terça-feira, 25 de outubro de 2022

 




TRABALHOS EM ALTURA NO MUNDO E SUAS NORMATIVAS

 



Qual importância das normativas para trabalhos em altura?

 

As normas são leis utilizadas para padronizar, e indicam um padrão de qualidade. Seguir as normas de publicação da ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas é importante para não existirem conflitos e a padronização ajuda ainda na comparação de pesquisas relacionadas a um mesmo assunto. As normas são um meio seguro de garantir a vida dos trabalhadores e a responsabilidade dos empregadores. Infelizmente no ramo de trabalho em altura (linhas de vida) mesmo com as normativas, mais de 60% das empresas brasileiras não seguem padrões de qualidade e normativos para atender seus clientes com proficiência e segurança.

 

Abaixo apresentamos as principais Normativas do Mundo e do Brasil.

 


NORMAS EUROPEIAS de LINHAS DE VIDA e PONTOS DE ANCORAGEM

 



EN795 – Protection against falls from a height – Anchors devices – Requirements and testing.

Define os requisitos técnicos colocados em dispositivos de ancoragem. Este padrão indica quais cargas as soluções de prevenção de quedas horizontais devem suportar e como elas devem ser testadas e certificadas. A EN 795 distingue cinco tipos de dispositivos de ancoragem, de A a E. Esta Norma não considera aplicações multiusuário. A proteção contra quedas possui uma ampla gama de sistemas de prevenção de quedas certificados pela EN795:

 

2012. EN795:2012

Tipo A: O tipo A referisse a ancoragens únicas. Pontos de ancoragem tipo olhais ou dispositivos de ancoragem no geral. 

 

EN795:2012

Tipo B: O tipo B refere-se a pontos de ancoragem temporários. Podendo ser tripés, anéis de fita, sistemas de ancoragens móveis, etc. 

 

EN795:2012

Tipo C: O tipo C refere-se a sistemas flexíveis horizontais, como linhas de vida de cabo de aço, em que a inclinação não ultrapassa 15°. As linhas de vida verticais são regidas pela Norma Europeia EN 353. 

 

EN795:2012

Tipo D: O tipo D refere-se a sistemas rígidos, geralmente sistemas em pórticos ou trilhos. 

 

EN795:2012

Tipo E: O tipo E refere-se a sistemas temporários que são estabilizados usando contrapesos. Esses não são contemplados na norma brasileira e nem muito comum de encontrar. 

 

EN/TS16415:2013 – Personal fall protection equipment. Anchor devices. Recommendations for anchor devices for use by more than one person simultaneously

Esta especificação técnica certifica dispositivos multi-utilizadores, ou seja, dispositivos de ancoragem que permitem que mais de um utilizador esteja conectado ao mesmo tempo. Como é sugestivo os trabalhos em altura serem feitos com duas ou mais pessoas simultaneamente, esta norma é específica para isso. É importante o trabalho em conjunto devido a possibilidade de alguém passar mal ou até quem sabe cair. O ideal é ter alguém fazendo o acompanhamento de baixo, e se possível em contato com rádio comunicador com os trabalhadores que estão em risco de altura. 

 

EN355:2002 – Personal protective equipment against falls from a height. Energy absorbers:

Especifica os requisitos técnicos para os absorvedores de energia. Absorvedores de energia em conformidade com esta norma Europeia podem ser integrados p.e. com uma corda de conexão (EN354), um cinto completo ou usado em combinação com um deles. 

 

EN358:2003 – Personal protective equipment for work positioning and prevention of falls from a height. Belts and lanyards for work positioning or restraint:

Aplica-se a cordas destinadas a fins de posicionamento ou imobilização no trabalho em altura. Cordas de posicionamento são também comumente aplicadas quando o utilizador trabalha com método por restrição. 

 

EN361:2003 – Personal protective equipment against falls from a height – Full body harnesses:

Descreve os requisitos técnicos para os cintos tipo paraquedista de corpo inteiro. 

 

EN362:2005 – Personal protective equipment against falls from a height. Connectors:

Especifica requisitos para mosquetões usados em proteção individual contra quedas em altura. Todos os mosquetões de alumínio e aço para trabalho em altura devem ser certificados pela EN 362. Diferentes mecanismos de bloqueio e tamanhos estão disponíveis. 

