sexta-feira, 26 de abril de 2024

 





 

3 SINTOMAS PERVERSOS DA BUSCA PELA PERFEIÇÃO NA GESTÃO DE SEGURANÇA

 



Na segurança do trabalho os líderes e profissionais da área, por vezes, são levados a linguagem, a busca pela perfeição, e não fazem por maldade, na verdade há boa intenção por trás disso, mas, a linguagem da perfeição atrapalha muito mais do que ajuda, se é que ajuda…

 

A busca pela perfeição pode causar transtornos mentais e emocionais e causar doenças.

Há vários colegas prevencionistas que adoecem por causa do trabalho, na verdade, adoecem mais por causa das crenças pessoais ou organizacionais do que por causa do trabalho em si. São colegas que querem cuidar da segurança dos outros, mas acabam esquecendo da segurança pessoal, ou da própria saúde mental.

A busca pela perfeição possui pelo menos três características principais, que podem ser encontradas juntas ou de forma individual:

 

A tendência de estabelecer padrões e metas e irrealistas

 

“Nossa meta é fazer com que todos os trabalhadores utilizem os equipamentos de segurança de forma apropriada o tempo todo”.

 

O problema maior é que muitas vezes o setor de segurança determina uma meta como essa numa empresa que tem uma cultura de segurança e imatura!

Se numa empresa que possui uma cultura de segurança madura já é impossível conseguir a perfeição de algum elemento, imagine uma empresa que tem uma cultura de segurança imatura.

A cultura sempre vence a estratégia! Por isso a estratégia deve ser suficientemente sóbria para não ignorar a cultura da organização. Qualquer ação de segurança terá chance de dar certo se estiver calibrada no nível da cultura organizacional.

A busca pela maturidade da cultura de segurança é uma maratona e não uma corrida de 100 metros. É um objetivo de longo prazo que pode ser alcançado com planejamento realista e dedicação, mas leva tempo.

A tendência de usar a linguagem do tudo ou nada

Zero acidente, zero incidente, risco zero, dano zero, 100% seguro são exemplos de metas extremistas. São metas boas para colocar na parede, mas só na parede mesmo… essas metas só poderiam ser alcançadas dentro de ambiente com temperatura e pressão controladas. Coisa impossível de conseguir em empresas com sistemas sociotécnico complexos.

No ambiente de trabalho as prioridades estão competindo umas com as outras o tempo todo. A segurança compete com a qualidade, a qualidade compete com a produção, a produção compete com estoque, o estoque compete com a entrega e por aí vai.

O conceito VUCA - Volatility, Uncertainty, Complexity e Ambiguity explica muito do que experiências atualmente, ele foi criado em 1980 pelo Army War College, dos Estados Unidos. O mundo hoje é VUCA, ou seja, Volátil, Incerto, Caótico e Ambíguo! E assim como o sistema de produção não é linear, muitas vezes nem o ambiente psicológico é.

As máquinas não são perfeitas, o ambiente de trabalho não é perfeito, a gestão de segurança não é perfeita, as pessoas não são perfeitas. Como em ambientes de tamanha imperfeição poderíamos ter controle absoluto a ponto de garantir o zero?

A verdade é que o zero só é alcançado no mundo das ideias, ou durante um curto (bem curto mesmo) espaço de tempo no mundo real.

A tendência de focar em pequenos erros e falhas e desprezar o progresso ou a realização no geral

Quem aí é marido talvez já tenha passado por algo do tipo, você pega a lista de compras e vai ao supermercado compra quase tudo, quase! Você esqueceu de trazer o cotonete, ou deliberadamente trocou o melão pelo mamão (o primeiro estava muito caro) … já era irmão!

Todo esforço que você fez ao escolher elemento por elemento, e colocar tudo no carrinho de compra foi jogado por água abaixo. Você esqueceu ou trocou um item, e sua esposa te crítica como se não houvesse amanhã. Irritada ela diz “Porque você nunca se lembra de nada”…

Em algumas organizações a sensação é parecida com a citada acima. Nesse caso o profissional de segurança é que faz o papel da esposa. De tudo o que foi programado quase tudo foi feito, quase, o problema é sempre o quase.

