quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

 




 

TRABALHO INFANTIL: 

CAUSAS E IMPACTOS NO TRABALHO

 

No Brasil, o Trabalho Infantil é um tema relevante que demanda o desenvolvimento e a implantação de políticas e ações de prevenção e repressão. Conhecer as causas e impactos deste tema ajuda a eliminar situações de trabalho infantil perigoso e a eliminar a vulnerabilidade de crianças e adolescentes.

Em 2021, a partir de registros é possível calcular que em 9 anos foram registrados mais de 18 mil casos de acidentes de trabalho no Brasil. A maior concentração é na região Sudeste e Sul do país, cenário que demonstra a necessidade de efetivar medidas que eliminem o trabalho infantil nos nossos estabelecimentos.

 

Distribuição Geográfica de Crianças e Adolescentes

que Sofreram Acidentes no Trabalho – 2021

 

A atuação efetiva dos profissionais da área Segurança e Saúde do Trabalho no combate e eliminação do trabalho infantil nos estabelecimentos é uma ação local que pode provocar efeitos imediatos na proteção dos direitos das crianças e adolescentes. Veja como podemos discutir e abordar esse tema na nossa área de atuação!

 

Causas do Trabalho Infantil

 

No Decreto n° 6.481, de 12 de junho de 2008, são listadas as Piores Formas de Trabalho Infantil no Brasil que são prejudiciais à saúde e segurança das crianças e adolescentes:

 

·       Trabalho infantil na agricultura;

·       Trabalho infantil doméstico;

·       Trabalho Infantil na produção e tráfico de drogas;

·       Trabalho infantil informal urbano;

·       Trabalho infantil no lixo e com o lixo;

·       Exploração sexual de crianças e adolescentes.

 

São atividades que as nossas crianças e adolescentes exercem nas residências, no campo, nos estabelecimentos e na rua. Por exemplo, dados do Observatório de Trabalho Infantil indicam que, em 2017, foram identificados mais de 580 mil menores de 14 anos ocupados em estabelecimentos agropecuários e 1.060 foram resgatados do trabalho escravo.

 

Neste caso, as principais causas do Trabalho Infantil do Brasil relacionados com essas situações são:

 

·       Baixa renda familiar ou níveis elevados de pobreza da sociedade. O estudo Mapa da Nova Pobreza, realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), revela que em 2021, 29,6% dos brasileiros tiveram uma renda familiar inferior a R$ 497,00 mensais, isto é, 62,9 milhões de brasileiros, vem enfrentando uma situação de pobreza extrema;

·       Acumulo de vantagens pessoais dos adultos ou empregadores em atividades econômicas que usam meninas ou meninos no trabalho como uma alternativa vantajosa de redução de custos. É uma inserção precoce das crianças e adolescentes no trabalho que os leva a se ausentar da escola. Dados do IBGE indicam que, em 2019, foram identificados 1,7 milhões de crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil;

·       Condições impostas pela família quando é adotado o discurso de que o trabalho afasta as crianças e adolescentes de más companhias, exposição ao consumo de drogas ou da rua. É uma velha ideia de que “é melhor trabalhar do que ficar nas ruas” e, consequentemente, é afastado da escola. Situação que limita o desenvolvimento social, restringe o crescimento profissional e retira as chances de um trabalhador com mais conhecimento e habilidades.

 

Podemos observar que a vulnerabilidade social e a falta de políticas públicas de apoio a família das crianças e dos adolescentes aumentam a exploração do trabalho infantil, gera uma exposição a situações de riscos ocupacionais, a condições de trabalho degradantes, a condições insalubres e a exploração e assédio moral e sexual.

 

Impactos desse Trabalho

 

Um dos impactos desse trabalho é a desigualdade social do trabalhador. Quando uma criança ou um adolescente deixa de frequentar a escola por causa do trabalho infantil estamos piorando a qualidade de vida da sociedade e limitando o desenvolvimento profissional. Fatores que na prática limitam o crescimento econômico e a capacidade de promover inovações nas organizações.

Os baixos níveis educacionais dos trabalhadores reduzem a capacidade de avaliar os fatores de perigo, eliminar os riscos ocupacionais ou adotar medidas preventivas. Além disso, aumentam a probabilidade de acidentes de trabalho e desenvolver doenças ocupacionais por causa da dificuldade de compreender instruções que promovem a Segurança e Saúde do Trabalho.

O Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI) destaca que os impactos negativos do trabalho infantil podem ser observados a partir de três aspectos relacionados com o ambiente de trabalho, saúde mental das crianças e adolescentes e educacionais:

Aspectos físicos: fadiga excessiva, problemas respiratórios, doenças causadas por agrotóxicos, lesões e deformidades na coluna, alergias, distúrbios do sono, irritabilidade. No Observatório de Trabalho Infantil é observado que em 2020, foram notificados 2.558 casos de acidentes de trabalho, distribuídos entre Acidente de Trabalho Grave com 56% dos casos, Acidente por Animais Peçonhentos 31%, Intoxicação 7% e Exposição a Material Biológico 5%. Situações que acontecem porque crianças e adolescentes têm menor percepção dos perigos.

