TRABALHO
EM PÉ: CUIDADOS ESSENCIAIS, EXIGÊNCIAS LEGAIS E ERGONOMIA | ENGEHALL
Trabalho
em pé é a realidade de muitas profissões
O trabalho em pé é uma realidade para milhões de
profissionais em diversos setores, desde o comércio e a indústria até a área da
saúde e serviços. Embora a preocupação com os malefícios do sedentarismo tenha
popularizado alternativas como a mesa para trabalhar em pé (standing desk) em
escritórios, é fundamental analisar a outra face da moeda: os desafios e riscos
associados a ficar muito tempo em pé de forma contínua, como frequentemente
ocorre na jornada de operadores de telemarketing, atendentes, vendedores e
muitos outros profissionais. Conheça os dois lados, com foco nos cuidados
necessários para preservar a saúde e o bem-estar de quem passa a maior parte da
jornada laboral sobre os próprios pés, conhecimento fundamental para trabalhadores
e empregadores. Confira.
Mesas
de trabalho em pé: uma alternativa ao sedentarismo?
Nos últimos anos, a mesa para trabalhar em pé ganhou
destaque como uma solução para combater as longas horas sentado em ambientes de
escritório. A ideia é interessante: alternar entre sentado e em pé pode
estimular a circulação, aumentar o gasto calórico e reduzir alguns dos riscos
associados ao comportamento excessivamente sedentário. Para quem busca essa
alternância, as standing desks podem ser uma escolha válida,
permitindo variar a postura ao longo do dia. No entanto, é crucial entender que
substituir longas horas sentado por longas horas em pé sem os devidos cuidados
não elimina os riscos – apenas os modifica.
Utilizar a standing desk de forma dinâmica, ou
seja, parte da jornada sentado, depois levantando, e alternando periodicamente
é a melhor forma de aproveitar os benefícios desse tipo de mesa – inclusive
considerando o melhor retorno possível em um investimento que costuma ser
relativamente custoso – isso acontece porque não há uma única posição fixa que
seja perfeitamente ergonômica, seja de pé ou sentado. O importante é movimentar
o corpo e ajustar a postura periodicamente, algo que as standing
desks prometem permitir, embora muitos de seus usuários não sigam
rigorosamente seu modo de uso ideal.
Ficar
muito tempo em pé faz mal?
A resposta curta é: sim, ficar muito tempo em pé de forma
prolongada e sem pausas ou condições adequadas pode ser prejudicial à saúde. O
corpo humano é feito para o movimento, e manter uma postura estática, seja ela
sentada ou em pé, por longos períodos, sobrecarrega diferentes sistemas.
Impactos
musculoesqueléticos e circulatórios
A sustentação constante do peso corporal pode levar a dores
nos pés, pernas, joelhos e coluna lombar. A fadiga muscular é comum, assim como
o aumento do risco de desenvolver problemas como fascite plantar, joanetes e
varizes, devido à dificuldade do retorno venoso nas pernas. A pressão contínua
sobre as articulações também pode agravar condições preexistentes.
E quem
tem hérnia de disco pode trabalhar em pé?
Esta é uma questão delicada. Pessoas com hérnia de disco ou
outras condições da coluna vertebral precisam de orientação médica
individualizada. Em alguns casos, ficar muito tempo em pé pode exacerbar a dor
e a compressão nervosa. Em outros, alternar posturas, com suporte adequado e
pausas frequentes, pode ser viável. A recomendação médica, possivelmente com
apoio de fisioterapia e adaptações ergonômicas no posto de trabalho, é
indispensável antes de tomar qualquer decisão. Jamais se deve generalizar, pois
cada caso é único.
A
importância da ergonomia no trabalho em pé
A ergonomia é a ciência que estuda a adaptação do trabalho
ao ser humano. No contexto do trabalho em pé, a ergonomia é fundamental para
mitigar os riscos. A Norma Regulamentadora 17 (NR-17) do Ministério do
Trabalho no Brasil estabelece parâmetros para adaptar as condições de
trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, visando
conforto, segurança e desempenho eficiente. Um curso de NR-17 é
essencial para empregadores que buscam se adequar às exigências da norma para
seu ambiente de trabalho, evitando a insatisfação dos colaboradores, problemas
de saúde, e a possibilidade de problemas jurídicos e trabalhistas. A NR-17 é
bastante abrangente, e há detalhes que são facilmente despercebidos.
