DEA
- DESFIBRILADOR EXTERNO AUTOMÁTICO
INTRODUÇÃO
O principal fator determinante da sobrevivência
de uma Parada Cardíaca é o intervalo desde a perda da consciência até
a desfibrilação.
O uso de DEA por socorristas leigos
treinados levou a taxas de sobrevivência de até 49%.
Com a inclusão do uso do DEA nas habilidades
de SBV, ele passou a ser o 3º elo da Cadeia da Sobrevivência: acesso
rápido, RCP rápida e desfibrilação rápida.
PRINCÍPIO
DA DESFIBRILAÇÃO RÁPIDA
ü O
tratamento mais eficaz para a FV é a desfibrilação elétrica;
ü As
probabilidades de uma desfibrilação bem sucedida diminuem rapidamente com
o tempo;
ü A
FV tende a transformar-se em assistolia em poucos minutos.
Se a desfibrilação é realizada até 6 a 10 min. pós PCR, um adulto pode
sobreviver sem sequelas neurológicas;
ü As
chances de sobrevivência < entre 7 a 10% por cada minuto que a
desfibrilação é retardada;
ü Registram-se
taxas de 70 a 90% de sobrevivência pós PCR com desfibrilação em até 1
min.;
ü A
sobrevivência < quando se retarda a desfibrilação, caindo até 50% se
ela é realizada após 5 min. Da perda da consciência, 30% aos 7 min., 10%
entre 9 e 11 min. e 2 a 5% além dos 12 min.
A sobrevivência depois de uma PCR por FV pode melhorar se os primeiros
socorristas realizam 01 min.
ü De
RCP antes da desfibrilação, apenas quando ela é retardada entre 4 a 11
min.;
DEFINIÇÃO
É um aparelho usado para desfibrilação, que, através
de um sistema computadorizado, analisa o ritmo cardíaco “chocável”.
Possui comandos de voz e indicadores visuais que guiam o profissional.
FINALIDADE
Diagnosticar e tratar a parada cardiorrespiratória
humana consequente de uma fibrilação ou taquicardia do coração, de modo a
restabelecer e normalizar (elétrica e mecanicamente) os batimentos
cardíacos do paciente.
A desfibrilação consiste na aplicação de pulsos de
corrente no coração para despolarizar simultaneamente todas as células
miocárdicas, e assim, recuperar o seu ritmo elétrico normal.
ESTRUTURA
E FUNCIONAMENTO DOS DEA
Análise
automática de ritmos cardíacos
ü Na
verdade, a palavra automática significa semiautomático, já que a maioria dos
DEA disponíveis no mercado “avisam” ao operador que o choque
está indicado, mas não o administram sem uma ação do socorrista (ele
deve pressionar o botão de CHOQUE).;
ü O
aparelho está equipado com um sistema de análise do ritmo baseado em
microprocessadores patenteados, que detectam TV ou FV e indicam o choque
por mensagens visuais ou sonoras.
ü O
DEA mostra o ritmo cardíaco da vítima por meio de um amplificador de
largura de banda muito estreita;
ü Algumas
transmissões de rádio intermitentes podem produzir um artefato em até 1,80
m do paciente;
ü Alguns
aparelhos são programados para detectar os movimentos espontâneos do
paciente ou a movimentação deste pos terceiros.
ü A
maioria dos DEA analisa múltiplas características do sinal de ECG de
superfície, como frequência, amplitude e certas integrações matemáticas de
frequência e amplitude (tais como pendente ou morfologia da
onda) para determinar se o ritmo é compatível com FV ou TV;
ü O
DEA confirma a FV em função de outras características, como baixa
amplitude e ausência de uma linha isoelétrica;
Choques inapropriados ou
não aplicados
ü Os
DEA devem colocar-se no módulo de análise apenas depois de confirmada a
parada cardíaca e unicamente quando já não há nenhum movimento,
especialmente os relacionados com o transporte do paciente;
ü Não
se devem utilizar receptores e transmissores de rádio durante a análise do
ritmo
Taquicardia
ventricular
ü Os
DEA não estão programados para aplicar choques sincronizados;
ü Todos
os DEA recomendam choques em TV com frequência superior a 180 bpm;
ü O
DEA deve ser aplicado unicamente em pessoas que estejam inconscientes, não
respirem normalmente ou não tenham sinais de circulação, evitando que
recomendem o choque em vítima com TV e circulação efetiva.
ü O
socorrista/operador do DEA atua como um segundo sistema de verificação de
parada cardíaca;
ü Deve
confirmar que o paciente sofreu uma parada cardíaca: ausência de resposta,
respiração e sinais de circulação; antes de aplicar o DEA;
ü Erros
de aplicação de choque são do operador, o que se resolve com treinamento
apropriado e uma boa habilidade para avaliar pacientes.
Operação
do DEA
Os DEA devem ser
utilizados somente quando os pacientes apresentarem os 03 sinais clínicos:
ü Ausência
de resposta
ü Ausência
de respiração efetiva
ü Ausência
de sinais de circulação
Sinais
de circulação, para provedores de saúde, abrange:
ü Pulso
ou sinais de respiração normal, tosse ou movimento;
ü A
palavra respiração emprega-se para indicar respirações efetivas;
ü O
paciente com respirações agônicas não está respirando, porque estes tipos
de respirações não são efetivos.