Aspectos psicológicos: abusos físicos, sexuais e emocionais são os principais fatores de adoecimento das crianças e adolescentes trabalhadores. Outros problemas identificados são: fobia social, isolamento, perda de afetividade, baixa autoestima e depressão.

Aspectos educacionais: baixo rendimento escolar, distorção idade-série, abandono da escola e não conclusão da Educação Básica. Cabe ressaltar que quanto mais cedo o indivíduo começar a trabalhar, menor é seu salário na fase adulta.

Todos os impactos do trabalho infantil provocam um ciclo vicioso que limita as oportunidades de emprego, geram uma baixa remuneração e desenvolvimento profissional, perpetuando a pobreza e a exclusão social.

Os níveis de Segurança e Saúde do Trabalho também são impactados de uma forma negativa quando não são adotadas medidas eficazes e imediatas que garantam a proibição e eliminação do trabalho infantil nos ambientes de trabalho.

No Brasil, é proibido qualquer forma de trabalho para crianças e adolescentes com menos de 16 anos de idade, conforme destacado na Constituição Federal, Art. 7º, inciso XXXIII, com exceção da Aprendizagem Profissional, a partir dos 14 anos e regulamentada na Lei No 10.097, de 19 de dezembro de 2000.

 




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JANEIRO BRANCO: 

O QUE É E COMO PROMOVÊ-LO

 


Os cuidados com a saúde mental são essenciais para todos, independentemente se você está trabalhando em home office ou presencial, a saúde mental em dia garante o bem-estar, a produtividade e até mesmo o bem-estar social do trabalhador, por isso, adotar práticas e princípios de saúde são de extrema importância, seguindo este caminho campanhas como o janeiro branco existem. 

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 5,8% da população brasileira sofre de depressão, totalizando mais de 11 milhões de casos. O índice é o maior da América Latina e o segundo maior das Américas, atrás apenas dos Estados Unidos, que registra 5,9% da população com o transtorno e um total de 17,4 milhões de casos, números que comprovam a importância dos cuidados com a saúde mental e de campanhas como o janeiro branco.

A saúde mental dos trabalhadores piorou também com a pandemia, gerando afastamentos do local de trabalho, dificuldade com o trabalho em home office, Síndrome de Burnout, incertezas sobre o futuro, ansiedade, depressão, síndrome do pânico, entre outras doenças mentais. 

Desta forma, dada a importância de aderir e utilizar campanhas preventivas, iremos falar sobre o janeiro branco, principalmente, sobre como adota-lo no local de trabalho, confira a seguir.

 

O que é o janeiro Branco?

 

janeiro Branco foi criado por psicólogos como um convite para iniciar discussões sobre a importância do cuidado na busca pela qualidade de vida. Assim, desenvolve-se também uma ação preventiva contra as doenças emocionais, promovendo e reforçando o conceito de saúde, principalmente, no ambiente de trabalho.

Criado em 2013, o Movimento janeiro branco tem como objetivo mostrar que cuidar da mente é tão importante quanto cuidar do corpo. Por questões culturais, é um tabu mental e emocional e acaba ficando de lado.

O objetivo é aproximar a sociedade, incluindo o trabalhador, dos cuidados com a saúde mental, a começar pela prevenção de transtornos mentais como depressão, ansiedade e pânico. Em 2023, o mote da campanha é “A vida pede equilíbrio“.

 

A saúde mental no trabalho

 

Para a Organização Mundial da Saúde - OMS, uma saúde mental em dia é a ausência de doenças mentais e a eliminação de situações estressantes no trabalho. Segundo o Ministério da Saúde, “estatísticas apontam que uma a cada cinco pessoas no trabalho podem sofrer de algum problema de saúde mental. Os problemas vão impactar diretamente no ambiente de trabalho, causando perda de produtividade e faltas ao trabalho, entre outros”.

A saúde mental depende de diversos fatores no ambiente de trabalho, como organização do trabalho, submissão a chefes autoritários, falta de comunicação entre as pessoas, aumento do ritmo de trabalho e aumento da exigência de produtividade.

Organização Internacional do Trabalho - OIT sugere que, em ambientes organizacionais, é preciso reconhecer sinais de depressão nos trabalhadores, como tristeza excessiva, falta de esperança, perda de interesse por atividades que antes davam prazer e mudanças no apetite e nos hábitos.

É essencial promover um ambiente de trabalho seguro para todos os trabalhadores e, além de um ambiente seguro, devemos nos esforçar para proteger a segurança física dos trabalhadores, incluindo seu bem-estar mental e psicológico. Lembre-se que investir na saúde mental dos funcionários faz bem para a saúde deles e faz bem para a economia da própria empresa.

