ALERTA:
95% DAS EMPRESAS BRASILEIRAS PODEM PERDER CERTIFICAÇÕES ISO 9001 E 14001
No mês de setembro, a versão 2008 da norma ISO 9001
(qualidade) e a versão 2004 da norma ISO 14001 (ambiental) simplesmente
perderão a validade. Segundo dados da organização ISO, responsável pela
acreditação das normas, cerca de 95% das empresas brasileiras certificadas –
mais de 20 mil – ainda não efetuaram a migração para a nova versão da norma,
que está em vigor desde 2015. As empresas que não fizerem a atualização,
perderão a certificação por completo. Entre os motivos para o atraso, estão os
cortes advindos da crise, a falta de conhecimento dos empresários quanto à
necessidade de atualização e o velho hábito do brasileiro de deixar tudo para a
última hora.
De tempos em tempos as normas são revistas, a fim de garantir
que os requisitos avaliados estejam em conformidade com as transformações pelas
quais o mercado atravessa. O objetivo é mantê-las atualizadas, garantindo
sempre as melhores práticas. A grande novidade da versão 2015 é a inclusão de
metodologias para a gestão de riscos, garantindo mais qualidade aos produtos,
redução dos impactos ambientais e dos problemas financeiros. As normas dão
garantias ao mercado de que suas organizações possuem altos padrões de
qualidade dos produtos e/ou serviços prestados (ISO 9001), além que cumprem
rigorosamente as legislações ambientais do país (ISO 14001).
O Brasil já foi o 10° país do mundo em número de
certificações, sendo o maior da América Latina. No total, 20.232 empresas
brasileiras conquistaram a ISO 9001 na versão 2018. No entanto, apenas 676
possuem a 2015. No caso da ISO 14001, 2.978 possuem a versão 2018. Na 2015,
apenas 98. Caso as empresas realmente deixem de fazer a migração, passaremos
então ao menor número de empresas certificadas no continente latino-americano.
Dessa forma, o Brasil irá perder competitividade com empresas estrangeiras e
uma parcela significativa da sua participação no mercado exterior.
Além de melhoria nos processos, empresas certificadas
conquistam muitos outros benefícios. Há significativa redução nos desperdícios,
os chamados savings, e ainda uma grande melhoria na imagem perante o perante a
sociedade, visto que várias ações de marketing valorizam esse tipo de
reconhecimento. Cabe destacar ainda que boa parte das empresas de grande porte
e multinacionais só costumam aceitar fornecedores certificados, reduzindo
drasticamente a participação de mercado das não certificadas. Isso reduz o
market share e, consequentemente, as possibilidades de receita das empresas.
O custo de ficar de fora das oportunidades certamente
é muito mais alto do que os investimentos envolvidos para a conquista das
certificações. As empresas de pequeno e médio porte, cujo faturamento não
justifica a manutenção de um departamento interno de qualidade, devem recorrer
às consultorias. Além de contar com auditores especializados, que conhecem cada
detalhe dos requisitos, essas empresas cuidam de todo o processo, desde a
análise da organização, passando pela apresentação da solução até o
acompanhamento junto às certificadoras, que farão apenas a avaliação dos itens
da norma. Normalmente, essas consultorias atrelam parte de sua remuneração ao
sucesso da certificação. Sendo assim, a empresa tem garantia na qualidade do
serviço prestado.
A grande questão é que, apesar de simples, o processo
é um pouco demorado. Em média, leva-se em torno de 6 a 8 meses para concluir
todas as etapas da certificação ou da Recertificação. Sendo assim, a urgência
das empresas que ainda não iniciaram a migração é muito grande. Caso as
atualizações efetivamente não sejam feitas, o Brasil certamente perderá muito
em competitividade. Num mundo cada vez mais globalizado, a contratação de
fornecedores nos países vizinhos da América Latina – ou mesmo de outros mais
distantes – não é tão complicada. O fato pode agravar ainda mais a crise que
assola o Brasil, inclusive influenciando negativamente o PIB.
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