEPÓSITO DE MATERIAL DE CONSTRUÇÃO EM OBRAS   Manter um depósito de materiais bem organizado é fundamental para gar...