sábado, 1 de outubro de 2022

 




 

INSUFLADOR DE AR PARA ESPAÇOS CONFINADOS: ENTENDA SUA IMPORTÂNCIA

 



Embora o insuflador de ar para espaços confinados seja um equipamento bastante comum no ramo industrial, na construção civil seu uso ainda é pequeno. Devido as tradicionais formas de execução de atividades em obras, ainda poucas empresas e profissionais adotam esse tipo de equipamento de segurança. No entanto, esse cenário vem mudando. Com a especialização de profissionais do ramo, somado ao aumento significativo de acidentes com divulgação na mídia, essas atividades vêm ganhando mais atenção e planejamento por parte das empresas e profissionais envolvidos.

O insuflador de ar para espaços confinados é um equipamento essencial para minimizar riscos, além de garantir mais qualidade para a execução do trabalho. Para saber mais sobre importância desse equipamento para a construção civil e como ele atende as exigências da NR33, vale a pena conferir!

 

O que é o insuflador de ar para espaços confinados?

 

Basicamente, o insuflador de ar para espaços confinados é um equipamento que promove a renovação do ar, eliminando gases ou ajudando a controlar a taxa de oxigênio nesses locais. Este tipo de ventilação é importante para: garantir o ar respirável para o trabalhador, eliminar os gases tóxicos que podem asfixiar ou envenenar, além de eliminar gases inflamáveis que podem provocar a explosão do local. Adicionalmente, esse equipamento serve para evitar uma hipertermia causada pela falta de ventilação, já que espaços confinados geralmente possuem temperaturas elevadas.

De acordo com a NR33, os espaços confinados são locais fechados com presença de gases ou falta de oxigênio. Esses espaços não foram projetados para a ocupação humana e devem contar com restrições de entrada e saída.

Um dos maiores riscos ocupacionais dos espaços confinados, naturalmente, são os riscos respiratórios. Isso porque, com a ocupação dessas áreas, o oxigênio diminui significativamente no espaço. Da mesma forma, a presença de determinados gases pode tornar o ambiente tóxico, impedindo a respiração. Nessas condições é fundamental encontrar equipamentos que permitam a permanência humana no local através da circulação do ar, evitando assim, a asfixia ou eventual envenenamento do trabalhador.

 

Como funciona o insuflador para espaços confinados

 

O insuflador de ar para espaços confinados funciona da seguinte maneira: pega-se o ar externo (da atmosfera, limpo e isento de contaminantes) e o envia para o espaço interno (confinado) provocando um fluxo de ar forçado através dos dutos e ventiladores/exaustores. Geralmente esse processo é chamado de purga. Em outras palavras, a purga é o processo de limpeza atmosférica do espaço confinado para garantir uma condição ideal ou, pelo menos, isenta da presença de gases nocivos, para a execução dos trabalhos.

Este tipo de equipamento já é muito utilizado por diversas empresas de inúmeros setores. Contudo, infelizmente, não são todos os empregadores que providenciam equipamentos de segurança no espaço de trabalho. Nesse sentido, é importante destacar que, segundo as normas e leis vigentes, cabe ao empregador promover a utilização de tecnologias que facilitem o trabalho dos funcionários e, principalmente, ajudem a proteger a vida dos mesmos. Além disso, é sempre ressaltar que, de acordo com a NR33, não apenas o empregador deve seguir as normas e garantir a segurança, mas também os trabalhadores devem garantir que estão colocando as recomendações técnicas em prática e garantindo a própria segurança. E, para isso, treinamentos periódicos são essenciais.

 

Benefícios dos insufladores / exaustores de ar

 

O insuflador ou exaustor de ar para trabalhos em espaços confinados apresentam diversas vantagens tanto para os profissionais que trabalham nesses espaços, quanto para aqueles que apenas supervisionam ou coordenam a operação.

