MODERNIZAÇÃO
DE NORMAS TÉCNICAS CONSOLIDA AVANÇOS EM SST NA CONSTRUÇÃO CIVIL
Políticas de prevenção ancoradas em análise de
risco e redução da burocracia. Esses são os novos paradigmas para o fomento à
segurança e saúde no trabalho (SST), que serão introjetados no processo de
revisão de normas técnicas, incluídas as que estão diretamente ligadas à
segurança e saúde do trabalhador da construção civil. Liderado pelo governo
federal, esse movimento já está curso e terá reflexos positivos sobre a
indústria da construção: ganham as empresas, que terão respaldo técnico para
buscar melhores resultados; e o trabalhador, que terá garantias ainda mais
sólidas de um ambiente de trabalho seguro.
A Câmara Brasileira da Indústria da Construção
(CBIC) tem participado ativamente da discussão em torno da modernização das
normas técnicas de SST. Em 2019, foram atualizadas as NR 1, 3, 12 e 18. O exame
de outras, como as NR 7, 9 ,15 e 17, está em andamento e pode ser concluído
logo nos primeiros meses de 2020. A indústria da construção, que tem defendido
a redução da burocracia e uma mudança de foco nas políticas de prevenção, apoia
a revisão das normas. A modernização em curso coloca o Brasil na direção
correta, em que o foco das ações passa a ser o resultado.
Uma das novidades da revisão de normas em curso é a
introdução de um programa de gerenciamento de riscos em SST para as empresas,
focado na análise prévia de riscos e adoção de medidas preventivas. Trata-se de
um grande avanço, em que o processo burocrático deixa de ser mais importante
que a efetiva redução dos acidentes de trabalho na construção civil. Essa é uma
demanda histórica das empresas do setor, que têm investido em uma cultura
prevencionista e revertido os indicadores de acidentes.
Essa é a mensagem que temos levado ao debate. Hoje,
a gestão de SST é engessada pela combinação do excesso de normas e
interpretações. As mudanças em curso darão mais fluidez à ação das empresas,
que passam a ter responsabilidades ainda maiores, mas também contarão com
ferramentas mais eficazes para formular e executar suas políticas de prevenção.
Deixaremos de discutir como, para concentrar esforços no resultado das ações:
canteiros mais seguros, trabalhador bem equipado e treinado, ambiente mais
salubre e produtivo.
Para contribuir com esse novo cenário, a CBIC
colocará à disposição do setor o Programa de Gestão de Segurança e Saúde no
Trabalho nos Canteiros de Obra, ferramenta de autorregulação para o setor da
construção que auxiliará os gestores na implantação de gestão de Segurança e
Saúde do Trabalho nos canteiros de obra, indicando os requisitos a serem
observados e como aferir se foram atendidos.
Preparado em parceria com o Serviço Social da
Indústria (SESI Nacional), o programa permite que os empreendimentos sejam
reconhecidos por sua adoção e tem como objetivo principal induzir redução ainda
maior nos indicadores de acidentes do setor. Destinado à cadeia produtiva da
indústria da construção, o programa já contempla as mudanças da NR 18,
aprovadas em dezembro de 2019, e será apresentado ao setor em fevereiro.
A revisão das normas técnicas vai ao encontro de
outras iniciativas em curso para tornar a construção civil um setor seguro e
eficiente. Essa transição está ancorada na conscientização e mobilização dos
empresários e entidades do setor, uma mentalidade que também alcança a mão de
obra. Segurança, saúde, produtividade e qualidade do emprego interessam a
todos. Interessa ao Brasil.
O acompanhamento desse tema tem interface com o
projeto Elaboração e Divulgação de Materiais Orientativos sobre Atualizações
das Regras Trabalhistas e de Segurança e Saúde no Trabalho para a Indústria da
Construção, realizado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC)
e o Serviço Social da Indústria (Sesi Nacional).
*José Carlos Martins – presidente da Câmara
Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e vice-presidente da Confederation
of International ContractorsAssociations (CICA). Engenheiro civil formado
pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), foi presidente da Associação dos
Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR) e
vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do
Paraná (Sinduscon-PR), entre outras funções.
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