terça-feira, 13 de setembro de 2022

 




 

COMO CRIAR UM PLANEJAMENTO DE SST PARA SUA EMPRESA?

 



Toda empresa que deseja uma efetiva prevenção de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho deve se preparar com um planejamento de Segurança e Saúde no Trabalho (SST). Assim, é possível reunir e praticar as melhores ações e estratégicas, de acordo com o mercado, cenário e estrutura da organização. Mas o que, de fato, deve conter em um planejamento de SST?

Geralmente, um planejamento de SST completo, funcional e eficaz, deve conter as seguintes etapas:

 

Análise de cenário


Primeiramente, para se planejar aonde quer chegar, deve-se saber onde está. Por isso, antes de iniciar um planejamento, é necessário entender e avaliar o cenário atual da empresa. Para isso, indica-se que seja feita uma análise minuciosa do cenário interno e externo da instituição, como por exemplo, viabilidade econômico-financeira, qualificação de pessoal, tempo e posicionamento no segmento de atuação, cultura organizacional (cultura de prevenção), entre outros. Assim, é possível identificar possíveis limites de suas realizações pretendidas.

É interessante estar atento às questões externas que afetam direta, ou indiretamente, a empresa. Nesse sentido, cite-se, por exemplo, crises ou crescimento da economia, inflação, novidades legislativas, instabilidade política, novas exigências em termos de padrão de qualidade de produtos, entre outros.

 

Por isso, para o cumprimento desta etapa, uma das ferramentas mais utilizada é a Análise de SWOT - Strengths, Weaknesses, Opportunities e Threats. A tradução mais usual em português. É FOFA - Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças. Na planilha de SWOT, você avalia a posição competitiva da empresa, internamente e externamente, enquadrando os seus atributos da seguinte forma:

 

a) Forças (Strengths): descrever o que diferencia a empresa da concorrência, como por exemplo, tempo de fundação, marca estruturada, base de clientes fiéis, balanço sólido, tecnologia exclusiva, serviços de qualidade, entre outros.

b) Fraquezas (Weakenesses): averiguar tudo que impede que a empresa atue no seu máximo potencial. São áreas nas quais a empresa precisa aperfeiçoar para permanecer competitiva, como por exemplo, taxa de turnover, absenteísm, altos níveis de endividamento, falta de capital, entre outros.

c) Oportunidades (Opportunities): são os fatores externos favoráveis e capazes de oferecer uma vantagem competitiva para a empresa, como por exemplo, melhores taxas de produção e importação, mudanças na legislação, possibilidade de investimento, novas tecnologias, lançamento de produtos complementares, entre outros.

d) Ameaças (Threats): são os fatores que podem prejudicar a empresa, como por exemplo, aumento dos custos de insumos, aumento da concorrência, baixa oferta de mão de obra, greves e paralizações, entre outros.

 



É importante ressaltar que a análise tem como objetivo auxiliar na elaboração de um planejamento de SST, mas recomenda-se que participem não apenas a equipe técnica de SST, mas sim, outros colaboradores, de áreas distintas, já que o SWOT vai avaliar e trazer uma visão abrangente da organização. Cabe aos responsáveis de SST definirem a equipe mais adequada para realizar essa análise.

Quando a empresa não possui uma equipe específica de SST, há a possibilidade de considerar a contratação de terceiros ou assessorias, para ter um planejamento mais ágil, atualizado e seguro.

Vale ressaltar que na avaliação interna e externa, quando o objetivo é o planejamento de SST, deve ser considerado aspectos específicos da área e não apenas a realidade que envolve a organização. Enquanto fatores do ambiente interno estão sob a governança dos dirigentes e colaboradores da organização, o ambiente externo independe de gestores da empresa.

 

Identificação dos perigos

 

Após realizar a análise preliminar do cenário da empresa, chegou a hora de identificar os perigos e controlar riscos do ambiente de trabalho.

Segundo o item 3.19 da norma ISO 45.001:2018, perigo é a fonte com potencial para causar lesões e problemas de saúde.

No caso de Segurança e Saúde no Trabalho - SST, é preciso focar nos perigos com potencial para gerar acidentes ou doenças ocupacionais, como por exemplo, trabalho em altura, ruído, calor, doenças infectocontagiosas; piso escorregadio; energia elétrica; gases e vapores, posturas e movimentos inadequados; conflitos entre colaboradores; entre outros.

