sábado, 21 de novembro de 2020

 


6 QUESTÕES SOBRE A NR-20: SEGURANÇA COM LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS E COMBUSTÍVEIS

 


6 QUESTÕES SOBRE A NR-20:

SEGURANÇA COM LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS E COMBUSTÍVEIS

 

O artigo abaixo é uma compilação de artigos traduzidos do site Canadian Centre for Occupational Health and Safety e de outros na Internet escritos por especialistas no Brasil. Selecionamos 6 questões básicas sobre o assunto.

Líquidos Inflamáveis e Combustíveis são aqueles que não evaporam rapidamente nas condições de temperatura e pressão do local onde se encontram, permitindo o acúmulo de vapor suficiente para inflamar na presença de uma fonte de ignição. A menor temperatura na qual o vapor de um líquido pode ser inflamado por uma chama ou por uma faísca é conhecida como ponto de ignição desse produto químico.

Em primeiro lugar, vejamos como a NR-20 define a questão. Para isso, abrimos a pasta da NR-20 no site www.nrfacil.com.br e selecionamos no Remissivo, o item Definições:




A foco dessa definição (ponto de fulgor e inflamabilidade) é exatamente o risco de grandes acidentes que levam principalmente a agravos não só aos trabalhadores, mas sobretudo ao meio ambiente. Veja mais sobre a nova NR-20, publicada em Março de 2012 e analisada em um post deste Blog (clique aqui)

Em seguida, passamos ao estudo de 6 questões selecionadas sobre o tema:




 

Questão 1:

Quais os conceitos importantes quando se trabalha com gases e líquidos inflamáveis e combustíveis?

 

Combustão: reação química de oxidação, exotérmica, favorecida por uma energia de iniciação, quando os componentes, combustível e oxidante (geralmente o oxigênio do ar) se encontram em concentrações apropriadas.

Ponto de fulgor: menor temperatura de um líquido ou sólido, na qual os vapores misturados ao ar atmosférico, e na presença de uma fonte de ignição, iniciam a reação de combustão.

Ponto de combustão: é a menor temperatura, poucos graus acima do ponto de fulgor, na qual a quantidade de vapores é suficiente para iniciar e manter a combustão (somente para líquidos e sólidos).

Ponto de autoignição: é a menor temperatura na qual os gases ou vapores entram em combustão pela energia térmica acumulada (ondas de calor).

Temperatura crítica: temperatura, característica de cada gás, acima da qual não existe fase líquida dentro do cilindro.


Questão 2:

Porque eu devo substituir por agentes menos perigosos quando possível?

 

Substituição pode ser a melhor maneira de evitar ou reduzir um risco. Geralmente, é claro, isto não é fácil ou mesmo possível encontrar um substituto não inflamável ou menos inflamável para realizar o trabalho de forma efetiva e segura. O melhor é começar a verificar a legislação e órgãos técnicos para checar todos os possíveis materiais de substituição. É preciso ter todas as informações de riscos (incêndio, potencial de lesões, reatividade química) desses materiais antes de fazer qualquer mudança. Escolha o material com menos risco que possa dar conta do trabalho de forma eficiente e segura. Aprenda como trabalhar de forma segura com esses materiais.

Para trabalhar com segurança você precisa estar informado sobre as propriedades e os perigos associados à manipulação de produtos químicos. Este documento ajudará você a identificar os perigos e a entender as Folhas de Informação sobre Produtos Químicos (FISPQ, ou MSDS – Material Safety Data Sheets) que podem ser solicitadas para todos os produtos químicos comercializados. Muitos destes produtos químicos, inclusive, representam perigos múltiplos à saúde, ao ambiente de trabalho e ao meio-ambiente.

 

Questão 3:

 

Quais os fatores que podem contribuir para a ocorrência de um incêndio?

 

A existência de uma atmosfera oxidante (ar)

Acumulo de gás ou vapor inflamável

Fonte de ignição

Assim, o segredo da redução do risco de incêndio consiste no controle de um ou mais dos fatores causadores, na seguinte ordem de prioridade: 1. Controle da fonte de ignição, 2. Redução da concentração de vapores inflamáveis e 3. Redução da disponibilidade de oxigênio, se possível.

 

Questão 4:

 

Quais os riscos envolvendo manuseio de produtos perigosos inflamáveis?