 

EN363:2008 – Personal fall protection equipment. Personal fall protection systems:

Esta norma descreve configurações típicas de trabalhos em altura com restrição, com sistemas antiqueda, e de posicionamento em trabalho em altura. 

 

EN517:2006 – A EN 517 define o requisito técnico para ancoragens de segurança em coberturas.

Esta norma indica quais as cargas que as ancoragens de segurança devem suportar e como devem ser testadas e certificadas. Só se aplica a ancoragens que também sirvam para fixar passadiços ou escadas temporárias. Se o ponto de ancoragem for exclusivo para retenção de queda, consulte a EN 795.

 

Normas americanas de LINHAS DE VIDA e PONTOS DE ANCORAGEM

 

OSHA 1926.750 

– Scope, Application and Definitions Montagem de Aço

– Regulamentações de segurança e saúde para construção.

Esta norma é semelhante à nossa NR18 do Brasil. 

 

OSHA 1926.502

– Fall protection systems criteria and practices. Critérios e práticas dos sistemas de proteção contra quedas. 

 

OSHA 1926.750 – Duty to Have Fall Protection 4

Esta seção estabelece os requisitos para os empregadores fornecerem sistemas de proteção contra quedas. Toda a proteção contra quedas exigida por esta seção deve estar em conformidade com os critérios estabelecidos em 1926.502 desta subparte. 

 

OSHA 1910.140 – Personal fall protection systems.

Sistemas de proteção individual contra quedas Escopo e aplicação. Esta seção estabelece critérios de desempenho, cuidado e uso para todos os sistemas de proteção individual contra quedas. O empregador deve garantir que cada sistema de proteção individual contra quedas usado para cumprir esta parte deve atender aos requisitos desta seção. 

 

ISO 10333: 2002 Personal fall-arrest systems

A 10333 especifica requisitos, métodos de teste, instruções para uso e manutenção, marcação, rotulagem e embalagem, conforme apropriado, para linhas de vida autorretráteis, incluindo linhas de vida autorretráteis que têm uma instalação de resgate integral.


·       Part 1: Full-body harnesses

·       Part 2: Lanyards and energy absorbers

·       Part 3: Self-retracting lifelines

·       Part 4: Vertical rails and vertical lifelines

·       Part 5: Connectors which incorporate a sliding-type fall arreste 

 

Normas Internacionais em Geral de Linhas de Vida e Pontos de Ancoragem CANADÁ CSA Z259.13-04 Flexible Horizontal Lifeline Systems SINGAPURA SS 528 


·       Part 1: 2006 Personal fall-arrest systems – Full body harness SS 528 

·       Part 2: 2006 Personal fall-arrest systems – Lanyards and energy absorbers SS 528 Part

·       Part 3: 2006 Personal fall-arrest systems – Self-retracting lifelines SS 528 

·       Part 4: 2006 Personal fall-arrest systems

 

Vertical rails and vertical lifelines incorporating a sliding-type fall arrester AUSTRÁLIA / NOVA ZELÂNDIA National Standard for Construction Work [NOHSC:1016(2005)] AS1657:2018 Fixed Platforms, Walkways, Stairways and Ladders AS/NZS 1891.1 


·       Part 1: Safety Belts and Harnesses AS/NZS 1891.2 

·       Part 2: Horizontal Lifeline and Rail Systems AS/NZS 1891:3 

·       Part 3: Fall Arrest DevicesAS/NZS 1981.4

·       Part 4: Selection, Use and Maintenance of Industrial Fall Arrest Systems and Devices AS2625 Safe Working in a Confined Space AS/NZS 4488 Industrial Rope Access SystemsAS/NZS 5532 Manufacturers requirements for single point anchors 

 

Normas Brasileira de Linhas de Vida e Pontos de Ancoragem

 


 

NR35 – Trabalhos em Altura “35.1.2 Considera-se trabalhos em altura toda atividade executada acima de 2,00 m (dois metros) do nível inferior, onde haja risco de queda…” 

NR35 – Trabalho em AlturaAnexo I – Acesso por Cordas; 

NR35 – Trabalho em AlturaAnexo II – Sistemas de Ancoragens; 

NR18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Construção Civil 

NR06 – Equipamentos de Proteção Individual; 

NBR16325 - Parte 1: Dispositivos de ancoragem tipo A, B e D; 

NBR16325 - Parte 2: Dispositivos de ancoragem tipo C; 

