Acidentes
de trabalho no Brasil:
Quais
são as áreas com maiores riscos?
O número de Acidentes de trabalho no
Brasil coloca o país em quarto lugar na estatística mundial, ficando atrás
apenas da China, da Índia e da Indonésia, segundo a Organização
Internacional do Trabalho (OIT).
Mesmo que a lei brasileira cubra todos os ramos de
atividade e seja bastante rigorosa, não é cumprida como deveria. Para se ter
uma ideia, são 36 normas regulamentadoras que tratam cada segmento de forma
específica, como ergonomia, luminosidade, demarcação do local de trabalho,
entre outras. Elas são bastante instrutivas e detalhadas.
Confira,
neste post, quais são os setores de trabalho que apresentam maiores riscos aos
trabalhadores.
Petróleo
Offshore
Acidentes na exploração de petróleo Offshore (afastado
da costa) ocorrem mundialmente. Na maioria das vezes, erros são revertidos
prontamente e os problemas são solucionados; em outras, erros constantes podem
resultar em catástrofes que podem levar centenas de vidas e comprometer o meio
ambiente de forma irreversível. Os riscos se elevam conforme a profundidade da
exploração petrolífera.
O perigo não vem somente da extração e separação de
gás, óleo e água, tal como sua retenção/estocagem, mas também do sistema de
flutuação da estrutura. A possibilidade de explosões é equivalente à exploração
do petróleo. Podendo ocorrer vazamento de gás e perda de controle no
armazenamento de óleo, ou seja, toda a atividade é perigosa.
Em 2001, a plataforma P-36 da Petrobrás, uma das
maiores da sua época, sofreu duas explosões num tanque de óleo e gás. Dos 175
indivíduos a bordo, 11 foram à óbito, todos eles faziam parte da equipe de
emergência. Cinco dias depois a P-36 naufragou, levando consigo cerca de 1500
toneladas de óleo, que contaminaram boa parte do oceano e a costa brasileira.
Agroindústria
Os acidentes da agroindústria são frequentes, por isso
é importante que as empresas prezem pela segurança dos seus trabalhadores.
As
causas mais comuns são:
· defeitos
de equipamentos, máquinas, processos de trabalho ou impactos ambientais não
controlados;
· atividades negligenciadas
pelo trabalhador;
· fator
pessoal de insegurança, como doenças/problemas familiares e excesso de horas
extras.
Hoje, com a modernização do setor, a utilização de
máquinas tornou-se comum, porém o número de acidentes subiu notavelmente,
elevando o risco dos trabalhadores rurais, principalmente daqueles que utilizam
tratores e outros maquinários.
A
fim de reduzir os riscos de acidentes neste ramo, alguns procedimentos devem
ser realizados para que as tarefas sejam executadas de maneira segura:
· cada
equipamento ou ferramenta deve ser utilizada para seu uso exclusivo;
· as
ferramentas de uso manual devem ser transportadas em local adequado e seguro,
para evitar acidentes no trajeto para o local de trabalho;
· quando
a atividade exigir maior segurança, utilize EPI’s, como perneiras, luvas e
botas;
· trabalhadores
que dirigem e operam equipamentos, máquinas e veículos agrícolas devem ser
habilitados para estas funções.
Construção
civil
Esta é uma área de grande risco para os trabalhadores.
Dentre os acidentes que mais matam estão as quedas por trabalhos em altura.
Durante as construções da Copa do Mundo foram registradas 9 mortes,
sendo 4 delas por esse motivo.
Segundo as estatísticas do O Globo, em 2012,
cerca de 70 trabalhadores morreram durante a reparação de telhados.
Acidentes deste tipo estão intimamente relacionados à
falta de treinamento dos funcionários envolvidos na atividade, bem como a
ausência de proteções coletivas e de procedimentos seguros.
Infelizmente, é comum se deparar com trabalhadores com
capacitações inadequadas para o cumprimento das atividades em altura. E os
profissionais que são bem treinados, geralmente não têm recursos para realizar
os trabalhos com segurança.