 

O risco mais significativo diz respeito à possibilidade de vazamento na presença de fontes de ignição. As fontes de ignição podem ser as mais variadas possíveis e podem gerar temperaturas suficientes para iniciar o processo de combustão da maioria das substâncias inflamáveis conhecidas:

Eletricidade estática: Como exemplo de cargas acumuladas nos materiais. As cargas eletrostáticas surgem naturalmente, principalmente devido a atrito com materiais isolantes; as manifestações da eletricidade estática são observadas, principalmente, em locais onde a umidade do ar é muito baixa, ou seja, locais secos;

Faíscas: O impacto de uma ferramenta contra uma superfície sólida pode gerar uma alta temperatura, em função do atrito, capaz de ionizar os átomos presentes nas moléculas do ar, permitindo que a luz se torne visível. Normalmente chamada de faísca, esta temperatura gerada é estimada em torno de 700ºC;

Brasa de cigarro: Pode alcançar temperaturas em torno de 1.000ºC;

Compressão adiabática: Toda vez que um gás ou vapor é comprimido em um sistema fechado, ocorre um aquecimento natural. Quando esta compressão acontece de forma muita rápida, (dependendo da diferença entre a pressão inicial (P0) e final (P1), e o calor não sendo trocado devidamente entre os sistemas envolvidos, ocorre o que chamamos tecnicamente de compressão adiabática. Esta compressão pode gerar picos de temperatura que podem chegar, dependendo da substância envolvida, a mais de 1.000ºC. Isto pode acontecer, por exemplo, quando o oxigênio puro é comprimido, rapidamente passando, de 1 atm para 200atm, em uma tubulação ou outro sistema sem a presença de um regulador de pressão;

Chama direta: É a fonte de energia mais fácil de ser identificada. Algumas chamas oxicombustíveis, por exemplo, podem atingir temperaturas variando de 1.800ºC (hidrogênio ou GLP com oxigênio) a 3.100ºC (acetileno / oxigênio).

Misturas perigosas: Sempre que possível, deverá ser evitada qualquer mistura acidental de líquidos inflamáveis. Por exemplo: uma pequena quantidade de acetona dentro de um tanque de querosene, pode baixar o ponto de fulgor de seu conteúdo devido à volatilidade relativamente alta da acetona, o que cria uma mistura inflamável, quando da utilização desse mesmo querosene. A gasolina misturada com um óleo combustível pode mudar o ponto de fulgor deste, de tal forma que seja perigoso para um uso corriqueiro. Em cada caso, o ponto de fulgor baixo pode fazer as vezes de um detonador para a ignição de materiais que têm pontos de fulgor altos.

 

Questão 5:

Como podem ser identificados tanques de produtos perigosos?

 

É obrigatório identificar qualquer tanque contendo produto perigoso colocando o nome do produto existente. Em complemento, os tanques podem ser sinalizados através de cores que permitem identificar os riscos dos produtos contidos. A identificação pelo nome e cores contribui para que a equipe de emergência identifique rapidamente os riscos do produto armazenado.

Uma forma adicional de sinalização por cores pode ser feita através do Diamante de Hommel, previsto na Norma NFPA 704. Vale ressaltar que este tipo de identificação não é obrigatório pela legislação brasileira, tão pouco pode ser utilizado nos tanques rodoviários e ferroviários. Líquidos inflamáveis e combustíveis devem ser acondicionados em embalagens de boa qualidade, construídas e fechadas de forma a evitar que, por falta de estanqueidade, venham a permitir qualquer vazamento provocado por variações de temperatura, umidade ou pressão (resultantes de variações climáticas ou geográficas), em condições normais de transporte.

A parte externa das embalagens não deve estar contaminada com qualquer quantidade de produtos perigosos, sejam novas ou reutilizadas. Numa embalagem reutilizada, devem ser tomadas todas as medidas necessárias para prevenir contaminação.

As partes da embalagem que entram em contato direto com os produtos não devem ser afetadas por ação química, ou outras ações daqueles produtos (se necessário, as embalagens devem ser providas de revestimento ou tratamento interno adequado), nem incorporar componentes que possa reagir com o conteúdo, formando com estas combinações nocivas ou perigosas, ou enfraquecendo significativamente a embalagem.

Toda embalagem nova ou recondicionada, exceto as internas de embalagens combinadas, deve adequar-se a um projeto-tipo devidamente ensaiado conforme Regulamentos Técnicos do INMETRO.

