SÍNDROME
DE BURNOUT: BRASIL É O SEGUNDO PAÍS COM MAIS CASOS DIAGNOSTICADOS
A síndrome de burnout, caracterizada pelo esgotamento
físico, emocional e mental causado pelo estresse crônico no trabalho, foi
classificada como doença ocupacional pela Organização Mundial de Saúde (OMS)
desde o começo de 2022. Um estudo da International Stress Management
Association (Isma) revela que o Brasil ocupa o segundo lugar em número de casos
diagnosticados, superado apenas pelo Japão, onde 70% da população é afetada
pelo problema.
De acordo com dados da Associação Nacional de Medicina do Trabalho - Anamt,
aproximadamente 30% dos trabalhadores brasileiros sofrem com a síndrome. Embora
o burnout tenha impacto significativo no bem-estar dos profissionais, as
questões legais relacionadas à síndrome nas empresas ainda carecem de soluções
adequadas.
Especialistas apontam que a condição enfrenta
dificuldades para ser reconhecida e não há fiscalização e punição efetiva dos
envolvidos, direta ou indiretamente. Argumenta-se que a doença é resultado do
ambiente laboral e não do indivíduo, o que dificulta o reconhecimento direto da
síndrome, cujos sintomas e doenças associadas são desenvolvidos pelas pessoas
diagnosticadas.
Outra razão para a falta de responsabilização é a
presença de causas variáveis e difíceis de serem abordadas judicialmente, como
assédio moral por lideranças, bullying entre colegas e metas rígidas e
inflexíveis impostas pela cultura empresarial.
No âmbito jurídico, a relação entre burnout e casos
legais ainda é pouco clara no Brasil. Muitas ações judiciais não reconhecem a
doença como condição médica, relacionando-a a categorias correlatas, como
assédio ou danos morais.
A psicanalista
Ana Tomazeli, fundadora do Instituto
de Pesquisa de Estudos do Feminino - Ipefem, questiona se as culturas
corporativas realmente incentivam a expressão de ideias e a verdade. O medo de represálias,
punições e situações vexatórias pode indicar que o trabalhador está vivenciando
relações vulneráveis em seu ambiente de trabalho.
Enquanto empresas e colaboradores não criarem espaços
de diálogo para abordar o tema e promover a segurança psicológica nas
organizações, casos de burnout se tornarão cada vez mais frequentes.
Questionamentos sobre a garantia do emprego e a possibilidade de compartilhar
diagnósticos de saúde mental precisam ser feitos, caso contrário, o número de
pessoas diagnosticadas com a síndrome continuará a aumentar.
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