terça-feira, 14 de março de 2023

 





 

11 PRÁTICAS PARA PREVENÇÃO DE ACIDENTES E SEGURANÇA NO TRABALHO

 



A prevenção de acidentes é essencial para o bem-estar dos colaboradores e para a rotina da empresa. Portanto, deve-se tomar medidas, com base na SST, para reduzir riscos no ambiente de trabalho.

Você sabe por que as medidas de prevenção de acidentes do trabalho são tão importantes? Nós te contamos: a cada ano, no Brasil, 700 mil pessoas sofrem acidentes de trabalho. Esses acontecimentos podem resultar em lesões sérias, ferimentos e até mortes.

Além de prejudicar os funcionários, as empresas são impactadas com taxas de indenizações e/ou afastamento dos colaboradores. Por isso, a melhor forma de evitar todo esse doloroso processo é investindo em segurança no trabalho.

Diferentes setores e funções precisam de atenção a esse tema. Nesse sentido, algumas sugestões podem ser de grande valor para manter parâmetros e medidas de proteção ao usuário.

 

O que é previsão de acidentes no trabalho?

 

A prevenção de acidentes no trabalho trata-se de um conjunto de medidas implementadas para reduzir riscos e danos aos profissionais.

Tais medidas são baseadas nas normas de Saúde e Segurança do Trabalho (SST) para promover um ambiente de trabalho seguro e saudável. É papel da empresa aplicá-las, conscientizar seus colaboradores e buscar melhorias na gestão para que haja, de fato, a prevenção desses acidentes.

Em 27 de julho é celebrado o Dia Nacional da Prevenção de Acidentes do Trabalho, uma data para conscientização de empresas, empregados e toda a sociedade sobre as práticas para redução de acidentes e doenças do trabalho.

 

Afinal, o que é acidente de trabalho?

 

De acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho, a CLT, acidente de trabalho é aquele que ocorre pelo exercício do trabalho ou em decorrência dele.

Ainda segundo a Lei nº 8.213 de 1991, os acidentes de trabalho podem provocar lesão corporal, redução ou perda funcional, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho, e até a morte do empregado.

 

A CLT lista ainda três tipos de acidente de trabalho. A saber:

 

Acidente de trabalho típico

 

O acidente de trabalho típico é aquele que ocorre dentro do expediente do colaborador, em seu local de trabalho ou nas dependências da empresa.

Podemos citar como exemplo aqueles acidentes ocorridos por erro humano involuntário, defeitos em maquinários, quedas, entre outros.

 

Acidente de trabalho atípico

 

Já o acidente de trabalho atípico está relacionado com doenças ocupacionais, por atividades repetitivas ou contaminação por algum agente químico, físico, biológico ou radioativo, por exemplo.

 

As doenças ocupacionais, por sua vez, são divididas em duas categorias:

 

Ø Doenças do trabalho: ocasionados pelas características do ambiente de trabalho ou por condições de trabalho inadequadas.

 

Ø Doenças profissionais: são aquelas relacionadas às características das atividades exercidas por determinados profissionais.

 

Acidente de trajeto

 

Por último, existe ainda o acidente de trajeto ou percurso. Muita gente não sabe, mas a lei também considera acidente de trabalho aquele ocorrido durante a rota entre a residência do colaborador e a empresa, e vice-versa. Isso inclui também situações em que o colaborador está viajando pela empresa.

O acidente de trajeto pode ocorrer em qualquer meio de transporte, inclusive se o trabalhador caminha até o local de trabalho.

 

Qual a importância da prevenção no ambiente de trabalho?

 

A prevenção de acidentes é muito importante para manter a saúde do trabalhador e a segurança do ambiente. Inclusive, a forma como ela é estruturada e o quanto se investe nisso, também impacta na credibilidade da empresa perante o mercado.

Portanto, tomar as medidas de prevenção e segurança necessárias para evitar acidentes, é benéfico para todos os envolvidos na rotina. Dessa maneira, é importante atender aos critérios de fiscalização, garantindo a integridade de toda a equipe.