Exceto quando haja prescrição específica em contrário, os líquidos não devem encher completamente uma embalagem à temperatura de 55ºC, para prevenir vazamento ou deformação permanente da embalagem, em decorrência de uma expansão do líquido, provocada por temperaturas que podem ser observadas durante o transporte.

Qualquer vazamento do conteúdo não deve prejudicar significativamente as propriedades do material de acolchoamento, nem a embalagem externa.

Produtos incompatíveis entre si não podem ser acondicionados em uma mesma embalagem externa.

Embalagens contendo substâncias umedecidas ou diluídas devem ser fechadas de forma que o teor de líquido (água, solvente ou dessensibilizante) não caia, durante o transporte, abaixo dos limites prescritos.

 

Questão 6:

 

Quais os riscos à saúde de líquidos e inflamáveis?

 

Os líquidos inflamáveis e seus vapores, podem criar riscos à saúde, tanto por contato como por inalação dos vapores tóxicos.

Muitos vapores tóxicos produzem irritações devido à ação solvente sobre a oleosidade natural da pele e dos tecidos. Em quase todos os casos existe um risco de intoxicação. A magnitude do risco certamente dependerá da concentração do vapor.

Alguns vapores inflamáveis são mais pesados que o ar e se dirigem para os fossos, aberturas de tanques, lugares fechados e pisos rebaixados, contaminando o ar local e criando uma atmosfera tóxica e explosiva. Nos recipientes fechados, pode ocorrer o problema da falta de oxigênio, como por exemplo em um tanque que tenha estado fechado por muito tempo, no qual a formação de óxidos consumiu oxigênio. Antes de se entrar em um tanque nessas condições, o mesmo deverá ser ventilado e medições devem ser feitas, tendo-se assim a certeza de que não há uma atmosfera tóxica ou explosiva ou com deficiência de oxigênio.

 


Fontes:


Canadian Centre for Occupational Health and Safety
RiscoZero


Fieb.org.br

 

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sexta-feira, 20 de novembro de 2020

 


TREINAMENTOS DE SEGURANÇA, QUAL SUA IMPORTÂNCIA?

 


A melhor maneira de prevenir acidentes no dia a dia dos trabalhadores é manter o ambiente de trabalho seguro contra riscos. Parte dessa prevenção do dia a dia está relacionada a importância dos treinamentos de segurança do trabalho...

A melhor maneira de prevenir acidentes no dia a dia dos trabalhadores é manter o ambiente de trabalho seguro contra riscos. Parte dessa prevenção do dia a dia está relacionada a importância dos treinamentos de segurança do trabalho.

Os treinamentos realizados sobre segurança do trabalho envolvem também a conscientização dos colaboradores e empregadores a respeito do cumprimento e adequação das determinações impostas pelas legislações vigentes, como as normas regulamentadoras (NR’s).

 

TREINAMENTOS DE SEGURANÇA: COMPREENDA A IMPORTÂNCIA

 


Ao se realizar um treinamento com foco em segurança do trabalho, a empresa tem como objetivo compartilhar seu conhecimento sobre os procedimentos adotados para a execução de determinada função durante o dia a dia de trabalho.

Ou seja: ensinar de maneira fácil e rápida para todos os colaboradores envolvidos os procedimentos que devem ser tomados antes, durante e após a execução de um trabalho.

Por ser uma área de conhecimento muito amplo, a segurança do trabalho envolve diversas áreas profissionais, o que traz um grande conhecimento sobre o assunto pelos mais variados pontos de vista.

Dessa forma, até os treinamentos de segurança do trabalho específicos têm diversos temas abordados, o que exige uma equipe com profissionais de diversas áreas para a aplicação do treinamento.

 

AS VANTAGENS DOS TREINAMENTOS

 


PARA O EMPREGADOR – O desenvolvimento e a aplicação de treinamentos de segurança são de extrema importância para se criar uma cultura de segurança na empresa. Além disso, o treinamento é uma obrigação legal do empregador para com seus funcionários.

 

PARA OS COLABORADORES – O treinamento para os colaboradores é a melhor ferramenta de prevenção de acidentes em uma empresa. Dessa forma os trabalhadores podem compreender os procedimentos necessários para a execução correta e segurança do seu trabalho, sempre visando a proteção e integridade dos trabalhadores.

