quinta-feira, 7 de setembro de 2023





 

SEGURANÇA DO TRABALHO – POR ONDE COMEÇAR?

 

Tenho recebido muitos e-mails e contatos através do blog, de colegas recém-formados e que estão no primeiro emprego. Assim como em qualquer outra profissão, bate aquele frio na barriga e as perguntas vêm.




Já faz algum tempo que escrevi uma série de textos sobre esse assunto e sugiro a leitura:

 

Meu primeiro dia como Técnico de Segurança do Trabalho

No entanto, neste texto abordarei de forma mais direta o que chamo de roteiro da segurança para começar do zero. Vejam bem, tudo que vou tratar aqui, será partindo do princípio de que a empresa não tem nada. Vamos ao roteiro:

 

Avaliação de risco

Esse é o primeiro item a ser trabalhado em qualquer empresa que não tem nada ou que nunca teve uma avaliação de risco. Use o modelo sugerido nesta postagem Levantamento de Perigos e Riscos – Como fazer e modelo de planilha.

Se a avaliação for bem-feita, ao final você terá uma série de medidas de controle obrigatório em função dos riscos levantados.

 

Procedimentos

Escrever procedimentos não é algo que deve ser feito pelo Técnico de Segurança, mas pode ter certeza de uma coisa – se não tem nenhum, você será o cara que vai puxar isso. Crie um modelo para a empresa e adote um nome, tais como: IS – Instrução de Segurança, IOT – Instrução Operacional de Trabalho; PO – Procedimento Operacional, enfim, aquele que você achar melhor. O mais importante é o conteúdo.

Esses procedimentos devem conter o passo a passo da atividade, quais são os perigos, riscos, agentes, consequência e medidas de controle.

 

IMPORTANTE: Todos os empregados envolvidos na atividade devem ser treinados nesse procedimento.

Nesta fase, também deve ser definido o Plano de EPI’s para cada atividade.

 

Documentação legal

Se a empresa não tem nada, então você terá muito trabalho pela frente!

Enquanto trabalha nos itens anteriores, inicie o atendimento ao básico da legislação, tais como: CIPA, PPRA, PCMSO, PPR, PCA, PPRPS, AVCB, etc.

Em um segundo momento, vem os Laudos de Insalubridade, Periculosidade, Ergonômico, Elétrico.

 

Autorização Para Trabalho

Você deve definir, também, uma sistemática de autorização para trabalhos envolvendo riscos críticos, tais como: operação de veículos e equipamentos móveis, bloqueio de energias, substâncias perigosas, içamento de carga, trabalho a quente, sistemas pressurizados, escavação, trabalho em altura, espaço confinado, riscos elétricos. O sistema deve prever para tais cargos, quais exames e treinamentos serão necessários e suas respectivas validades. 

 

Por exemplo: O funcionário só poderá fazer trabalhos em altura se estiver com um crachá de autorização, onde conste a data de validade do exame médico e do treinamento da NR35.

 

Conclusão

Seguindo os passos acima, você estará praticamente montando um Sistema de Gestão de Segurança na empresa. É um trabalho que demanda tempo e exige bastante do profissional, pois não podemos esquecer que ainda existem as atividades de rotina: inspeções, atendimento de emergências, reuniões, etc. Eu diria que que é um trabalho para no mínimo dois anos. Isso, levando em consideração uma empresa de pequeno porte com no máximo 100 funcionários.

Lembrando que para cada item principal que citei, temos muitos subitens que tomarão muito tempo. Aliás, dentro de cada grupo desse, há itens que nunca terminará.

Eu sugiro que seja criado um cronograma de atendimento e apresentado a gerência, pois alguns itens exigirão investimentos que devem ser orçados.

A grande verdade é que não existe um modelo único de gestão (eu comecei a preparar um, mas ainda não terminei), cada empresa tem suas particularidades. No geral eu penso que os itens acima atendem bem qualquer empresa, mas é possível adaptar, pois também são apenas sugestões. Cada um deve trabalhar conforme as condições lhe sejam favoráveis!

 

 

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PROCEDIMENTO DE TRABALHO PARA MOVIMENTAÇÃO DE CARGAS

 

 Já tenho alguns posts publicados com esse tema (veja abaixo), mas hoje trago um procedimento completo que adaptei de um DDS.