Vale ressaltar que os procedimentos para a prevenção de acidentes devem ser atualizados periodicamente, ou seja, é necessária uma melhoria contínua. Isso porque sempre podem haver novos riscos e, também, alternativas inovadoras para evitá-los.

 

De todo modo, ao investir neste cuidado, sua empresa tem vários benefícios:

 

Ø Colaboradores satisfeitos;

Ø Clima organizacional agradável;

Ø Ambiente seguro;

Ø Preparo adequado para lidar com imprevistos;

Ø Cumprimento das normas regulamentadoras;

Ø Gerenciamento de riscos;

Ø Credibilidade no mercado;

Ø Redução de custos com acidentes;

Ø Entre outros.

 

Como já dissemos, as vantagens são inúmeras para todos os envolvidos. Aliás, isso pode, inclusive, impactar no engajamento dos trabalhadores para com a organização. Vamos entender melhor as responsabilidades das companhias nesse sentido?

 

Qual o papel das empresas na saúde e na segurança do trabalho?

 

Investir em saúde e segurança do trabalho é o primeiro passo para prevenir acidentes de forma efetiva. Isso porque, os recursos para evitar os imprevistos têm custos e consequências muito menores do que lidar com tragédias.

E, certamente, não estamos falando apenas de orçamento. As organizações também são responsáveis pelo bem-estar dos profissionais que atuam no dia a dia. Por isso, o cuidado e o zelo com os recursos humanos são fundamentais.

Além disso, os funcionários precisam se sentir amparados e seguros no local de trabalho para que possam desempenhar suas funções de maneira satisfatória. Portanto, orientá-los quanto às exigências da legislação e da fiscalização, vai demonstrar que a empresa cumpre com os protocolos adequadamente e, de fato, preocupa-se com as equipes.

Neste sentido, as normas regulamentadoras, elaboradas pelo Ministério do Trabalho e do Emprego e amparadas pela Consolidação das Leis do Trabalho, pautam as regras que devem ser seguidas nas empresas. 

O conjunto de 37 NR’s, sendo 35 em vigor, atualmente, regulam e fornecem orientações acerca da segurança do trabalho, desde a aprovação da Portaria nº 3214, de 8 de junho de 1978.

Assim, todas as empresas brasileiras têm a obrigatoriedade de cumprir com o disposto pelas normas. Vale destacar que há exceções quando se refere àquelas regras que não se aplicam ao segmento de atuação da companhia. 

Agora que você já entendeu a importância da prevenção de acidentes no trabalho e o papel das organizações nisso, vamos às dicas?

 

11 dicas para prevenção de acidentes e segurança do trabalho

 

Para usufruir de todos os benefícios que a prevenção de acidentes no trabalho pode promover, é válido seguir algumas práticas básicas. Por isso, selecionamos algumas ações para colocar prática no dia a dia, da gestão ao quadro de colaboradores, com o objetivo de garantir o bem-estar e a integridade de toda a equipe.

 

Confira!

 

1. Preze pela atenção no trabalho

 

Primeiramente, todo trabalho precisa ser feito com foco. Especialmente em cargos que envolvam riscos, é fundamental ter atenção nos fatores do ambiente que podem torná-lo perigoso. 

No entanto, com cada vez mais recursos de distração, é importante determinar regras para a proteção do trabalhador e a prioridade com suas obrigações. Conversas, celulares e, até mesmo, como o cansaço podem expor o trabalhador a acidentes. 

Por isso, o ideal é que esse funcionário conheça todos os elementos que podem envolver riscos à sua integridade. Assim, no momento de contratação de novos colaboradores e, também, em treinamentos de reciclagem, é importante retomar todos esses aspectos.

Dessa forma, as pessoas absorvem a informação e, aos poucos, criam o hábito de se policiar em relação às orientações dadas. Diante disso, ao exercer seu trabalho, estabelecem práticas mais adequadas e mantêm a atenção ao ambiente.

