quarta-feira, 22 de setembro de 2021

 




APR – Análise Preliminar de Riscos - uma metodologia eficaz para a redução da probabilidade de ocorre

 


Qual o objetivo da APR?

 

A Análise Preliminar de Riscos (APR) tem por objetivo estudar os sistemas e processos industriais capazes de causar danos às pessoas e/ou ao meio ambiente, sejam em pontos internos ou externos às instalações, em decorrência de liberações acidentais de substâncias perigosas e/ou energia de forma descontrolada. Informações rápidas podem ser obtida.

 

Quem deve participar do processo de avaliação de riscos?

 

Todos aqueles que conhecem, estão envolvidos ou podem ser afetados por uma falha do sistema em estudo. Sendo assim, deve-se criar uma equipe multidisciplinar contendo operadores do sistema, engenheiros, técnicos, supervisores, gestores e ao menos um engenheiro de segurança.

 

Quais referências devem ser empregadas no desenvolvimento do estudo?

 

Caso a APR tenha sido solicitada pelo órgão ambiental de seu estado, devem ser consultados possíveis manuais ou termos elaborados pelo órgão e a legislação estadual. Para o Rio Grande do Sul, por exemplo, pode ser citado o Manual de Análise de Riscos Industriais da FEPAM e a Lei 11520 – Código Estadual do Meio Ambiente.

 

Além disso, para a completa elaboração da Análise Preliminar de Riscos, verifica-se a lei federal e as diretrizes, normas, notas técnicas da CONAMA, do Ministério do Trabalho e do Ministério do Meio Ambiente.

 

Uma dica para quem vai trabalhar com amônia: dar uma boa lida no

Guia de Recomendações sobre Amônia do Ministério do Meio Ambiente, o texto é de fácil compreensão e elucida várias dúvidas.

 

Antes de prosseguirmos é bom fazer algumas definições:

 

Acidente

 

Acontecimento não desejado ou não planejado que pode vir a resultar em danos físicos, lesões, doenças, mortes, danos ao meio ambiente, prejuízos econômicos etc.

 

Análise

 

Procedimento técnico baseado em uma determinada metodologia, cujos resultados podem vir a ser comparados com padrões estabelecidos.

 

Análise de Riscos

 

Constitui-se em um conjunto de métodos e técnicas que aplicados a uma atividade proposta ou existente, identificam e avaliam qualitativa e/ou quantitativamente os riscos que essa atividade representa para a população vizinha, ao meio ambiente e à própria empresa. Os principais resultados de uma análise de riscos são a identificação de cenários de acidentes, suas frequências esperadas de ocorrência e a magnitude das possíveis consequências. Serve de base para os programas de gerenciamento de riscos.

 

Área Vulnerável

 

Área no entorno da atividade, na qual ambiente, população e trabalhadores encontram-se expostos aos efeitos de acidentes. A abrangência dessa área é determinada pela Análise de Vulnerabilidade.

 

Categorias de Riscos

 

Classificação de risco estabelecida com base na combinação da frequência esperada e da potencialidade dos danos causados por acidentes, visando a priorização das ações de controle e fiscalização.

 

Qual metodologia deve ser seguida?

 

Preliminarmente à elaboração da APR, devem ser vistoriados todos os locais com o objetivo de conhecer detalhes destes e das fontes geradoras de riscos.

Como etapa seguinte, avaliam-se os procedimentos de trabalho, as instalações, as capacitações e os riscos.

 

Em um terceiro momento, os riscos devem ser categorizados e medidas de salvaguarda sugeridas. Após isto, é recomendado que seja feita uma análise de vulnerabilidade e, então, concluir-se sobre a segurança das instalações.

 

Como categorizar os riscos?

 

Visando categorizar os diversos riscos encontrados nos sistemas analisados anteriormente, faz-se o cruzamento entre as estimativas qualitativas de severidade e de probabilidade de ocorrência de cada risco.

 

Para a categorização em relação à severidade utiliza-se a seguinte tabela:

 

Tabela 1 – Categorias de severidade



De forma análoga a anterior, os riscos são segmentados conforme a Tabela 2:

 

Tabela 2 – Categorias de frequência

 



Dos resultados obtidos nas tabelas anteriores, são determinadas as categorias de cada risco.

