sexta-feira, 10 de março de 2023

 





 

SELEÇÃO ADEQUADA DOS DISPOSITIVOS DE INTERTRAVAMENTO DE PROTEÇÕES MÓVEIS EM MÁQUINAS

 



Conhecidos também como chaves de segurança, os interruptores de intertravamento para proteções móveis, como portas basculantes, corrediças ou removíveis, são dispositivos de proteção utilizados para indicar e garantir que as proteções estejam posicionadas no local correto em uma máquina ou equipamento. A utilização destes dispositivos é indicada após a apreciação de riscos realizada, em princípio, pelo fabricante da máquina, senão pelo proprietário dela. Fazem parte de sistemas de comando relacionados à segurança (SRP/CS) e produzem um sinal que indica a condição segura de uma proteção física móvel.

A instalação correta deste componente em conjunto com a interface de segurança e os atuadores de saída atende aos requisitos das Categorias de Segurança (Cat. B, 1, 2, 3 ou 4), dos Níveis de Desempenho PL (a, b, c, d ou e) e dos Níveis de Integridade de Segurança SIL (1, 2 ou 3), conforme suas respectivas normas.

Chamadas de carenagem, caixa, tampa, tela, grade, porta etc., as proteções físicas fixas e móveis são utilizadas para evitar o contato direto e constante com partes perigosas de uma máquina no momento em que os trabalhadores executam tarefas como a operação normal, a limpeza, o ajuste, a manutenção e outras atividades que fazem parte dos ciclos de vida de uma máquina.

A seleção destes interruptores de proteção deve ser feita por meio de critérios técnicos levando em consideração, principalmente, o tempo da abertura da proteção móvel. Este tempo de abertura deve ser suficiente para que cessem os movimentos perigosos, reduzindo o risco alto, médio ou baixo de acidentes na área de perigo da máquina que está sendo protegida.

Existem máquinas cujo mecanismo de funcionamento de partes móveis tem o comando de acionamento e desacionamento com velocidades de resposta muito pequenas. Nestes casos, o projeto, a construção e a seleção do dispositivo de intertravamento não precisa jasa kontraktor de bloqueio e de travamento, mas sim evitar o acidente e a tentativa de manipulação ou de burla por parte de pessoas mal intencionadas.

Caso um determinado mecanismo de uma máquina tenha movimentos perigosos com origem e sistema de transmissão com muitos elementos, além de um acúmulo de força e energia muito grande, dificilmente este sistema poderá ter uma frenagem em um tempo muito curto. Para esses casos deve ser considerada a inércia do sistema como um todo e o dispositivo de intertravamento deve permanecer bloqueado e travado até que o sistema esteja em movimento zero.

Para garantir essa condição é necessário que exista um sistema de segurança que detecte a condição de movimento zero por sensores de pulsos indicando movimentos residuais ou pelo monitoramento da sequência de fases do motor que gera os movimentos. Este tipo de dispositivo de intertravamento deve bloquear e travar a proteção móvel de modo a impedir o acesso ilegal, em termos de segurança efetiva, e somente liberar a proteção após um monitoramento seguro.

 

De acordo com a norma ISO 14119:2013, que trata dos princípios para o projeto e seleção dos dispositivos de intertravamento associados às proteções, existem quatro tipos de dispositivos e são eles:

 

Ø Tipo 1. Dispositivo de intertravamento com interruptor de posição acionado mecanicamente com atuador não codificado. Ex.: dispositivos de intertravamento tipo dobradiça, tipo came linear ou tipo came rotativo.

 

Ø Tipo 2. Dispositivo de intertravamento com interruptor de posição acionado mecanicamente com atuador codificado. Ex.: interruptores de posição acionados por lingueta (significa que o atuador possui um formato codificado) e a chave transferível (trapped key).

 

Ø Tipo 3. Dispositivo de intertravamento com interruptor de posição acionado sem contato com atuador não codificado. Ex.: interruptores de proximidade do tipo indutivo, tipo capacitivo, tipo magnético, tipo ótico e tipo ultrassônico.