 

2. Evite a exposição imprudente ao risco 

 

Alguns acidentes podem acontecer por imprudência do trabalhador. Se alguma situação próxima a você demonstra perigo iminente, não se aproxime. Esse pensamento deve ser difundido por toda empresa para que, assim, se torne uma ideia ampla.

Além da responsabilidade da empresa de orientar, o funcionário também deve se preservar. Portanto, qualquer situação que possa trazer alguma ameaça para si ou para os outros, precisa ser evitada.

O risco pode ser entendido quando calculado, fortalecendo a prevenção de acidentes. Algumas atividades profissionais pressupõem perigos, mas, nesses casos, o trabalhador tem recursos de proteção. Elas são exceção e não devem ser consideradas.

Não acesse locais aos quais você não tem autorização prévia para estar ali. Evite, também, ficar próximo de áreas e equipamentos para os quais você não tenha um treinamento qualificado. Certamente, isso pode ter consequências graves.


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3. Mantenha o local de trabalho limpo e organizado

 

Muitos acidentes ocorrem por desorganização da área de trabalho. Por exemplo, uma caixa deixada no caminho, uma ferramenta largada no chão, algum produto vazando pelo piso e outros desleixos podem custar caro. 

Quando esses descuidos se juntam à intensidade das rotinas de trabalho, o resultado pode ser perigoso para todos. Quanto a esse ponto, trata-se de cuidados simples, mas que fazem toda a diferença. 

O comprometimento por um local organizado é um dever de todos os trabalhadores que o ocupam. O trabalho em equipe tem como resultado um ambiente livre de riscos, em que todos possam transitar e atuar sem problemas.

Cabe aos coordenadores, supervisores e gestores reforçarem a importância do local limpo e devidamente organizado. Ao padronizar esses processos, por exemplo, todos podem seguir os parâmetros.

 

4. Exija o uso de EPI’s 

 

Toda empresa é obrigada a fornecer, sem custo algum para o trabalhador, todos e quaisquer EPI’s que se façam necessários na atuação. Assim, os funcionários terão diferentes demandas de proteção para realização de suas tarefas com segurança. 

Por exemplo, cada trabalho executado tem parâmetros que exigem EPI’s específicos. Da mesma forma, uma vez que os equipamentos estejam em posse do colaborador, ele é obrigado a utilizá-los, assim como zelar pela integridade deles. 

Inclusive, é muito importante para a empresa e seus colaboradores, os documentos de registro de entrega de EPI’s. A partir disso, passa a ser responsabilidade de cada trabalhador usá-los durante a atuação. 

A empresa tem o dever de fornecer e o direito de cobrar o uso de cada um deles. Entre esses equipamentos estão luvas, óculos, protetor de respiração, protetor auricular, cintos antiquedas, capacetes, botas, entre outros. É fundamental respeitar as exigências de cada atividade exercida.

 

5. Cuide de você e do seu colega de trabalho

 

Promover ações de prevenção é um trabalho em equipe a todo momento. Por isso, é essencial que companheiros de trabalho cobrem e orientem uns aos outros, para evitar acidentes e situações de risco. 

Um bom exemplo é com o uso dos EPIs. Um funcionário deve sempre lembrar e fiscalizar o outro para criar e alimentar essa cultura. Outra questão importante é evitar a realização de tarefas de forma isolada, especialmente, em áreas de risco. 

O acompanhamento, seja de outro colega ou de um técnico de segurança do trabalho, é prudente e importante. Portanto, a premissa para todos os serviços sempre deve ser um cuidando do outro.

Para que isso funcione, é importante que a questão seja sempre abordada como uma forma de parceria entre companheiros de trabalho. Assim, o ambiente se torna mais seguro e fortalece a cultura de prevenção de acidentes.