 

Alguns desses benefícios que merecem destaque são:

 

·       Conforto térmico: por gerar ventilação e ajudar a trazer ar externo para o ambiente, pode-se dizer que os insufladores promovem conforto térmico para o funcionário presente em espaço confinado. Purificar o ar e torná-lo mais respirável é a principal função dessa ferramenta;

·       Versatilidade: os insufladores são portáteis, e justamente por isso, se adaptam a diferentes operações. É possível utilizar os insufladores em diversos locais diferentes, e no caso dos locais confinados eles se tornam ainda mais importantes, já que devem ter dimensões proporcionais ao espaço;

·       Purificação da atmosfera interior (ar respirável): ajuda a purificar o ar por conta do aumento da ventilação e, consequentemente, também esfria o local para o funcionário não correr o risco de ter complicações como a hipotermia;

·       Segurança: os insufladores também possuem papel importante na hora de dissipar os produtos e moléculas tóxicas presentes no ar do local. Assim, ele pode ajudar a evitar uma catástrofe radioativa, por exemplo;

·       Equilíbrio: o insuflador tem a capacidade de equilibrar o ar com o ar tóxico de forma que ele se torne respirável para o trabalhador. Sem o insuflador, pode-se dizer que o nível de ar tóxico seria muito alto ou não existiria oxigênio suficiente dentro do espaço confinado;

·       Modelos axiais dupla função: falando especificamente deste modelo, a principal vantagem deste tipo de insuflador é o fato de que ele exerce a função de insuflador e exaustor. Por isso, se o espaço confinado demandar as duas funções, vale a pena adquirir um modelo de dupla função.

 

Estes são apenas alguns dos benefícios que os insufladores de ar podem trazer para os trabalhadores presentes em espaços confinados. Porém, lembre-se de que o equipamento deve ser de qualidade para que ele compra sua função e realmente torne o ambiente menos inóspito.

Por fim, vale destacar que o padrão de qualidade de um equipamento para espaço confinado deve atender a NR-33 – Segurança e saúde nos trabalhos em espaços confinados), ( e NBR 14.787 – Espaço confinado – Prevenção de acidentes, procedimentos e medidas de proteção) . Isso garante que ele está de acordo com os padrões de qualidade necessários por lei e, consequentemente, oferece segurança dentro do espaço confinado.

 

Como escolher o equipamento adequado?

 

Para garantir todos os seus benefícios, um insuflador de ar para espaços confinados precisa contar com algumas características que fazem a diferença nesse tipo de equipamento.

 

São elas:

 

·       Dimensão: a dimensão do insuflador deve ser adequada ao espaço confinado no qual ele será utilizado. Assim, analisar o volume e a geometria do espaço é o primeiro passo para comprar um insuflador adequado. Lembre-se também que a dimensão irá influenciar em outros fatores, como a vazão e o número de trocas de ar. Justamente por isso, tudo deve estar de acordo para que o insuflador realmente seja uma ferramenta que ajude nas atividades do profissional em espaços confinados;

·       Número de trocas de ar: após entender mais sobre o dimensionamento do produto, é importante saber o número de trocas de ar que ele oferece. Neste momento, deve-se ter em mente que a NBR 16.577 estabelece que a troca de ar deve ser no mínimo 10 vezes maior do que o volume local por hora. Exemplo: se o volume do espaço confinado é 200m³ faz-se necessário um insuflador com ventilação mecânica de 2000m³/hora;

 

É importante salientar que de acordo com a NR-33 qualquer avaliação inicial da atmosfera do espaço deve ser feita, no primeiro momento, na área externa. Isso evita que o local seja tóxico demais para a vida humana e acabe levando a falecimentos, por exemplo. Quando se trata de espaços confinados, é de grande importância seguir as normas e garantir que tudo está sendo feito com os equipamentos necessários e com todo o cuidado possível.

