REVEZAMENTO
ENTRE POSTOS DE TRABALHO
Os programas de revezamento surgiram destinados a
aumentar o desempenho e a flexibilidade dos trabalhadores. As motivações
iniciais para a implementação dos programas faziam parte de um sistema focado
na necessidade de trabalhadores com mais autonomia.
Com foco na Ergonomia, podemos considerar o
revezamento como uma atividade que tem por objetivo minimizar as exposições
acumuladas em determinado posto de trabalho. Essa ação é utilizada porque nem
sempre é possível eliminar demandas físicas ou mentais adversas do trabalho, portanto,
minimizar as exposições por meio da rotação de trabalho é uma alternativa. Para
deixar claro, o revezamento não elimina a presença dos fatores de risco, mas os
distribui entre vários trabalhadores “diluindo” a intensidade. Dessa forma, o
risco para alguns indivíduos pode ser reduzido, enquanto para outros,
aumentado. No entanto, não haverá mudança líquida nos fatores de risco
presentes, ou seja, a empresa deve sempre implantar melhorias nos postos de
trabalho para realmente eliminar ou minimizar de forma efetiva esses fatores de
risco.
O revezamento permite atuar na duração e frequência da
exposição, sem alterar o desenho do sistema produtivo.
Além disso, o planejamento deve considerar, além das
demandas físicas, as mentais, ambientais e organizacionais, para avaliar os
níveis de exposição e definir como será realizada a rotação de cargos.
Estes alertas são importantes, pois quando falamos de
revezamento muitos acreditam ser um procedimento simples, pois bastaria
realizar as análises ergonômicas, identificar os postos com maior criticidade e
de menor criticidade e implantar o revezamento entre eles. Porém, realizar este
procedimento sem um estudo amplo pode acarretar em diversas falhas e
consequentemente em prejuízos para a empresa e para os colaboradores.
É essencial considerar que o revezamento pode impactar
diretamente na produtividade e na qualidade do trabalho, além de gerar
desconforto e desgaste físico e mental para os trabalhadores envolvidos.
Mas
o que precisa ser planejado para implantar o revezamento?
Um dos primeiros passos é a definição de um
responsável pela implementação do programa e designação de uma equipe de apoio
para auxiliar na implementação.
Após essa definição inicial pode-se partir para os
passos da implantação do programa de revezamento.
A
seguir as principais etapas:
a)
Identificação de cargos: devemos iniciar fazendo a
identificação e listagem de todos os cargos existentes na empresa (ou pelo
menos daquele que já consideramos como prioritários para o revezamento), incluindo
descrições detalhadas de suas funções, habilidades necessárias e
responsabilidades. Durante este passo precisamos reconhecer quais os fatores de
risco de carga física, mental, ambiental e organizacional relacionados a falta
de Ergonomia está afetando os postos sob análise, ou seja, precisamos realizar
a análise ergonômica do trabalho dos postos.
b) Identificação
dos trabalhadores: após identificar os postos de trabalhos
precisamos fazer avaliação das habilidades, conhecimentos e experiências de
cada funcionário, com o objetivo de identificar suas aptidões em relação aos
diferentes cargos. Por exemplo, precisamos saber se têm os treinamentos
obrigatórios em quais funções, se têm alguma limitação física, seu salário (o
revezamento só pode ser realizado para trabalhadores com o mesmo salário) e
quais suas atribuições para que em função do revezamento não ocorra desvio de
função.
c)
Definição dos objetivos: com em qualquer projeto, precisamos
iniciar sabendo qual o nosso objetivo, dentre outros possíveis podemos pensar:
no desenvolvimento das habilidades dos trabalhadores, no aumento da
produtividade, na melhoria do clima organizacional e na diminuição da carga
física e mental decorrente de postos de trabalho concebidos sem o foco na
Ergonomia.
d)
Treinamento dos trabalhadores: capacitação dos
trabalhadores em relação as habilidades necessárias dos postos que serão
revezados, como por exemplo, procedimentos do novo posto, responsabilidades e
tecnologias e também orientação dos trabalhadores sobre os objetivos, benefícios
e procedimentos do programa.
e)
Criação do plano de rotação: após os passos
anteriores pode ser definida a ordem de rotação dos cargos, levando em
consideração a adequação dos cargos para os trabalhadores e a complexidade das
tarefas envolvidas. Nesta etapa um ponto essencial é a de estabelecer a duração
do tempo de cada rotação. É recomendado obter a planta baixa com o layout do
setor a ser implantado, com o objetivo de auxiliar na visualização e
distribuição dos postos.
Qual
metodologia pode ser utilizada para auxiliar na implementação do revezamento?
Esse é um dos principais desafios na aplicação de um
sistema de revezamento, mas como o texto já está longo continuarei na próxima
semana.
Gostou do conteúdo? Conte para gente nos comentários e
não deixe de compartilhar nas redes sociais.
Siga o Blog e Deixe seu comentário e compartilhe este
artigo em suas redes sociais para que mais pessoas se informem sobre
o tema.