 

6. Comunique incidentes

 

Incidentes podem virar facilmente acidentes. Tudo que acontecer fora da normalidade em suas tarefas deve ser comunicado aos superiores, ao setor de segurança do trabalho e, principalmente, no sistema do eSocial.

Normalmente, as empresas têm seus próprios procedimentos quanto aos registros de incidentes, então, é fundamental segui-lo. Cada experiência servirá de alerta a outras pessoas que se encontrarem na mesma situação. 

Comunicar esses acontecimentos serve para chamar atenção para ocorrências que podem se repetir com outros trabalhadores. Assim, futuros problemas podem ser evitados de maneira simples, com a adoção de práticas de correção e prevenção.

Avisar os incidentes deve ser um hábito. Inclusive, quanto mais a empresa fica sabendo deles, mais poderá trabalhar de forma objetiva na extinção de riscos. Esse ciclo tende a resultar em um ambiente de trabalho cada vez mais seguro.

 

7. Informe-se sobre a CIPA em relação à prevenção de acidentes

 

A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA é um grupo formado por representantes indicados pela direção e outros eleitos pelos funcionários e secretários. Essa comissão tem a função de manter a segurança no trabalho, criar regras para a empresa e acompanhar a eficácia e cumprimento delas. 

Além disso, a CIPA é quem dá apoio aos funcionários lesionados, acompanha seu afastamento e retorno ao trabalho e determina ações que possam isolar possíveis problemas.

A comissão cuida não só da saúde física dos funcionários, como também da saúde mental e bem-estar, fazendo campanhas de conscientização, feiras de saúde, promovendo atividades, gincanas e palestras. 

Procure a equipe da CIPA de sua empresa e conheça um pouco mais sobre as ações realizadas no seu local de trabalho!

 

8. Use apenas máquinas de trabalho que passaram por revisão

 

Máquinas adequadas são uma forma de prezar pela prevenção de acidentes. Entretanto, nem sempre as empresas se preocupam com a rotina de manutenção adequada. 

A falta de tempo, o custo e a necessidade de usá-las em tarefas são fatores que causam esse problema. O colaborador, no entanto, não deve se arriscar.

Toda máquina precisa de cuidados e de revisão frequente. Se isso não acontece, ela está suscetível a curtos e ao mau funcionamento que podem gerar acidentes. 

Nem sempre o problema se limitará a um trabalho executado de forma ruim. As consequências podem atingir o funcionário que está fazendo uso dela.

Ao perceber algum problema, comunique os responsáveis sobre a necessidade de manutenção. É fundamental ter regularidade nas revisões, já que essa negligência pode causar acidentes e gerar riscos aos trabalhadores.

 

9. Abandone ferramentas em más condições

 

As ferramentas também são itens que podem gerar problemas e devem entrar na rotina de prevenção de acidentes. Elas estão sujeitas ao desgaste natural do uso e do tempo, o que também pode colocar em risco quem as manuseia no cotidiano.

É fundamental que o colaborador deixe de usar aquelas que estão em más condições, principalmente as expostas aos impactos e intensidade, que podem gerar consequências.

A quebra de um cabo, por exemplo, pode fazer com que o trabalhador perca o controle, resultando em algum choque contra seu próprio corpo. Ferimentos de diferentes níveis podem acontecer e tirar o funcionário da atividade.

O mais correto a ser feito é cobrar novas ferramentas e deixar de usar as que não apresentam mais condições. Quanto à empresa, cabe fiscalizar os equipamentos regularmente e providenciar a troca quando for necessário.

 

10. Limite-se apenas às suas funções

 

Trabalhadores não devem executar atividades para as quais não são treinados, especialmente, as que envolvem riscos. Aliás, muitas delas requerem treinamentos e cursos mais profundos, justamente o que qualifica colaboradores para executá-las.

Em nenhuma ocasião essa prática deve ser feita. Ela é ilegal, pode causar acidentes e prejudicar a empresa. Certamente, o empregador não vai solicitar que um funcionário despreparado faça algo que não saiba. 