Para
o socorrista leigo o termo de sinais de circulação abrange:
ü Respiração
normal, tosse ou movimento;
ü Diz-se
respiração normal para que os socorristas leigos não confundam a
respiração agônica com a respiração efetiva;
ü Antes
de aplicar o DEA, o operador deve determinar, primeiro, se há situações
especiais que exijam outras ações antes de usar o aparelho ou que contraindiquem absolutamente
sua utilização.
2
Situações especiais
ü As
4 situações seguintes podem requerer que o operador adote outras ações
antes de usar um DEA ou durante sua operação:
ü A
vítima tem menos de 8 anos (ou pesa menos que 25 Kg, aproximadamente;
ü A
vítima está na água ou próxima dela;
ü A
vítima tem um MP implantado;
ü Há
um adesivo de medicação transcutânea ou outro objeto sobre a pele da
vítima, onde se colocam as pás autoadesivas do DEA
Situações
especiais – crianças menores de 8 anos
ü Aproximadamente
50% das paradas cardíacas pediátricas ocorrem em lactentes menores de 01
ano, tendo como causas principais a SMSL e as doenças respiratórias;
ü As
lesões não intencionais, incluindo trauma e submersão, são as principais
causas depois do período após 01 ano;
ü A
assistolia e a AESP é o ritmo terminal mais comum em pacientes menores de
17 anos;
ü A
porcentagem estimada de FV varia entre 7 a 15%.
ü A
experiência com DEA em crianças é limitada;
ü A
informação sugere que os DEA podem detectar a FV com precisão, mas não
diferem de outros ritmos de parada que uma criança pode apresentar.
ü Como
os DEA têm uma carga pré-determinada de choque a ser descarregada, tanto
bifásica quanto monofásica, não atende os algoritmos de
crianças menores de 08 anos ou com peso inferior menor que 25 KG.
ü A
energia bifásica dos DEA é de 120 J e a monofásica de 200 J;
ü Os
DEA atuais superam, portanto, as cargas indicadas às crianças com menos de
25 Kg, que é de 2 a 4 J/Kg, ou a maioria das crianças menores de 8 Kg;
ü Embora
a FV não seja o ritmo mais comum de parada em crianças, aconselha-se a
utilização dos DEA em crianças maiores de 8 anos ou com peso superior a
25 Kg;
ü Em
crianças menores de 8 anos indica-se a utilização dos desfibriladores de
controle manual.
Situações
especiais – água
ü A
água é uma boa condutora de energia elétrica; portanto, um socorrista que
se encontre no caminho DEA-água-socorrista poderia receber um choque
em menor quantidade ou sofrer uma queimadura;
ü O
mais provável é que a água sobre o tórax do paciente crie uma corrente
entre os eletrodos, dissipando a carga e não permitindo que
ela chegue até o coração;
ü Se
a vítima está em águas profundas ela deve ser retirada antes da tentativa
de desfibrilação;
ü Seque
rapidamente o tórax antes de aplicar as pás, sempre;
ü Independente
de se encontrar em águas profundas, sempre se deve enxugar o tórax da
vítima se estiver molhado, como por exemplo em bordas de piscinas
ou margens de rio ou praia;
ü Atentar-se
para o fato de possível trauma de coluna cervical.
Situações especiais –
marca passos implantados
ü Os
CD(A)I, são implantados em pacientes com antecedentes de arritmias malignas,
m risco de morte súbita;
ü Facilmente
identificáveis, pois formam uma protuberância sob a pele com uma cicatriz
sobre ela, do tamanho da metade de uma carta de baralho;
ü Geralmente
encontram-se na região intraclavicular D. ou no abdome.
ü No
momento da utilização do DEA eles podem estar aplicando choques no
paciente, o que é perceptível pela contração dos músculos
do indivíduo;
ü Aguardar
entre 30 a 60 seg. até que as contrações cessem para então utilizar o DEA;
ü As
pás do DEA devem ser colocadas 2,5 cm de distância dos CD(A)I;
ü Algumas
vezes existe conflito entre os ciclos de análise e choque dos CD(A)I e os
DEA, sendo necessário desativar o CD(A)I antes do emprego do DEA;
ü É
necessário um imã em forma de anel que o próprio paciente possui;
ü O
imã suspende as ações somente quando estão sobre o marca passo.
Situações
especiais – adesivos de medicação transcutânea
ü As
pás do DEA não devem ser colocadas diretamente sobre um adesivo de
medicação;
ü Apesar
de raros, alguns adesivos podem conter metal em sua base, provocando
pequenas queimaduras na pele;
ü Como
regra, deve-se retirar o adesivo e limpar a pele antes da aplicação das
pás, evitando que a medicação interfira na administração de energia.