 

Ø Tipo 4. Dispositivo de intertravamento com interruptor de posição acionado sem contato com atuador codificado. Ex.: interruptores de posição atuados por campo magnético codificado, atuados por um transponder (tag) de RFID (Radio-Frequency IDentification) ou atuados por um transponder (tag) ótico.

 

Os atuadores são codificados de acordo com os níveis possíveis, aos quais os formatos permitem ser diferenciados em baixo nível (de 1 a 9 níveis disponíveis), médio nível (de 10 a 1.000 níveis disponíveis) e alto nível (mais de 1.000 disponíveis). Quanto maior o nível de codificação, maior a dificuldade de burlar o dispositivo.

Em termos de seleção do dispositivo de intertravamento, vale considerar ambientes com altos níveis de humidade e que necessitam de um grau de proteção (IP) maior e, eventualmente, com temperaturas também elevadas. Nestes casos, existem dispositivos que atendem às exigências com as devidas certificações e garantias de cada fabricante.

Outra informação importante relacionada quanto à seleção de um dispositivo de intertravamento é o fato de que, caso sejam acionados repentinamente, podem produzir novos perigos. Muitos processos contínuos, como a usinagem com desbaste de uma peça grande em alta velocidade ou um sistema automático de soldagem de precisão, não podem ter uma parada brusca, pois podem gerar outros perigos, tais como o estilhaço devido à quebra da ferramenta situs poker de corte e o incêndio ou explosão devido ao superaquecimento de superfícies. Torna-se necessária uma parada controlada para que o sistema se ajuste para permanecer em condição segura. O dispositivo de intertravamento com bloqueio e travamento é requerido.

Existem ainda outras formas de intertravamento que permitem o comando de partida da máquina. Porém, devem ser muito bem analisadas, compreendendo suas exigências por meio da apreciação de riscos e identificando os mecanismos e perigos existentes em cada tipo de máquina.

Em resumo, os avanços tecnológicos, especialmente na área da eletrônica, proporcionaram o desenvolvimento de dispositivos de intertravamento com maior confiabilidade quanto à aplicação nas diversas áreas industriais. A solução atende a principal meta de garantir a segurança nas operações e nas intervenções humanas nas máquinas, evitando ao máximo os acidentes e as possibilidades de manipulação ou burla.

 

Referências normativas


ISO 14119:2013 – Safety of machinery – Interlocking devices associated with guards – Principles for design and selection.

ISO 14120:2015 – Safety of machinery – Guards – General requirements for the design and construction of fixed and movable guards.

ABNT NBR ISO 12100:2013 – Segurança de máquinas – Princípios gerais de projeto – Apreciação e redução de riscos.

ABNT NBR ISO 13849-1:2019 – Segurança de máquinas – Partes de sistemas de comando relacionados com segurança – Parte 1: Princípios gerais de projeto.

ABNT NBR ISO 13849-2:2019 – Segurança de máquinas – Partes de sistemas de comando relacionados com segurança – Parte 2: Validação.

IEC 62061:2012 – Safety of machinery – Functional of safety of safety-related electrical, electronic and programmable electronic control systems.

ABNT NBR IEC 60034-5:2009 – Máquinas elétricas girantes – Parte 5: graus de proteção proporcionados pelo projeto completo de máquinas elétricas girantes (Código IP) – Classificação.

*Justiniano Vieira Lima Junior – instrutor técnico de segurança da Schmersal

 

 

 

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COMO SUPERAR OS DESAFIOS DE RESPOSTA A EMERGÊNCIAS EM SEU LOCAL DE TRABALHO

 

 


Não importa o quanto você se preparou para emergências com treinamento operacional ou equipamentos confiáveis, sempre há fatores que estão simplesmente fora do seu controle.

É por isso que é vital ter planos de resposta que minimizem a oportunidade de erro humano e permitam que você reúna as informações necessárias para resgate e resposta quando ocorrer um incidente. Velocidade e precisão são fundamentais quando a vida de seus trabalhadores e membros da comunidade está em jogo, então a hora de criar um plano de preparação para emergências é agora.

Vamos examinar um cenário de emergência e como o pessoal de segurança respondeu a uma liberação de gás não planejada.

