COMO
PROMOVER SST NA SUA EMPRESA
O bem-estar e a qualidade de vida dos colaboradores
são grandes estratégias para a produtividade. Confira os passos para
implementar rotinas de Saúde e Segurança no Trabalho.
Você sabia que, em todo o mundo, um trabalhador morre
por acidente de trabalho ou doença laboral a cada 15 segundos? Desses
profissionais, mais de 20 mil são brasileiros, o que é o mesmo que 6 óbitos a
cada 100 mil empregos formais. Com números tão expressivos, é inegável a necessidade
de planejar a Saúde e Segurança do Trabalho no ambiente de trabalho.
O apontamento é do Ministério Público do Trabalho - MPT e da Organização Internacional do Trabalho - OIT e contempla o período
de 2012 a 2020. Entre os países do G20, o Brasil ocupa a segunda colocação
em mortalidade no trabalho, ficando atrás apenas do México.
Mas como reverter esse cenário? Aqui, você entenderá o
conceito de SST e como normas, práticas e procedimentos podem minimizar ou até
extinguir riscos ocupacionais que podem acontecer na sua organização. Boa
leitura!
O
que é saúde e segurança no trabalho?
Saúde e Segurança no Trabalho, ou SST, são normas e
procedimentos exigidos legalmente à empresa e pessoas colaboradoras, de forma a
resguardar a vida no ambiente profissional, evitando doenças e prevenindo
acidentes.
Seu foco está na proteção da integridade física da
pessoa trabalhadora. Para garantir que as normas regulamentadas por lei sejam
seguidas por todas as organizações brasileiras, existem profissionais
específicos para atuar nesse setor.
O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) é o principal
órgão responsável pela fiscalização e correta aplicação das Normas
Regulamentadoras (NR’s) previstas por lei.
Em visitas presenciais, o MTE tem a obrigação de
averiguar condições e aprovar organizações que respeitam as normas, bem como
orientar ou punir aquelas que não estão de acordo com padrões estabelecidos,
seja aplicando multas, embargando obras, interditando estabelecimentos,
máquinas, equipamentos, etc.
Qual
a relação entre segurança e saúde no trabalho?
Zelar pela segurança e pela saúde da pessoa
trabalhadora é uma ação que contribui para a manutenção da saúde individual do
profissional, como também de sua capacidade de contribuição social na
comunidade e na família.
Em paralelo, essas ações também potencializam
resultados para a organização, uma vez que reduzem afastamentos a longo prazo e
contribuem para o aumento da capacidade laboral do colaborador.
Ou seja, é um esforço que visa o aumento da
produtividade e, indiretamente, contribui para a competitividade da empresa no
mercado industrial brasileiro.
Além de tudo isso, vale destacar que a implementação
de boas práticas também alinha a empresa às modernas posturas de
responsabilidade social promovidas por ESG (Governança Ambiental, Social e
Corporativa).
ESG que nada mais é que uma pontuação sobre um
conjunto de métricas específicas relacionadas a ativos intangíveis na
organização, e preveem um crescimento sustentável e responsável por parte das
companhias, o que atrai mais investidores e deixa a empresa mais visível no
mercado.
Afinal, a ocorrência de acidentes de trabalho acarreta
danos sociais imediatos, que comprometem a saúde e a integridade física do
trabalhador e seus dependentes.
Tudo isso gera custos para a sociedade, tanto no
sistema de saúde como na Previdência, além do próprio absenteísmo e aumento de
custos da empresa com a seguridade.
Por
que saúde e segurança do trabalho são importantes?
Para estabelecer o que deve ser feito em relação à
saúde e segurança do trabalho, o Brasil conta com Normas Regulamentadoras
(NR’s) desde a década de 1970. Elas foram criadas com este objetivo de prevenir
acidentes e doenças provocadas ou agravadas pelo trabalho executado. Portanto,
proteger as pessoas colaboradoras é lei!
Entre essas NR’s, podemos encontrar parâmetros mínimos
e instruções que devem ser cumpridas por todas as empresas brasileiras. Ao
todo, são 35 NR’s que abrangem questões que vão desde iluminação e acústicas
adequadas no ambiente laboral, até o uso de equipamentos de proteção individual
(EPI’s).