 

A importância do janeiro Branco no trabalho

 

Conforme dados da Previdência Social, no ano de 2021, mais de 75 mil trabalhadores, tiveram afastamentos devido a depressão, número referente somente as pessoas que receberam benefícios previdenciários devido à afastamentos longos.

Os ambientes de trabalho são um dos principais fatores para o surgimento de transtornos mentais, como depressão, ansiedade, estresse e a síndrome de burnout. Do ponto de vista das empresas, essas questões se refletem em trabalhadores desmotivados, estressados e em situações como presenteísmo e absenteísmo.

Uma campanha que enfoque nos cuidados com a saúde mental, assunto que infelizmente é tratado como tabu ainda, pode ser muito importante dentro do ambiente de trabalho, ajudando na conscientização e com ações que possam ajudar os colaboradores neste assunto delicado.

 

Ações para promover o janeiro branco no trabalho

 

Como o janeiro branco é uma campanha voltada para a conscientização sobre cuidados com a saúde mental, quaisquer ações tomadas neste sentido são extremamente pertinentes. As ações que podem ser tomadas são as seguintes:

 

Palestras

 

O objetivo dessa iniciativa é levar conhecimento sobre saúde mental através de quem realmente entende do assunto. Por exemplo, é possível convidar um psicólogo ou um psiquiatra para falar sobre os cuidados que precisamos dar à nossa mente.

Essas palestras podem ser o primeiro contato com o tema para alguns. Isso ajuda a minimizar o estigma que existe para quem procura ajuda psicológica.

Além disso, alguns podem ouvir os fundamentos do atendimento psicológico pela primeira vez. Por exemplo, sobre não reprimir sentimentos negativos, refletir sobre seus pensamentos e perceber como você se comporta diante de tudo isso.

 

Benefícios voltados à saúde mental

 

Na maioria dos casos, o apoio deve vir de profissionais qualificados, como psicólogos e psiquiatras, neste caso, a empresa pode ajudar oferecendo benefícios corporativos, como psicoterapia, como parte do plano de saúde ou até mesmo a parte, como garantindo um valor para um número de consultas por mês.

Além disso, vale incluir outros benefícios como treinamentos, distribuição de ingressos para eventos culturais, convênios com academias, massagens e outros benefícios que proporcionam momentos de relaxamento e descompressão.

 

Capacitação das lideranças

 

Não é só a equipe de RH que precisa de treinamento prévio, os líderes também são muito importantes para o bem-estar da equipe e precisam estar alinhados para liderar pelo exemplo.

Portanto, a forma como um líder se comporta pode ter um grande impacto na forma como os profissionais veem o ambiente de trabalho.

Portanto, é fundamental capacitar os líderes para que tenham clareza de como podem contribuir positivamente para o fortalecimento de uma cultura voltada para a saúde mental.

 

Incentivo a atividades físicas

 

Uma ótima estratégia para promover o bem-estar no ambiente de trabalho é incentivar a atividade física, principalmente para os trabalhadores que passam grande parte do dia sentados.

Um dos principais procedimentos a serem adotados para esse fim é a ginástica laboral, que, além de favorecer a saúde dos trabalhadores, é uma ótima forma de relaxar antes ou depois das atividades.

Além disso, oferecer algumas aulas de ioga ou aeróbica também é uma ótima maneira de incentivar a atividade física.

 

Interações entre os trabalhadores

 

Uma ótima forma de diminuir o estresse e o atrito no trabalho é incentivar a interação entre todos os colaboradores, independente do setor ou cargo, a interação entre todos cria um ambiente colaborativo e amigável.

Empresas classificadas como os melhores lugares para se trabalhar, como Facebook, Google e Pixar, proporcionam esse tipo de experiência em seu ambiente e criam um sentimento de pertencimento à empresa.

Uma prática que deve ser incentivada no ambiente organizacional é o Diálogo Diário de Segurança - DDS. É uma atividade conjunta que pode ser utilizada para estabelecer uma conversa curta e rotineira com os trabalhadores sobre questões relacionadas à segurança no trabalho ou temas relacionados ao bem-estar no trabalho.

Além disso, um evento anual como a SIPAT, pode ser uma ótima forma para confraternizar com os funcionários e ainda os manterem cientes de cuidados com a SST.

 

Voluntariado para ações de caridade

 

Às vezes, o que precisamos para ter uma saúde mental melhor é focar um pouco em outras coisas além do nosso próprio trabalho. Assim, é possível incentivar os funcionários a ajudar, por exemplo, um abrigo de animais.

Muitos abrigos precisam de voluntários para ajudar durante a semana de trabalho, então considere dar um dia de folga aos funcionários para serem voluntários.

Se você não poder ser voluntário o dia todo, organize um almoço em que todos os seus funcionários se reúnam para doar brinquedos ou cobertores para animais de abrigo. Lembre-se que a vida pede equilíbrio e com ações como essas podemos ajudar nossos trabalhadores a enfrentar seus desafios pessoais! Seja um parceiro do Movimento Janeiro Branco.

 

 



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