OS
3 PRINCIPAIS ERROS COMETIDOS NA GESTÃO DE RISCOS
Os 3 principais erros cometidos da Gestão de Riscos
estão na maneira de dificultar a identificação dos riscos, no processo de
não registrar os fatores de risco e não considerar os eventos de alto
potencial. Esclarecemos um a um, logo abaixo.
O risco é parte integrante e indissociável do processo
de tomada de decisão em qualquer empresa. Tomar decisão incorporando o risco
não é uma tarefa fácil. Significa que para gerir uma empresa é fundamental a
abordagem da gestão de riscos em todas as dimensões: risco ocupacional, risco
ambiental, risco tributário, risco político, risco social, risco de reputação,
risco legal, dentre outros. Ao não se considerar o risco nas decisões pode ser
que os resultados não sejam o esperado e que tenhamos desperdiçado recursos preciosos.
Claro que cada empresa possui uma realidade diferente,
no entanto, os principais erros são comuns a todas elas no que se refere à
gestão do risco!
Dificultar
a identificação dos riscos
O Sistema Toyota de Produção é um sistema que foi
criado com foco na produção de qualidade. Porém, é também um excelente exemplo
para utilizarmos na gestão de riscos. Isso porque cada trabalhador individual
em maior ou menor grau tem liberdade de tomar decisões, nem que seja reconhecer
e identificar a possibilidade de algo dar errado.
É preciso facilitar a identificação de riscos para que
os trabalhadores possam fazer parte dessa gestão e, desta forma, eles adquirem
experiência e ficam mais envolvidos nas melhorias.
No sistema, há um cordão pendurado no teto ou mesmo um
botão na estação de todos os trabalhadores. Logo, quando alguém puxa o cordão
ou aperta esse botão, significa que o colaborador identificou um problema e que
ele não poderá fazer mais nada até que o mesmo seja resolvido, o que não deixa
de ser uma decisão. Em nosso cenário, a ideia funcionaria com um supervisor
indo até o trabalhador para que o problema possa ser considerado e para que uma
decisão imediata seja tomada.
A verdade é que a Toyota não se importa que o trabalhador “puxe a acorda” caso
problema possa gerar uma consequência eminente ou não. Mesmo a incerteza deve
ser identificada, compreendida e resolvida. Afinal, só o fato de termos um
trabalhador preocupado com a qualidade do seu trabalho e às vezes a sua
segurança e a de seus colegas já indica que o risco foi parte do processo
decisório.
Onde queremos chegar com isso tudo? À simplicidade. É
preciso facilitar a identificação de riscos para que os trabalhadores possam
fazer parte dessa gestão e, desta forma, eles adquirem experiência e ficam mais
envolvidos nas melhorias. Essa atividade está diretamente relacionada à
liderança da organização e o ideal é que esteja aliada a coleta de dados e
informações que possam ser transformados em conhecimento para alimentar o
processo decisório utilizando as técnicas de gestão de riscos.
Não
realizar o registro dos fatores de risco
Pode parecer óbvio, mas é mais comum do que se imagina
o fato de que as pessoas dão pouca atenção ao registro sistêmico dos fatores de
riscos como etapa complementar da identificação dos mesmos.
O registro permite compartilhar os dados e as
informações além de possibilitar o tratamento dos mesmos através de meios
específicos, técnicas de análise de modo a se identificar causas, consequências
potenciais, tendências e fundamentalmente permitir a proposição de ações de
mitigação. Além disso, o registro tanto dos dados e informações quanto das
análises dão visibilidade ao processo de gestão do risco e de seus resultados.
Não
considerar os eventos de alto potencial
Não é incomum se dar ênfase na coleta, registro e
tratamento de dados apenas para aquelas situações que geraram perdas ou
consequências significativas em detrimento dos eventos que não tiveram
consequências reais mensuráveis, mas que tinham potencial para causar danos relevantes.
Pode ser uma tarefa árdua registrar todos os eventos
para depois classifica-los de acordo com sua consequência potencial ao invés de
apenas de acordo com sua consequência real. Mas a contrapartida obtida pelo
tratamento das ações potencialmente perigosas justifica o investimento de tempo
e energia.
Neste aspecto, podemos classificar a gestão de risco
em pelo menos duas categorias: gestão de riscos reativa, concentrada em eventos
que geraram perdas mensuráveis e significativas e gestão de riscos preventiva,
que aborda os eventos que tenham potencial de gerar perdas independente das
consequências reais observadas. Neste caso, o aprendizado é mais atrativo pois
não se paga o valor da perda para se aprender com os fatos.
Certamente que completa este
ciclo a gestão de riscos proativa que significa antecipação à ocorrência de
eventos indesejados, mapeando as condições perigosas, avaliando suas
consequências potenciais e promovendo ações mitigadoras com foco em reduzir a
probabilidade de ocorrência de um evento indesejado ou mesmo reduzindo a sua
consequência potencial caso ele ocorra.
Certamente que para construir toda esta estrutura de
gestão de riscos há de se pensar em uso de ferramentas apropriadas e um
sistema ágil, acessível e capaz de processar os dados e fornecer informações
gerenciais que alimentem e orientem o processo decisório.
Autor:
Reginaldo Pedreira Lapa
Engenheiro de Minas e de Segurança do Trabalho
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