Além da proteção à vida e à integridade física, as
NR’s reduzem afastamentos e o presenteísmo – quando o colaborador está no
ambiente de trabalho, embora não esteja executando sua função. As NR’s também
contribuem para a estabilização de um indicador bastante importante para a
segurança do trabalho, o chamado Fator Acidentário de Prevenção (FAP).
As
principais NR’s sobre saúde e segurança no trabalho
Apesar da existência das NR’s, nem sempre elas são
cumpridas, o que gera punições para a empresa irregular, além de contribuir
para os números alarmantes que vimos no começo deste artigo.
É por isso que o Governo Federal se propôs a analisar
periodicamente as modificações que possam ser necessárias. Ao todo, existem
hoje 37 Normas Regulamentadoras que visam proteger os trabalhadores
brasileiros. No entanto, duas delas — a de número 2 e número 27 — foram
revogadas.
Entre
as NR’s mais relevantes, estão:
Ø NR5 –
Estabelece a criação da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) que
visa garantir a qualidade dos equipamentos de segurança;
Ø NR6 – Define
a obrigatoriedade de uso de EPI’s de forma gratuita por parte da empresa,
Certificado de Autorização (CA) e realização de treinamento para utilização e
guarda desses equipamentos;
Ø NR10 –
Especifica os riscos relacionados a instalações elétricas e fontes de
eletricidade em geral. Também ressalta tudo o que é preciso para executar esse
tipo de função, inclusive proteções completas para pés, mãos e cabeça com
revestimentos isolantes;
Ø NR16 –
Discorre sobre as responsabilidades do empregador e os direitos das pessoas
trabalhadoras que atuam em situações perigosas. Dependendo do nível de
exposição ao risco, o colaborador pode ou não receber o adicional salarial.
Ø NR20 –
Oferece os padrões de segurança obrigatórios para manipulação de combustíveis e
inflamáveis;
Ø NR23 –
Estabelece medidas de prevenção a incêndios;
Ø NR28 –
Define possíveis penalidades para o não cumprimento das outras NR’s;
Ø NR33 –
Versa sobre ventilação, limitação de acesso e saídas, e escassez ou excesso de
oxigênio;
Ø NR35 –
Trata de qualquer atividade realizada acima de dois metros do solo.
Seis
dicas para manter a Saúde e a Segurança no Trabalho
Trazemos aqui orientações fundamentais para você
adequar sua empresa ao conceito de saúde e segurança do trabalho que, além de
obrigatórias, garantem a fluidez e a assertividade de processos dentro de uma
organização. Confira!
1.
Disponibilização de EPI’s
Os equipamentos de proteção individual são
regulamentados pela NR 6. Existe uma variedade de dispositivos desse tipo, cada
um com sua especificidade, a fim de proteger diferentes partes do corpo humano
que possam sofrer danos sem esse cuidado.
Os
principais são os EPIs para:
· Cabeça;
· Vias
respiratórias;
· Audição;
· Olhos
e face;
· Pés
e pernas;
· Mãos
e braços;
· Tronco
(antiquedas).
Como há essa diversidade, torna-se necessário
verificar, de acordo com o ramo da empresa e o trabalho a ser executado, quais
são os EPI’s necessários para determinadas funções, uma vez que, em alguns
casos, há a necessidade de disponibilização de mais de um tipo para o mesmo
colaborador executar sua tarefa.
Quem trabalha com eletricidade, por exemplo, deve usar
luvas, botas e capacete emborrachados.
Vale destacar que todos os EPI’s devem estar com
seus respectivos Certificados de Aprovação válidos. Caso contrário, em uma
eventual fiscalização, considera-se que o trabalhador não esteve usando o EPI.
2.
Promoção de treinamentos
Tanto a utilização de EPIs como o cumprimento de
outras normas de segurança requerem capacitações e treinamentos para os
funcionários. Assim, podemos citar as principais formas de promover esse
entendimento:
Integração: evento que ocorre com novos colaboradores
em seus primeiros dias na empresa. São alertados sobre as condições de trabalho
e possíveis riscos de suas funções;
Conscientização: palestras motivacionais que
disseminam instruções sobre medidas corretas e melhores práticas no ambiente de
trabalho, com foco no entendimento dos riscos aos quais estão expostos;
Análise de riscos: apresenta técnicas de antecipação
de problemas e acompanhamento a fim de evitar acidentes e riscos potenciais;
Prevenção: também são palestras que reforçam a cultura
de boas práticas. Aqui, o foco é manter a informação alinhada e atualizada
entre todos os setores;
Ergonomia: indica métodos para manter a boa postura e
as melhores formas de evitar lesões por esforços repetitivos (LER) e os
distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT).
