CONHEÇA
OS 5 TIPOS DE RISCOS OCUPACIONAIS CLÁSSICOS
Observe que nesse tópico eu aproveitei para inserir
uma palavra que eu ainda não havia usado nesse texto: ocupacionais ou
ocupacional no singular. Ocupacional é tudo que é derivado da sua ocupação, ou
seja, da sua atividade profissional.
Então, aprenda que é muito comum também se usar essas
palavras, podemos falar de segurança do trabalho, ou também de segurança
ocupacional. Podemos ouvir a expressão doença originada no trabalho, ou também,
doença ocupacional.
Pois bem, desde que os estudos sobre segurança do
trabalho foram avançando, os estudiosos desse tema começaram a catalogar os
riscos ocupacionais que foram sendo encontrados. E hoje em dia, no Brasil,
costumamos dividir os riscos em 5 categorias.
Riscos
físicos
Os riscos físicos são aqueles originados por agentes
físicos, por exemplo, ruído, calor, frio, pressão, umidade, radiações
ionizantes e não ionizantes, vibração e demais tipo de energia fora dos padrões
de segurança aos quais os trabalhadores podem estar sendo expostos.
Para cada um desses agentes, existem métodos de
proteção. Por exemplo, em um ambiente com muito ruído, pode ser recomendado o
uso de protetor auricular.
Uso
de protetor auricular
Cada uma desses agentes vai causar danos específicos à
saúde física dos colaboradores, portanto, para cada um destes itens, existe um
limite aceitável. A esse limite damos o nome de limite de tolerância.
Existe toda uma área de estudos, conhecida como
higiene ocupacional, que visa quantificar esses agentes e definir limites
dentro os quais o trabalho será considerado saudável. E, se acima dos limites,
então o trabalho poderá causar danos à saúde.
Riscos
Químicos
Os riscos químicos são aqueles originados pelos
agentes químicos. São exemplos de
agentes químicos:
· Ácidos:
substâncias corrosivas que podem causar irritação na pele e nos olhos,
queimaduras e danos permanentes.
· Alcalis:
substâncias altamente básicas que podem causar irritação na pele e nos olhos,
queimaduras e danos permanentes.
· Solventes orgânicos:
produtos químicos que são usados para dissolver outras substâncias e podem
causar danos aos pulmões, fígado e sistema nervoso central.
· Metais pesados:
metais tóxicos, como chumbo, mercúrio e cádmio, que podem causar danos
neurológicos, renais e hepáticos.
Estes agem de forma a penetrar no organismo do
colaborador, podendo causar sérios danos à saúde.
Agentes
químicos
Aqui
estão algumas das formas mais comuns de penetração dos agentes químicos no
corpo humano:
· Inalação:
a exposição aos agentes químicos por meio da respiração de ar contaminado é uma
forma comum de exposição, principalmente quando se trata de vapores, gases e
partículas finas.
· Absorção pela pele:
os agentes químicos podem ser absorvidos pela pele, especialmente se a pele
estiver danificada ou exposta por muito tempo. Por exemplo, trabalhadores que
manipulam produtos químicos líquidos sem proteção adequada podem sofrer
irritação, dermatite e outras reações alérgicas.
· Ingestão:
os agentes químicos podem ser ingeridos quando uma pessoa coloca as mãos
contaminadas na boca, come ou bebe alimentos ou líquidos contaminados ou inala
poeira que contém produtos químicos.
Em geral, os agentes químicos podem afetar diferentes
órgãos e sistemas do corpo, como o sistema nervoso central, sistema
respiratório, fígado, rins e pele, dependendo do tipo de agente químico e do
nível de exposição.
Riscos
Biológicos
São aqueles causados por organismos vivos como
bactérias, vírus, fungos e protozoários. Os agentes biológicos são encontrados
em vários tipos de empresas, principalmente aquelas que lidam com materiais
orgânicos ou processam produtos alimentares.
