quinta-feira, 25 de abril de 2024

 





 

COMO FAZER O TRABALHADOR SE LEMBRAR DAS REGRAS DE SEGURANÇA NO TRABALHO

 



Como fazer o trabalhador se lembrar das regras de segurança no trabalho? Porque isso parece ser tão difícil?

O excesso de regras e burocracia é um enorme entrave na efetividade das ações de SST. Com frequência encontramos regras que não adicionam segurança do trabalho ao processo produtivo, mas que mesmo assim estão lá.

Há empresas que acreditam que as regras uma vez informadas ao trabalhador às protegerão na justiça em casos de acidentes de trabalho grave. Mas na verdade, a única proteção jurídica real é não ter acidentes graves! Papel não protege ninguém.

 

Certa vez numa sala de treinamento, os trabalhadores de uma empresa me disseram que gastam mais de 70% do tempo de trabalho apenas preenchendo papéis para cumprir a burocracia de segurança. Me disseram tem mais medo de esquecer de preencher um papel de segurança do que de esquecer de usar o EPI. Já que não preencher o papel gera punição, mas a falta de EPI não, uma vez que trabalham sozinhos, e assim, em campo, são fiscais de si mesmos…

Já imaginou algo assim? Gastar 70% do tempo de trabalho apenas gerando conformidade? Já imaginou o enorme prejuízo para o processo produtivo com todo esse enorme tempo gasto?

O alto volume de regras dificulta que as pessoas se lembrem delas e, sendo assim, não garantem a segurança.

 

Já parou para pensar em quantas regras se aplicam a um enfermeiro típico de enfermaria de um hospital?

Jeffrey Braithwaite, pesquisador da Universidade de Macquarie e seus colegas encontraram cerca de 600 regras que regem cada pequeno espaço no seu trabalho. Há regras para lavar as mãos, separar medicamentos, descartar perfurocortantes, não bloquear os equipamentos anti incêndio, modo de utilização da sala de descanso, etc., Mas quantas dessas regras os enfermeiros realmente conheciam? Quanto você acha, qual o seu chute?

Em média os enfermeiros conseguiam se lembrar de cabeça de apenas 3 regras! O restante era considerado como se fosse irrelevante na sua atividade cotidiana, ou já estava naturalmente incorporada nas suas rotinas de trabalho.

Curiosamente, mesmo se lembrando de tão poucas regras, o trabalho é realizado com segurança já que os pacientes não se machucam ao receber seus cuidados. E nas nossas empresas, será que o cenário é diferente? Faça uma análise sincera disso.

A burocracia não é um problema que afeta apenas os brasileiros. Em 1996 apenas 5,9% da força de trabalho australiana eram da área de compliance, já em 2014 a proporção já era de 9,6%. Um em cada onze australianos se ocupam apenas de observar o trabalho dos outros.

 

AS NORMAS SOCIAIS

Muitas vezes as regras escritas se chocam contra as regras informais. As normas informais, também conhecidas como normas sociais, são aquelas normas que não estão escritas, mas que são as que valem no final das contas.

Os procedimentos são legalmente considerados uma extensão da autoridade formal de uma organização, mas são frequentemente ignorados e desconsiderados pelas normas informais dessa mesma organização (Schulman, 2013, p 243).

As normas sociais são fortalecidas a partir dos comportamentos dos trabalhadores que a própria liderança espera, reconhece e valoriza.

Por mais que as regras escritas apontem na direção contrária, é preciso entender que as normais sociais sempre vencem as normas escritas, a cultura sempre vence o papel! Se você tem uma regra escrita dizendo para o trabalhador “não faça manutenção com a máquina ligada”, mas se na prática a liderança endossa por ação ou omissão que seja feita com a máquina ligada, ela tenderá a ser feita com a máquina ligada!

Mas o que podemos fazer para remar contra essa maré? Se todas essas regras não garantem a segurança, o que fazer então?

 

COMO FAZER O TRABALHADOR SE LEMBRAR DAS REGRAS DE SEGURANÇA?

 



O volume de regras deve ser mínimo: As regras devem existir para assegurar mais segurança ao processo produtivo, e não para defender o empregador em caso de acidente grave e reclamação na justiça. Até porque a única forma de proteção jurídica nesses casos é não ter acidentes graves.

Diminuir as regras de SST não é uma galáxia inexplorada. Outras empresas já fizeram isso, como a rede de supermercados australiana Woolworths, algo relatado no livro O Anarquista da Segurança: Apoiando-se na Perícia e Inovações Humanas, Reduzindo a Burocracia e Compliance. Autor Sidney Dekker. Eles fizeram o caminho reverso do que a maioria das empresas fazem, e colheram mais engajamento nas pautas de SST e diminuição nos acidentes de trabalho.

