QUAL
METODOLOGIA USAR NA IMPLEMENTAÇÃO DO REVEZAMENTO?
Um dos principais desafios na aplicação de um sistema
de revezamento é definir a abordagem adequada para identificar corretamente o
nível de gravidade de cada posto de trabalho. Geralmente, na área da
biomecânica, são utilizadas ferramentas como a OCRA, RULA, dentre outras. No
entanto, nem sempre são considerados os elementos relacionados à organização
ambiental, cognitiva e psicossocial. Portanto, essa é uma das principais
barreiras a serem superadas. É importante considerar que o foco não deve se
limitar apenas aos constrangimentos do posto de trabalho, mas também é
necessário avaliar o trabalhador, ciente de que o impacto nunca será o mesmo
para todos. Em outras palavras, é essencial monitorar como o trabalhador se sente
em decorrência dos constrangimentos do posto e se o revezamento está realmente
produzindo os resultados teóricos esperados.
No entanto, com os avanços dos dispositivos vestíveis
capazes de monitorar parâmetros como frequência cardíaca e atividade de movimento,
torna-se possível identificar diferentes estados do operador, como estresse,
fadiga física ou nível de atenção. Essas tecnologias abrem caminho para a
programação de pausas de trabalho personalizadas, levando em consideração as
necessidades fisiológicas reais dos operadores, em vez de seguir um horário
fixo.
Além disso, é possível considerar abordagens baseadas
em algoritmos e inteligência artificial para otimizar o revezamento. Ao levar
em consideração várias variáveis, como as habilidades individuais dos
trabalhadores, a complexidade das tarefas e a carga de trabalho esperada, é
possível utilizar modelos preditivos e algoritmos de otimização. Isso permite
criar escalas de revezamento personalizadas, que visam maximizar a eficiência e
reduzir o risco de fadiga ou lesões ocupacionais.
É importante ressaltar a necessidade de envolvimento
dos trabalhadores no processo de revezamento. Ao promover a participação ativa
dos funcionários na definição das estratégias de revezamento e no
estabelecimento de limites razoáveis para a carga de trabalho, é possível criar
um ambiente de trabalho mais saudável e favorável ao bem-estar dos
colaboradores.
Mas
qual seriam as dificuldades?
Na definição da ordem de rotação dos cargos e na
duração de cada rotação, pois a necessidade dos trabalhadores frequentemente
não será compatível com o desenho do processo produtivo da empresa.
Especialmente se a empresa não possui um histórico claro de desempenho dos
trabalhadores ou uma avaliação ergonômica adequada dos cargos. Além de uma
natural e comum dificuldade em função de posto de trabalho com esforços
similares o que impossibilita o revezamento, pois com esforços similares não
teremos revezamento, mas apenas troca de lugar.
Uma dificuldade prática frequente é a resistência de
convencer a produção de que é necessário rodar determinado trabalhador que tem
produção bem acima da média, isto porque quem for para o lugar dela não
conseguirá manter o mesmo ritmo e pode dificultar que o setor alcance metas
estabelecidas. Além disso, é frequente trabalhadores mais antigos em
determinados postos de trabalho serem bem mais resistentes às mudanças com
argumento que estão acostumados com a atual atividade.
Esta resistência dos trabalhadores precisa ser
considerada, pois apesar dos pontos positivos do programa, também podemos citar
efeitos negativos, como por exemplo, o aumento da carga de trabalho (para os
trabalhadores que estão nos postos mais leves), aumento da pressão por
produção, pois terá que se preocupar com mais de um posto e algumas vezes com
mais de uma chefia e o medo de não se adaptar as novas atividades e de perder o
contato com os atuais colegas de trabalho.
Resumindo, não existe uma receita pronta para a
implementação do revezamento. A metodologia precisa ser desenvolvida levando em
consideração as características específicas de cada empresa. No entanto,
podemos concordar que uma Análise Ergonômica do Trabalho servirá como base para
iniciar o processo de revezamento.
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