COMO
MELHORAR A ACESSIBILIDADE URBANA NO BRASIL?
Cidades
brasileiras têm muitos desafios a cumprir no campo da acessibilidade urbana.
Saiba como melhorar esse cenário
Ao longo dos últimos anos, a acessibilidade ganhou espaço
nas ruas brasileiras. Pautada no direito de pessoas com deficiências poderem
circular com autonomia e dignidade, essa questão levou à construção de
instrumentos urbanos preparados para permitir a todos o acesso à cidade. No
entanto, muitos desafios ainda permanecem, pois as pessoas com deficiência
ainda enfrentam dificuldades em razão da falta de estrutura e de políticas
insuficientes voltadas às suas demandas.
Já
conhece o Estadão Summit Mobilidade Urbana? Saiba o que rolou na última edição
do evento.
Além disso, esse debate tem sido aberto a outros segmentos
da população. Pessoas idosas apresentam uma série de limites para acessar a
cidade na forma como ela se estrutura hoje. Além disso, crianças são outro
exemplo, afinal, onde uma criança que reside em um apartamento no centro de uma
cidade pode brincar?
Diante dessas questões, é fundamental pensar em como
melhorar a estrutura urbana para que ela seja mais acessível aos diferentes
grupos que ocupam uma cidade. Listamos aqui algumas ideias para que todos
tenham direito à circular pela cidade em que vivem.
1.
Ampliar calçadas regulares e com piso tátil
É possível criar equipamentos urbanos multiplamente
acessíveis. (Fonte: Shutterstock)
Nas cidades, as vias públicas são destinadas quase
totalmente aos carros e, na maior parte delas, as calçadas são pequenas em
relação à rua ou sequer existem — sobretudo nas regiões mais periféricas, que
recebem menos atenção urbanística do poder público.
Isso contribui para estimular ainda mais o uso do modal
centrado no carro particular, o qual gera problemas ao meio ambiente, à
economia, à saúde e ao tráfego urbano. Por isso, é fundamental apostar na
mobilidade ativa, e é nesse contexto que as calçadas são fundamentais. Elas
devem ser largas, regulares (planas e sem risco de queda), sem obstruções e com
piso tátil, para orientar pessoas com deficiência visual.
2.
Aumentar a quantidade de calçadas
O espaço urbano tem uma relação de “soma zero”: para alguém
ganhar, outro tem que ceder. É o que ocorre no caso das calçadas: ou esse
espaço é cobrado das propriedades, que devem ter sua frente reduzida (a altos
custos, com problemas políticos e legais), ou quem paga a conta é a via.
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Faz sentido que “quem” paga a conta seja o asfalto. Afinal,
o congestionamento do trânsito é nocivo à saúde e ao meio ambiente,
principalmente devido à grande quantidade de carros. Um único ônibus comum
permite levar, com conforto e segurança, 57 pessoas (34 sentadas e 23 em pé) e,
com isso, tirar das ruas cerca de 40 automóveis particulares.
É por isso, em suma, que o problema é tão delicado e
desafiador. Envolve a criação de modais coletivos funcionais, baratos e com
qualidade suficiente para convencer as pessoas a deixar o carro em casa.
3.
Adaptar semáforos
O envelhecimento da população exige que as cidades pensem
em políticas inclusivas para pessoas idosas. (Fonte: Shutterstock/Alex Linch/reprodução)
Outra mudança importante se refere aos semáforos, pensados
hoje para gerar uma eficiência máxima e permitir à cidade fluir, que precisam
ser adaptados de diversas formas. Pessoas cegas, por exemplo, ganham autonomia
quando os sinaleiros têm dispositivos sonoros.
Outra questão é o tempo que os idosos levam para fazer a
travessia, pois eles demoram mais. Devido à fragilidade óssea, diminuição no
equilíbrio e acuidade visual, atravessar a rua é uma tarefa que exige mais
atenção deles.
Além disso, quando eles correm para atravessar uma rua,
podem acabar caindo, causando fraturas — a de fêmur é a mais comum entre elas e
tem correlação direta com probabilidade de óbito, já que costuma implicar na
imobilidade do idoso por longos períodos.
4.
Inserir rampas e escadas
As cidades ocupam um espaço que antes era todo ocupado pela
natureza. Com a transformação da atividade humana, é necessário adaptar a
paisagem para que a vida social seja funcional e confortável.
Um exemplo é a construção de escadas para se locomover por
um terreno em declive. Para quem acessa a cidade da forma tradicional, elas
costumam ser a alternativa mais interessante do ponto de vista do conforto e do
gasto energético. Porém, existem diversas formas de vivenciar o espaço e é
fundamental que haja diferentes alternativas para contemplar todas as pessoas.
A construção de mais rampas é uma das maneiras de ilustrar
os desafios que ainda existem. Mas, mais que isso, é fundamental construí-las
com a angulação correta e todos os outros elementos necessários para que elas
sejam funcionais a quem precisa.
5.
Criar políticas de apoio à mobilidade inclusiva
Neste mês, a cidade de São Paulo encerrou a política de
isenção a idosos no transporte coletivo da cidade. (Fonte: Shutterstock/Nelson Antoine/reprodução)
Por fim, é necessário apoiar a mobilidade de grupos que não
estão representados na arquitetura hegemônica do projeto de mobilidade. As
experiências de um cadeirante com carro adaptado e de outro sem recursos para
adquirir um certamente serão muito diferentes, e as políticas públicas devem
trabalhar para reduzir essa desigualdade.
Além disso, no transporte coletivo, é fundamental a isenção
de pessoas que não conseguem andar distâncias mais longas. Idosos, pessoas com
deficiência e com doenças limitantes devem ter suas condições consideradas
adequadamente, em especial nos casos em que se comprova um perfil de baixa
renda.
Desse modo, como é possível verificar, as cidades ainda
precisam mudar muito para se tornarem mais inclusivas, e a participação da
sociedade civil é fundamental nesse processo. Que tal se engajar e apoiar essa
causa?
Fonte: Watplast,
Ndmais.
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