sexta-feira, 10 de setembro de 2021

 



Ventilação em Espaços Confinados


Ventilação em Espaços Confinados é o tema desta série especial, em dois posts, que vamos começar hoje. Nesta primeira parte abordaremos as definições, técnicas e sistemas usados nesta atividade. Quando a realização de um trabalho acontece em espaços confinados devemos ter atenção redobrada. Por natureza são ambientes mais perigosos que outros locais de trabalho convencionais. Nas pesquisas dos diversos tipos de acidentes, notadamente os fatais, verifica-se uma incidência maior nestes ambientes. Esta constatação está relacionada principalmente às condições do ambiente atmosférico que se apresentam com deficiência ou enriquecimento de oxigênio. Mas os riscos também ocorrem quando há presença de gases e vapores tóxicos e atmosferas inflamáveis e explosivas.

 


Qual a importância da Ventilação em Espaços Confinados?

 

A simples ocorrência destas situações de perigo na atmosfera do espaço confinado associada a algumas deficiências técnicas, como por exemplo, ausência ou inadequação de verificação da qualidade do ar presente ou de ventilação apropriada antes e/ou durante a realização de um trabalho, desenvolve todas as possibilidades antecedentes de acidentes sérios. A estatística neste caso, é cruel, pois demonstra que 100% das ocorrências relacionadas a acidentes por gases tóxicos e por deficiência de oxigênio tiveram como causa a não utilização de medidores/sensores e de sistemas de ventilação nos trabalhos em espaços confinados. 

 

Sendo assim podemos considerar que, além dos sensores, a ventilação em espaços confinados é elemento crítico fundamental como medida de controle da segurança desses locais de trabalho. 

 

A ventilação, uma vez adotada como medida de controle das condições atmosféricas de um espaço confinado, requer a utilização de técnicas e sistemas apropriados que dependem de um conjunto de fatores, dentre os quais podemos incluir: configuração do espaço, fontes de emissão dos gases, vapores e partículas, a natureza desses contaminantes, opção de ventilação e equipamentos disponíveis e as vantagens e limitações de cada alternativa escolhida. Do ponto de vista mais simples 3 tipos de ventilação podem ser adotados: insuflação, exaustão e combinados (insuflação + exaustão).

 


No último post sobre Ventilação em Espaços Confinados trataremos em detalhes sobre os gases tóxicos, equipamentos e conceitos da NR33. A importância da ventilação no que se refere à exposição de gases tóxicos está no uso da técnica de exaustão. Ela retira os gases de dentro do espaço confinado de modo mais efetivo, principalmente se aplicada mais perto da fonte. Neste caso, o auxílio do sistema de canalização também acelera o processo. A insuflação somente seria mais eficiente de modo a acelerar a retirada do contaminante quando usado simultaneamente com a exaustão. De qualquer modo a configuração do espaço, o tipo de contaminante e as saídas existentes irão influenciar esta decisão. É importante salientar, neste caso, que em se tratando de gases tóxicos as ventilações terão de ser em maior número.

 

Quais as diferenças entre as técnicas de ventilação?

 

Em relação a utilização dos equipamentos, a própria técnica de ventilação já os define. Os exaustores, como o nome sugere, atua no processo de exaustão. Ou seja, de retirada mais imediata do contaminante presente onde quer que ele esteja (no alto, em baixo, em bolsões, etc.) aceitando a ventilação natural como saneadora do ambiente. Já o insuflador sugere um comportamento de “soprar ou expulsar “ o ar contaminado. Esta técnica realiza a troca através do ar limpo que traz do ambiente externo para dentro do espaço confinado. Entretanto, dependendo das características do espaço confinado, sua ação isolada pode limitar a efetividade ao espalhar o contaminante no ambiente. Por outro lado, o insuflador auxilia também refrescando o ambiente normalmente quente do confinamento, oferecendo mais conforto térmico ao trabalhador.

 

Um fato importante também é que algumas substâncias, sejam elas gases, vapores e partículas, podem ser inflamáveis e o risco de explosão e incêndio estará presente nos ambientes denominados como “áreas classificadas”.  Se em ambientes externos essas substâncias apresentam graves riscos, com mais razão ainda os riscos se agravam em espaços confinados. Basta uma chama ou mesmo uma centelha ou faísca para que o acidente ocorra. Sendo assim, os equipamentos elétricos e eletrônicos ou ferramentas que gerem faíscas por contato ou atrito, requerem tratamento especial nestes ambientes. Os equipamentos elétricos e eletrônicos necessitam ser certificados como intrinsecamente seguros e à prova de explosão. Para isto, é exigido a chancela do certificador nacional que é o Inmetro. E, em se tratando de ventiladores, certamente estão na relação daqueles que necessitam desta certificação, quando se trata de trabalhos com a presença de inflamáveis em espaços confinados.

