VOCÊ
JÁ LEU O PLANO DE ATENDIMENTO A EMERGÊNCIA (PAE)? É BOM VOCÊ LER!
Não sei se é por causa de ter começado minha carreira
profissional em área de alto risco (plataformas de perfuração no mar do Norte),
por ter tido uma formação militar ou por ser filho de submarinista e neto de
aviador naval, mas Plano de Emergência, checklists, plano B e outros termos
sempre tiveram presentes no meu dia a dia e peguei um apreço pela matéria.
E claro: gestão. Muita gestão de risco!
Passei a estudar com muito gosto e sempre
procurando aprender, tomando como lições aprendidas no decorrer de minha
carreira, participando de simulados para verificação da praticidade ou não de
um bom plano de emergência.
Hoje, como consultor reviso muitos PAE's, PEI's etc.,
mas o PGR, o Plano de Gestão de Risco, é fundamental para a elaboração destes
planos, mas como eu vejo um certo descaso dos colegas e seus operadores, neste
manual/procedimento que pode salvar vidas.
Continuando…
Tinha acabado de assumir uma posição de gestão de
QSMS-RS e Sustentabilidade na Ásia em uma base de apoio offshore e, ao mesmo
tempo, uma construção de um terminal petroquímico, cerca de 4 mil colaboradores
de diferentes nacionalidades e culturas bem distintas.
O
lugar não era diferente de outras áreas remotas onde já tivesse trabalhado.
Nos meus primeiros dias como sempre faço, fã de planos
de emergência, pedi para verificar o Plano de Emergência a Acidentes, de
evacuação médica e segurança patrimonial do local, pois era uma área conhecida
pela guerrilha também.
A resposta foi evasiva, não encontraram os planos e
depois de alguns dias pediram ao corporativo e chegou um plano bem bonitinho
para a certificadora ver.
Quando disse que pretendia revisar os planos e
elaborar outros, adaptando ao local para, em seguida, começar a realização de
simulados sem aviso prévio, fui informado que a direção não achava necessária,
pois nunca tinham passado por nada e precisavam de uma autorização do
corporativo…
E que eu estava sendo dramático!
Uma semana após a reunião com a direção, um dos
colaboradores foi mordido por uma serpente venenosa, na mesma noite em uma
troca de tiros com a guerrilha, um dos tanques de combustível explodiu.
No corre, corre, dois carros se chocaram com acidentes
graves, tivemos três atropelamentos sérios quanto ao manuseio do caminhão de
incêndio e este também, por sinal, estava sem água.
A direção na hora, como sempre, procura o gestor de
QSMS-RS e Sustentabilidade do local e pergunta:
“E
agora, o que diz o Plano de Emergência? ”
Como? O que diz o Plano de Emergência ou o de
evacuação médica? Se este aqui que temos não diz nada, pois foi feito para outro
tipo de situação e local!
E tivemos uns dias de terror…
É preciso deixar bem claro que é responsabilidade de
todos da organização saber da existência de um Plano de Emergência, contribuir
na elaboração, discutir e participar dos simulados.
Comecem a perguntar a sua volta se os colaboradores
conhecem o Plano de Emergência da empresa para acidentes do trabalho, acidentes
ambientais, incêndio e outros casos.
Se eles sabem onde buscar quando algo acontecer e em
quantos simulados já participaram, nem que seja simulado de incêndio.
Talvez, não seja boa a constatação.
Mas o que é? Por que devo ter e qual o objetivo do PAE
(Plano de Atendimento Emergencial)?
A melhor definição, talvez, seria a de um documento no
qual o objetivo é fornecer um conjunto de diretrizes e informações para a
adoção de procedimentos estruturados, de modo a proporcionar uma resposta
rápida e eficiente em situações de emergência.
A importância do PAE está no fato de que o andamento
das ações é proporcional à planificação, ou seja, o mesmo pode evitar que um
acidente pequeno se transforme em um evento trágico.
O mais crítico e importante para a elaboração de um
PAE é necessário conhecimento dos problemas que poderão existir, através de uma
análise de risco, bem detalhada.
O risco não pode ser eliminado (risco zero não
existe). O risco pode ser identificado, analisado e controlado.
Nós
vivemos em mundo de risco.
A análise de risco bem elaborada é o ponto de partida.
Especificamente, no caso dos envolvidos com produtos
perigosos, por exemplo, a análise de risco deve identificar e avaliar
parâmetros de segurança e possíveis danos ao meio ambiente e a terceiros.
Os estudos de análise de riscos podem ser utilizados
como uma das possíveis ferramentas para avaliação de aspectos ambientais.
A elaboração de estudos de análise de riscos
possibilita a definição dos riscos potenciais decorrentes das atividades da
organização, que serão envolvidos pelo plano de atendimento emergencial.
O PAE não deve ser apenas um plano de emergência
burocrático e bem organizado de maneira escrita, mas também a conscientização
geral da empresa informando todos os seus riscos potenciais. Ele deve
restringir ao máximo os impactos em uma região, evitando que estes impactos
passem dos limites de segurança.
Situações externas ao evento que possam agravar o
acidente também devem estar previstas nas tomadas de decisões do plano.
O PAE deve ser um instrumento “prático”, no qual estão
descritas as atribuições e responsabilidades de cada um na hora de uma
fatalidade acontecer. Deve ser apresentado e organizado de modo a
facilitar consultas, pois a tomada de decisões na hora tem que ser rápida e bem
concisa.
É
um documento que deve ser tornado público na empresa e divulgado em todos os
níveis funcionais.
Sua função primordial é que contenha os procedimentos
para atender a acidentes e situações de emergências com acidentes dos
colaboradores, bem como em casos de acidentes ambientais, prevenir ou mitigar
os impactos socioambientais que possam vir a causar.
Um bom plano também deve conter as práticas adotadas
para análise e revisões dos procedimentos, durante situações de emergência ou
após uma ocorrência de acidente, cronogramas de treinamentos e simulados para
todos os envolvidos no momento emergencial.
Sem os simulados, treinamentos e conscientização geral
da empresa quanto ao PAE, a tendência, quando ocorrer o acidente, é de uma
situação de caos, fato muito normal.
Sempre bom lembrar e ter em mente: uma atitude
proveniente de uma tomada de decisão equivocada pode ser responsável por perdas
de vidas, encerrar as atividades de uma empresa por ações judiciais, tanto do
ministério do trabalho, como dos órgãos ambientais, e, ainda por cima, os
proprietários e gerentes responderem por ações civis e criminais.
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