quarta-feira, 15 de março de 2023

 




 

ENTENDA O QUE É E COMO CALCULAR O NÚMERO DE PRIORIDADE DE RISCO (RPN)

 



O Número de Prioridade de Risco (RPN, do inglês Risk Priority Number) é um dos principais pontos da FMEA (Failure Mode and Effect Analysis, ou seja, Análise de Modos de Falha e seus Efeitos).

Essa metodologia pode ser aplicada em diversas áreas, como análise de processos, projetos, manutenção, administrativa e outras, sempre com o objetivo de entender as causas e efeitos de possíveis falhas dentro da empresa e evitar que elas aconteçam.

Para te explicar melhor o que é e como calcular o RPN, confira uma breve explicação da FMEA.

 

O que é FMEA?

 

Essa metodologia permite que empresas identifiquem e analisem as possíveis falhas existentes, seja em processos ou produtos fabricados. Além disso, também identifica ações prioritárias de melhoria que devem ser realizadas.

A FMEA foi muito utilizada no final dos anos 40 pelos militares para avaliar a confiabilidade dos sistemas e as falhas dos equipamentos que eram utilizados na época.

Hoje em dia é muito aplicada em grandes empresas e indústrias, como a NASA e a Ford, além de várias outras.

 

Com essa metodologia, é possível estabelecer ainda mais segurança e eficiência em produtos, processos, sistemas e serviços.

 

Ø Produtos: a FMEA é aplicada nas falhas dos produtos que apresentam alteração de padrão e não estão de acordo com as especificações iniciais.

 

Ø Processos: a FMEA é aplicada nas falhas dos processos. Geralmente isso acontece quando algum produto não está em conformidade e deve ser avaliado o processo que ele foi produzido.

 

Ø Sistemas: a FMEA é aplicada para identificar deficiência nos sistemas e para avaliar a interação entre o sistema e os elementos que fazem parte.

 

Ø Serviços: a FMEA é aplicada para avaliar os serviços antes de chegar ao cliente, evitando deficiências no processo.

 

Depois da identificação das falhas, é preciso estabelecer quais ações de prevenção devem ser implementadas de acordo com uma priorização feita pelo Número de Prioridade de Risco.

 

O que é o Número de Prioridade de Risco?

 

O RPN determina a ordem de prioridade de intervenção nas falhas que são identificadas com a aplicação do método FMEA, conforme mencionado acima.

Por esse motivo, se torna um importante cálculo dentro da aplicação da FMEA e, consequentemente, extremamente importante para garantir a saúde e segurança dos trabalhadores.

Para calcular o RPN, primeiro devemos entender alguns pontos. O primeiro deles é que, antes de tudo, deve-se identificar os possíveis modos de falha do ambiente de trabalho. Por exemplo, em determinado processo existem x pontos que poderiam falhar. Além disso, deve-se descrever os efeitos e causas dessa falha.

Essa etapa deve ser realizada por profissionais especializados e gestores. Depois disso, podemos partir para a análise dos riscos de cada modo de falha, indicando a gravidade da falha, a probabilidade de ela acontecer e o quão fácil é a detecção numa escala de 1 a 10.

 

Veja abaixo!

 

Ø Gravidade do problema (G): 1 representa “nunca” e 10 é “sempre”

Ø Probabilidade de ocorrência (O): 1 representa “nunca” e 10 é “sempre”

Ø Probabilidade de detecção da falha (D): 10 representa “nunca” e 1 é “sempre”
 

A partir dos números obtidos é possível fazer o cálculo do RPN, ou seja, classificar os modos de falha de acordo com a ordem prioritária. Quanto maior o número resultante, mais crítica é a falha e, consequentemente, mais rápida deve ser a ação corretiva.

A fórmula utilizada é: G x O x D = RPN.

 

Exemplo prático cálculo do RPN

 

Considerando a montagem de um produto, vamos supor que sejam identificados dois modos de falha: vibração excessiva e falha de isolamento.

 

ü Vibração excessiva: 5 X 6 X 5 = 150. Com base nas análises, a ação corretiva pode ser uma análise de vibração mensal no equipamento em questão.

 

ü Falha de isolamento: 1 X 3 X 5 = 15. Com base nas análises, a ação corretiva pode ser um ajuste no isolamento do equipamento.

 

Com base nos cálculos, podemos concluir que o modo de falha de vibração excessiva deve ser prioridade para melhoria dentro da empresa. Quanto maior o Número de Prioridade de Risco, mais prejudicial é o modo de falha e mais rápido deve ser corrigido.

Esse foi apenas um breve exemplo, mas que pode ser aplicado em todos os processos no ambiente de trabalho, garantindo ainda mais a saúde e segurança dos trabalhadores.

 

 

 

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CONHEÇA AS PRINCIPAIS MUDANÇAS DA NOVA NORMA ABNT NBR IEC 60079-10-1 PARA ATMOSFERAS EXPLOSIVAS

 



Foi publicada pela ABNT, no dia 8 de setembro, a terceira edição da Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR IEC 60079-10-1 – Atmosferas explosivas – Parte 10-1: Classificação de áreas – Atmosferas explosivas de gases inflamáveis.