Junto a isso, cabe também ao trabalhador não se arriscar fazendo tarefas que não são de sua competência. Esse tipo de negligência atrapalha a prevenção de acidentes! 

Caso o funcionário seja orientado a fazer algo que não sabe, deve procurar um superior ou um técnico de segurança de trabalho para informar que não tem a qualificação necessária.

 

11. Opere máquinas com responsabilidade

 

As máquinas são necessárias para diversos trabalhos em fábricas e empresas de grande porte. Portanto, a operação requer parâmetros básicos de uso. 

As boas práticas vão desde a atenção ao executar trabalhos até o uso dos EPI’s. Muitas delas são cortantes, pesadas e têm outras características que, se não forem respeitadas, representam sérios riscos.

É fundamental que o operador seja, primeiramente, qualificado para trabalhar com a máquina. Além disso, ele precisa ter toda atenção quando estiver operando, especialmente quando há outros trabalhadores por perto. As de grande porte envolvem riscos não só para quem as controla, mas também para quem está ao redor.

 

 

 



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DESAFIOS NA EVOLUÇÃO DOS TECIDOS DE PROTEÇÃO

 



Desde a criação das primeiras tecnologias, os tecidos de segurança passaram por grandes evoluções no sentido de atender os requisitos e necessidades de proteção dos trabalhadores contra os riscos inerentes aos seus ambientes laborais e de proporcioná-los uma melhor sensação de conforto ao utilizar uma vestimenta de proteção.

Na década de 1970, no segmento industrial, tecidos de proteção antichamas passaram a ser comumente utilizados quando empresas químicas e petroquímicas começaram a implementar programas de vestimentas antichamas. Estes programas foram implementados para prevenir queimadura causadas por fogo repentino – fogo intenso e de curta duração provocado por uma reação de combustão acidental onde exista a presença de substâncias combustíveis e inflamáveis, podendo gerar temperaturas acima de 1000°C. Nos dias atuais, vestimentas antichama são amplamente utilizadas por empresas do setor elétrico, óleo e gás, químicas, petroquímicas, siderúrgicas mineradoras e indústrias em geral.

O intuito destas vestimentas é proteger os trabalhadores contra riscos térmicos, provenientes de um incidente de arco elétrico, fogo repentino ou respingo de metal líquido e projeção de materiais quentes e/ou incandescentes. As consequências destes incidentes podem ser queimaduras corporais de segundo e terceiro grau, chegando ao óbito nas condições mais extremas.

Considerando a gravidade dos riscos e das severas lesões mencionadas, a utilização de vestimenta antichamas se torna indispensável. É a última barreira de proteção e garante ao trabalhador tempo suficiente para escapar de um ambiente em chamas. De acordo com estatísticas divulgadas pela Occupational Safety and Health Administration (OSHA), a maioria das lesões envolvendo estas atividades estão associadas à ignição dos tecidos que não apresentam resistência à chama.

Nos últimos 40 anos, muitos foram os avanços tecnológicos e as inovações realizadas na indústria de tecidos de proteção com o objetivo de desenvolver fibras e tecidos de alto desempenho capazes de proteger os trabalhadores, além de melhorar o bem-estar dos profissionais e atender exigentes critérios de performance e certificações. Os tecidos de segurança de alta qualidade ficaram mais leves, confortáveis e menos agressivos em contato com a pele. Sem comprometer a eficiência em parâmetros importantes considerados nestes riscos térmicos, como, por exemplo, percentagem de queimadura corporal, resultado de Arc Thermal Protective Value (ATPV), e características físico-químicas, quando submetidos a ensaios.

 

Combinar performance, conforto e sustentabilidade

 

A valorização de processos de fabricação e produtos que impactam positivamente na vida das pessoas e na preservação do planeta.

Os assuntos que envolvem sustentabilidade e responsabilidade ambiental são um dos temas mais relevantes da atualidade para todos os segmentos produtivos.