 

·       Vazão: entender qual vazão o insuflador deve ter também é essencial. Para isso, você deve fazer a seguinte conta:

 

·       Q (vazão em m³/h) = Cl (concentração do contaminador) x V (volume do espaço) / Lt (limite de tolerância ao contaminador) x T (tempo para diluir)

 

Após fazer a conta você saberá qual é a vazão que o insuflador deve ter para determinado espaço confinado. Assim, na hora de procurar por um modelo ficará muito mais fácil garantir que ele atende as necessidades do espaço.

 

·       Peso: assim como a dimensão, o peso influencia diretamente na mobilidade do insuflador, e justamente por isso é importante ter em mente qual deve ser o peso máximo do insuflador que você procura;

·       Ruído: os ruídos emitidos por um insuflador podem parecer pequenos quando se está em uma área aberta, mas dentro do espaço confinado eles podem se tornar muito altos, gerando riscos para a saúde do trabalhador a médio e longo prazo. Desta maneira, deve-se sempre analisar o nível de emissão de ruídos que o insuflador possui, principalmente se o local proporcionar eco. Atualmente, existem insufladores que prometem exercer o menor ruído possível justamente para atender esta demanda do mercado de construção civil;

·       Certificações: é imprescindível comprar um insuflador de ar certificado de acordo com as normas vigentes atualmente e o INMETRO. Essas certificações irão garantir que ele realmente desenvolve o papel necessário para os espaços confinados e evita a compra de produtos pirateados. Jamais compre insufladores que não respeitam as normas independente do que digam;

·       Marca: o insuflador deve ser de uma marca conhecida por oferecer produtos de boa qualidade, assim você garante que ele possui procedência e tem também a certeza de que o mesmo cumprirá com seu papel. Justamente por ser um item relacionado à segurança, economizar não é a melhor opção.

 

Essas são algumas das características que você deve ter em mente na hora de escolher um insuflador para o espaço confinado. Conhecer o espaço é de suma importância para garantir que o insuflador está adequado e de acordo com as expectativas.

 

Diferença entre insufladores e exaustores de ar

 

Há quem confunda os insufladores de ar com os exaustores. Porém, esses são dois equipamentos bastante diferentes que, na realidade, possuem funções contrárias uma à outra. 

Como já dito anteriormente, o insuflador de ar age como uma ponte entre o ar externo e o interno, levando o ar de fora para dentro do local. Neste caso, ele leva o ar para dentro do espaço confinado, fazendo com que o profissional tenha mais facilidade para respirar e evitando acidentes relacionados aos riscos dos espaços confinados.

Enquanto isso, os exaustores retiram o ar interno e levam para o exterior. Neste caso, o exaustor iria retirar o ar poluído do espaço confinado, mas não traria ar externo para o local.

Insuflador e exaustor, portanto, possuem funções completamente opostas e complementares. No entanto, cada operação em espaços confinados conta com suas particularidades. Assim, é fundamental fazer uma análise do espaço confinado, justamente para que você escolha o equipamento que melhor se encaixa às suas necessidades.

 

Importância dos insufladores de ar para a construção civil

 

Os espaços confinados são considerados grandes desafios para a construção civil. Justamente por isso, existem tantas leis e normas vigentes atualmente com relação a este tema.

Os insufladores de ar surgiram como um equipamento capaz de reduzir riscos presentes em espaços confinados, como o de contaminação e asfixia. Sem os insufladores, o trabalhador poderia sofrer complicações por conta de excesso de elementos tóxicos no ar ou até mesmo falta de oxigênio na área de trabalho.

Com a utilização dos insufladores dentro das obras da construção civil, é possível ter acesso à áreas que antes tinham altos riscos e inviabilizavam certas operações. Com esse equipamento é possível trabalhar com eficiência e segurança, minimizando os riscos de respirar ar denso em tóxicos, ou rarefeito, isto é, com pouca quantidade de oxigênio.