 

O que diz a NR33 sobre a Ventilação em Espaços Confinados?


A ventilação em espaços confinados, portanto, é um procedimento de segurança muito importante e a NR33 no subitem 33.3.2 o inclui como um dos que requerem ser observados quando diz:

 

·       antecipar, reconhecer, avaliar e controlar os riscos químicos (oxigênio, tóxicos e inflamáveis); 

 

·       implementar medidas necessárias para eliminação ou controle dos riscos atmosféricos;

 

·       avaliar a atmosfera antes da entrada de trabalhadores e manter condições atmosféricas aceitáveis na entrada e durante toda a realização dos trabalhos, monitorando, ventilando, purgando, lavando ou inertizando o espaço confinado;

 

·       monitorar continuamente a atmosfera nas áreas onde os trabalhadores estiverem trabalhando;

 

·       proibir a ventilação com oxigênio puro.

 

 

 

Fonte

 

Autor: Renato Crusius é Engenheiro Eletricista, com especialização em Segurança do Trabalho e Qualidade e integra a equipe técnica da CONECT.

 

https://conect.online/blog/ventilacao-em-espacos-confinados-2/

 

https://conect.online/blog/ventilacao-em-espacos-confinados-1/

 

 

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Acidentes de trabalho no Brasil:

Quais são as áreas com maiores riscos?

 

 



O número de Acidentes de trabalho no Brasil coloca o país em quarto lugar na estatística mundial, ficando atrás apenas da China, da Índia e da Indonésia, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

 

Mesmo que a lei brasileira cubra todos os ramos de atividade e seja bastante rigorosa, não é cumprida como deveria. Para se ter uma ideia, são 36 normas regulamentadoras que tratam cada segmento de forma específica, como ergonomia, luminosidade, demarcação do local de trabalho, entre outras. Elas são bastante instrutivas e detalhadas.

 

Confira, neste post, quais são os setores de trabalho que apresentam maiores riscos aos trabalhadores.

 

Petróleo Offshore

 

Acidentes na exploração de petróleo Offshore (afastado da costa) ocorrem mundialmente. Na maioria das vezes, erros são revertidos prontamente e os problemas são solucionados; em outras, erros constantes podem resultar em catástrofes que podem levar centenas de vidas e comprometer o meio ambiente de forma irreversível. Os riscos se elevam conforme a profundidade da exploração petrolífera.

 

O perigo não vem somente da extração e separação de gás, óleo e água, tal como sua retenção/estocagem, mas também do sistema de flutuação da estrutura. A possibilidade de explosões é equivalente à exploração do petróleo. Podendo ocorrer vazamento de gás e perda de controle no armazenamento de óleo, ou seja, toda a atividade é perigosa.

 

Em 2001, a plataforma P-36 da Petrobrás, uma das maiores da sua época, sofreu duas explosões num tanque de óleo e gás. Dos 175 indivíduos a bordo, 11 foram à óbito, todos eles faziam parte da equipe de emergência. Cinco dias depois a P-36 naufragou, levando consigo cerca de 1500 toneladas de óleo, que contaminaram boa parte do oceano e a costa brasileira.

 

Agroindústria


Os acidentes da agroindústria são frequentes, por isso é importante que as empresas prezem pela segurança dos seus trabalhadores.

 

As causas mais comuns são:

 

·       defeitos de equipamentos, máquinas, processos de trabalho ou impactos ambientais não controlados;

 

·       atividades negligenciadas pelo trabalhador;

 

·       fator pessoal de insegurança, como doenças/problemas familiares e excesso de horas extras.

 

Hoje, com a modernização do setor, a utilização de máquinas tornou-se comum, porém o número de acidentes subiu notavelmente, elevando o risco dos trabalhadores rurais, principalmente daqueles que utilizam tratores e outros maquinários.

 

A fim de reduzir os riscos de acidentes neste ramo, alguns procedimentos devem ser realizados para que as tarefas sejam executadas de maneira segura:

 

·       cada equipamento ou ferramenta deve ser utilizada para seu uso exclusivo;

 

·       as ferramentas de uso manual devem ser transportadas em local adequado e seguro, para evitar acidentes no trajeto para o local de trabalho;

 

·       quando a atividade exigir maior segurança, utilize EPI’s, como perneiras, luvas e botas;

 

·       trabalhadores que dirigem e operam equipamentos, máquinas e veículos agrícolas devem ser habilitados para estas funções.

