terça-feira, 16 de julho de 2024

 




 

PLANO DE PROTEÇÃO RADIOLÓGICA

 

 


 

Nos ambientes hospitalares temos um risco bastante incomum nos demais ambientes de trabalho, e este risco é a radiação ionizante, um risco extremamente perigoso que exige inúmeros cuidados, incluindo um plano de proteção próprio denominado de Plano de Proteção Radiológica.

As radiações ionizantes, dependendo da intensidade e do tempo de exposição ao material, podem trazer benefícios ou riscos a saúde. Isto é, pode provocar efeitos agudos ou crônicos à saúde do trabalhador, por isso, o gerenciamento e o planejamento das atividades que serão desenvolvidas em ambientes de trabalho deve ser meticuloso.

No ambiente hospitalar é comum encontrar equipamentos e aplicar tratamentos que emitem a radiação ionizante e, consequentemente, trabalhadores recebem uma quantidade de radiação ou dose de radiação que precisa ser estimada, controlada e registrada de uma forma individual.

Sabendo da importância no manejo de agentes ionizantes e da implantação do Plano de Proteção Radiológica (PPR), preparamos este artigo falando sobre este importante tema que é integrante da Norma Regulamentadora – NR 32.

 

O que é a radiação ionizante?

A radiação ionizante é uma radiação com uma grande quantidade de energia, o suficiente para remover elétrons de átomos e assim alterando estruturas moleculares.

 

No ambiente hospitalar temos algumas fontes desse tipo de radiação, são elas:

·     Raio X: Radiação mais fraca é usada para o diagnóstico através da imagem;

·     Medicina nuclear: Usado também para diagnósticos como na cintilografia e também em medicamentos com o Iodo-131 que se acumula na tireoide para matar células cancerígenas;

·     Pesquisas científicas na área.

 

Apesar dos benefícios encontrados no uso da radiação para a medicina, se ela não for utilizada de forma segura, perigos são apresentados, como:

·      Danos ao DNA: A radiação pode alterar o relógio biológico das células, sendo capaz de influenciar no DNA, levando a mutações genéticas e ao desenvolvimento de câncer.

·      Síndrome da radiação aguda: Em casos de exposição descontrolada, a radiação pode causar esta síndrome, com sintomas como náuseas, vômitos, perda de cabelo, fraqueza, hemorragias, lesões na pele, podendo ser fatal. Um caso famoso em que houve este tipo de exposição, foi o caso com o césio-137 em Goiânia, em 1987, onde o contato com uma máquina de Raio X descartada incorretamente causou algumas mortes.

·      Problemas reprodutivos: A exposição à radiação pode afetar a fertilidade tanto em homens quanto em mulheres.

·      Efeitos a longo prazo: A exposição à radiação pode aumentar o risco de doenças como catarata, doenças cardíacas e derrames cerebrais, mesmo anos após a exposição. Além disso, também pode causar defeitos genéticos em gerações posteriores, com filhos de pessoas expostas podendo nascer com problemas físicos.

 

E é bastante comum questionar sobre como os trabalhadores do setor da saúde podem melhorar sua proteção, de forma a diminuir as doses individuais, o número de pessoas expostas e a probabilidade de exposições acidentais deste tipo de risco.

 

O que é o Plano de Proteção Radiológica?

O PPR é um documento obrigatório para qualquer instalação que utilize fontes radioativas. Ele lista todas as medidas de proteção necessárias para minimizar a exposição à radiação dos trabalhadores e do público.

 

Quais são os objetivos do Plano de Proteção Radiológica?

Os principais objetivos do PPR são:

Proteção dos trabalhadores: A superexposição à radiação pode levar a vários problemas de saúde, como câncer, doenças cardíacas e até morte. O PPR foi projetado para garantir que os níveis de radiação permaneçam dentro de limites seguros e para que eles estejam protegidos, por meio de EPI’s, EPC’s e capacitações. 

Proteção do meio ambiente e a população: O descarte inadequado de materiais ou equipamentos contendo radiação também pode poluir a terra, a água e o ar, causando danos ao meio ambiente e também a pessoas que podem ser expostas a esta radiação inadvertidamente, como o caso de Goiânia que citamos anteriormente. O PPR prevê medidas para prevenir esta contaminação indicando a maneira adequada de descarte e armazenamento.

Garantia na segurança das operações: O PPR implementa procedimentos seguros para o manuseio, armazenamento e transporte de fontes radioativas, minimizando o risco de acidentes. 

 

O que um PPR deve conter?

Um PPR completo deve conter as seguintes informações:

·      Descrição da instalação: Informações detalhadas sobre a instalação, como tipo de atividades, fontes radioativas utilizadas, layout das áreas de trabalho, etc. 

·      Plano de Proteção Radiológica: Descreve as medidas de proteção que serão tomadas, como monitoramento de radiação, controle de acesso a áreas restritas, uso de equipamentos de proteção individual (EPI), treinamento de funcionários, etc. 

·      Plano de emergência: Define os procedimentos a seguir em caso de incidente, como liberação radioativa ou incêndio. 

·      Responsabilidades: Especifica quem é responsável por cada tarefa relacionada à segurança radiológica.

 

Quem elabora o Plano de Proteção Radiológica?

O PPR deverá ser elaborado por profissionais qualificados em radioproteção, com experiência na área e conhecimento da legislação em vigor.

Pesquisas realizadas no Mestrado em Engenharia Biomédica da UFU utilizam a simulações para estimar a quantidade de radiação que os trabalhadores recebem e quais medidas para minimizar a exposição.