 

Aluguel de equipamentos para trabalhos em espaços confinados – Aluguel ventiladores e exaustores

 

Os equipamentos para trabalho em espaço confinado, em geral, representam um investimento de alto valor. Além disso, na maioria dos casos, esse equipamento tem é utilizado de maneira eventual ou programada, sendo desnecessária a compra. 

Para muitos empreendimentos, o aluguel de um insuflador de ar para espaços confinados, ou mesmo de ventiladores e exaustores, é algo mais interessante.

 

Para empresas e empreendedores, o aluguel desses equipamentos representa:

 

·       Baixo investimento comparado com a compra:  O aluguel de um sistema de ventilação é uma pequena fração do valor da aquisição de um sistema de ventilação;

·       Longos prazos de entrega: Equipamentos específicos possuem prazo de entrega longos. Evite manutenções mal planejadas. Alugando um sistema de ventilação você terá a garantia de ter o equipamento disponível durante os trabalhos;

·       Especificação errada ou equivocada: Ao comprar um sistema de ventilação é essencial saber os dados do espaço confinado e o desempenho dos seus exaustores ou ventiladores. Evite erros. Alugando com um especialista você terá a tranquilidade de saber que o equipamento irá atender a sua necessidade;

·       Suporte técnico com especialistas:  Se a sua equipe é especialista no assunto, ótimo. Se a sua equipe tem incertezas com relação a aplicação, podemos te ajudar e somar esforços na solução da tarefa. Conte com a gente!

 

Hoje algumas empresas especializadas já oferecem o aluguel de equipamentos de segurança para espaços confinados, oferecendo o melhor suporte técnico e menos gastos. O uso de equipamentos de segurança é essencial para evitar riscos ao trabalhador, mas também para a empresa que pode arcar com multas e sanções em razão da ausência desse tipo de equipamento em suas operações. 

 

 





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TEMPO REQUERIDO DE RESISTÊNCIA AO FOGO:

O QUE É E COMO DIMENSIONAR O TRRF?

 


Infelizmente, grandes tragédias ocorreram para que fossem desenvolvidas normas e regulamentações na construção de edificações, garantindo a segurança contra incêndios. A exposição às altas temperaturas e à fumaça causam grandes riscos à vida, portanto os prédios devem possibilitar um tempo de fuga das pessoas em segurança.

 

A fim de garantir esta segurança na ocorrência de incêndio, existem critérios específicos contra à ação do fogo que devem ser respeitadas. O dimensionamento desses critérios é feito através do Tempo Requerido de Resistência ao Fogo – o TRRF. Continue a leitura e entenda do que se trata o TRRF, as Normas que o regem, sua verificação e como aplicá-lo em construções no seu estado.

 

O que é o TRRF?

 

O Tempo Requerido de Resistência ao Fogo - TRRF é o tempo mínimo de resistência ao fogo, em minutos, de um elemento estrutural (lajes, vigas, pilares), de uma parede ou de divisórias quando sujeito ao incêndio-padrão – modelado por meio de uma elevação padronizada de temperatura. Esse tempo mínimo impede a propagação das chamas sem comprometer a função estrutural ou de compartimentação das partes.

 

Na elaboração do projeto estrutural, deve-se verificar a estrutura dimensionada de acordo com as dimensões e condições de proteção de seus elementos. Cada qual, tenha um Tempo de Resistência ao Fogo - TRF superior ao Tempo Requerido de Resistência ao Fogo - TRRF.

 

A verificação é feita a partir de métodos preconizados por Normas Brasileiras, porém o Corpo de Bombeiros de cada estado elabora Instruções Normativas ou Normas Técnicas referenciadas pelas NBR’s, a fim de padronizar processos.

 

Normatização referentes ao TRRF

 

Existem duas principais normas, lançadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, que auxiliam na verificação do TRRF em uma edificação:

 

NBR 14432:2001 – Exigências de resistência ao fogo de elementos construtivos de edificações;

NBR 15200:2012 – Projeto de estruturas de concreto em situação de incêndio.

