POR
QUE ADOTAR UMA MATRIZ 5×5 NA AVALIAÇÃO DO RISCO?
A matriz de risco é um instrumento
que facilita a seleção de prioridades para se empreender
uma ação. Uma matriz de risco é uma representação gráfica e às vezes matemática da combinação da probabilidade de
algo acontecer associado com a consequência potencial da ocorrência.
Embora o acontecimento avaliado possa ser tanto
positivo quanto negativo, é mais frequente o uso da matriz de risco
considerando o evento negativo que podemos denominar de evento indesejado.
Em segurança do trabalho o evento indesejado é o
incidente ou acidente e a sua consequência o dano ou a lesão. Portanto, na
leitura da matriz de risco quanto maior a probabilidade de
ocorrência do evento indesejado e quanto maior a sua
consequência maior será o risco associado.
Em se considerando que a matriz de risco é
um instrumento para orientar a tomada de decisão, vejamos como se comporta
a arquitetura da matriz de risco associado à tomada de decisão.
Uma das formas de se referenciar a uma matriz de risco
é pelo número de classes de probabilidade e de consequência. A literatura
apresenta três tipos de matriz de risco: 3×3; 4×4 e 5×5. Assim, uma
matriz 3×3 possui três classes de probabilidade e três classes de consequência.
Uma matriz 4×4 possui quatro classes de probabilidade e quatro classes de
consequência e uma matriz 5×5 possui 5 classes de probabilidade e 5 classes de
consequência.
As combinações das classes de probabilidade com
as classes de consequência da matriz de
risco resultam nas possibilidades de classificação do
risco associado ao evento indesejado que está sendo avaliado. Portanto, ao
utilizar uma matriz 3×3 teremos nove possibilidades de combinações.
Ao utilizar uma matriz 4×4 termos dezesseis
possibilidades e ao utilizar uma matriz 5×5 teremos 25
possibilidades de classificação do risco.
A NBR
14280 classifica os acidentes em 5 classes:
Primeiros Socorros, Tratamento Médico, Restrição ao
Trabalho, Incapacitantes e Óbito. Assim sendo, estas cinco classes de
consequência já sinalizam que o mais apropriado seria utilizar a matriz
5×5 para uma avaliação de riscos ocupacionais.
Mesmo considerando que poderíamos agrupar o evento
potencial “Tratamento Médico” com o evento potencial “Restrição ao Trabalho”,
recomendamos ainda o uso da matriz 5×5 pois poderíamos desdobrar o evento
potencial “Incapacitante” em Incapacidade Temporária e Incapacidade Permanente.
Neste caso, o uso de uma matriz 4×4 ou 3×3 restringiria a avaliação da
consequência e induziria o tomador de decisão a alocar recursos ou a menor ou a
maior dependendo da avaliação do risco.
Outro aspecto a ser considerado em se tratando da
matriz de riscos é o número de classes de risco. Novamente, encontramos na
literatura matrizes com 3 classes de risco (Baixo, médio e Alto, por exemplo),
4 classes de risco (Baixo, Médio, alto e Muito Alto, por exemplo) e 5 classes
de risco (Muito Baixo, Baixo, Médio, Alto e Muito Alto).
Há de se dizer que não existe Risco Zero.
Portanto, ao utilizar a matriz de risco para tomada de decisão precisamos
necessariamente definir o nível de tolerabilidade ao risco. Quando
adotamos na avaliação do risco ocupacional o número mínimo de classes (três
classes de risco) e definimos a menor classe como aceitável, podemos estar
dispendendo recursos descessários na mitigação dos riscos associados às
outras duas classes de risco ou, se definimos a classe intermediária como
aceitável podemos estar deixando de mitigar alguma situação que tenha
potencial para causar danos ou lesões significativas.
Neste aspecto, o uso de uma matriz 4×4 seria o
mínimo aceitável para uma boa avaliação de risco. Mas, mesmo assim ao
utilizar uma matriz 4×4 nos colocamos também no mesmo dilema associado à matriz
3×3 no que se refere à definição da classe de tolerabilidade ao risco. Se
definimos uma das duas menores classes como aceitável podemos estar sendo
induzidos a dispender recursos desnecessariamente. Se definimos a terceira
classe como aceitável podemos estar deixando de mitigar alguma situação que
tenha potencial para causar danos ou lesão significativos.
Assim sendo, o recomendável é a adoção de uma
matriz 5×5 que induz naturalmente a definir a classe intermediária
como aceitável e assim oferece uma tendência a priorizar aquilo que
de fato seja importante sem deixar de mitigar situações com potencial de
causar danos e lesões significativos.
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