Agentes
biológicos
Aqui
estão alguns exemplos de empresas que são mais propensas a terem agentes
biológicos presentes em seu ambiente de trabalho:
· Indústria alimentícia:
empresas que produzem, processam ou embalam alimentos são particularmente
propensas a terem agentes biológicos em seu ambiente de trabalho. Isso ocorre
porque os alimentos podem ser contaminados por microrganismos, como bactérias,
vírus, fungos e parasitas, que podem causar doenças transmitidas por alimentos.
· Hospitais e clínicas de saúde:
essas empresas são propensas a terem agentes biológicos, como bactérias, vírus
e fungos, presentes em seu ambiente de trabalho devido à presença de pacientes
doentes que podem estar infectados com doenças infecciosas.
· Laboratórios de pesquisa biológica:
esses laboratórios lidam com uma variedade de microrganismos perigosos, como
bactérias patogênicas, vírus e fungos, que são usados para pesquisa médica e
científica.
· Agricultura e pecuária:
trabalhadores que lidam com animais, como veterinários e agricultores, são
propensos a terem contato com agentes biológicos, como bactérias e vírus, que
podem ser transmitidos de animais para humanos.
· Tratamento de resíduos:
empresas que lidam com o tratamento de resíduos orgânicos, como resíduos
hospitalares e lixo orgânico, são propensas a terem agentes biológicos em seu
ambiente de trabalho.
É importante que as empresas tomem medidas preventivas
para minimizar a exposição dos trabalhadores a agentes biológicos, como
fornecer equipamentos de proteção individual, treinamento em higiene pessoal e
ambiental e implementar protocolos de segurança adequados para a manipulação e
disposição de materiais biológicos.
Riscos
Ergonômicos
Os riscos ergonômicos são riscos relacionados às
condições de trabalho que podem afetar o conforto, a saúde e a segurança dos
trabalhadores. Eles estão relacionados à adaptação do trabalho às
características físicas, fisiológicas e psicológicas do trabalhador, com o
objetivo de garantir a eficiência, produtividade e bem-estar no ambiente de
trabalho.
Esses riscos estão associados a uma variedade de
fatores, como postura inadequada, movimentos repetitivos, esforço físico
excessivo, vibração, iluminação inadequada, ruído excessivo, falta de conforto
térmico, organização inadequada do trabalho e outros fatores que podem gerar
desconforto ou lesões físicas.
Ergonomia
Os riscos ergonômicos podem afetar diferentes partes
do corpo, incluindo coluna vertebral, membros superiores e inferiores, visão e
audição. Eles podem levar a lesões musculoesqueléticas, como tendinites,
bursites, dores nas costas, fadiga visual, entre outros problemas de saúde.
Para prevenir os riscos ergonômicos, as empresas devem
investir em soluções ergonômicas, como adaptações no ambiente de trabalho,
mobiliário adequado, organização do trabalho, treinamento para posturas
corretas e uso de equipamentos de proteção individual.
Riscos
de acidentes
Os
riscos acidentais se caracterizam por situações perigosas que ameacem a
segurança e saúde do trabalhador e possam causar sérios acidentes.
Os agentes desta classificação incluem:
· má
iluminação,
· operação
de máquinas sem equipamento de segurança,
· estrutura
de trabalho inadequada,
· situações
de atividade em altura,
· risco
de choque elétrico,
· incêndio,
· atmosferas
explosivas,
· sinalização
ineficiente e
· manuseio
de máquinas pesadas.
Claro que esses riscos variam de acordo com a
atividade realizada e o ambiente de trabalho, mas são comuns em muitas
indústrias em todo o mundo. Por isso, é importante que as empresas implementem
medidas de prevenção para minimizar esses riscos e proteger a saúde e a
segurança de seus trabalhadores.
Como
a segurança do trabalho controla os riscos ocupacionais?
Agora que já aprendemos quais são os 5 grupos
clássicos de riscos ocupacionais, a próxima pergunta é: como a segurança do
trabalho atua para controlar esses riscos?
Podemos dizer que a segurança do trabalho tem como
objetivo identificar, avaliar e controlar os riscos ocupacionais. Que existem
no ambiente de trabalho, a fim de evitar acidentes e doenças ocupacionais.