Ainda há a norma NBR 9700:2001 – Saídas de emergência em edifícios, que disponibiliza o TRRF de compartimentação de portas corta-fogo, de elementos de isolamento de risco e do enclausuramento de escadas e elevadores.

 

Verificação de incêndio de elementos construtivos

 

A NBR 14432/2001 aponta que os requisitos de estanqueidade e isolamento devem possibilitar:

 

Ø Um tempo suficiente a fuga dos ocupantes da edificação em segurança;

Ø A segurança das operações de combate ao incêndio;

Ø A minimização de danos a edificações vizinhas e à infraestrutura pública.

 

Esta norma verifica o TRRF de elementos estruturais (lajes, vigas, pilares) e de paredes, não incluindo os elementos de compartimentação de portas corta-fogo, de elementos de isolamento de risco e do enclausuramento de escadas e elevadores, presentes na NBR 9700:2001, a qual iremos falar adiante.

 

Considerações para a verificação do TRRF

 

Para realizar o dimensionamento do TRRF, de acordo com a NBR 14432/2001, é necessário atender às seguintes condições:

 

Ø O elemento que faz parte de mais de um edifício ou compartimento deve atender ao maior dos tempos de resistência ao fogo entre as partes;

Ø No pavimento do subsolo quando há um lado aberto no nível térreo, permitindo o acesso para combate ao incêndio, adota-se o TRRF aplicável aos pavimentos acima do solo – desde que as ocupações sejam similares;

Ø Para o subsolo nunca adotar um TRRF menor que dos pavimentos situados acima do solo;

Ø Em uma edificação de ocupação mista, se não houver compartimentação das ocupações, aplicam-se os tempos correspondentes à ocupação que leva as exigências mais rigorosas. Se houver compartimentação aplicam-se os tempos correspondentes a cada uma delas de forma independente;

Ø Vigas que não tenham responsabilidade estrutural na edificação não necessitam de TRRF maior que 60 min, exceto para edificações com altura superior a 45 m, onde o TRRF necessário é de 90 min;

Ø Lajes de edificações com altura inferior a 45 m não necessitam ter TRRF maior que 90 min.

 

Isenção dos requisitos de resistência ao fogo

 

Segundo a NBR 14432/2001, estão isentas da necessidade de resistência ao fogo, em seus elementos construtivos, das edificações:

 

Ø Cuja área total seja menor ou igual a 750 m²;

Ø Com até dois pavimentos, cuja área total seja menor ou igual a 1.500 m² e carga de incêndio específica inferior ou igual a 1.000 MJ/m²;

Ø Os elementos estruturais de cobertura da edificação (tais como tesouras, vigas de cobertura, terças, etc.). Cuidado! Não se aplica a coberturas que tenham função de piso, mesmo que seja apenas para saída de emergência.

 

Método de verificação do TRRF

 

A verificação do TRRF dos elementos construtivos é feita por meio de duas tabelas, presentes na NBR 14432/2001, que caracterizam o método tabular. Estas tabelas estão presentes no Anexo A e B da Norma, onde a Tabela A.1 estabelece o TRRF em função do tipo de ocupação da edificação e a Tabela B.1 organiza as edificações em classes, também em função da ocupação.

Este método é baseado em normas estrangeiras adaptadas à realidade brasileira pelos membros da Comissão de Estudos da ABNT. Sua vantagem é a praticidade e aplicação imediata.

 

Exemplo prático

 

Tabela 1 – Tempos requeridos de resistência ao fogo (TRRF) em função do tipo de ocupação da edificação

 

FONTE: Instrução Técnica nº 08/2019 CBMSP (2019)

 

Vamos dimensionar o TRRF dos elementos estruturais de um edifício residencial em São Paulo. O edifício possui 6 pavimentos, com área igual a 400 m² cada e pé-direito de 3 m. A cobertura é constituída por laje e telhas, sem função de piso.