 

VANTAGENS GERAIS – Redução de custos, maior produtividade dos colaboradores, melhor capacitação de funcionários, bem-estar e segurança no ambiente de trabalho, melhoria na qualidade do produto e do serviço executado, redução no índice de acidentes de trabalho, envolvimento dos colaboradores com a segurança e saúde no próprio ambiente de trabalho.

 

Dentre os inúmeros treinamentos existentes, os que envolvem as Normas Regulamentares e processos de trabalho são os mais comuns.

 

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3 (três) LEIS DE SEGURANÇA DO TRABALHO QUE PODEM EVITAR PREJUÍZO PARA SUA EMPRESA

 


Para que seja preservada a Segurança do Trabalho, é necessário cumprir algumas normas e leis específicas que, quando seguidas, ajudam a evitar ou minimizar a ocorrência de doenças ocupacionais e acidentes de trabalho, protegendo ...

 

Para que seja preservada a Segurança do Trabalho, é necessário cumprir algumas normas e leis específicas que, quando seguidas, ajudam a evitar ou minimizar a ocorrência de doenças ocupacionais e acidentes de trabalho, protegendo a integridade do trabalhador, como visa o Ministério do Trabalho. Neste post, explicaremos um pouco mais sobre a importância dessas leis. Confira:

 

O que fazer para se adequar às leis de segurança do trabalho

 


Para que uma empresa se adeque a estas normas, é necessário, em primeiro lugar, que exista dentro da empresa um quadro de profissionais devidamente qualificados para cada função. A constituição de uma equipe de segurança de trabalho integra a SESMT (Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho).

 

Além da equipe multidisciplinar, é necessário o estudo da legislação de segurança do trabalho e das normas técnicas, para que fique claro até onde vai a responsabilidade do empregador e o que compete aos empregados no que diz respeito à segurança. É necessário também um estudo prévio do ambiente de trabalho, para verificar quais são as causas de acidentes de trabalho, promover palestras e treinamentos para que todos os pontos sejam esclarecidos e também para manter os empregados sempre bem informados quanto à finalidade da adoção das normas de segurança, além da devida aplicação de EPCs e dos EPIs.

A verificação periódica dos resultados obtidos com as medidas tomadas ajuda a analisar se existe a necessidade de realizar novos ajustes nos métodos de segurança utilizados pela empresa.

 

Quem está apto a realizar esta tarefa

 

Para realizar um trabalho completo de prevenção, é necessário estar sempre em dia com a medicina do trabalho, mantendo no calendário anual da empresa datas fixas para a realização de exames médicos do PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional). Caso seja necessário, a empresa também poderá requerer a avaliação psicológica do empregado, assim como outras medidas cabíveis.

 

Principais normas de segurança do trabalho

 


Destacamos algumas Normas Regulamentadoras (NR’s) relacionadas à área da construção civil, são elas:


NR 4

 

A norma de serviços especializados em engenharia de segurança e em medicina do trabalho tem a finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho. Caso não seja cumprida, essa norma pode gerar transtornos para os gestores, já que, nos dias de hoje, é essencial que qualquer empresa respeite as leis de segurança do trabalho. Do contrário, elas podem ser sujeitas a multas e punições.

 

NR 18

 

A NR 18, de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção, trata da aquisição do maquinário da empresa, que deve conter instruções de segurança em português, proteção para evitar acidentes e um dispositivo de corte de energia, caso algum equipamento de segurança não esteja devidamente fechado. Porém, é muito importante que os profissionais sejam capacitados para usar esses tipos de ferramentas, caso contrário, elas podem gerar confusões e alarmes falsos na empresa.

 

NR 26

 

A lei de Sinalização de Segurança normatiza a padronização das cores que serão utilizadas para a demarcação de segurança no ambiente de trabalho, sempre visando a preservação da integridade física dos trabalhadores.

A Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho é o órgão responsável pela fiscalização de tais normas. É ela que orienta os colaboradores para a implantação das NRs e, nesse ponto é muito importante saber que, nos casos em que a empresa não segue corretamente as normas de segurança, a secretaria tem total liberdade para penalizá-la. Portanto, conheça bem as leis de segurança do trabalho e evite que elas possam se tornar um problema para o seu negócio!

