O
QUE FAZER EM CASOS DE PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA
De repente, uma pessoa que está ao seu lado desmaia.
Os sinais indicam que seu coração parou e que ela não está respirando, ou seja,
está tendo uma parada cardiorrespiratória - PCR). Diante desse quadro é preciso
agir rápido para salvar sua vida, mas você sabe exatamente o que fazer?
A situação pode acometer qualquer pessoa,
independentemente de haver alguma doença cardíaca prévia ou não. Acidentes,
hemorragias, falta ou excesso de açúcar no sangue são apenas alguns dos motivos
que podem levar uma pessoa a ter uma PCR.
Considerando que para cada minuto nessa condição as
chances de sobrevivência diminuem entre 7% a 10%, quanto mais rápido a vítima
receber o atendimento certo, maior a possibilidade de ficar bem.
Neste post você vai descobrir a maneira certa de agir
em casos como esses e, dessa forma, ajudar a salvar vidas.
O
que é a parada cardiorrespiratória
A parada cardiorrespiratória é uma situação na qual o
coração para de fazer a sua função normal, que é a de bombear sangue e levar
oxigênio para os demais órgãos, vindo a comprometer também a respiração.
A falta de fluxo sanguíneo e de oxigenação compromete
seriamente o funcionamento do organismo, levando a alguns quadros
irreversíveis. O cérebro, por exemplo, é o órgão mais sensível à falta de
oxigênio, suportando apenas 4 minutos. Após esse tempo, as sequelas são
irreparáveis e podem levar a vítima à morte cerebral.
Assim, saber como agir, quais técnicas aplicar e quais
equipamentos utilizar em casos de parada cardiorrespiratória é essencial para
salvar a vida de uma pessoa nessa condição.
O que leva uma pessoa a ter uma parada
cardiorrespiratória?
A
parada cardiorrespiratória pode acontecer a qualquer momento e com qualquer
pessoa, mas as causas mais comuns que levam alguém a tê-la são:
· insuficiência
respiratória;
· doenças
cardíacas;
· choque
elétrico;
· choque
hipovolêmico;
· acidente
vascular cerebral;
· afogamento;
· envenenamento.
Quais são os sinais de uma parada cardiorrespiratória?
Antes
de uma parada cardiorrespiratória acontecer, o corpo humano dá alguns sinais de
alerta, como:
· dores
fortes no peito que vão até as costas ou abdômen;
· língua
enrolada, dificultando a fala;
· fortes
dores de cabeça;
· falta
de ar ou dificuldade de respirar;
· palpitações
fortes;
· formigamento
no braço esquerdo.
Quais
são os 4 tipos de parada cardiorrespiratória?
Os quatro tipos de parada cardiorrespiratória são:
fibrilação ventricular, taquicardia ventricular, assistolia e atividade
elétrica sem pulso.
Na sequência, entramos em mais detalhes sobre cada um
dos quatro tipos de parada cardiorrespiratória. Acompanhe!
Ø Fibrilação Ventricular
A fibrilação ventricular é um tipo de parada
cardiorrespiratória que acontece quando o ritmo cardíaco fica totalmente
desequilibrado e irregular.
Isso resulta na incapacidade do coração de manter uma
circulação sanguínea adequada e leva a esta condição.
Ø Taquicardia ventricular
Neste tipo de parada cardiorrespiratória as camadas
que estão localizadas na parte inferior do coração começam a bater muito mais
rápido do que o normal.
Esses batimentos mais rápidos resultam na incapacidade
do coração em manter uma circulação sanguínea adequada para o nosso corpo.
Ø Assistolia
A assistolia ventricular se trata de um tipo de parada
cardiorrespiratória em que não existe ritmo cardíaco algum, ou seja, o coração
está parado.
Ø Atividade elétrica sem pulso
Por fim, o último tipo de parada cardiorrespiratória
que existe é a atividade elétrica sem pulso.
Nesta parada a musculatura cardíaca apresenta
atividade elétrica, entretanto, os batimentos não são capazes de chegar no
ritmo necessário para circular o sangue.
O
que acontece depois de uma parada cardiorrespiratória?
Depois de uma parada cardiorrespiratória o corpo
inicia um tipo de desligamento, o que chamamos de reação a uma pane.
Isso acontece porque o córtex, a partir do nosso
cérebro que se responsabiliza pelo processamento neural, diminui drasticamente
as suas atividades em até 20 segundos.