 

Tabela 3 – Categorias de Risco

 



 

Sendo na Tabela 3:

 

1 – Risco Desprezível - Amarelo

2 – Risco Menor - Verde

3 – Risco Moderado - Marrom

4 – Risco Sério - Lilás

5 – Risco Crítico – Vermelho

 

A análise preliminar de riscos (APR)

 

A APR é baseada em estudos e observações junto às instalações da empresa, entrevistas com operadores, com responsáveis pelos sistemas e a partir de dados da literatura técnica.

 

Na elaboração se levantam os principais riscos identificados, as causas, os efeitos, as categorias e sugestões de medidas preventivas e/ou corretivas.

 

Nas tabelas a seguir, consta um exemplo simples de APR desenvolvida para dois riscos envolvendo a operação de sistemas de refrigeração por amônia.

 

Salienta-se que podem existir riscos não percebidos pela equipe que participou do desenvolvimento da APR.

Entretanto, sempre que identificados pela empresa, devem passar pelo processo completo de Análise Preliminar de Riscos e medidas devem ser tomadas no intuito de mitigá-los.

 

Tabela 4 - Identificação dos riscos

 




Com a tabela montada, faz-se a contagem das categorias na matriz de riscos e então se avalia qual estratégia será seguida para redução ou mitigação dos riscos encontrados.

 

Tabela 5 - Matriz de riscos com a contagem de todos os riscos encontrados.






E o estudo de vulnerabilidade?

 

Dando prosseguimento à análise de riscos industriais, realiza-se o estudo de vulnerabilidade. Neste estudo são considerados e modelados os cenários mais críticos aos trabalhadores, à comunidade e ao meio ambiente. Para a modelagem quantitativa e a simulação dos cenários se faz a utilização de softwares.

 

Como exemplo pode ser mostrada a simulação da dispersão de uma nuvem do gás tóxico (amônia) realizada por nossa empresa.

 

Neste exemplo, os dados utilizados na simulação foram obtidos no Atlas Eólico do Estado do Rio Grande do Sul e nas características físicas das instalações da empresa.

 

Assim, foi selecionado como cenário crítico o seguinte:

 

Cenário A – Vazamento oriundo da quebra da tubulação inferior do reservatório de amônia.

Para simular o cenário A foram consideradas as seguintes condições de contorno:

 

§  Temperatura do ar – 20°C;

§  Umidade relativa – 60%;

§  Velocidade do vento a 3m – 2 m/s;

§  Direção predominante do vento – Sudeste;

§  Rugosidade do ambiente – Urbana;

§  Condição atmosférica – Sem inversão térmica;

§  Maior dimensão dos reservatórios – Horizontal;

§  Diâmetro das tubulações rompidas – 12,7 mm;

§  Dimensões do reservatório de amônia – 1,0 x 4,0 m;

§  Massa contida no reservatório de amônia – 1.600 kg;

 

Então, tem-se para o Cenário A:

 



Nas delimitações da nuvem tóxica simulada, pode-se ver em vermelho a delimitação de 654m para concentrações maiores que o IDLH (300 ppm). Ou seja, nesta distância a concentração de amônia no ar ambiente é tal que há o risco evidente de morte, ou de causar efeitos permanentes à saúde, ou de impedir um trabalhador de abandonar uma área contaminada.

 

Assim, observa-se que a área vulnerável, neste caso, é bastante grande, exigindo que diversas medidas sejam implementadas.

 

 

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Ruído ambiental e Conforto acústico - Temas mais complexos do que parecem

 


Além de ser proibido por leis e normas, o ruído pode gerar ações judiciais que resultem em indenizações, multas e obras não previstas.

 

Conforme pode ser visto no texto de muitas leis que tratam do assunto:

 

·       "O desrespeito aos limites de barulho pode ser punido com advertência e multas, que variam entre R$ 20 e R$ 200 mil, de acordo com a gravidade".

 

·       "É vedado perturbar o sossego e o bem-estar público com ruídos, vibrações, sons excessivos ou incômodos de qualquer natureza produzidos por qualquer forma ou que contrariem os níveis máximos fixados neste Decreto".

 

·       "Distúrbio por Ruído ou Distúrbio Sonoro significa qualquer som que: a) ponha em perigo ou prejudique a saúde de seres humanos ou animais; b) cause danos de qualquer natureza propriedade pública ou privada; c) possa ser considerado incômodo ou que ultrapasse os níveis máximos fixados neste Decreto".

 

Portanto, o ruído ambiental deve ser avaliado sempre que houver a possibilidade de alteração da condição de conforto acústico de determinada área. Desta forma, prejuízos não esperados podem ser evitados.