O principal benefício obtido pela empresa que segue à risca as Normas Regulamentadoras do trabalho é a garantia da confiança de seus empregados, o que resulta no aumento da produtividade. Mais uma vez, é importante ressaltar: não deixe que essas medidas de segurança se tornem problemas para a sua empresa — elas existem para melhorar a situação de todos, tanto funcionário, quanto empregador.

 

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MEDIDAS DE CONTROLE EM SEGURANÇA DO TRABALHO

 

A Segurança do Trabalho é composta por um conjunto de medidas técnicas, educacionais, médicas e psicológicas, que objetiva a prevenção de acidentes.

Procura-se pela eliminação dos atos e condições inseguras no ambiente de trabalho evitar a todo custo o acidente, pois na visão atual ele é controlável e capaz de ser totalmente prevenido.

As empresas buscam, ou melhor, estão sendo pressionadas pela previdência social, a através da educação, conscientização e motivação das pessoas, a práticas preventivas constantes, ou seja, rotineiras. Pois, seu emprego é indispensável para o desenvolvimento efetivo e eficaz do trabalho de forma segura como se propõe a segurança do trabalho. Haja vista, os prejuízos causados pelo acidente de trabalho, para empresa, o trabalhador e o INSS. Desde quebra de máquinas, equipamentos, parada da produção, processos contra a empresa, seguros-acidentes, dano físico e emocional pelo qual passa o trabalhador e seus familiares, que por vezes são irreparáveis.


TIPOS DE RISCOS AOS QUAIS OS TRABALHADOR ESTÁ OCUPACIONALMENTE EXPOSTO

 

1) Classificação dos Riscos Profissionais:

 

Os riscos profissionais são os que decorrem das condições precárias inerentes ao ambiente ou ao próprio processo operacional das diversas atividades profissionais. São, portanto, as condições ambientes de insegurança do trabalho, capazes de afetar a saúde, a segurança e o bem-estar do trabalhador.

As condições ambientes relativas ao processo operacional, como por exemplo, máquinas desprotegidas, ferramentas inadequadas, matérias-primas, etc., são chamadas de riscos de acidente.

As condições ambientes relativas ao ambiente de trabalho, como por exemplo a presença de gases, vapores, ruído, calor, etc., são chamadas de riscos ambientais.

As condições ambientes relativas ao conforto, postura, como por exemplo, esforços repetitivos, postura viciosa, etc…, são chamados de riscos ergonômicos.

Os riscos profissionais dividem-se, pois em riscos de acidente, riscos ambientais e riscos ergonômicos. Os riscos ambientais são, então, aqueles inerentes ao ambiente de trabalho que poderão, em condições especiais, ocasionar as doenças profissionais ou do trabalho, ou ocupacionais.

 

2) Riscos Ambientais:

 

Os fatores desencadeantes das doenças do trabalho são chamados de agentes ambientais e podem ser classificados segundo a sua natureza e forma com que atuam no organismo humano. Essa classificação é dada a seguir:


– Riscos físicos

– Riscos químicos

– Riscos biológicos

 

3) Riscos Físicos:

 

Os agentes físicos causadores em potencial de doenças ocupacionais são:

 

– Ruído

– Vibrações

– Temperaturas extremas (calor e frio)

– Pressões anormais

– Radiações Ionizantes (raios x, raios alfa, raios beta, raios gama)

– Radiações não-ionizantes (infravermelha, …)

– Umidade

– Nível de iluminamento

 

Ruído.

 

Reduz a capacidade auditiva do trabalhador, a exposição intensa e prolongada ao ruído atua desfavoravelmente sobre o estado emocional do indivíduo com consequências imprevisíveis sobre o equilíbrio psicossomático.

De um modo geral, quanto mais elevados os níveis encontrados, maior o número de trabalhadores que apresentarão início de surdez profissional e menor será o tempo em que este e outros problemas se manifestarão.

É aceito ainda que o ruído elevado influi negativamente na produtividade, além de ser freqüentemente o causador indireto de acidentes do trabalho, quer por causar distração ou mau entendimento de instruções, quer por mascarar avisos ou sinais de alarme.

 

Vibrações.

 

As vibrações são também relativamente frequentes na indústria, e podem ser divididas em duas categorias: vibrações localizadas e vibrações de corpo inteiro.

 

Temperaturas Extremas.