 

Os desafios da resposta a emergências

 

No início da jornada de trabalho, um tanque desabou no lado norte de uma planta industrial. Uma quantidade desconhecida de gás perigoso foi liberada, criando um ambiente potencialmente explosivo e tóxico tanto para os trabalhadores quanto para a comunidade do entorno.


Esta cena ilustra algumas das frustrações que o pessoal de segurança, como chefes de bombeiros, gestores de segurança e técnicos de segurança, enfrentam em uma emergência industrial e as perguntas que podem se seguir:

 

Ø Quando começou o vazamento?

Ø Que tipo de gás e quanto foi liberado?

Ø Para onde está indo depois?

Ø Quem será afetado? Quem já foi exposto?

Ø Como posso proteger minha equipe e a comunidade eles podem se abrigar no local ou devo ordenar uma evacuação? Como posso proteger nossas instalações?

 

As respostas a essas perguntas podem esclarecer a situação para que você implemente os procedimentos de emergência adequados, interrompa a ameaça e acompanhe quando for necessário.

Mas onde você pode conseguir essas informações? Aqui estão as três coisas que você deve examinar ao criar qualquer plano de resposta a emergências.

 

1. Comunicação e informação acessível

 

Ação rápida para entender e comunicar a situação é fundamental para as equipes de resposta a emergências e todos os envolvidos.

Em nosso cenário, os socorristas chegam ao local e usam os monitores multigás pessoais Ventis Pro5. Há monitores de área Radius BZ1 e Gateways RGX ao redor do tanque e em toda a comunidade para monitorar continuamente a situação em tempo real e criar uma segunda linha de defesa.

Momentos após a implantação, as medições de gás em andamento e os dados em tempo real do equipamento são compartilhados entre os socorristas, melhorando a visibilidade do perigo no solo e permitindo que o pessoal de segurança permaneça a uma distância segura.

Por meio do compartilhamento de alarmes e resumos visuais de alarmes, a equipe de resposta descobre quem precisa de ajuda, onde encontrar as pessoas, qual é a ameaça e mais, permitindo um resgate mais seguro e eficaz.

Para garantir que todos os envolvidos sejam atualizados continuamente sobre a liberação, os alertas móveis personalizáveis são configurados, que notifica os socorristas quando há alguma mudança nas condições.

 



2. Previsão de zona de perigo

 

As medições de gás e dados meteorológicos locais dos sensores também alimentam, um software de modelagem dinâmica de plumas que cria um modelo da liberação de gás e seu caminho futuro para um período de duas horas. Com essas perspectivas, os operadores podem reduzir o risco de mais incidentes e dar aos socorristas as informações necessárias para configurar bloqueios de estrada, centros de evacuação, postos de comando e áreas de descontaminação, triagem e preparação.

Você pode visualizar um modelo de pluma em tempo real que se ajusta constantemente às condições do seu local, combinando dados de sensores de gás, estações meteorológicas e padrões de tráfego local. Ao capturar os fatores de mudança automaticamente, você pode eliminar cálculos e estimativas manuais de seu plano de resposta a emergências e dar ao pessoal de segurança a capacidade de agir com confiança durante emergências, protegendo sua equipe, comunidade e o meio ambiente.

 

3. Relatório e acompanhamento de incidentes

 

Depois de resolver uma emergência controlando o perigo e confirmar que todos estão em um local seguro, a última coisa que você deseja é o fardo de uma documentação extensa. No entanto, os insights obtidos de seus dados de detecção de gás são extremamente valiosos para relatórios de conformidade e prevenção de incidentes.

Um software de gerenciamento de detecção de gás, pode ajudar você a automatizar os relatórios para que possa se concentrar mais em como evitar exposições repetidas e menos em pesquisar dados em busca de informações relevantes. Você pode visualizar todos os registros do seu local, registros de dados e de alarmes em um painel fácil de acessar.

Sem essa combinação de hardware conectado e soluções de nuvem inteligentes, esse cliente precisaria mobilizar muito mais pessoal e, ao mesmo tempo, fazer cálculos de modelo manualmente para entender o impacto na comunidade.

No entanto, como a equipe investiu em soluções de resposta a emergências eles economizaram tempo, reuniram os insights certos e agiram na hora para proteger seu pessoal e a comunidade.

 





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