 

Construção civil

 

Esta é uma área de grande risco para os trabalhadores. Dentre os acidentes que mais matam estão as quedas por trabalhos em altura. Durante as construções da Copa do Mundo foram registradas 9 mortes, sendo 4 delas por esse motivo.

 

Segundo as estatísticas do O Globo, em 2012, cerca de 70 trabalhadores morreram durante a reparação de telhados.


Acidentes deste tipo estão intimamente relacionados à falta de treinamento dos funcionários envolvidos na atividade, bem como a ausência de proteções coletivas e de procedimentos seguros.

 

Infelizmente, é comum se deparar com trabalhadores com capacitações inadequadas para o cumprimento das atividades em altura. E os profissionais que são bem treinados, geralmente não têm recursos para realizar os trabalhos com segurança.

 

Energia Elétrica

 

Trabalhar com energia elétrica é correr risco de tomar choque ou sofrer lesões a todo instante. Segundo os dados da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), em 2016 foram registrados 233 acidentes fatais por eletricidade. Também foram catalogados 585 acidentes com terceiros, com um total de 204 mortes.

 

Quando atingida por uma descarga elétrica, a pessoa pode sofrer vários danos no organismo, os efeitos mais comuns são:

 

Alterações na frequência cardíaca

 

Dependendo do nível da corrente elétrica, poderá ocorrer a aceleração dos batimentos cardíacos ou, em caso de uma corrente de baixa periodicidade, é possível ocorrer uma parada cardíaca.

 

Queimaduras graves

 

A eletricidade pode causar queimaduras nos pontos de entrada e saída de energia que são: pés, mãos e cabeça. Resultando na perda de sais minerais e líquidos que podem levar a sequelas mais graves como a insuficiência renal.

 

Alterações psicológicas

 

Além dos danos físicos, a descarga elétrica também afeta o psicológico do trabalhador. Resultando na falha de memória a curto prazo, irritabilidade e alterações de sono e de personalidade.

 

Mineração

 

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) considera as atividades de mineração como as mais perigosas do mundo. Justamente por ser o ramo que menos oferece treinamentos e segurança aos trabalhadores, sendo a indústria extrativa a que mais oferece riscos.

 

Ao mesmo tempo que as mineradoras promovem campanhas de responsabilidade ambiental, sustentabilidade e segurança no trabalho, o número de acidentes não para de crescer.

 

Segundo as estatísticas da Fundacentro, órgão do Ministério do Trabalho, publicada no site Brasil 247, entre 2002 e 2012, em todo o país, 50 mil mineradores sofreram acidentes durante suas atividades.

 

Já os óbitos — que são muitos, porém omitidos pelas mineradoras — costumam ser causados por falta de equipamentos de segurança e condições insalubres, como falta de luz e alta concentração de partículas impuras no ar.

 

Química

 

Este ramo industrial abrange muitos tipos de indústrias e, por isso, está entre as que mais registram acidentes e óbitos, sendo que no ano de 2014, a estatística publicada no Anuário Estatístico de Acidente do Trabalho da previdência social, ocorreram 35.487 acidentes.

 

Confira os ramos químicos em que mais ocorreram acidentes:

 

·       plásticos: 10.935 acidentes e 19 óbitos;

·       papel e celulose: 5.443 acidentes e 11 óbitos;

·       borracha: 3.007 acidentes e 8 óbitos;

·       químicos para fins industriais: 2.942 acidentes e 15 óbitos;

·       vidro: 1.737 acidentes e 6 óbitos;

·       farmacêutico: 1.646 acidentes e 7 óbitos;

·       adubos e fertilizantes: 1.044 acidentes e 6 óbitos.

 

Indústrias químicas são as que mais têm incidência de acidentes por falta de ventilação em locais confinados, pois a transformação dos produtos causa reações que liberam gases nocivos à saúde humana.

 

Vale frisar que funcionários terceirizados são mais propícios a acidentes e mortes no ambiente de trabalho do que os colaboradores contratados diretamente e, lamentavelmente, não são contabilizados pelas estatísticas, uma vez que as empresas contratantes geralmente não são empresas do ramo químico.

 

Como você pôde ver neste artigo, os acidentes de trabalho no Brasil são constantes devido a negligência dos empregadores em relação à capacitação e treinamento dos empregados, bem como a falta de equipamentos de segurança.

 

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Fonte

https://conect.online/blog/acidentes-de-trabalho-no-brasil-quais-sao-as-areas-com-maiores-riscos/

 

 

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