 

O cálculo é feito da seguinte forma:

 

A altura do edifício é h= 5 pavimentos úteis x 3 m = 15 m

 

Vide Tabela A.1 da NBR 14432/2001 (equivalente Tabela 1), Grupo A (edifício residencial). A altura h= 15m está entre 12m < h < 23m, portanto o TRRF de seus elementos construtivos é de 60 min.

 

Com o TRRF de seus elementos construtivos encontrado, o projetista estrutural deve verificar o seu dimensionamento e adaptar conforme a NBR 15200:2012. Para isto basta atender às dimensões mínimas – espessura das lajes, a largura das vigas, as dimensões das seções transversais de pilares e tirantes e a distância entre o eixo da armadura longitudinal e a face do concreto exposta ao fogo – apresentadas nas tabelas 4 a 12 (ver seção 6 da NBR 15200:2012), em função do tipo de elemento estrutural e do TRRF. Essas dimensões mínimas devem sempre respeitar também a ABNT NBR 6118 em geral e a ABNT NBR 9062 no caso especial de pré-moldados.

 

Observação: a NBR 14432/2001 disponibiliza tabelas e fórmulas para o cálculo de carga de incêndio específica, necessário em casos especiais não dispostos nas tabelas do método tabular. Por tanto, este post não dispensa a utilização da norma para dimensionamento.

 

Instruções Técnicas referentes à verificação do TRRF

 

O Corpo de Bombeiros do estado de São Paulo criou uma Instrução Técnica (IT-08) que visa a segurança estrutural contra incêndio da construção. Nesta IT, além de contemplar o método tabular de cálculo para o dimensionamento do TRRF, também apresenta o método do tempo equivalente para redução do TRRF, dentre outras informações como:  resistência ao fogo de paredes em chapas de gesso para drywall e a resistência ao fogo para paredes de alvenaria. Muitos estados se baseiam ou utilizam Instruções Técnicas similares às de São Paulo.

 

PRF – Porta Resistente ao Fogo

 

O tempo requerido de portas resistentes ao fogo é chamado de PRF ou porta corta-fogo. A Norma que classifica o PRF é a ABNT NBR 15281:2005. A necessidade de aplicação dessas portas é destinada à entrada de unidades autônomas e a compartimentos específicos do edifício, como áreas enclausuradas.

 

Classificação

 

Ø PRF-30 (30 minutos de resistência ao fogo)

Ø PRF-60 (60 minutos de resistência ao fogo)

Ø PRF-90 (90 minutos de resistência ao fogo)

 

TRRF de compartimentação: porta corta-fogo, isolamento de risco e enclausuramento de escadas e elevadores

 

Agora que sabemos como uma construção resiste ao fogo, em tempo suficiente para sua evacuação e para a extinção do incêndio, antes que a estrutura entre em colapso, vamos conhecer a necessidade de uma rota de fuga eficiente, para que o calor e a fumaça não interfiram na segurança das pessoas.

 

NBR 9700:2001 – Saídas de emergência em edifícios aponta que os elementos que constituem uma rota de fuga eficiente devem ser compartimentados por:

 

Ø portas corta-fogo;

Ø elementos de isolamento de risco;

Ø enclausuramento de escadas e elevadores.

 

Por tanto, as saídas de emergência englobam todas as exigências que as edificações devem possuir para que sua população possa abandoná-las, em caso de incêndio, protegendo sua integridade física e permitindo o fácil acesso para o auxílio de bombeiros ao combate do fogo e a retirada das vítimas.

 

Todos os itens desta Norma devem ser seguidos rigorosamente. Contudo, separamos algumas determinações, em relação ao TRRF, presentes nela e destacamos as diferenças entre a NBR 9700/2001 e a IN 009/DAT/CBMSC - Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina.

