quarta-feira, 1 de maio de 2024

 





 

 

 

PRODUÇÃO X SEGURANÇA, SEGURO X INSEGURO

AS ESCOLHAS QUE PRECISAMOS FAZER

 

Não é fácil! Equilibrar produção x segurança, seguro x inseguro, leva a escolhas, escolhas que precisamos fazer.

As pessoas precisam fazer escolhas diante de conflitos de metas e lidar com a complexidade do sistema e a incerteza do ambiente de trabalho. Em muitos casos essas escolhas passam por:

– Esperar o setor de manutenção fazer a manutenção da máquina ou fazer uma gambiarra para ganhar tempo.

– Seguir ou não seguir o procedimento, preencher ou não o check list, a APR, etc.

– Parar a linha de produção quando estiver acelerada, ou fazer o possível para cumprir a tarefa na velocidade que ela define.

– Subir na empilhadeira para trocar a lâmpada ou esperar plataforma elevatória para executar a tarefa.

 


Os exemplos são vários! Separar o mundo entre ato inseguro e comportamento seguro, falta de atenção e atenção plena, trabalho com atenção e trabalho sem atenção, zero acidente ou 100% seguro, pode trazer resultados irrealistas e conclusões que destoam da realidade.

Existe muitas outras cores entre o branco e preto, assim como existe muito mais do que apenas certo e errado. É importante considerar que as pessoas fazem escolhas do seu próprio ponto de vista, e tentar entender como elas equilibram eficiência e rigor à luz das condições do sistema.

Acaba sendo impossível prescrever completamente o trabalho em sistemas complexos para todas as situações, exceto para situações bastante rotineiras. A demanda flutua, os recursos são muitas vezes abaixo do ideal, o desempenho é limitado e as metas são conflitantes.

Um aeroporto movimentado que programa o tráfego para um nível próximo da capacidade deixa pouco espaço para interrupções e exige um desempenho consistentemente eficiente. A falta de peças sobressalentes para um equipamento torna a produção vulnerável e pode exigir soluções alternativas (ou simplesmente gambiarra).

Variações nas condições do sistema (demanda e pressão, recursos, restrições) geralmente criam a necessidade de eficiência imediata em vez da possibilidade de olhar os detalhes.

 



Para alcançar a eficiência, limitamos o planejamento, coletamos rapidamente informações e avaliamos situações, inserimos dados mais rapidamente, adotamos o perfil multitarefa, reduzimos a verificação e assim por diante.

Se as decisões em ambientes de ritmo acelerado fossem lentas e deliberadas, a tarefa como a conhecemos seria impossível. As escolhas são então essenciais para o trabalho normal.

Demandas variáveis, pressão de produção e objetivos conflitantes significam que as pessoas precisam realizar várias atividades em um determinado período de tempo, alternando de uma para outra. Isso pode ter consequências desagradáveis.

Embora algumas atividades às vezes sejam passíveis de “multitarefa”, as condições do trabalho podem piorar o desempenho. Compreender como as pessoas alternam entre as atividades para atingir seus objetivos é importante para entender a situação de seus pontos de vista.

 

Dicas práticas para lidar com as escolhas, com o seguro vs inseguro

Invista em ações práticas, até porque papel não salva a vida de ninguém: Papel não reduz a insegurança. É preciso ter ações práticas, menos burocracia e mais ação no chão de fábrica.

Entenda o contexto das escolhas: Entendendo o contexto e não apenas o comportamento, endentemos porque determinado comportamento acontece. O contexto dirige o comportamento. Isso inclui não apenas fatos, mas também comentários, interpretações e visões do trabalho pelos especialistas de campo. Use essas descrições densas em investigações de trabalho para a melhoria do sistema.

Entenda as condições do sistema através de diálogos com os trabalhadores. Use a observação e a discussão para entender como e quando as escolhas ocorrem com as mudanças nas demandas, pressão, recursos e restrições.

Leve em conta as perspectivas dos especialistas de campo: A coleta e interpretação de dados vindos de quem opera o sistema (de trabalho) é peça chave para entender o que verdadeiramente ocorre na operação (trabalho real x trabalho planejado).

Assuma boa vontade das pessoas, afinal, ninguém sai de casa com a intenção de quebrar regras, procedimentos e se acidentar. Procure entender a racionalidade, a lógica do trabalho vista pelo ponto de vista do trabalhador, e assim entenderá as escolhas sob o ponto de vista deles.

 



Qualquer mudança deve ser validada por quem a operará: Uma das razões da ineficiência do sistema de trabalho é o fato de que muitas decisões sobre a mudança são feitas sem levar em conta quem operará o sistema.