Enquanto ficarmos procurando a perfeição em nosso sistema de gestão de segurança estaremos fadados a frustração. E com a frustração vem o desânimo, a desilusão e o sentimento de incapacidade.

Na segurança do trabalho qualquer evolução deve ser comemorada, por menor que seja ela, afinal, na maioria das empresas não há sequer evolução, por algum motivo, elas estão estagnadas. O sentimento positivo, e o reconhecimento dos esforços de todos os que contribuíram, pode levar a organização a lugares ainda mais altos.

 

3 sintomas perversos da busca pela perfeição na segurança

Os perfeccionistas são rígidos, e essa rigidez fazendo-os ficar isolados ou doentes.

Muitas organizações dizem que valorizam a criatividade e a inovação. O problema é que a busca pela perfeição impede o aprendizado que só pode existir num ambiente de tentativa, experimentação e erro, quando isso não é possível a evolução acaba sendo sufocada e morre…

 



Eu sei que a busca pela perfeição e o objetivo das metas zero ou 100% é tentar motivar as pessoas. Mas quando o objetivo é inalcançável pode acabar surtindo o efeito contrário. Logo de início as pessoas tendem a torcer o nariz, isso porque ninguém é motivado por metas inatingíveis.

O time de segurança dentro das suas possibilidades deve trabalhar para promover a maturidade cultural e não a perfeição. Qualquer “slogan ou meta de segurança radical” deve ser evitado.

O objetivo da gestão de segurança não deve ser a perfeição, mas atingir a maturidade! Quando a gestão vai se tornando mais madura ela tende a ser mais lenta em criticar e mais rápida em parabenizar. E isso tende a se refletir no sentimento positivo e de realização de todos que fazem parte da equipe, inclusive do Time de Segurança!

 



 

Gostou do conteúdo? Conte para gente nos comentários e não deixe de compartilhar nas redes sociais. 

Siga o Blog e Deixe seu comentário e compartilhe este artigo em suas redes sociais para que mais pessoas se informem sobre o tema.

 






 





 

5 ELEMENTOS QUE DIFICULTAM A IMPLEMENTAÇÃO DE CUIDADO ATIVO

 

 


Nesse artigo veremos 5 elementos que dificultam a implementação de cuidado ativo na empresa. Ele é peça fundamental nas estratégias para aumentar no nível da cultura de segurança e com isso, diminuir acidentes e doenças do trabalho

O cuidado ativo é uma filosofia que leva as partes, no nosso contexto, trabalhadores e empregados a irem além do seu papel natural de meramente produzir. Ele prega que as pessoas se preocupem com o todo, ou seja, cuidar de si, cuidar do outro, e se deixar cuidar.

Logicamente que mesmo as melhores intenções podem fracassar quando se chocam com uma cultura organizacional (ou de segurança) imatura.

Sempre orientamos a nossos clientes que somente implementem ações que estejam adequadas ao nível da cultura de segurança. Em alguns casos vale a pena trabalhar a cultura antes de tentar implementar a ferramenta.

 

1. A empresa que não acredita em no ir além da função

A empresa que não acredita que o trabalhador possa ir além da sua função, ou seja, a empresa acredita que o trabalhador é apenas uma mão de obra, ele foi contratado para produzir e nada mais.

A empresa não acredita que o trabalhador consegue melhorar a própria performance, influenciar na performance do colega, acredita basicamente na limitação pessoal.

Em alguns casos o cuidado ativo ainda não foi vendido como ideia para a organização como política corporativa, então passa a ser visto como algo que o SESMT quer, o time de segurança quer.

Então, a dica que sempre damos aos colegas é, qualquer ação de segurança do trabalho na empresa, qualquer ação. Ela normalmente só vai ser exitosa se ela for salpicada de cima pra baixo. Se ela tiver a anuência, a permissão ou se for desejada pela liderança da empresa.

Caso contrário normalmente à iniciativa já nascerá morta.

Antes de tentar implementar qualquer estratégia de segurança, incluindo o cuidado ativo avalie se a liderança da sua empresa quer comprar, isso é vital para ter chance de sucesso.

 

2. A falta de um provedor confiável de informação

A falta de alguém que fornecerá informações, “o saber como” para aquelas pessoas ou equipe estão tentando implementar o cuidado ativo na empresa.