Envolva os executores na criação das regras: Há muitas empresas que criam regras que só funcionam no papel (até porque papel aceita tudo), mas que no dia a dia, na prática o próprio processo produtivo a força a ser letra morta.

Quando o executor participa da criação das regras a chance de encontrar o encaixe quase perfeito aumenta muito, digo “quase” porque como o processo produtivo nas grandes e médias empresas é complexo, cheio de micro etapas, acaba sendo complicado encontrar algo que possa que se encaixar em empresas diferentes com processos diferentes.

Avalie frequentemente, em parceria com os executores se as regras existentes fazem sentido: Os executores são os agentes perfeitos para avaliar se as regras existentes estão sendo utilizadas, e assim sendo, se estão sendo um peso, ou se adicionam segurança ao processo produtivo. A partir da análise pode ser tomada decisões de manter, retirar ou modificar as regras.

Divulgue as regras naturalmente: As poucas regras que sobreviverem aos filtros mencionados acima já estarão divulgadas aos trabalhadores já que eles ajudaram a criá-las!

Como diz o Scott Geller “as pessoas só apoiam aquilo que elas ajudam a criar”. As regras criadas com a participação dos trabalhadores farão com que eles se sintam os donos delas, e assim, serão os principais defensores e divulgadores delas.

 



 

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NBR 5410 - PRINCIPAIS EXIGÊNCIAS DA NORMA BRASILEIRA DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS DE BAIXA TENSÃO

 


A segurança e eficiência das instalações elétricas de baixa tensão são fundamentais para garantir o correto funcionamento e a proteção dos envolvidos. Nesse contexto, a Norma Brasileira NBR 5410, estabelecida pela Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, desempenha um papel crucial. 

 

O que é a NBR 5410?

A NBR 5410, segundo a ABNT, estabelece condições adequadas para o funcionamento seguro de instalações elétricas de baixa tensão. Isso abrange qualquer sistema com até 1000 volts em tensão alternada e 1500 volts em tensão contínua.

A principal função e importância da NBR 5410 é estabelecer condições adequadas para instalações elétricas de baixa tensão, garantindo o funcionamento adequado, a conservação de bens e a segurança dos trabalhadores envolvidos. Essa norma desempenha um papel vital, orientando os profissionais sobre práticas seguras e eficientes.

 

Diferenças entre NR e NBR

É importante destacar as diferenças entre as Normas Regulamentadoras - NR’s), publicadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego - MTE, e as Normas Brasileiras - NBR’s. 

Enquanto as NR’s regulamentam questões de saúde e medicina do trabalho, as NBR’s estipulam requisitos técnicos, garantindo segurança, qualidade e desempenho.

 

Quando a NBR 5410 deve ser aplicada?

A aplicação da NBR 5410 é essencial para garantir a segurança e eficiência das instalações elétricas de baixa tensão. Contudo, é importante compreender os cenários específicos nos quais a norma deve ser aplicada para assegurar o cumprimento adequado de seus preceitos.

 

Abaixo, exploramos os casos em que a NBR é particularmente relevante:

1. Instalações temporárias

A norma se aplica a instalações elétricas temporárias, como aquelas utilizadas em eventos temporários ou situações transitórias. Isso inclui diretrizes específicas para garantir a segurança nessas condições, abrangendo desde a distribuição de cargas até a utilização de equipamentos temporários.

 

2. Instalações novas ou em reforma

Quando se trata de construções novas ou já existentes que estejam passando por reformas, a aplicação da NBR 5410 é fundamental. A norma estabelece critérios para o projeto, execução e manutenção das instalações elétricas, garantindo que estejam em conformidade com as melhores práticas de segurança.

 

3. Áreas de edificações externas descobertas

Para áreas externas, de edificações que estejam descobertas, a aplicação da norma é indicada. Isso inclui espaços ao ar livre, sujeitos às intempéries, nos quais a NBR 5410 oferece orientações para assegurar a segurança elétrica contra a exposição à chuva ou inundações, por exemplo.

 

4. Linhas elétricas de sinal fixas 

A norma se aplica a linhas elétricas de sinal fixas, com exceção dos circuitos internos elétricos de equipamentos. Essas diretrizes específicas garantem a integridade e segurança das linhas de sinalização, assegurando o correto funcionamento de sistemas elétricos essenciais.