 

Isolamento

 

Para que os pavimentos sejam considerados isolados entre si, deve-se ter paredes externas e vigas com TRRF igual à exigida para a laje de entrepiso – nunca inferior a 2 h –, obedecendo também outras considerações - NBR 9700/2001 e IN 009/DAT/CBMSC.

 

Escadas

 

A NBR 9700/2001 aponta que “em qualquer edificação, os pavimentos sem saída em nível para o espaço livre exterior devem ser dotados de escadas, enclausuradas ou não”.

Conheça os diferentes tipos de escadas e o seu tempo requerido de resistência ao fogo:

 

Ø Escadas comuns ou não enclausuradas: além da incombustibilidade, oferecer nos elementos estruturais resistência ao fogo de no mínimo 2 h (NBR 9700/2001); devem ser construídas em concreto armado ou material de equivalente resistência ao fogo por 2 h (IN 009/DAT/CBMSC).

Ø Escadas enclausuradas protegidas (EP): ter suas caixas isoladas por paredes resistentes a 2 h de fogo, no mínimo; ter as portas de acesso resistentes ao fogo por 30 min (PRF-30), e, preferencialmente, dotadas de vidros aramados transparentes com 0,50 m² de área, no máximo (NBR 9700/2001 e IN 009/DAT/CBMSC); a IN 009 ainda complementa que as PRF’s devem possuir dispositivos que realizam o fechamento por gravidade.

Ø Escadas enclausuradas à prova de fumaça (PF): ter suas caixas enclausuradas por paredes resistentes a 4 h de fogo; ser providas de portas estanques à fumaça e resistentes a 30 min de fogo (PRF-30) em sua comunicação com a antecâmara (NBR 9700/2001 e IN 009/DAT/CBMSC).

Ø Escadas pressurizadas à prova de fumaça (PFP): ter suas caixas envolvidas por paredes resistentes ao fogo de 4 h e portas resistentes de 30 min (PRF-30), no mínimo (NBR 9700/2001 e IN 009/DAT/CBMSC); os dutos de distribuição de ar pressurizado deverão ser resistentes ao fogo por 2 h em toda sua extensão (IN 009/DAT/CBMSC).

 

Elevador de Emergência

 

Os elevadores de emergência devem ter a caixa envolvida por paredes de TRRF igual a 4 h e possuir portas metálicas situadas dentro da antecâmara. Conforme NBR 9700/2001 e IN 009/DAT/CBMSC.

 

Áreas de Refúgio

 

Segundo a NBR 9700/2001 a estrutura dos prédios dotados de áreas de refúgio deve ter resistência ao fogo de 4 h.

 

Descarga

 

De acordo com a NBR 9700/2001 o corredor ou átrio enclausurados – usados como saída de emergência – empregados para descarga devem: ter paredes resistentes ao fogo por tempo equivalente ao das paredes das escadas que a ele conduzirem; ter portas corta-fogo, quando a escada for à prova de fumaça, ou resistentes a 30 min de fogo, quando a escada for enclausurada protegida, isolando-o de todo compartimento que com ele se comunique, tais como apartamentos, salas de medidores e outros.

 

Já a IN 009/DAT/CBMSC não dita qualquer TRRF, porém aponta que quando o hall ou saguão ligarem a outros ambientes (garagem e salas) deverão ser isolados por portas corta-fogo do mesmo tipo da escada, exceto para escadas comuns.

 

Tipos de parede corta-fogo

 

A IN 009/DAT/CBMSC disponibiliza tabelas com as resistências ao fogo referentes as paredes de alvenaria (Tabela 2) e chapas de gesso acartonado, ou drywall, (Tabela 3).

 

Tabela 2 – Resistência ao fogo para paredes de alvenaria

 

FONTE: IN 009/DAT/CBMSC (2014)

 

Tabela 3 – Resistência ao fogo para paredes com chapas de gesso acartonado

 

FONTE: IN 009/DAT/CBMSC (2014)

 

 




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