É preciso ser um provedor de informação que traga informação de qualidade e que tenha presença também, ou seja, que em algum momento ou em vários momentos vá até a empresa para entender o andamento da implementação, quais são as dificuldades, e no que ele poderá ajudar.

A presença do provedor de informação e a capacidade dele de influenciar o contexto, ou de entender as influências do contexto é fundamental para o próprio sucesso da implementação da cultura do cuidado ativo.

O provedor de informação normalmente influenciará o time envolvido na implementação, influenciará talvez indiretamente através do SESMT, da liderança da empresa e essa influência tem que chegar até onde?

Tem que chegar ao trabalhador, é ele que terá as ações mais práticas, no ramo do cuidado ativo.

 

3. Ausência de reforço positivo

As pessoas querem ser avaliadas, precisam ser avaliadas, elas precisam saber se elas estão ou não no caminho certo.

Quando há ausência de feedback a pessoa normalmente fica perdida e se questiona, “Será que era pra fazer desse jeito mesmo? ”.

É indispensável o feedback positivo para todas as equipes que estão implementando a utilização do cuidado ativo, ele é indispensável durante toda a jornada, e principalmente no início.

Um corpo em repouso tende a ficar em repouso. Um corpo em movimento tende a ficar em movimento. O momento de a pessoa sair da apatia, e decidir se tornar um agente ativo na criação da cultura do cuidado ativo, é muito custoso, vencer a inércia é muito difícil, o reforço positivo, tapinha nas costas, o elogio, “nesse ponto aqui você tá acertando. Nesse outro ponto aqui, pode ficar ainda melhor se você fizesse de tal forma, como isso soa para você? ”.

Abrir mão do detentor do saber pode ser amedrontador, mas certamente é fundamental para melhoria das ações de cuidado ativo na sua empresa.

 

4. A falta de resiliência organizacional

Quando começa a iniciativa, todo mundo quer, todo mundo tende a achar legal, mas quando começa o trabalho tende a começar as dificuldades, as pessoas podem começar a perder a empolgação…

Frases como “ah, mas é difícil”, “ah, mas é mais trabalho”. Aquilo que falamos antes, envolver a liderança é fundamental. Se a alta liderança estiver envolvida, chances são de que as demais estruturas da organização se envolverão mais facilmente.

 

5. O trabalhador passivo

Na cultura do cuidado o trabalhador precisa ter papel ativo, mas às vezes ele nunca teve esse papel na vida. Muita gente leva a vida quase toda de forma passiva. O cuidado ativo requer cuidar de si, cuidar do outro e se deixar cuidar, vencer essa inércia inicial pode ser difícil e dependendo da criação, estrutura familiar da pessoa a mudança pode levar algum tempo.

 

6. Os líderes que não foram avisados

Líderes odeiam saber se algo de supetão! Odeiam ser avisados de uma diretriz nova por meio dos seus liderados, e quando isso acontece, tendem a não abraçar a mudança. Acredito que ninguém vai querer a própria liderança sabotando uma melhoria organizacional, não é?

A mudança é algo que deve ser “vendido” primeiro para os líderes dos altos escalões e ir descendo de cima para baixo.

 

5. Elementos que dificultam a cultura do cuidado ativo

A gestão de mudanças é conhecida como sendo um “esporte de contato”. Valorize e estimula as pessoas a darem feedbacks ao longo da jornada. Quanto mais perto os patrocinadores da iniciativa estiverem às pessoas, maior a chance de sucesso.

Mudanças não são lineares, mas as pessoas precisam acreditar que a mudança é para melhor. Que a iniciativa não tomará emprego de ninguém, que os relacionamentos com os colegas serão melhorados.

Prevencionista, mantenha a fé, a paciência, continue motivando e reforçando os comportamentos de cuidado ativo e quando o comportamento de cuidado ativo se transformar em hábito, ele ocorrerá sem necessidade de ficar reforçando.

 

 



Gostou do conteúdo? Conte para gente nos comentários e não deixe de compartilhar nas redes sociais. 

Siga o Blog e Deixe seu comentário e compartilhe este artigo em suas redes sociais para que mais pessoas se informem sobre o tema.

 

 

 


    COMO ORGANIZAR UM CRONOGRAMA DE VISITAS       Para serviços de manutenção em campo, organizar um cronograma de visitas ajuda n...