Para
atuar nos riscos operacionais, a segurança do trabalho deve seguir algumas
etapas:
· Identificação dos riscos:
é importante realizar uma análise dos processos produtivos para identificar
quais são os riscos operacionais associados. Isso pode ser feito por meio de
observações, inspeções e avaliações dos processos.
· Avaliação dos riscos:
após a identificação dos riscos, é importante avaliar sua gravidade,
probabilidade de ocorrência e possíveis consequências. Isso pode ser feito por
meio de ferramentas como a famosa Análise Preliminar de Risco (APR).
· Controle dos riscos:
com base na avaliação dos riscos, é importante implementar medidas de controle
para reduzir a probabilidade de ocorrência ou minimizar as consequências caso
ocorram. Essas medidas podem incluir mudanças nos processos produtivos, uso de
equipamentos de proteção individual (EPI’s), treinamentos e outras ações.
· Monitoramento e revisão:
é importante monitorar continuamente os riscos operacionais e revisar as
medidas de controle para garantir que elas estejam sendo eficazes e para
identificar novos riscos que possam surgir.
Assim, a segurança do trabalho atua buscando controlar
os riscos operacionais por meio de uma abordagem metodológica, em etapas.
Existem
instituições que se preocupam com segurança do trabalho?
Sim, existem diversas instituições que se preocupam
com a segurança do trabalho, incluindo organizações governamentais e não
governamentais, sindicatos, empresas e profissionais da área de segurança do
trabalho.
Os sindicatos desempenham um papel crucial na promoção
da segurança no local de trabalho. Eles representam os trabalhadores e podem
negociar com empregadores para garantir que as medidas de segurança sejam
implementadas e cumpridas.
Além disso, os sindicatos podem fornecer treinamento
em segurança para os trabalhadores e oferecer assistência jurídica em casos de
acidentes de trabalho ou violações de segurança. Através de sua atuação, os
sindicatos podem ajudar a garantir que os direitos dos trabalhadores sejam
protegidos e que os locais de trabalho sejam mais seguros e saudáveis para todos
No Brasil, uma das principais instituições
responsáveis pela segurança do trabalho é o Ministério do Trabalho e
Previdência. O Ministério é responsável pela elaboração e implementação de
normas e regulamentos relacionados à segurança do trabalho, além de fiscalizar
as empresas para garantir o cumprimento dessas normas.
Outra muito importante é a FUNDACENTRO (Fundação
Centro Nacional de Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho). Sua criação foi
motivada pelos altos índices de acidentes e doenças do trabalho que ocorriam na
época, e aconteceu durante o Congresso Nacional de Prevenção de Acidentes,
realizado em São Paulo em 1966.
A entidade nasceu da lei ” n°. 5.161, de 21 de outubro
de 1966. ” Essa fundação foi responsável a pela formação dos primeiros Engenheiros,
Técnicos de Segurança do Trabalho, Enfermeiros e Auxiliares de Enfermagem do
Trabalho formados no Brasil.
Outras instituições importantes incluem as
Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego - SRTE, que são responsáveis
pela fiscalização das condições de trabalho nas empresas, e o Instituto Nacional
do Seguro Social - INSS, que é responsável pela concessão de benefícios
previdenciários em casos de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais.
Além dessas instituições governamentais, existem
também diversas organizações não governamentais, como associações, sindicatos e
entidades de classe, que se dedicam à promoção da segurança do trabalho e à
defesa dos direitos dos trabalhadores.
Profissionais da área de segurança do trabalho, como
engenheiros de segurança do trabalho, técnicos de segurança do trabalho e
médicos do trabalho, também desempenham um papel fundamental na identificação,
avaliação e controle dos riscos relacionados ao trabalho, visando garantir um
ambiente de trabalho seguro e saudável para todos os trabalhadores.
Gostou do conteúdo? Conte para gente nos comentários e
não deixe de compartilhar nas redes sociais.
Siga o Blog e Deixe seu comentário e compartilhe este
artigo em suas redes sociais para que mais pessoas se informem sobre
o tema.