 

As temperaturas extremas são as condições térmicas rigorosas, em que são realizadas diversas atividades profissionais.

 

Pressões Anormais.

 

As pressões anormais são encontradas em trabalhos submersos ou realizados abaixo do nível do lençol freático.

 

Radiações Ionizantes.

 

Oferecem sério risco à saúde dos indivíduos expostos. São assim chamadas pois produzem uma ionização nos materiais sobre os quais incidem, isto é, produzem a subdivisão de partículas inicialmente neutras em partículas eletricamente carregadas. As radiações ionizantes são provenientes de materiais radioativos como é o caso dos raios alfa (a), beta (b) e gama (g), ou são produzidas artificialmente em equipamentos, como é o caso dos raios X.

 

Radiações Não-ionizantes.

 

São de natureza eletromagnética e seus efeitos dependerão de fatores como duração e intensidade da exposição, comprimento de onda de radiação, região do espectro em que se situam, etc.

 

Umidade.

 

As atividades ou operações executadas em locais alagados ou encharcados, com umidade excessiva, capazes de produzir danos à saúde dos trabalhadores.

 

Nível de Iluminamento

 

A partir da Teoria da relatividade – Albert Einstein – podemos estabelecer as seguintes definições relacionadas à luz:

 

– A luz é constituída de variados comprimentos de ondas ou de partículas que são os fótons, ou seja, tem comportamento ondulatório ou corpuscular, manifestando-se conforme o caso.


– A luz é uma forma de energia radiante que se manisfeta pela capacidade de produzir a sensação da visão.


No caso da Higiene Industrial, basta-nos o estudo da luz em seu comportamento ondulatório, uma vez que trataremos principalmente da forma como vamos iluminar os ambientes de trabalho.

 

4) Riscos Químicos:

 

São os agentes ambientais causadores em potencial de doenças profissionais devido à sua ação química sobre o organismo dos trabalhadores. Podem ser encontrados tanto na forma sólida, como líquida ou gasosa.

Além do grande número de materiais e substâncias tradicionalmente utilizadas ou manufaturadas no meio industrial, uma variedade enorme de novos agentes químicos em potencial vai sendo encontrados, devido à quantidade sempre crescente de novos processos e compostos desenvolvidos.

Eles podem ser classificados de diversas formas, segundo suas características tóxicas, estado físico, etc. Conforme foi observado, os agentes químicos são encontrados em forma sólida, líquida e gasosa.


Os agentes químicos, quando se encontram em suspensão ou dispersão no ar atmosférico, são chamados de contaminantes atmosféricos. Estes podem ser classificados em:

 

– Aerodispersóides

– Gases

– Vapores

 

Aerodispersóides

 

Os aerodispersóides são partículas sólidas ou líquidas de tamanho bastante reduzido (abaixo de 100m,  que podem se manter por longo tempo em suspensão no ar. Exemplos: podeiras (são partículas sólidas, produzidas mecanicamente por ruptura de partículas maiores), fumos (são partículas sólidas produzidas por condensação de vapores metálicos),  fumaças (sistemas de partículas combinadas com gases que se originam em combustões incompletas),  névoas (partículas líquidas produzidas mecanicamente, como pôr em processo “spray”) e  neblinas (são partículas líquidas produzidas por condensações de vapores).

O tempo que os aerodispersóides podem permanecer no ar depende do seu tamanho, peso específico (quanto maior o peso específico, menor o tempo de permanência) e velocidade de movimentação do ar. Evidentemente, quanto mais tempo o aerodispersóide permanece no ar, maior é a chance de ser inalado e produzir intoxicações no trabalhador.

As partículas mais perigosas são as que se situam abaixo de 10m, visíveis apenas com microscópio. Estas constituem a chamada fração respirável pois podem ser absorvidas pelo organismo através do sistema respiratório. As partículas maiores, normalmente ficam retidas nas mucosas da parte superior do aparelho respiratório, de onde são expelidas através de tosse, expectoração, ou pela ação dos cílios.

 

Gases.

 

São dispersões de moléculas no ar, misturadas completamente com este (o próprio ar é uma mistura de gases).

 

Vapores.

 

São também dispersões de moléculas no ar, que ao contrário dos gases, podem condensar-se para formar líquidos ou sólidos em condições normais de temperatura e pressão. Uma outra diferença importante é que os vapores em recintos fechados podem alcançar uma concentração máxima no ar, que não é ultrapassada, chamada de saturação. Os gases, por outro lado, podem chegar a deslocar totalmente o ar de um recinto.