A partir da necessidade de preservar os recursos naturais para as novas gerações e a implementação de legislações globais mais rigorosas neste aspecto, empresas e consumidores estão mais ambientalmente conscientes. Este cenário não é diferente para futuro dos tecidos de proteção e dos tecidos antichamas.

Práticas sustentáveis agregam valor aos produtos e ganham espaço e evidência entre os requisitos considerados pelos consumidores na definição de seus fornecedores.

O grande desafio para os fabricantes de tecidos Flame Resistant (FR) está em desenvolver e implementar tecnologias na fabricação de seus produtos que, além de melhorar os requisitos de desempenho, cumpram com a sua política de sustentabilidade, tendo sempre uma visão em relação aos impactos ambientais e o consumo dos recursos naturais em seus processos produtivos. Encontrando soluções ecologicamente adequadas e sustentáveis para toda a cadeia, desde a concepção e desenvolvimento das fibras até a finalização do tecido, bem como sendo inovadores e criativos para desenvolver alternativas na utilização de matérias primas renováveis e biodegradáveis que possam ser incorporadas na mescla dos tecidos antichamas.

As fibras de celulose, por exemplo, têm base orgânica e são produzidas a partir da madeira, que é uma matéria prima renovável. São utilizadas na mescla de tecidos tanto para situações de arco elétrico e fogo repentino, quanto para situações de respingo de metal líquido, além de outras aplicações como tecidos para as áreas de combate a incêndio e proteção militar.

A lã é uma das mais antigas alternativas de fibra sustentável com aplicabilidade no segmento de tecidos de proteção. É biodegradável, reciclável e tem alta durabilidade e apresenta um bom desempenho na mescla com outras fibras para proteção contra respingo de metal fundido, com a característica principal de repelência.

Apesar de não ser um conceito novo e a indústria têxtil de forma geral estar evoluindo muito na criação de tecidos orgânicos, biodegradáveis e recicláveis e na utilização sustentável de matérias primas, combinar estes critérios não é uma tarefa simples para o segmento de tecidos antichamas em função da complexidade produtiva destes produtos.

Fabricantes inovadores e conscientes investem fortemente em pesquisa e alta tecnologia para desenvolver tecidos com esta combinação de características e estão realizando significantes avanços neste campo, lançando produtos que comprovam que resistência, qualidade e sustentabilidade podem ser compatíveis.

 

Ciência e tecnologia para melhorar e proteger a vida das pessoas e reduzir os impactos ambientais negativos.

 

Resistência à chama

 

Um aspecto que requer atenção de consumidores e fabricantes é a utilização de produtos químicos responsáveis por promover característica antichamas aos tecidos.

Os tecidos FR são desenvolvidos a partir de fibras projetadas ou quimicamente tratadas para serem resistentes à chama. Neste processo, os químicos podem ser eficientemente adicionados tanto às fibras naturais quanto às sintéticas. Ou tornam-se antichama através da aplicação de produtos químicos em seu estágio final como tecido.

Atenção das empresas ao definir a vestimenta utilizada pelos seus trabalhadores, em avaliar as fibras na composição dos tecidos, os químicos envolvidos no processo e a metodologia aplicada para dar resistência antichamas. Ainda existem no mercado tecidos tratados com produtos químicos que contém substâncias tóxicas e liberam gases contaminados quando entra em ignição. São prejudiciais tanto para as pessoas quanto para o meio ambiente. Podem causar sérios problemas de saúde, como alergias de pele, problemas respiratórios, problemas hepáticos, entre outros.

Fabricantes de tecido de alto desempenho, por sua vez, concentram esforços em utilizar produtos químicos com baixo índice de toxicidade, encontrar alternativas para reduzir a utilização de químicos no processo e garantir que o descarte dos resíduos não agrida o meio ambiente.