Energia
Elétrica
Trabalhar com energia elétrica é correr risco de tomar
choque ou sofrer lesões a todo instante. Segundo os dados da ANEEL (Agência
Nacional de Energia Elétrica), em 2016 foram registrados 233 acidentes fatais
por eletricidade. Também foram catalogados 585 acidentes com terceiros, com um
total de 204 mortes.
Quando atingida por uma descarga elétrica, a pessoa
pode sofrer vários danos no organismo, os efeitos mais comuns são:
Alterações
na frequência cardíaca
Dependendo do nível da corrente elétrica, poderá
ocorrer a aceleração dos batimentos cardíacos ou, em caso de uma corrente de
baixa periodicidade, é possível ocorrer uma parada cardíaca.
Queimaduras
graves
A eletricidade pode causar queimaduras nos pontos de
entrada e saída de energia que são: pés, mãos e cabeça. Resultando na perda de
sais minerais e líquidos que podem levar a sequelas mais graves como a
insuficiência renal.
Alterações
psicológicas
Além dos danos físicos, a descarga elétrica também
afeta o psicológico do trabalhador. Resultando na falha de memória a curto
prazo, irritabilidade e alterações de sono e de personalidade.
Mineração
A Organização Internacional do Trabalho (OIT)
considera as atividades de mineração como as mais perigosas do mundo.
Justamente por ser o ramo que menos oferece treinamentos e segurança aos
trabalhadores, sendo a indústria extrativa a que mais oferece riscos.
Ao mesmo tempo que as mineradoras promovem campanhas
de responsabilidade ambiental, sustentabilidade e segurança no trabalho, o
número de acidentes não para de crescer.
Segundo as estatísticas da Fundacentro, órgão do
Ministério do Trabalho, publicada no site Brasil 247, entre 2002 e 2012, em
todo o país, 50 mil mineradores sofreram acidentes durante suas atividades.
Já os óbitos — que são muitos, porém omitidos pelas
mineradoras — costumam ser causados por falta de equipamentos de
segurança e condições insalubres, como falta de luz e alta concentração de
partículas impuras no ar.
Química
Este ramo industrial abrange muitos tipos de
indústrias e, por isso, está entre as que mais registram acidentes e óbitos,
sendo que no ano de 2014, a estatística publicada no Anuário Estatístico de
Acidente do Trabalho da previdência social, ocorreram 35.487 acidentes.
Confira
os ramos químicos em que mais ocorreram acidentes:
· plásticos:
10.935 acidentes e 19 óbitos;
· papel
e celulose: 5.443 acidentes e 11 óbitos;
· borracha:
3.007 acidentes e 8 óbitos;
· químicos
para fins industriais: 2.942 acidentes e 15 óbitos;
· vidro:
1.737 acidentes e 6 óbitos;
· farmacêutico:
1.646 acidentes e 7 óbitos;
· adubos
e fertilizantes: 1.044 acidentes e 6 óbitos.
Indústrias químicas são as que mais têm incidência de
acidentes por falta de ventilação em locais confinados, pois a
transformação dos produtos causa reações que liberam gases nocivos à saúde
humana.
Vale frisar que funcionários terceirizados são mais
propícios a acidentes e mortes no ambiente de trabalho do que os colaboradores
contratados diretamente e, lamentavelmente, não são contabilizados pelas
estatísticas, uma vez que as empresas contratantes geralmente não são empresas
do ramo químico.
Como você pôde ver neste artigo, os acidentes de
trabalho no Brasil são constantes devido a negligência dos empregadores em
relação à capacitação e treinamento dos empregados, bem como a falta de
equipamentos de segurança.
Esperamos que este post tenha sido útil para você.
Aproveite e compartilhe-o com seus amigos nas redes sociais para que eles
também conheçam nosso blog.
Fonte
https://conect.online/blog/acidentes-de-trabalho-no-brasil-quais-sao-as-areas-com-maiores-riscos/
Deixe seu comentário e compartilhe este artigo em suas
redes sociais para que mais pessoas se informem sobre o tema!
Nenhum comentário:
Postar um comentário