 

5) Riscos Biológicos:

 

São micro-organismos causadores de doenças com os quais pode o trabalhador entrar em contato, no exercício de diversas atividades profissionais.

Vírus, bactérias, parasitas, fungos e bacilos são exemplos de micro-organismos aos quais frequentemente ficam expostos médicos, enfermeiros, funcionários de hospitais, sanatórios e laboratórios de análises biológicas, lixeiros, açougueiros, lavradores, tratadores de animais, trabalhadores de cortume e de estações de tratamento de esgoto, etc.

 

6) Riscos Ergonômicos:


São aqueles relacionados com fatores fisiológicos e psicológicos inerentes à execução das atividades profissionais. Estes fatores podem produzir alterações no organismo e estado emocional dos trabalhadores, comprometendo a sua saúde, segurança e produtividade.

São exemplos de riscos ergonômicos: movimentos repetitivos, levantamento e transporte manual de pesos, movimentos viciosos, trabalho de pé, esforço físico intenso, postura inadequada, controle rígido de produtividade, desconforto acústico, desconforto térmico, mobiliário inadequado, etc.

 

7) Riscos de acidentes:

 

É qualquer circunstância ou comportamento que provoque alteração da rotina normal de trabalho.

 

MEDIDAS DE CONTROLE

 

São medidas necessárias para a eliminação e a minimização dos riscos ocupacionais.

Quando comprovado pelo empregador ou instituição a inviabilidade técnica da adoção de medidas de proteção coletiva, ou quando estas não forem suficientes ou encontrarem-se em fase de estudo, planejamento ou implantação, ou ainda em caráter complementar ou emergencial, deverão ser adotados outras medidas, obedecendo-se a seguinte hierarquia:

 

a) medidas de caráter administrativo ou de organização do trabalho;

b) utilização de equipamento de proteção coletiva – EPC e individual – EPI.


Todo EPI deverá apresentar, em caracteres indeléveis e bem visíveis o nome comercial da empresa fabricante ou importador, e o número do CA (Certificado de Aprovação).


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segunda-feira, 9 de novembro de 2020

 

QUAIS SÃO AS CAUSAS E COMO PREVENIR

A PERDA AUDITIVA INDUZIDA POR RUÍDO?


 De acordo com os dados da Sociedade Brasileira de Otologia (SBO), 35% dos casos de surdez se referem à perda auditiva induzida por ruído (PAIR). Trata-se de uma diminuição na capacidade de ouvir, provocada por exposição constante a ruídos de forte intensidade.

Os ruídos são interferências ou barulhos desagradáveis que provocam poluição sonora, como os que são emitidos no ambiente de trabalho, shows, boates e festas. Além disso, a utilização indiscriminada de fones de ouvido contribui para o crescimento estatístico dos casos desse tipo de perda auditiva.

Neste artigo vamos comentar sobre as principais causas da perda auditiva induzida por ruído, bem como os seus sintomas e formas de prevenção. Continue lendo para saber mais!

Principais causas da perda auditiva induzida por ruído


Esse tipo de perda auditiva é provocado pela exposição prolongada a altos níveis de ruídos. Ela é frequente em pessoas que trabalham com grande exposição a barulhos, como metalúrgicos, músicos, enfermeiros, comissários de bordo, entre outros.

Quando somos expostos por um longo tempo a esses barulhos intensos, estamos correndo o risco de sofrer danos ao sistema auditivo. Esses danos surgem de forma gradativa e tornam-se piores com os anos, se a proteção apropriada não for tomada.

O problema pode ser imediato ou demorar anos para ser notado, e a exposição ao ruído prejudicial acontece em qualquer idade, incluindo adolescentes, crianças, adultos e idosos. Algumas medidas precisam ser tomadas para que possamos evitar o problema, como o uso de protetores auriculares, o cuidado com o volume dos fones de ouvido e televisão, e o estabelecimento de um tempo máximo para exposição a sons mais altos. Veja a seguir as principais causas dessa condição.