Em SST, os perigos ou fatores de riscos estão, normalmente, associados à: processo produtivo; instalações prediais (edificação, instalações elétricas, estacionamento, central de gás, escadas, rampas, elevadores); máquinas e equipamentos; atividades de manutenção e limpeza; condições ambientais; leiaute, inclusive mobiliário e gestão de pessoas e atividades.

 




 

Assim como a análise preliminar, é provável que seja necessária a visão de outros profissionais neste levantamento de perigos, devido a certos conhecimentos técnicos, que podem não ser de expertise da equipe de SST, como por exemplo, elétrica e mecânica.

Lembrando que, as estratégias apresentadas, não são excludentes, podendo ser adotadas de forma simultânea e complementar.

 

Avaliação de risco

 

Segundo a norma OHSAS 18001/2007, item 3.21, risco é a “combinação da probabilidade da ocorrência de um acontecimento perigoso ou exposição e da severidade das lesões, ferimentos ou danos para a saúde, que pode ser causada pelo acontecimento ou pela exposição”.

Assim, pode-se dizer que risco é a probabilidade de ocorrência de um acidente ou doença ocupacional devido à exposição a situações perigosas, considerando também as prováveis consequências de tais ocorrências (lesões ou mesmo a morte).

 


Confira, a seguir, algumas formas de analisar e identificar possíveis perigos e riscos na sua empresa:

 

a) Processo de produção: deve-se analisar as situações de perigo por etapa dos processos de produção. A separação das etapas dos processos pode ser feita com a análise dos fluxogramas de produção e através de inspeção do local de trabalho. A equipe responsável deve fazer uma inspeção detalhada das linhas de produção e, conforme etapas definidas, levantar as situações de perigos detectadas. Não esqueça de avaliar também os Equipamentos de Proteção Individual – EPI’s e Equipamentos de Proteção Coletiva EPC’s.

b) Instalações: recomenda-se uma inspeção planejada para verificar as condições relativas à estrutura das edificações da empresa, avaliando telhado, sinais de fissuras e trincas, escadas, rampas, condições de piso, ventilação e iluminação, entre outros. Além disso, é fundamental que haja inspeção dirigida às instalações elétricas e sistema de combate a incêndio.

c) Máquinas e equipamentos: é essencial orientar a equipe e levantar todos os perigos relativos às máquinas e equipamentos, devido ao potencial que representam para provocar acidentes, danos pessoais e materiais. Com os manuais desses equipamentos em mãos, é interessante realizar um inventário com as características básicas de cada um. É sugerível que a identificação dos fatores de riscos, seja dividida em, pelo menos, quatro fases de operação: partida, alimentação (caso de combustíveis), operação e desligamento. A análise de riscos de máquinas e equipamentos é uma exigência da Norma Regulamentadora 12, do Ministério do Trabalho.

d) Auditorias: o levantamento de perigos pode ter como base os relatórios de auditorias (internas ou externas).

e) Entrevistas e Questionários: pode ser realizada a aplicação de entrevistas e/ou questionários dirigidos à alguns empregados que operam máquinas, processos ou que coordenam atividades consideradas potencialmente perigosas.

d) A avaliação de risco é, em geral, realizada com o uso de planilhas ou sistemas específicos. Veja a seguir um exemplo de planilha que pode ser aplicada:


Requisitos legais e afins


Neste momento, há a necessidade de realizar um levantamento para identificar todos os requisitos legais, em matéria de SST, que a empresa deve cumprir obrigatoriamente, tais como as Normas Regulamentadoras - NR’s).

Além disso, é recomendado verificar outros aspectos que se julgue importante e necessário para a cultura prevencionista da empresa.

 

Definição de objetivos e metas

 

Finalmente, após todo esse percurso, chegou o momento de ser definido os objetivos e metas do planejamento, considerando todas as etapas anteriores.

 

Agora, serão definidas e combinadas as ações e investimentos por parte da empresa, principalmente, equipe responsável, tendo como ressalvas importantes:

 

a) Os objetivos e metas devem estar alinhados com todas as etapas anteriores: avaliação de cenário, levantamento de perigos, avaliação de riscos e requisitos legais;

b) Os objetivos devem ser elaborados, preferencialmente, começando com um verbo no modo infinitivo que indica ação, de forma mais macro, como por exemplo, “reduzir” (reduzir o nível de absenteísmo na empresa);

c) As metas são a quantificação dos objetivos. No caso, ao se definir um objetivo como o exemplificado (reduzir o nível de absenteísmo na empresa), a meta irá definir em quanto pretende-se essa redução, por exemplo em 10%.