NBR15836:2011 – Equipamento de proteção individual contra queda de altura – cinturão de segurança tipo paraquedista; 

NBR14626 - Equipamento de proteção individual contra queda de altura – Travaqueda deslizante guiado em linha flexível; 

NBR14627 - Equipamento de proteção individual contra queda de altura – Travaqueda guiado em linha rígida; 

NBR 14628 - Equipamento de proteção individual contra queda de altura – Travaqueda retrátil; 

NBR14629 - Equipamento de proteção individual contra queda de altura – Absorvedor de energia; 

NBR15837 - Equipamento de proteção individual contra queda de altura – Conectores; 

NBR 15986 - Cordas de alma e capa de baixo coeficiente de alongamento para acesso por corda – Requisitos e métodos de ensaio; 

NBR15835 - Equipamento de proteção individual contra queda de altura – Cinturão de segurança tipo abdominal e talabarte de segurança para posicionamento e restrição; 

NBR15834 - Equipamento de proteção individual contra queda de altura – Talabarte de segurança; 

NBR15475 - Acesso por cordas – Qualificação e certificação de pessoas; 

NBR15595 - Acesso por cordas – Procedimento para aplicação do método; Conte com a ATLAS SAFE.

 

 

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INSPEÇÕES DE LINHAS DE VIDA

 



Todos os anos é obrigatório a inspeção anual das linhas de vida, e as empresas acabam não realizando devido aos custos excessivos não programados e perdem a garantia do sistema. Além disso existem manutenções necessárias anualmente nessas linhas de vida. Pequenos reparos para garantir a integridade física do sistema e garantir a funcionalidade que é SALVAR VIDAS! Aqui lhe trazemos algumas dicas do que inspecionar em sua linha de vida, mas vale lembrar que é necessário a contratação de empresa especializada/profissional capacitado para melhor inspeção do sistema e emissão do Memorial Descritivo de Inspeção. 

 

ESQUEMA DE INSPEÇÃO ANUAL OBRIGATÓRIA DE ACORDO COM NBR16325 

 



As inspeções devem feitas através de check-list referente a integridade física do sistema e check-list referente ao documental, analisando o atendimento mínimo as normas vigentes aplicáveis (NR35 / NR18 / EN795 / NBR16325).

 

Diante das inspeções, cada sistema será categorizado em três possibilidades: 

 

APROVADO – Linha de Vida apta a ser utilizada – sem nenhuma patologia em sua integridade física e em conformidade documental com os requisitos mínimos solicitados na NBR16325; 

 

QUARENTENA – Linha de Vida necessitando de pequenos reparos (quando identificado a quarentena, forneceremos o diagnóstico de adequação) – com pequenas patologias que não interferem na sua resistência ou que precisam de atualizações documentais; 

 

REPROVADO – Linha de Vida declinada, deverá ser substituída por uma nova instalação – com patologias que colocam em riscos os fatores de segurança, podendo acontecer o rompimento do sistema, a quebra dos materiais ou estrutura, ou que não obtenha nenhuma documentação comprovando sua funcionalidade.

 

O que deve ser inspecionado na integridade física do sistema?

 

– Olhais de Ancoragem; 

– Grampos; – Cabos de aço; – Fixações; 

– Postes/Suportes; 

– Absorvedores de energia; 

– Etc (esticadores, indicadores de tensão); 

 

Esses são os principais componentes encontrados nas linhas de vida tipo C, excluso a sapatilha que não tem interferência na capacidade de carga/ruptura do sistema. Não incluso também os componentes auxiliares: Troles de movimentação, polias, trava quedas retrátil, trava quedas cabo de aço ou varas de manobra. Inspeção visual dos materiais a serem inspecionados: Olhal / Ponto de Ancoragem: 

 

Em linhas de vida podemos presenciar com uso de pontos de ancoragem, quando instalada com pontos os mesmos devem seguir os requisitos da NR18 com as gravações: CNPJ, Capacidade de Carga, Fabricante, Tipo de Material, Rastreabilidade, Normas Aplicáveis, Pictograma informações fornecidas.

 

As linhas de vida também podem ser instaladas com Dispositivos de Ancoragem, cujo devem conter as mesmas informações do ponto de ancoragem, sendo em sua estrutura ou placa de sinalização ao lado do dispositivo. Porém devem alguns itens extras como número da NBR16325, número máximo de pessoas conectadas, modelo ou código do produto.