 

·       Segurança na movimentação de cargas suspensas

·       Uso correto de lingas e correntes

·       Segurança na operação de ponte rolante

 

1 OBJETIVO: Instruir os empregados quanto ao procedimento de trabalho para movimentação de cargas.

2 APLICAÇÃO: Todos os departamentos que efetuam movimentação de cargas.

3 DEFINIÇÃO: Movimentação de cargas é todo e qualquer movimentação mediante o emprego de dispositivos, acessórios e equipamentos industriais tais como pontes rolantes, talhas, empilhadeiras, guinchos, etc

 


4 ATIVIDADE:

4.1 Preparação da carga, engatamentos e manuseio:

·       Conhecer o peso da carga a ser transportada e o centro de gravidade (caso não saiba, é preciso elaborar um Plano de Rigging);

·       Determinar os dispositivos e acessórios a serem utilizados, selecioná-los e preencher o check-list, verificando-se as capacidades de carga conforme tabelas do fabricante;

·       Utilizar proteções para preservação dos dispositivos;

·       Preparar o local de destino utilizando-se de calços e outros dispositivos, caso necessários;

·       Posicionar o gancho de elevação (moitão) perpendicular e sobre o centro de gravidade da carga a ser movimentada;

·       Acoplar o dispositivo de manuseio à carga, evitando-se que partes de componentes fiquem soltos;

·       Utilizar sinal sonoro para avisar os empregados;

·       Nenhuma carga deve ser transportada sobre pessoas, máquinas e equipamentos;

·       O transporte deve ser realizado com a carga o mais baixo possível;

 

 4.2 Recomendações de segurança:

·       Afastar-se da área de risco, utilizando cabo de condução e/ou cajados;

·       Precaver todos os funcionários envolvidos no processo de movimentação, assim como as pessoas que trabalham nas imediações;

·       Sinalizar ao operador. Esta operação deve ser efetuada por uma única pessoa;

·       Verificar se a carga não ficou presa e se está nivelada;

·       Certificar-se de que a carga não possa se espalhar ou tombar;

 

 4.3 Equipamentos e Dispositivos para a movimentação da carga

·       Cunhas: São elementos utilizados para evitar que a carga não se espalhe.

·       Calços: Têm a finalidade de manter um vão livre entre a carga e o solo para que o dispositivo de içamento possa ser retirado.

·       Cajado ou Cabo de condução: Dispositivos utilizados para manobrar a carga para fora da área de risco.


5 Equipamentos de Proteção Individual:

·       Óculos de segurança

·       Protetor auricular

·       Calçado de segurança

·       Luvas de raspa

·       Outros que se fizerem necessários, conforme análise de risco.

·       Outros Documentos


Tabela de Dispositivos e Acessórios utilizados nas movimentações de cargas:



RECOMENDAÇÕES TÉCNICAS

No uso de outros dispositivos especiais e nos manuseios de cargas críticas, o responsável deve elaborar uma PPT – Permissão Para Trabalho.

As correntes, as manilhas, a pega chapas, os balancins e as patolas devem ser inspecionados diariamente com anotação em check-list específico e semestralmente, com auxílio de ensaios não destrutivos.

Na aquisição de dispositivos e acessórios, deve ser exigido do fornecedor Certificado de Testes ou Qualidade

 

Dispositivos e Acessórios:

Equipamentos utilizados nas movimentações de cargas como: correntes, cabos de aço, cintas sintéticas, cordas, manilhas, pega-chapas e patolas

 

Dispositivos e Acessórios

Desgastes permitidos

Providências

Observações

 

Correntes (lingas)

10 % no diâmetro original dos elos, pêra e ganchos, bem como elos

alongados/deformados

Segregar o equipamento, sinalizá-lo para descarte.

Descartar e solicitar a reposição

Cabos de aço

Deformações como cantos-vivos, toro rompido e aparecimento da alma, o cabo deve ser reprovado

Segregar o equipamento, sinalizá-lo para descarte.

Descartar e solicitar a reposição

Cintas sintéticas

Cortes até 10 % da largura da cinta

Segregar o equipamento, sinalizá-lo para descarte.

Descartar e solicitar a reposição

Cordas de sisal

Nenhum desfiamento; nenhum contato com cavacos e produtos químicos corrosivos

Descartar no lixo comum

 

Manilhas

10 % no diâmetro original das paredes

Segregar o equipamento, sinalizá-lo para descarte.

Descartar e solicitar a reposição

Pega chapas

Não pode haver desgastes, principalmente nas superfícies de agarre e prensamento

Qualquer desgaste deve ser comunicado ao responsável

O responsável providenciará a manutenção, se for possível

Patolas

Não pode haver desgastes, principalmente nas superfícies de agarre. Especial atenção deve ser dada aos pinos e elos de junção das partes, os quais não podem desgastar mais que 10 % de seu diâmetro

Qualquer desgaste deve ser levado ao conhecimento do responsável

O responsável providenciará a manutenção, se for possível




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