Instalações em que as substâncias inflamáveis são processadas ou armazenadas devem ser projetadas, construídas, operadas e mantidas, de modo que qualquer liberação de substâncias inflamáveis e, consequentemente, a extensão das áreas classificadas sejam minimizadas, em operação normal ou anormal, com relação à frequência, duração e quantidade da liberação.

Em áreas onde quantidades e concentrações perigosas de vapores ou gases inflamáveis podem ocorrer, medidas de proteção necessitam ser aplicadas de forma a reduzir o risco de explosões. Esta Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR IEC 60079-10-1 estabelece os critérios essenciais nos quais o risco de ignição deve ser avaliado e representa um guia para o projeto e o controle de parâmetros que podem ser utilizados para reduzir estes riscos.

Esta Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR IEC 60079-10-1 refere-se à classificação de áreas onde pode ocorrer a presença de gases ou vapores inflamáveis e pode ser utilizada como base para a seleção e instalação adequadas de equipamentos de instrumentação, automação, telecomunicações, elétricos ou mecânicos para utilização em áreas classificadas.

 

Classificação de áreas

 

Para o objetivo desta Norma, uma área classificada é considerada uma região ou espaço tridimensional. No presente momento uma grande quantidade de documentos de classificação de áreas é executada em modelos tridimensionais, por meio de programas de computador colaborativos e multidisciplinares do tipo CAD 3D, com bancos de dados compartilhados na “nuvem”.

Na maioria das situações práticas em que substâncias inflamáveis são utilizadas, é difícil assegurar que a presença de uma atmosfera explosiva de gás nunca irá ocorrer. Pode também ser difícil assegurar que os equipamentos “Ex” de instrumentação, automação, telecomunicações, elétricos ou mecânicos nunca constituirão fontes de ignição.

Desta forma, em situações em que exista uma alta probabilidade de ocorrência de uma atmosfera explosiva de gases inflamáveis, a confiabilidade é obtida pela utilização de equipamentos “Ex” que possuam uma baixa probabilidade de se tornarem fontes de ignição, ou, por outro lado um EPL alto. Por outro lado, onde houver uma baixa probabilidade de ocorrência de uma atmosfera explosiva de gás, equipamentos “Ex” construídos com requisitos menos rigorosos, ou com EPL adequado, podem ser utilizados.

A classificação de áreas é um método de análise e classificação de ambientes em que uma atmosfera explosiva de gases inflamáveis possa ocorrer, de modo a facilitar a adequada seleção, instalação, operação, inspeção, manutenção e recuperação de equipamentos “Ex” a serem instalados ou utilizados com segurança nestes ambientes.

A classificação também leva em consideração as características de ignição dos gases ou vapores inflamáveis, como energia de ignição e temperatura de ignição. A classificação de áreas possui dois objetivos principais: a determinação do tipo das áreas classificadas (grupos e classes de temperatura) e a extensão das zonas.

Para a elaboração da documentação de classificação de áreas é necessário coletar uma série de dados e informações sobre o processo envolvido e os respectivos equipamentos de processo existentes ou a serem instalados. Dentre os dados de processo requeridos podem ser citados: tipos de substâncias inflamáveis ou combustíveis processados, pressão, vazão, inventário, temperatura, ponto de fulgor, limite inferior de inflamabilidade (LII), temperatura de ignição, grau das fontes de liberação e grau de ventilação dos locais de instalação dos equipamentos de processo.

Desenhos de classificação de áreas indicam as extensões ao redor dos equipamentos de processo que são consideradas áreas classificadas. São indicadas também nestes desenhos de classificação de áreas informações sobre os tipos de Zonas (0, 1, 2, 20, 21 ou 22), Grupos (IIA, IIB, IIC, IIIA, IIIB ou IIIC), bem como a classe de temperatura dos gases inflamáveis (T1 a T6) ou a temperatura de ignição dos poeiras combustíveis.

 

Revisão periódica

 

A Edição 2022 da ABNT NBR IEC 60079-10-1 é idêntica à Edição 3.0 da IEC 60079-10-1, publicada em 2020 pelo Subcomitê SC 31J (Instalações e classificação de áreas) do TC 31 da IEC (Equipamentos para atmosferas explosivas). Esta terceira edição da ABNT cancelou e substituiu a segunda edição, publicada em 2018.

É importante ressaltar que a Edição 1.0 da Norma internacional IEC 79-10 foi publicada em 1972. Desde então, ao longo dos últimos 50 anos, esta norma tem sido periodicamente revisada, atualizada e aprimorada, com a participação e consenso dos países participantes do Subcomitê SC 31J do TC-31 da IEC (incluindo o Brasil).