Isso
inclui:
Altura
da Bancada/Superfície: Deve ser ajustada à altura do
trabalhador e à natureza da tarefa.
Espaço
para Movimentação: Permitir pequenas mudanças de posição e
movimentação dos pés.
Pausas
e Alternância: Sempre que possível, o trabalho deve ser
organizado para permitir pausas ou a alternância com tarefas realizadas sentado
ou em movimento.
Pisos
e Tapetes: O uso de tapetes anti Fadiga pode ajudar a reduzir o
impacto sobre os pés e pernas.
O que
diz a legislação brasileira sobre o trabalho em pé?
A legislação trabalhista brasileira, através da
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e da NR-17, aborda a questão do
trabalho em pé, embora não de forma tão específica quanto às outras condições.
Pode
trabalhar 8 Horas em Pé? A CLT estabelece a jornada padrão de
8 horas diárias. No entanto, a NR-17 exige que, para atividades que
demandem sobrecarga muscular estática ou dinâmica do tronco, pescoço, ombros,
membros superiores e inferiores, sejam tomadas medidas ergonômicas. Isso
implica que, mesmo dentro da jornada legal, o empregador deve fornecer
condições que evitem o adoecimento, o que pode incluir pausas, rodízios ou
mobiliário adequado (como assentos para descanso em períodos de pausa, mesmo
que a função principal seja em pé). Trabalhar 8 horas continuamente em pé, sem
qualquer possibilidade de alívio ou adaptação, pode ser considerado inadequado
do ponto de vista ergonômico e legal.
Trabalho
em Pé e Insalubridade: O trabalho em pé, por si só,
geralmente não configura insalubridade nos termos da NR-15. A insalubridade
está ligada à exposição a agentes nocivos (químicos, físicos, biológicos) acima
dos limites de tolerância. Contudo, a falta de condições ergonômicas adequadas
pode levar ao desenvolvimento de doenças ocupacionais, gerando responsabilidade
para o empregador.
Trabalho em Pé e Dano Moral: O dano moral pode ser
pleiteado caso o trabalhador comprove que as condições de trabalho impostas
pelo empregador (como a obrigação de permanecer em pé por períodos excessivos
sem pausas ou condições adequadas, ignorando queixas ou recomendações médicas)
causaram-lhe sofrimento, humilhação ou agravaram problemas de saúde, violando
sua dignidade. A falha do empregador em cumprir as normas de saúde e segurança,
como a NR-17, pode fundamentar tal pedido.
O
calçado ideal: conforto e segurança para os pés
A escolha do calçado é crucial. Usar sapatos inadequados
pode potencializar todos os problemas associados ao trabalho em pé.
Tênis para Trabalhar em Pé: Geralmente, um bom tênis
para trabalhar em pé é uma excelente opção, oferecendo amortecimento, suporte
ao arco plantar e espaço para os dedos. Modelos esportivos ou casuais com boa
tecnologia de absorção de impacto são recomendados. Também é possível adaptar
calçados já existentes com a compra de uma palmilha ortopédica especial,
geralmente encontrada em farmácias e lojas esportivas, feita de materiais como
silicone moldável que se ajustam melhor à distribuição de peso de cada pessoa.
Sapato
Feminino Confortável para Trabalhar em Pé: Para mulheres que
precisam de um visual mais formal, existem opções de sapato feminino
confortável para trabalhar em pé. Deve-se buscar modelos com saltos baixos e
largos (ou sem salto), bom amortecimento interno, solado flexível e
antiderrapante, e que não apertem os pés. Materiais respiráveis também ajudam
no conforto, e pode ser útil preparar o calçado antes do uso, usando uma fonte
de calor como um secador para torná-lo levemente mais maleável e calçando-o
para que o formato se ajuste um pouco melhor aos pés.
Dicas
para quem trabalha em pé o dia todo
Se
você passa muitas horas em pé no trabalho, adote estas estratégias para
minimizar os impactos negativos:
Invista
em Calçados Adequados: Como mencionado, é o item mais importante.