Então, os exames que se responsabilizam por medir a
atividade cerebral podem resultar em uma linha reta, como se o corpo já
estivesse sem vida.
Na sequência o corpo começa a passar por vários
processos que fazem outras células cerebrais pararem de funcionar
completamente.
Mas isso pode acontecer somente depois de algumas
horas da parada cardíaca, justamente por isso o primeiro atendimento é
fundamental, tanto no que diz respeito à qualidade deste atendimento, quanto no
que diz respeito à rapidez da ação.
Quando é feita uma Reanimação Cardiopulmonar - RPC de
qualidade, por exemplo, o sangue consegue ser enviado para o cérebro,
reanimando assim parte de suas funções.
Porém, essa manobra é em média somente 15% do que o
cérebro necessita para voltar a funcionar normalmente, o que a torna necessária
para manter o cérebro em funcionamento somente até a chegada da emergência.
Logo, podemos afirmar que deixar um paciente sem RCP e
primeiros socorros é extremamente arriscado, pois pode fazer com que ele fique
sem oxigênio no cérebro por muito tempo, resultando em graves sequelas que
podem durar o resto de sua vida, caso ele sobreviva.
O
que fazer frente a uma parada cardiorrespiratória
Uma parada cardiorrespiratória pode acontecer em
qualquer lugar e vitimar inclusive pessoas consideradas saudáveis. Passeios em
família, festas, locais públicos ou de trabalho, qualquer ambiente pode ser
palco dessa situação.
Para se ter uma ideia, de acordo com a SOBRAC,
Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas, das PCR’s que acontecem fora dos
hospitais, 86% delas ocorrem em casa e 14% em lugares públicos ou corporativos.
E esses casos representam 200 mil das 300 mil mortes por PCR que ocorrem todos
os anos no Brasil.
Esses números indicam que a grande maioria das pessoas
não está em ambiente hospitalar quando apresentam o problema, o que pode
refletir diretamente no seu socorro.
Aqui, é fundamental lembrar também que após 10 minutos
do início da PCR, as chances de reversão são mínimas devido ao comprometimento
dos órgãos, conforme explicado acima. Por tudo isso, é essencial saber como
agir nesses casos, os quais podem acontecer com pessoas próximas a você, a qualquer
momento ou hora do dia.
Considerando todas essas orientações, veja abaixo a
maneira certa de proceder.
Ø Identifique a PCR
Nem toda pessoa que está desmaiada está em parada
cardiorrespiratória. Esse é um erro de identificação muito comum cometido por pessoas
leigas, ou seja, por aquelas que não são profissionais da área de saúde.
Infelizmente, não é raro vermos prestações de socorro
nos quais a vítima está desacordada e, uma pessoa na intenção de ajudar, inicia
as manobras de reanimação sem constatar se esse procedimento é realmente
necessário.
Assim, o primeiro passo é identificar se a pessoa está
mesmo em PCR. Para isso, comece chamando-a e verificando se ela consegue lhe
responder. Verifique também se a vítima está respirando.
Chame
a emergência
Confirmando que a vítima realmente está desacordada e
sem respirar, antes de iniciar a manobra de reanimação é preciso entrar em
contato com a emergência, ligando para o SAMU no telefone 192, especialmente se
não houver outras pessoas com você.
Caso tenha alguém próximo, determine que realize a
ligação. Além disso, é fundamental solicitar que tragam o Desfibrilador Externo
Automático - DEA o quanto antes, enquanto você inicia os próximos passos.
Ø Inicie a reanimação cardiopulmonar
Confirme se você e a vítima da parada
cardiorrespiratória estão em um local seguro, a fim de evitar outros acidentes.
Verificado
isso, inicie a reanimação cardiopulmonar - RCP.
A RCP é o procedimento utilizado para reverter quadros
de parada cardiorrespiratória. Consiste em um conjunto de manobras que visam
manter a circulação sanguínea até que o funcionamento do coração se normalize.
Uma vez iniciada, só pode ser interrompida em 3
momentos: para que o desfibrilador faça sua análise, quando o atendimento
médico especializado chegar ou o paciente retomar a consciência.