 

Dentre as alterações mais significativas incluídas nesta edição 2022 da Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR IEC 60079-10-1 em relação à edição anterior (2018) podem ser citadas as seguintes:

 

ü Atualização de termos e definições

ü Remoção da definição de “falha catastrófica”

ü Introdução de novos requisitos sobre zonas de extensão desprezível

ü Introdução de nova Figura sobre “volume de diluição”

ü Revisão, atualização e retirada de equações representativas de liberações de produtos

ü Atualização das equações sobre “taxa de evaporação”, de forma a alinhar com as recentes modificações de “fontes de liberação”

ü Atualização do gráfico “Taxa de evaporação volumétrica específica para líquidos”, de acordo com a atualização das equações para taxa de evaporação e velocidade de ventilação de 0,25 m/s

ü Remoção do fator de segurança “k” e sua retirada do eixo horizontal do gráfico para avaliação do grau de diluição

ü Atualização do Anexo G sobre “névoas inflamáveis”

ü Incluídas novas normas, códigos ou práticas recomendadas na Tabela K.1 – Exemplos de códigos industriais e normas estrangeiras aplicáveis

ü Incluídas novas referências bibliográficas

 

Esta Edição 2022 da Norma ABNT NBR IEC 60079-10-1 faz referência a Códigos Industriais e a Normas “nacionais” de alguns países, sobre o tema “classificação de áreas”, bem como algumas “Práticas Recomendadas” relacionadas com este assunto, que são mundialmente utilizadas por diversos países e empresas, como:

 

API RP 505 – Recommended Practice for Classification of Locations for Electrical Installations at Petroleum Facilities classified as Class I, Zone 0, Zone 1, and Zone 2 (American Petroleum Institute)

 

DGUV-Regel 113-001 – Ex-RL “Explosion Protection- Regulations – Rules for avoiding the dangers of explosive atmospheres with examples collection” (Deutsche Gesetzliche Unfallversicherung)

 

EI 15 – Classification Code for Petroleum Installations Handling Flammable Liquids (Energy Institute)

 

IGEM/SR/25 – Hazardous area classification of natural gas installations (Institution of Gas Engineers and Managers)

 

NFPA 59A – Standard for the Production, Storage, and Handling of Liquefied Natural Gas (National Fire Protection Association)

 

NFPA 497 – Recommended Practice for the Classification of Flammable Liquids, Gases, or Vapours and of Hazardous (Classified) Locations for Electrical Installations in Chemical Process Areas (National Fire Protection Association)

 

TRBS 2152 – Technische Regeln für Betriebssicherheit – “Technical Rules for Plant Safety Provisions” (Technische Regeln für Betriebssicherheit – “Technical Rules for Safety at Work”)

 

As Normas estrangeiras, Códigos Industriais e Práticas Recomendadas acima relacionadas, citadas nesta edição da ABNT NBR IEC 60079-10-1, apresentam exemplos de classificação de áreas para aplicações a tipos de processos particulares ou específicos que sejam claramente especificados, como por exemplo para aplicação na indústria do petróleo, na indústria petroquímica e na indústria do gás natural.

 

Convergência normativa mundial

 

 

A Comissão de Estudo CE 003:031.001 do Subcomitê SCB 003:031 (Atmosferas Explosivas), responsável pela elaboração e adoção desta Norma Técnica Brasileira, acompanhou, em nome do Brazil National Committee of the IEC todo o processo de elaboração, comentários, atualização, votação, aprovação e publicação da respectiva Norma internacional IEC 60079-10-1.

As Normas Técnicas Brasileiras adotadas das Séries ABNT NBR IEC 60079 (Atmosferas explosivas) e ABNT NBR ISO/IEC 80079 (Equipamentos mecânicos Ex) elaboradas pelas Comissões de Estudo do Subcomitê SCB 003:031 da ABNT são idênticas, em termos de conteúdo técnico, estrutura e redação, sem desvios técnicos nacionais em relação às respectivas normas internacionais da IEC, de acordo com requisitos especificados na ABNT DIRETIVA 3 – Adoção de documentos técnicos internacionais.

Seguindo a tendência e a convergência normativa mundial dos países membros da IEC, incluindo o Brasil, as Normas Técnicas nacionais que envolvem os processos de avaliação da conformidade de empresas de prestação de serviços “Ex”, de competências pessoais “Ex” e de equipamentos elétricos e mecânicos “Ex” são Normas adotadas, idênticas às respectivas normas internacionais da IEC.

Esta política de normalização tem por objetivo harmonizar as Normas Nacionais com a Normalização internacional, de forma a padronizar os procedimentos de projeto, fabricação, ensaios, marcação, avaliação da conformidade, instalação, inspeção, manutenção, reparos e recuperação de equipamentos e competências pessoais “Ex”.

Ações como estas contribuem para a integração dos fabricantes, laboratórios de ensaios, empresas usuárias, organismos de certificação de produtos e de pessoas e provedores de treinamentos brasileiros com o mercado e a comunidade internacional “Ex”, bem como para a elevação dos níveis de segurança, saúde, meio ambiente, avaliação de risco, ensaios, qualidade, desempenho, confiabilidade, procedimentos de execução de serviços e competências pessoais relacionados com as instalações nacionais “Ex”.

Mais informações sobre a Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR IEC 60079-10-1 estão disponíveis no catálogo da ABNT.

 

 

p/ Roberval Bulgarelli
Consultor sobre equipamentos e instalações em atmosferas explosivas

 

 

 

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