 

Reciclagem

 

Desenvolvida há mais de 30 anos, uma das bem-sucedidas inovações tecnológicas sustentáveis do setor é a utilização de fios produzidos a partir de garrafas plásticas recicladas na composição de poliéster. Além de consumir garrafas PET que seriam descartadas no meio ambiente, a produção de poliéster reciclado reduz o gasto de energia em 70% se comparado com o consumo do processo de fabricação original, e elimina o uso do petróleo que é base para a fabricação de fibras virgens. Assim, evita-se o uso de matéria prima não renovável e que causa danos ao meio ambiente em seu processo de extração.

 

Economia Circular

 

Tão importante quanto utilizar matérias primas renováveis e recicláveis é implementar metodologias de fabricação sustentáveis e reduzir o desperdício.

Um exemplo é a aplicação do conceito e certificação Cradle to Cradle, ou berço ao berço, na indústria de tecidos e fibras de proteção FR.

Mundialmente reconhecido e utilizado predominantemente por empresas e organizações dos Estados Unidos, Europa e China, o modelo prevê a não geração de resíduos, a utilização de fontes de energia renováveis e a reutilização de matérias primas que voltam para o ciclo de fabricação de forma infinita, além da eliminação do desperdício e do acúmulo de lixo.

 

Trata diretamente os três desafios globais de sustentabilidade: alterações climáticas, escassez de recursos e toxicidade em materiais.

 

A certificação considera a aderência das empresas aos cinco critérios:

 

Ø Tratamento do material (todos os produtos químicos envolvidos no produto devem ser ótimos ou toleráveis);

Ø Reutilização de Materiais;

Ø Uso de Energia Renovável;

Ø Gerenciamento de Água;

Ø Responsabilidade Social;

 

Tecidos inteligentes e multifuncionais

 

Em suma, tecidos inteligentes são definidos como tecidos capazes de sentir e responder as mudanças do ambiente com o objetivo de proporcionar maior conforto e eficiência.

 

São classificados em três categorias de acordo com a funcionalidade:

 

Ø Tecidos Inteligentes Passivo: são a primeira geração de tecidos inteligentes, capazes de sentir as condições do ambiente, mas não de reagir a elas.

 

Ø Tecidos inteligentes Ativos: as segundas gerações de tecidos inteligentes combinam as duas funções: detectam sinais do ambiente através de sensores ou de uma unidade de controle. São tecidos com memória e termorreguladores, bem como são resistentes à água, mas permeiam vapor e umidade corporal.

 

Ø Tecidos Ultra Inteligentes: são a terceira geração de tecidos inteligentes e tem a capacidade de perceber, reagir e se auto adaptar às reações do ambiente.

 

Apesar de a indústria têxtil estar bastante avançada no desenvolvimento de tecnologias e aplicação do conceito de tecidos inteligentes, estes ainda não são utilizados na fabricação de tecidos antichamas. Mais uma vez, em função da complexidade envolvida no processo e na combinação de características necessárias para construir um produto resistente à chama.

No entanto, considerando a evolução dos tecidos de proteção e os esforços em inovações tecnológicas no segmento de tecidos FR, não devemos estar tão distantes do momento em que tecidos antichamas também serão inteligentes e multifuncionais.

No futuro, quando estas tecnologias forem aplicadas, os tecidos antichamas irão não apenas proteger as pessoas contra os riscos de exposição ao calor e à chama, mas também melhorarão a performance no ambiente de trabalho, incorporando funcionalidades como regulagem de temperatura corporal, melhora da irrespirabilidade, flexibilidade e controle de umidade.

Estamos vivenciando uma nova era de inovações tecnológicas na indústria têxtil, com o lançamento de fibras modernas, ecológicas, com bases orgânicas e sintéticos de alto desempenho. Os tecidos antichamas caminham na mesma direção através de inesgotáveis estudos para o desenvolvimento de fibras e tecnologias que podem reinventar este mercado.

 

 

*Gabriela Azi – Especialista em tecidos e vestimentas de segurança. Graduada em Administração de Empresas pela Ulbra e MBA em Gestão de Vendas pela FGV

 

 

 




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