 

Fique atento para pontos de ancoragem que não são compatíveis com linhas de vida:

 

- pinos esportivos, chapeletas tipo argola, porca olhal

- içamento de máquinas, chapeletas esportivas.

 

Analise da Integridade física:

 

·       Fissuras;

·       Oxidações;

·       Torções;

·       Soldas;

·       Tipo de Material;

·       Gravações;

·       Compatibilidade da Ancoragem x Fixação x Estrutura;

 

Grampos: Analise da Integridade física:

 

·       Fissuras;

·       Oxidações;

·       Trincas

·       Verificar se são grampos pesados conforme indica na NBR16325, seguir os parâmetros da NBR11099 e NBR11098;

·       Posicionamento correto dos grampos;

·       Espaçamento correto dos grampos;

 

Cabos de aço: Analise da Integridade física:

 

·       Fissuras;

·       Oxidações;

·       Torções;

·       Cortes;

·       Trincas;

·       O ideal é ser cabo de aço de 6×19 AA;

·       Verificar compatibilidade do Vão x Altura do local – devido catenárias;

·       Os cabos de aço deverão ser sempre de diâmetro maior ou igual a 8 mm;

·       Patologias do cabo de aço: alma saltada, gaiola de passarinho, perna de cachorro, ruptura das pernas, esmagamento, rompimento, rabo de porco;

 

Fixações: Analise Integridade Física:

 

·       Oxidações – Barra Roscada, Porcas e Arruelas;

·       Torções;

·       Cortes;

·       Trincas;

·       Verificar em projeto/memorial o tipo de chumbador químico utilizado;

·       Verificar profundidade do furo – ideal de 12 cm á 14 cm;

·       Quando instalado sistema sanduichado – verificar torções na barra roscada;

·       Verificar trincas em volta da fixação;

·       Verificar fatores de distanciamento de bordas e cisalhamento;

·       A barra roscada mínima é de M12;

 

Sugestão: Não é viável instalações com uso de parabolts para área industrial devido a vibrações no local e baixa vida útil de fixação. 

 

Postes/Suportes: Analise Integridade Física:

 

·       Fissuras;

·       Oxidações;

·       Torções;

·       Cortes;

·       Trincas;

·       Verificar altura do poste em relação aos requisitos de FATORES DE QUEDA;

·       Verificar tipo de material do poste, o mesmo deve ser galvanizado a fogo ou INOX para garantir que não haja oxidações;

·       Verificar distanciamento das fixações em relação a estrutura;

·       Verificar se existe teste de laboratório ou teste mecânico das peças;

·       Verificar se existe projeto de fabricação;

·       Verificar no Memorial se a capacidade de carga é eficiente as cargas exercidas na linha dimensionada;

 

Absorvedores de Energia: Analise Integridade Física:

 

·       Fissuras;

·       Oxidações;

·       Torções;

·       Cortes;

·       Trincas;

·       Verificar qual o fator de absorção do sistema;

·       Verificar se existe teste de laboratório ou teste mecânico das peças;

·       Verificar se existe projeto de fabricação;

·       Verificar movimentação das molas ou sistemas de absorção;

·       Verificar se existem gravações com a capacidade de absorção do sistema;

 

Não confie em absorvedores de energia com gravação de 1.500 kgf. Empresas que estão no mercado colocam essa gravação devido ao que diz a norma em referência a ancoragens, porém as cargas no momento de queda podem chegar até 3.000 kgf. Ou seja, absorvedores sem testes e que não atendem realmente para o que foi fabricado. 

 

SOLICITE OS TESTES DE LABORATÓRIO AO FABRICANTE 

 

Além de todos os itens físicos que devem ser inspecionados, deve se inspecionar o documental das linhas de vida verificando se contêm em seu Memorial Descritivo de Instalação os seguintes fornecimentos:

 

– ART (Atestado de Responsabilidade Técnica);

– Método de Utilização do Sistema;

– Memorial de Cálculo das Linhas de Vida;

– Cálculo da ZLQ (Zona Livre de Quedas);

– Resistencia Mecânica dos materiais instalados; – Projeto executivo “as build”;

– Relatório fotográfico de instalação;

– Restrições de trabalho;

– Laudos mecânicos, fichas técnicas e certificações dos materiais;

– Rastreabilidade das linhas de vida e ancoragens;

– Treinamento de utilização do Sistema;

 





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