 

5. Circuitos elétricos fora de equipamentos com tensão superior a 1000 Volts

Quando se trata de circuitos elétricos fora de equipamentos que operam com tensão superior a 1000 volts, alimentados por uma instalação igual ou inferior a 1000 volts em corrente alternada, a aplicação da NBR 5410 é crucial. A norma orienta sobre as práticas seguras para garantir a segurança nesses casos específicos.

 

6. Locais de marinha, acampamento e instalações análogas

A norma se estende a locais de marinha, acampamentos e instalações análogas. Esses ambientes específicos demandam diretrizes particulares para garantir a segurança elétrica em contextos desafiadores, como instalações temporárias e áreas remotas.

 

7. Circuitos elétricos sob tensão nominal ou frequência específica

A NBR 5410 é aplicável a circuitos elétricos alimentados sob tensão nominal igual ou inferior a 1000 volts em corrente alternada, frequência inferior a 400 Hz ou a 1500 volts em corrente contínua. Essa abrangência da norma permite sua aplicação em diversos contextos, garantindo a segurança em diferentes configurações de circuitos elétricos.

 

Ao compreender esses cenários específicos, os profissionais podem aplicar a NBR 5410 de maneira precisa e eficiente, garantindo a conformidade com as normas de segurança elétrica em diversas situações.



Casos em que a norma não deve ser aplicada

Apesar da abrangência e importância da NBR 5410, há situações específicas em que sua aplicação não é adequada. Entender esses casos é crucial para evitar a implementação desnecessária da norma e garantir a eficiência nas práticas de instalações elétricas de baixa tensão.

- Instalações elétricas de automotores;

- Instalações de iluminação pública;

- Instalações de cercas elétricas; 

- Instalações elétricas de aeronaves e embarcações;

- Redes públicas de distribuição de energia elétrica;

- Instalações em minas e de proteção contra quedas de raios diretas.

 

Ao compreender essas exceções, os profissionais podem aplicar a NBR 5410 de maneira consciente, direcionando seu uso para situações em que ela é mais eficaz e relevante.

 

Como executar instalações de acordo com a NBR 5410

1. Separação dos circuitos: Um dos pontos críticos abordados pela norma é a separação adequada dos circuitos, evitando a combinação de circuitos de iluminação e tomadas. Essa prática contribui para a segurança e conformidade com a NBR 5410.

2. Potência mínima de iluminação: A norma estabelece critérios para a carga mínima de iluminação em diferentes ambientes. Ambientes com menos de 6m² devem possuir uma carga mínima de 100VA, e a norma define requisitos para locais maiores. 

3. Potência mínima e o dimensionamento de tomadas: A distribuição de tomadas, conforme a norma, deve seguir critérios específicos, incluindo a inclusão de tomadas de uso específico (TUE) quando necessário. O dimensionamento adequado evita sobrecargas.

4. Tipo ideal de aterramento: A NBR 5410 recomenda o uso de aterramento TT, TN-S ou TN-C em cada circuito elétrico. Essa prática contribui para a segurança das instalações elétricas.

 

Em síntese, a NBR 5410 desempenha um papel crucial na padronização e segurança das instalações elétricas de baixa tensão no Brasil. Ao seguir suas diretrizes, profissionais garantem a segurança, eficiência e durabilidade dessas instalações.

 

Programa de consultoria em controle de energias perigosas tem como objetivo primordial prevenir acidentes, estabelecendo um ambiente de trabalho seguro e é realizado em quatro etapas:

1. Diagnóstico inicial: avaliação do que já existe para alinhamento de expectativas do que será implantado, como procedimentos, normas internas e corporativas, dispositivos de bloqueio necessários e os profissionais que vão realizar o trabalho.

2. Elaboração de procedimentos e mapas de bloqueio: nessa etapa são realizados os mapas de bloqueio para cada equipamento, contendo as instruções de bloqueio e desbloqueio com fotos, lista de dispositivos de bloqueio e etiquetagem que devem ser utilizados, local de uso e tipos de energias envolvidas.

3. Treinamentos: são feitos treinamentos presenciais ou EAD, customizados de acordo com a necessidade de cada empresa (por exemplo: Treinamento NR- 33 ou Treinamento NR-12) também é aplicada uma avaliação com os participantes e emissão de certificado e ART (Anotação de Responsabilidade Técnica).

4. Auditorias periódicas: são realizadas auditorias internas com o objetivo de verificar se os procedimentos, instruções de trabalho e dispositivos estão adequados e sendo utilizados corretamente.

Explore os produtos e serviços que oferecemos para a segurança e bem-estar da sua equipe. Na Tagout, nos comprometemos com a excelência em segurança elétrica.

 

 



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