3.
Designação de uma equipe
Por ser um assunto bastante complexo e que deve ser
monitorado continuamente, é importante que as empresas contem com uma equipe
orientada a esse fim, a CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes.
Ela deve ser composta por profissionais capacitados e
capazes de analisar qualitativamente a rotina dos demais colaboradores.
Assim,
entre suas funções, está:
· Verificação
de uso correto do EPI;
· Fiscalização
de ações;
· Realização
de simulações (como é o caso de incêndios);
· Estimular
ações e ministrar campanhas e feiras, como SIPAT (Semana Interna de Prevenção
de Acidentes de Trabalho);
· Estabelecer
medidas de prevenção;
· Criar
ou promover programas específicos;
· Corrigir
colaboradores quando algo está errado.
· A
CIPA deve ser constituída por representantes indicados pela direção e eleitos
por colaboradores.
4.
Consultas em fontes confiáveis
Com tanta informação simultânea em tantos canais, bem
como o movimento de notícias falsas (Fake News) em evidência, é recomendado
seguir as orientações de fontes confiáveis. Isso vai garantir que o seu
negócio esteja de acordo com as normas regulamentadoras.
Portanto, consulte documentações de órgãos oficiais
para atender, de maneira adequada, às exigências necessárias para manter
a saúde e a segurança no trabalho.
Além do Ministério do Trabalho e Emprego, a Anvisa, o
Ministério da Saúde e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e a
Vigilância Sanitária são boas fontes para consulta.
5.
Criação de rotinas de higienização
Em termos de doenças transmissíveis, a prevenção é o
caminho mais efetivo para a segurança. Portanto, uma rotina de
higienização deve ser implementada, até que se torne um hábito.
Uma forma de fazer isso é realizando inspeções
diárias de limpeza e organização do ambiente, por meio
de checklists. Repetir a atividade eleva o padrão de higiene do local,
tornando a saúde e a segurança no trabalho cada vez mais efetiva.
Também é importante que todos os setores estejam
cientes das práticas. Assim, há uma fiscalização interna, entre os próprios
colegas. Isso contribui para agilizar e educar sobre a urgência desses
processos.
6.
Instrução a clientes, fornecedores e terceirizados
Dependendo da configuração do seu negócio, por vezes se
faz necessário receber clientes, fornecedores ou mesmo colaboradores
terceirizados. Todos eles também devem estar a par das rotinas de segurança do
local.
Isso significa que eles também precisam cumprir regras
que os colaboradores estão cumprindo. Por exemplo, em caso de obra, um
terceirizado também deve contar com os EPIs adequados para circular no local.
Os
benefícios da saúde e segurança no trabalho
Além de proteger a vida dos trabalhadores, as ações
relacionadas à saúde e segurança do trabalho estão diretamente relacionadas ao
aumento de produtividade, uma vez que permitem o controle do estresse, que
tende a gerar dores de cabeça e musculares.
Nesse sentido, além do presenteísmo que já
mencionamos, essas ações também reduzem o absenteísmo, ou seja, faltas ao
trabalho. Isso porque quando o colaborador não está saudável, há maior
ocorrência de ausências devido ao mal-estar.
Afastamentos por acidentes e doenças ocupacionais
também são minimizados e, uma vez motivados, os resultados para a organização
são ainda mais positivos.
Os custos também são reduzidos! Afinal, minimiza
gastos com assistência médica e de sinistralidade do plano de saúde. As ações
do SST evitam o surgimento de patologias, como diabetes, hipertensão,
osteoporose, ansiedade, obesidade e depressão.
Mitiga-se também a apresentação de licenças médicas e
indenizações geradas por acidentes. Além disso, deve-se considerar os tempos de
paradas de produção após a perda de força de trabalho.
Vale destacar que, para a empresa, ainda há as
vantagens sobre a melhoria de sua própria imagem no mercado, que vem em
decorrência do crescimento de sua responsabilidade social. O negócio se
posiciona melhor no mercado, o que favorece a reputação, e se torna uma
autoridade no segmento em que está inserido.
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