De acordo com a American Heart Association (AHA),
responsável pelas diretrizes desse procedimento, a indicação atual da
reanimação cardiopulmonar é:
Para
leigos:
· 100
a 120 compressões por minuto;
· 2
polegadas (5 cm) de profundidade, pelo menos.
· Se
necessário, revezar as pessoas nas compressões para não interromper por mais de
10 segundos.
Para
socorristas treinados:
· 30
compressões por 2 respirações;
· 100
a 120 compressões por minuto;
· 2
polegadas (5 cm) de profundidade, pelo menos.
Veja
abaixo as instruções para realizar a RCP corretamente:
· coloque
a pessoa deitada com barriga para cima em uma superfície firme;
· ajoelhe-se
ao seu lado, de frente para o seu tronco e localize o centro do tórax,
especificamente a linha entre os mamilos;
· você
deve estender seus braços, sobrepor as mãos e entrelaçar os dedos;
· coloque-as
sobre o ponto localizado anteriormente e, usando seus joelhos como apoio,
inicie as compressões, jogando o peso do seu corpo sobre o tórax da vítima.
· mantenha
os braços retos durante todo o procedimento e comprima constantemente o peito
da vítima, dando total atenção ao ritmo, profundidade e velocidade.
Nesse último ponto, você pode se guiar pelo ritmo da
música “Stayin’ Alive, dos Bee Gees. A comunidade médica reconhece que a canção
fornece a batida ideal para realizar as compressões no peito para Ressuscitação
Cardiopulmonar (RCP). Tente cantar a música, ou repassá-la mentalmente, para
adequar cada pressão ao ritmo das batidas da música.
Para uma RCP precisa e que gere resultados, é
fundamental que o tórax da pessoa em PCR volte à posição normal ao final de
cada compressão.
Caso haja por perto quem possa auxiliar no socorro, é
indicada a troca do socorrista a cada dois minutos, evitando cansaço e o comprometimento
do atendimento.
Existe alguma forma de saber se as compressões estão
sendo realizadas corretamente?
Sim, com o uso do Dispositivo de Feedback de RCP que
pode vir junto com o DEA.
Ø Utilize o desfibrilador h3
O DEA é um equipamento criado para ajudar a reverter
quadros de PCR’s. Assim que esse estiver no local, inicie seu uso ligando-o e
conectando os eletrodos no peito da vítima.
Ao disparar choques controlados no peito da vítima, o
aparelho é capaz de reiniciar os batimentos cardíacos para que o coração volte
a bater de maneira normal.
De tão importante, ele se tornou obrigatório em locais
com grande circulação de pessoas, como aeroportos, rodoviárias, ferroviária,
shows, jogos etc. No entanto, nada impede — sendo até aconselhável — ter um DEA
em academias, condomínios, empresas e escolas, por exemplo.
De fácil manuseio e contando com orientação visual e
de voz, o Desfibrilador Externo Automático foi projetado para ser utilizado
justamente por pessoas que não são da área de saúde, visto que seu diagnóstico
e análise é feito de forma automática e que o equipamento envia instruções para
o operador.
Mas é sempre bom lembrar que o atendimento é ainda
mais completo e eficaz quando o operador possui noções de primeiros socorros ou
treinamento em Suporte Básico de Vida - BLS.
Basicamente, sua utilização consiste em posicionar os
eletrodos no peito da vítima, conectá-los ao DEA e aguardar a leitura cardíaca.
O equipamento indicará a necessidade, ou não, de choque.
Quando esse processo é indicado, basta acionar o botão
para que o choque seja disparado, lembrando de se afastar neste momento. A RCP
deve ser retomada após esse primeiro ciclo, seguindo o beep emitido pelo
aparelho.
Além do beep que orienta o ritmo correto, o DEA pode
ainda ter o dispositivo de Feedback de RCP que avalia e orienta também sobre a
qualidade da RCP, avaliando a velocidade e profundidade das compressões.
Confira
nosso material exclusivo sobre o Feedback de RCP.
Após dois minutos o DEA fará uma nova leitura da
condição da vítima e indicará a se há necessidade de novo choque, ou somente da
continuidade da reanimação. Por isso, siga sempre todas as instruções emitidas
pelo equipamento.
Para saber o funcionamento completo do DEA e ter uma
orientação ainda mais detalhada sobre como proceder em casos de parada
cardiorrespiratória, baixe agora o nosso Guia de Reanimação Cardiopulmonar e
ajude a salvar vidas!
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