 

Planos de Ação

 

O plano de ação é o documento que contém as ações que devem ser executadas para o cumprimento dos objetivos e metas traçadas no planejamento. É a partir do plano de ação que se executa todo o trabalho de prevenção, em busca dos resultados almejados. No plano, estarão as ações que devem ser realizadas para que o planejamento seja efetivamente cumprido.
Para facilitar e melhor organizar o plano de ação, existem alguns modelos sugeridos. Um dos modelos mais conhecido é o 5W2H, que propõe sete perguntas que podem ser dispostas numa planilha.

 



 

É importante que durante o plano de ação as equipes de trabalho sejam bem definidas, além dos colaboradores devidamente treinados, para que não realizem tarefas para as quais não estão aptos.

É necessário que sejam criados esquemas que mostrem quem é o responsável pela tarefa, bem como os passos para que ela seja cumprida. Assim, caso algo venha a falhar, será possível fazer a pronta identificação e tomar as medidas cabíveis para que isso deixe de acontecer.

Por fim, criar um planejamento de SST exige organização e disciplina para que, efetivamente, se torne uma ferramenta estratégica no gerenciamento eficaz de perigos e riscos da empresa e, o mais importante, na garantia de um desempenho seguro, eficaz e saudável da empresa. Uma organização que renuncia ao planejamento de SST, certamente estará atuando com o improviso e o incerto, que vão de contrapartida da função da SST, podendo ter que lidar com situações indesejáveis, e até mesmo graves, em termos de acidentes do trabalho e passivos trabalhistas.

 

 

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SEGURANÇA NO TRABALHO PARA CÂMARA FRIA E LOCAIS COM MUITO FRIO

 



Os trabalhadores que realizam atividades em câmaras frias ou ambientes com temperaturas baixas, estão expostos a diversas doenças e acidentes ocupacionais. Por isso, a segurança no trabalho para esse tipo de ambiente se torna muito importante.

Esses colaboradores podem muitas vezes estarem exposto a ambientes abaixo de zero e precisam manter a temperatura corporal ideal para que as baixas temperaturas não provoquem doenças ou danos ao corpo. Em virtude disso, o uso dos Equipamentos de Proteção Individuais (EPI’s) são imprescindíveis para esses trabalhadores.

Além de equipamentos que garantam a saúde dos colaboradores, por lei é determinado que após 1h e 40 minutos de serviço, haja uma pausa de 20 minutos. Isso para que os indivíduos não fiquem longos períodos sob baixas temperaturas.

Quer saber mais sobre câmaras frias e o trabalho executado em locais com muito frio? Então, continue conosco!

 

O que são câmaras frias?

 

As câmaras frias são locais que tem como objetivo armazenar produtos que devem ser mantidos em baixas temperaturas para sua conservação. Elas possuem uma capacidade de armazenamento muito superior aos refrigeradores convencionais.

A temperatura nas câmaras frias é controlada, e varia de acordo com o produto que está mantido em seu interior, sendo assim, certos tipos de alimentos ou até medicamentos, precisam de temperaturas específicas para que mantenham suas propriedades e não estraguem. A temperatura dentro de uma dessas câmaras pode variar de 0 a 18ºC, e atingir temperaturas de congelamento abaixo de 0ºC.

 

Onde são usadas as câmaras frias?

 

As câmaras frias podem ser usadas em estabelecimentos alimentícios, necrotérios e laboratórios, já que normalmente armazenam vacinas, amostras de sangue e medicamentos, que precisam ser mantidos sob baixas temperaturas.

 

Outros exemplos de segmentos que utilizam câmaras frias são:

 

·       Açougues;

·       Matadouros;

·       Hospitais;

·       Clínicas;

·       Laticínios;

·       Portos;

·       Supermercados;

·       Indústria automobilística;

·       Indústria química.

 

Além desses locais fixos, as câmaras frias também precisam ser utilizadas no transporte de diversos produtos que não podem ser expostos às variações de temperaturas.

 

Quais os perigos de uma câmara fria?