 

Quando avaliar o ruído ambiental?

 

O ruído é avaliado geralmente em três casos:

 

1° Caso - Antes de se realizar uma alteração nas fontes emissoras de ruído, por exemplo, quando se tem um terreno baldio e pretende-se construir uma subestação de energia elétrica. Neste caso, deve-se avaliar o ruído anteriormente a instalação da subestação, de modo a verificar se o ruído de fundo, ou seja, o ruído pré-existente no local, é compatível com o ruído que existirá no local.

Desta forma, evita-se fazer uma instalação bastante ruidosa em zonas residenciais de pouco ruído, assim, a avaliação vem de forma a se antecipar, evitando prejuízos posteriores.

 

2° Caso - Quando se tem uma fonte emissora de ruído já instalada no local, por exemplo, quando se tem uma indústria em um bairro residencial ou, como outro exemplo, quando equipamentos de refrigeração funcionam no período da noite, com possibilidade de perturbar o sono e o sossego dos moradores vizinhos a estes.

Aqui, tem-se a medição enquanto há a operação da indústria ou dos equipamentos de refrigeração. Com os resultados desta medição se conclui sobre a existência de condição de conforto acústico na área habitada.

 

3° Caso - Quando há a pretensão de se atenuar a intensidade de um ruído. A ideia central nesta medição é a de descobrir quais as frequências que mais contribuem para a condição de desconforto acústico. Encontradas estas frequências, faz-se o projeto de atenuação acústica prevendo materiais compatíveis com a atenuação que se pretende atingir.

 

Vale salientar que um mal projeto pode levar a um agravo da situação de desconforto acústico.

 

Sendo assim, a materialização da avaliação de ruído ambiental é dada por laudo técnico.


Quais as normas e leis que devem ser levadas em consideração?

 

Como resposta abrangente, todas as que tratam desta matéria. Entretanto, as principais são as seguintes:

 

·       ABNT - Associação Brasileira De Normas Técnicas. NBR 10151 – Avaliação do ruído em áreas habilitadas, visando o conforto - procedimento.

 

·       ABNT - Associação Brasileira De Normas Técnicas. NBR 10152 – Níveis de ruído para conforto acústico – Procedimento.

 

·       Normas Regulamentadores do Ministério do Trabalho e Emprego.

 

·       Resoluções, tal qual a Resolução CONAMA n°. 001.

 

·       Leis Municipais.

 

·       Leis federais.

 

Qual a diferença entre Som, Ruído, Poluição Sonora e Ruído de Fundo?

 

Som - É a propagação de uma frente de compressão mecânica ou onda mecânica, é uma onda longitudinal, que se propaga apenas em meios materiais, sólidos, líquidos ou gasosos.

 

Ruído - Qualquer som que cause ou tenda a causar perturbações ao sossego público ou produzir efeitos psicológicos e/ou fisiológicos negativos em seres humanos.

 

Poluição sonora - Refere-se ao efeito danoso provocado por sons em determinadas intensidades que superem os níveis considerados normais para os seres humanos, de forma prática, são sons desagradáveis à audição.

 

Ruído de fundo - Todo e qualquer som que esteja sendo emitido durante o período de medições, que não aquele objeto das medições, ou seja, o som do ambiente sem a fonte geradora de ruído em avaliação.

 

Quais as características do local e da fonte geradora do ruído que são as mais importantes e determinantes no resultado das medições?

 

·       Tipo de construção e de revestimento das paredes, piso e forro – Se é de alvenaria, se possui forro, se possui revestimento de carpete nas paredes, etc...

 

·       Localização – Se está no 5° andar ou é térreo, se é próximo de uma avenida, se o bairro é predominantemente residencial, etc...

 

·       Ambiente das medições: Se as medições foram realizadas em um dormitório, no pátio, etc...

 

·       Distância da fonte geradora do ruído ao medidor.

 

·       Gerador do ruído principal - Equipamentos de ar condicionado, indústria, casa noturna, igreja, etc...

 

·       Tipo de ruído predominante - Externo, interno, intermitente, contínuo, de impacto, etc...

 

·       Condições ambientais e temporais – Horário, vento, chuva, etc...

 

Portanto, nota-se que este é um assunto complexo e necessita de uma abordagem realizada por especialistas.

 

 

Fonte:

https://www.zielengenharia.com/single-post/2018/03/22/ru%C3%ADdo-ambiental-e-conforto-ac%C3%BAstico-temas-mais-complexos-do-que-parecem

 

 

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