Simulação sobre a quantidade de radiação ionizante absorvida por paciente e dois profissionais durante um procedimento de Radiologia Intervencionista do Hospital de Clínicas de Uberlândia (HCU/UFU). Os cilindros em torno dos profissionais representam os aventais plumbíferos, os colares são os protetores de tireoide e eles usam óculos de vidro plumbífero também. Esses simuladores de pessoas foram feitos por outros pesquisadores a partir de imagens de tomografia e modelagem 3D com superfícies poligonais. As linhas vermelhas representam as trajetórias da radiação ionizante (raios X).

 

Como manter o PPR atualizado? 

Pesquisas indicam que usar corretamente os EPI e EPC, manter distância do paciente, ficar o mínimo de tempo possível dentro da sala e fazer rodízio entre os trabalhadores, são boas práticas que garantem que a radiação ajude o paciente e minimizam a exposição do trabalhador.

Como o PGR, o PPR é um documento que deve ser revisto e atualizado periodicamente sempre que haja alterações no funcionamento da instalação ou na legislação. Além disso, o empregador deve observar as disposições estabelecidas pelas normas específicas da Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA.

 

 


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OS RISCOS DA EXPOSIÇÃO À SÍLIC


 



A longa exposição a quantidades consideráveis de sílica pode causar uma irreversível doença denominada silicose, que atinge grande número de trabalhadores pelo mundo. Pensando nisto, trouxemos tudo sobre a exposição ocupacional à sílica, prevenção e malefícios.

 

O que é?

A sílica, também denominada ‘dióxido de silício’, é um óxido de metal do grupo 6 que se encontra na textura cristalina ou na forma de sílica amorfa (estrutura que não têm ordenação espacial à longa distância, como os sólidos regulares). A sílica cristalina é quimicamente considerada o segundo mineral mais comum na crosta terrestre, sendo um componente encontrado em areias, rochas e alguns minérios. É, também, uma das matérias-prima para fabricação de vidro e louças, sendo amplamente usada na indústria de base.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica a sílica como um material cancerígeno pertencente ao Grupo 1, ou seja, com alto teor cancerígeno para pessoas e animais. A poeira de sílica é encontrada quando ocorrem cortes, serragens, polimentos, o ato de moer, esmagamentos e todo ato de divisão de sílica cristalina (quartzo e cristobalita) como a areia, concreto, certos minérios e rochas, jateamento de areia e transferência ou manejo de certos materiais em forma de pó.

 

Silicose

A silicose é uma doença pulmonar crônica e incurável, causada pela inalação de poeira contendo partículas finas de sílica livre e cristalina. A evolução é progressiva e irreversível, podendo incapacitar a pessoa para o trabalho, aumentar as chances de o paciente desenvolver tuberculose ou, até mesmo, levar à morte.

A silicose é uma doença ocupacional, ou seja, ligada ao tipo de trabalho que a pessoa realiza, sendo considerada uma pneumoconiose. Estima-se que, no Brasil, mais de 6 milhões de trabalhadores estejam expostos à sílica, sendo 4 milhões na construção civil, 500 mil na mineração e no garimpo e mais de 2 milhões nas indústrias de transformação de minerais, metalurgia, química, de borracha, cerâmicas e de vidro.

 

Tipos de Silicose

Silicose crônica simples: é a forma mais comum de silicose, resultante da exposição a pequenas quantidades de sílica por mais de 20 anos. Os pulmões incham e a pessoa pode apresentar linfonodos no peito. O principal sintoma é a dificuldade em respirar.

Silicose acelerada: acontece quando a pessoa é exposta a quantidades maiores de sílica cristalina em um período mais curto, que pode ser de 5 a 15 anos. A diferença da forma crônica simples é que os sintomas surgem de maneira mais repentina.

Silicose aguda: ocorre quando a pessoa é exposta a grande quantidade de sílica cristalina em um curto espaço de tempo. Os pulmões inflamam e podem encher de líquido, causando, além da dificuldade em respirar, dores e níveis baixos de oxigênio no sangue.

Além da divisão em tipos, a silicose pode acarretar a fibrose massiva progressiva, que além de destruir as estruturas pulmonares, gera cicatrizes nos pulmões, podendo ocorrer tanto na forma simples quanto na acelerada.

 

Sinais e Sintomas da Silicose

O primeiro sinal da silicose é a dificuldade em respirar. A pessoa pode ainda apresentar febre e pele azul-arroxeada (cianose). Apesar desses sinais serem comuns, a silicose tem 3 formas de apresentação e cada uma delas tem sintomas específicos.

A silicose crônica causa a formação progressiva de excesso de tecido fibroso nos alvéolos pulmonares (fibrose). Isso acarreta dificuldade em respirar, problemas de oxigenação no sangue, o que pode provocar tontura, fraqueza e enjoo.  Outro órgão afetado pela silicose é o coração, que precisa trabalhar de forma mais intensa para assegurar a oxigenação do organismo. Com isso, o portador da silicose pode desenvolver insuficiência cardíaca.

 

Prevenção

Em 1995, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançaram um programa, em conjunto, para eliminar globalmente a silicose. O principal objetivo da iniciativa é aplicar conhecimentos nas ações de prevenção primária da doença. Além disso, o programa busca a colaboração dos países membros, visando estabelecer medidas para erradicar a silicose até 2030.

 

E como tratar as exposições à sílica?

 

Seguindo a hierarquia prevista na NR-9:

·         Se for uma opção, eliminar o uso de sílica;

·         Evitar a formação de sílica no ambiente, como o jateamento de areia (proibido pela NR-15);

·         Não permitir a propagação de sílica no ambiente;

·         Fornecer os EPI’s e respiradores adequados.

 

O fornecimento de máscaras deverá seguir as diretrizes do Programa de Proteção Respiratória, da Fundacentro, conforme já contamos aqui no blog, incluindo a realização dos ensaios de vedação.

 

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