 

Os colaboradores que trabalham constantemente em câmaras frias estão sujeitos a alguns riscos que podem afetar sua saúde. Alguns exemplos são os profissionais que exercem atividades em laboratórios, supermercados, açougues, hospitais, etc.


Veremos a seguir alguns tipos de doenças ocupacionais relacionadas ao trabalho em câmaras frias ou ambientes frios:


Hipotermia

 

É um dos principais perigos relacionados a esse tipo de atividade, já que pode levar até a morte!

A hipotermia ocorre quando o corpo atinge temperaturas abaixo dos 35ºC, causando falta de sensibilidade e força nos músculos. Além disso, reduz os batimentos cardíacos e pode causar um colapso respiratório.

 

Úlceras

 

A exposição ao frio constante também pode causar lesões na pele, conhecidas como úlceras, que podem variar de cor e tamanho. Além disso, elas podem causar dor e formar bolhas.

 

Perniose

 

Quando algumas partes do corpo sofrem congelamento, o indivíduo pode sofrer com dores, queimaduras, inchaço e coceiras. Esse fenômeno é conhecido como perniose.

 

Fenômeno de Raynaud

 

Em consequência da baixa circulação de sangue na área dos dedos, eles podem adquirir uma coloração azulada, causando dormência e falta de sensibilidade.

 

Pé de Imersão

 

Essa doença atinge principalmente os colaboradores que ficam com os pés constantemente expostos a locais úmidos e água gelada. A falta de circulação do sangue nessa região pode resultar em paralisia temporária das pernas e pés.

 

Quais os EPI’s necessários para a câmara fria? 

 

Para evitar acidentes e riscos de doenças ocupacionais em câmaras frias e locais com muito frio, os EPI’s são fundamentais.

Eles protegem os colaboradores de doenças como as que acabamos de exemplificar, e evitam afastamentos e ações judiciais contra as empresas que não adotam o uso desses equipamentos.

Lembrando que o uso dos EPI’s para determinadas atividades, como em câmaras frias, é obrigatório por lei. As empresas ou funcionários que não os utilizarem, estarão sujeitos a multas e ações disciplinares.

Além da principal função que é proteger os colaboradores, quando utilizados os EPI’s para proteção térmica aumentam a confiança, desempenho e produtividade dos trabalhadores.

A seguir, vamos mostrar alguns dos principais e indispensáveis equipamentos de proteção individual que são utilizados em câmaras frias:

 

Uniforme completo para câmara fria 

 

O kit é composto por calça e japona, produzidos em material impermeável e térmico. Ele tem o intuito de proteger os membros e o tronco do trabalhador, evitando assim o contato direto com as baixas temperaturas.

 

Luvas de segurança

 

As luvas térmicas são feitas especialmente para a proteção das mãos do colaborador contra os efeitos do frio.

 

Touca Ninja de proteção

 

A touca ninja tem a função de proteger o pescoço e a região da cabeça do trabalhador.

 

Bota térmica 

 

As botas térmicas são utilizadas para proteger os pés contra o frio intenso. Deve ser sempre usada com meias térmicas específicas para câmaras frias.

 

Como os EPI’s impermeáveis podem melhorar o fluxo de trabalho em câmaras frias?

 

Como acabamos de ver, os EPI’s possuem suas funções para que os trabalhadores não sejam afetados pelos riscos a qual estão expostos.

Os equipamentos e principalmente vestimentas, que são feitos com material impermeável, possuem vantagens e benefícios em relação a outros materiais, pois, eles não permitem que o frio e água gelada entrem em contato direto com o corpo do trabalhador. Dessa forma, consequentemente, evitam que o corpo perca calor e fique sujeito a doenças ocupacionais causadas pelo frio extremo ou limitem o desempenho do colaborador em suas atividades.

 

Qual a relação entre trabalho em ambiente frio e as normas regulamentadoras?

 

Existem duas normas regulamentadores que fornecem instruções de como esse trabalho deve ser conduzido: A NR 15, que trata sobre trabalho em condições insalubres e a NR 36, para empresas com abate e manipulação de carne.

Além disso, as condições ambientais do trabalho, são previstas no também no LTCAT - Laudo Técnico das Condições Ambientais do Trabalho. O laudo, estabelecido e adotado pelo INSS é um documento que atesta a exposição do trabalhador a agentes capazes de prejudicar sua saúde e/ou integridade física em ambientes considerados insalubres (compostos por agentes químicos, físicos e biológicos).

 

 

 

 

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