Utilização de fones de ouvido em alto volume

No trabalho ou nos momentos de lazer, o fone de ouvido tem sido muito utilizado, mas nem sempre da forma correta. Apesar de ser prático, a utilização exagerada e inadequada vem se apresentando como uma ameaça à saúde auditiva, pois os ruídos constantes e intensos podem causar uma perda auditiva neurossensorial.

Essa é uma perda de audição irreversível. Nesse sentido, é importante saber que o fone de ouvido nunca deve ultrapassar a intensidade média recomendada pelo aparelho.



Explosão de fogos de artifícios e outros ruídos repentinos

Quando a exposição ao ruído ocorre de forma súbita e muito intensa, como a explosão de fogos de artifícios, pode provocar um trauma acústico e lesar temporária ou definitivamente várias estruturas do ouvido.




Ruído ocupacional

Também conhecida como PAIRO, a Perda Auditiva Induzida por Ruído Ocupacional é uma doença desenvolvida no ambiente de trabalho pela exposição constante a ruídos e pressões sonoras intensas e que provocam a redução gradual da audição.

Um dos grandes empecilhos para a identificação da doença é o fato de o trabalhador não sentir a perda auditiva de forma repentina, pois ela ocorre ao longo do tempo. Embora essa perda não leve à surdez total, a redução na capacidade auditiva é significativa e perceptível. No ambiente de trabalho a perda da audição pode ocorrer por:

 

1- ruídos — acima de 85 decibéis;

2- vibrações — além do som, a sua vibração também contribui para a perda auditiva;

3- substâncias químicas — solventes orgânicos (tolueno, butanol, xileno e dissulfeto), gases (nitrato de butila e monóxido de carbono), metais (arsênio, manganês e mercúrio).

Sintomas da PAIR

No início é difícil notar a perda auditiva, mas alguns sintomas podem indicar o problema, como:

coceira no ouvido;

dificuldade em ouvir conversas em ambientes com muito barulho;

dor de cabeça constante;

incapacidade de escutar sons mais agudos;

insônia;

irritação em locais com muito barulho;

perda auditiva temporária ou permanente;

sensação de pressão no ouvido;

sensação de zumbido, principalmente quando se está em local silencioso;

sons que parecem distantes e abafados;

transtornos neurológicos.

Esses sinais podem persistir por horas ou dias após a exposição ao barulho. Mesmo quando eles param, algumas células do sistema auditivo podem ter sido danificadas de maneira irreversível. Por esse motivo, é importante adotar medidas de prevenção.

Esses sinais podem persistir por horas ou dias após a exposição ao barulho. Mesmo quando eles param, algumas células do sistema auditivo podem ter sido danificadas de maneira irreversível. Por esse motivo, é importante adotar medidas de prevenção.

·        Esses sinais podem persistir por horas ou dias após a exposição ao barulho. Mesmo quando eles param, algumas células do sistema auditivo podem ter sido danificadas de maneira irreversível. Por esse motivo, é importante adotar medidas de prevenção.

Prevenção da PAIR

Além de observar os cuidados em relação à utilização dos fones de ouvido, é importante adotar atitudes de prevenção, principalmente no ambiente de trabalho, utilizando de forma correta os equipamentos de proteção individual. Veja a seguir como se prevenir.

Consulte o médico regularmente

Por ser silenciosa e gradual, é fundamental consultar um otorrinolaringologista periodicamente para que a perda auditiva seja identificada e tratada o mais rápido possível. Os exames clínicos e de audiometria são essenciais para o acompanhamento médico, principalmente em casos de pessoas que trabalham em ambientes com altos níveis de ruídos, como indústrias e profissionais de bandas musicais.

Respeite o limite máximo de exposição diária

De acordo com a NR-15 de 29 de setembro de 2015, que regulamenta a Portaria do Ministério do Trabalho nº 3.214/1978, os limites de exposição diária a ruído contínuo ou intermitente devem ser de acordo com os seguintes parâmetros:


 Utilize protetores auriculares

É dever das empresas estabelecer regras e oferecer equipamentos como protetores auriculares para evitar riscos aos colaboradores. Esses equipamentos ajudam na redução da percepção dos ruídos, protegendo o sistema auditivo de possíveis lesões.

Como vimos, o processo de perda auditiva induzida por ruído é lento e gradual, podendo, no início, passar despercebido. Além da prevenção é importante consultar um otorrinolaringologista quando sentir qualquer alteração nos ouvidos para evitar agravamentos e prevenir perdas auditivas.

 

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