Tenha mais de um par para alternar.
Use
Meias de Compressão: Podem ajudar a melhorar a circulação e
reduzir o inchaço e a sensação de peso nas pernas. Consulte um médico sobre o
grau de compressão ideal.
Movimente-se
sempre que possível: Mesmo que precise ficar na mesma área,
mude o peso de uma perna para outra, flexione os joelhos, faça movimentos
circulares com os tornozelos.
Aproveite
as pausas: Use os intervalos para sentar, caminhar um pouco e,
se possível, elevar as pernas.
Alongue-se: Faça
alongamentos para panturrilhas, posteriores da coxa e lombar antes, durante (se
possível) e após o trabalho.
Use tapetes
antifadiga: Se o seu local de trabalho permitir, ou se você
trabalha em casa com uma mesa alta, um tapete antifadiga pode fazer uma grande
diferença.
Mantenha-se
hidratado: A hidratação é importante para a circulação e a
saúde muscular.
Cuide
da Postura: Mantenha a coluna o mais alinhada
possível, ombros relaxados e abdômen levemente contraído para dar suporte à
lombar.
Após o
Expediente: Se possível, deite-se com as pernas
elevadas por alguns minutos para ajudar no retorno venoso.
Comunique-se: Se
sentir dores ou desconforto persistentes, informe seu superior e procure
orientação médica e, se necessário, fisioterápica. Conheça seus direitos e as
normas de ergonomia aplicáveis.
Equilíbrio
e cuidado constante
O trabalho em pé apresenta seus próprios desafios
ergonômicos e riscos à saúde, distintos, mas não menos importantes, que os do
trabalho sedentário. A chave está no equilíbrio, na conscientização e na
implementação de medidas preventivas. Seja através do uso de equipamentos
adequados como tênis confortáveis para trabalhar em pé, da adoção de dicas para
quem trabalha em pé o dia todo, ou da garantia de condições ergonômicas e
respeito à legislação trabalhista por parte dos empregadores, é fundamental
cuidar do corpo para garantir uma vida profissional saudável e sustentável a
longo prazo. Ficar muito tempo em pé não precisa ser sinônimo de dor e lesão,
desde que os cuidados necessários sejam tomados.
Perguntas
frequentes sobre o Trabalho em Pé (FAQ):
1.
Ficar muito tempo em pé faz mal à saúde?
Sim.
Trabalhar em pé por muitas horas seguidas pode causar dores musculares,
varizes, cansaço excessivo e problemas na coluna. A solução não é apenas
alternar com períodos sentado, mas também garantir pausas, movimentação e
postura adequada.
2.
Qual o melhor tipo de calçado para quem trabalha em pé o dia inteiro?
Calçados com bom amortecimento, solado flexível e suporte ao arco plantar são
os mais indicados. Tênis ergonômico ou sapato confortável com palmilha
ortopédica ajudam a reduzir a fadiga e prevenir dores nas pernas e pés.
3.
Pode trabalhar 8 horas por dia em pé?
A
jornada de 8 horas é permitida pela CLT, mas deve seguir as exigências da NR-17.
Isso inclui pausas, rodízios de atividade e estrutura ergonômica. Ficar 8 horas
seguidas em pé, sem intervalos, pode ser considerado inadequado e até ilegal.
4.
Palmilha ortopédica ajuda quem fica muito tempo em pé?
Sim. As palmilhas ortopédicas redistribuem o peso do corpo, absorvem impactos e
proporcionam mais conforto ao longo do dia. São recomendadas para profissionais
que passam muitas horas de pé, principalmente em pisos rígidos.
5.
Quem tem hérnia de disco pode trabalhar em pé?
Depende
da orientação médica. Ficar em pé por longos períodos pode agravar a dor em
alguns casos. Com suporte ergonômico e pausas frequentes, é possível adaptar o
trabalho, mas o acompanhamento especializado é essencial.
6.
Existe insalubridade no trabalho em pé?
O
trabalho em pé, por si só, não configura insalubridade legal. No entanto, a
falta de condições ergonômicas pode gerar doenças ocupacionais, o que pode
responsabilizar o empregador e até gerar indenizações por dano moral.
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