Certo dia em um cliente, os trabalhadores me mostraram várias mudanças que não funcionaram, mas que ainda assim foram mantidas em funcionamento para não ridicularizar o setor que a implementou.

Há várias estratégias para utilizar a inteligência coletiva para avaliar mudanças, projetar mudanças e implementar mudanças.

Equilibrar produção vs segurança, seguro vs inseguro, é possível, e espero que esse artigo tenha lhe dado algumas ideias.

 

 



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COMO ENGAJAR O TRABALHADOR NA SEGURANÇA DO TRABALHO?

 

 

Como engajar o trabalhador na segurança do trabalho? Essa é uma tarefa interessante e difícil dependendo da organização.

Para começar, que tal a gente pensar no que o trabalhador quer? Sabe o que todo mundo quer? Todo mundo quer ser ouvido!

O que fazer para ouvir, e consequentemente engajar os trabalhadores? Crie grupos de discussão, grupos de conversa e estimule o trabalhador para que o trabalhador traga os problemas e em grupo trabalhem nisso. Ouvir os trabalhadores é fundamental.

 



Nós da segurança do trabalho somos muito bons em mandar (já ouviu o termo “comando e controle? ”), em falar que isso ou aquilo deve ser feito, em apontar erros, mas ruins em escutar, engajar, em trazer para perto, em atribuir responsabilidades, em dar feedbacks, e tudo isso serve de chave para engajar os trabalhadores.

Quer engajar alguém? Ouça, dê trabalho para essa pessoa, tem até um efeito chamado de efeito Benjamin Franklin, que se trata justamente disso onde para engajar você ouve, dá trabalho. Como diria o Scott Geller, “as pessoas só apoiam aquilo que ajudam a criar”.

Que tal uma conversa imaginária sobre como seria isso na prática? Imagina que você encontra um trabalhador desengajado da cultura de segurança, e você vê a máquina dele sem proteção.

A ideia é então conversar com ele, e então você começa a conversa: 

– João, como você está hoje?

– Cara, deixa eu te perguntar, sua máquina está segura?

Daí o João diz:

– Está mais ou menos segura…

– Certo João, o que poderíamos fazer para que ela fique mais segura?

– Ah, se tivesse uma proteção nessa parte ficaria bem mais segura.

– É mesmo, você acha que uma proteção nessa parte ficaria legal? Como você acha que conseguíamos colocar uma proteção lá?

Daí o João responde:

– Mas você que é o Técnico de Segurança, eu esperava que você dissesse…

– João, você é o especialista na sua área. O SESMT não tem a intenção de mudar um parafuso aqui sem seu consentimento. Por isso te pergunto, na sua visão qual seria a melhor forma? 

– Nestor, eu acho que o pessoal da manutenção poderia ajudar!

– Certo, estou com tempo agora, se quiser posso chamá-los, e provavelmente eles virão agora. Fica bom assim, posso chamar?

– Pode!

 

A ideia então é chamar alguém da manutenção, e se for possível, fazer como o empregado disse dar os créditos da ideia ao João, olha que simples!

O efeito que provavelmente teremos nesse cenário é que depois da proteção instalada a visão do João sobre o SESMT, sobre mim, e sobre a segurança do trabalho mude absurdamente.

A mudança ocorre finalmente porque alguém o ouviu, a sugestão dele veio para a prática, toda vez que ele olhar para a proteção colocada, se lembrará de que ela está lá, de certa forma, por sugestão dele, ou seja, de certa forma, a medida de proteção é dele também. Assim geramos o sentimento de pertencimento.

Por exemplo, eu tinha um colega que estava com um grande problema na empresa com relação às empilhadeiras, o pessoal arranhava as empilhadeiras na parede, de vez em quando o equipamento quebrava por falta de cuidado.

Então o que eles reuniram os trabalhadores operadores, perguntaram quais eram as dificuldades anotaram, trataram, e fizeram uma excelente manutenção nas empilhadeiras.

Pintaram todas elas e fizeram, e deixaram um espaço tipo em velcro para que toda vez que o operador iniciasse o turno ele colocasse uma placa com o nome dele. Cada trabalhador tinha uma placa com o seu nome.

Depois disso, acabaram os problemas com as paredes e empilhadeiras arranhadas e equipamento sempre com defeito, pois ninguém mais deixava arranhar, a empilhadeira agora era do trabalhador, ele sentia pertencimento, tinha o nome dele na máquina.

Outra ação que tomaram era que todo o final do mês os líderes se reuniam com os operadores. Na reunião havia refrigerante, sucos, salgadinhos, e era falado sobre os resultados do mês, e aproveitavam para agradecer por estarem cuidando dos equipamentos. Ou seja, algo simples, fácil e que ajudava a fomentar o sentido de pertencimento, sentido de time.

 

 



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