COMO
OPERAR UM DEA
Quatro
passos universais
ü Primeiro, LIGUE o DEA;
ü Aplique
os eletrodos do DEA no peito da vítima
ü ANALISE o
ritmo
ü Aplique CHOQUE (se
este for indicado)
FUNDAMENTOS
DA OPERAÇÃO DO DEA
Ligando o aparelho
Pode
requerer as seguintes conexões:
O
DEA conecta-se com…
ü os
cabos de conexão, que se conectam com…
ü as
pás auto adesivas, que são aplicadas…
ü ao
tórax da vítima.
ü Não
esquecer que o DEA não age sozinho;
ü É
parte integrante e imprescindível da cadeia de sobrevida;
ü Não
extingue a necessidade do SBV;
ü Conhecer
o algoritmo de SBV é fundamental
Aplicando
as pás autoadesivas
ü Coloque
uma pá na parte superior da borda esternal direita (diretamente
abaixo da clavícula);
ü Coloque
a outra pá lateral ao mamilo E., com o extremo superior alguns
centímetros abaixo da axila;
ü As
figuras são ilustradas nas próprias pás.
ü Lembre-se
de secar o tórax da vítima se tiver molhado ou com sudorese;
ü Vítimas
com excesso de pelos devem ser tricotomizadas rapidamente ou retirado
o excesso com pás autoadesivas e depois colocada outro conjunto de
pás;
ü Deve-se
carregar junto ao estojo do DEA um barbeador plástico.
Analisando
o ritmo
ü Afaste-se
da vítima e analise o ritmo;
ü Pressione
o botão analisar para iniciar a análise do ritmo (alguns DEA não
precisam deste passo);
ü Assegure-se
de que ninguém esteja em contato com a vítima, evitando
interferência na leitura do aparelho durante a análise.
Aplicando
o choque
ü Antes
de pressionar o botão CHOQUE assegure-se de que ninguém esteja em
contato com a vítima;
ü Diga
em voz alta: AFASTEM-SE!!!;
ü Ao
mesmo tempo, verifique visualmente se ninguém está em contato com a
vítima;
ü Seguro
de que ninguém está em contato com a vítima, então pressione o botão
CHOQUE
ü O
início da carga é indicado por um som, uma mensagem vocal ou uma luz;
ü A
descarga provocará uma contração súbita na musculatura da vítima;
ü Não
reinicie a RPC após o primeiro choque. Pressione imediatamente o botão
ANALISAR;
ü O
objetivo é analisar o ritmo rapidamente, para identificar FV/TV
persistente e aplicar, de imediato, 03 choques, se necessário;
ü Caso
se aplique um terceiro choque, o DEA indicará ao socorrista
que controle a vítima logo depois da descarga, independentemente
de ter ocorrido desfibrilação ou não;
ü Somente
nesta fase deve-se checar sinais de circulação.
RESULTADOS
E AÇÕES APÓS DESFIBRILAÇÃO
ü Mensagem
“choque indicado”: FV
recorrente
ü Se
os sinais de circulação não se restabelecem depois de 3 choques, os
socorristas devem continuar a RCP durante 60 segundos;
ü Se
a FV continuar, aplique outros 3
choques consecutivos (cada um precedido por um breve período de
análise);
ü Alternar
3 séries de choques com 60 seg. de RCP,
até que o DEA emita mensagem de
“choque não indicado” ou até que o SAVC
esteja no local.
Estudos
demonstram que sequências rápidas de choques reduzem moderadamente a
impedância transtorácica para cada choque subsequente, deforma que o
coração receba uma maior energia com cada descarga sucessiva.
Mensagem
“choque não indicado”: sinais de circulação ausentes
ü Verificar
os sinais de circulação e iniciar a RCP se ausentes;
ü Após
60 seg. de RCP analisar novamente o ritmo;
ü Se
após 3 análises resultar em 3 mensagens “choque não indicado”, existem
poucas chances de que o ritmo seja irreversível;
ü Portanto,
as análises de ritmo devem ser repetidas somente após intervalos de 1 a 2
min.
Mensagem
“choque não indicado”: sinais de circulação presentes
ü Se
há sinais de circulação, verifique a respiração;
ü Se
não estiver respirando normalmente, realize respiração de resgate com frequência
de 10 a 12 por min.;
ü Se
a vítima estiver respirando adequadamente, coloque-a em posição de recuperação;
ü O
DEA deve permanecer aplicado até a chegada do SAVC.
DEA
EM UMA AMBULÂNCIA EM MOVIMENTO
Os DEA
podem e devem permanecer aplicados durante transporte;
No entanto, nunca pressione o botão ANÁLISE, pois o movimento da ambulância pode
interferir na avaliação do ritmo e provocar um artefato que simule uma FV;
Se necessário, pare a ambulância para uma análise
segura.
INTEGRAÇÃO
DA RCP E USO DO DEA
CONDUTA
ü Realizar
abordagem da vítima, chame por ela segurando-a pelos ombros;
ü Avaliar
o nível de consciência e respiração (respiração ausente ou agônica);
ü Avaliar
a presença de pulso;
ü Se
o paciente estiver sem pulso, inicie Ressuscitação Cardiopulmonar
(RCP) durante 2 minutos ou 5 ciclos;
ü Solicitar
à regulação apoio do Suporte Avançado;
ü Apertar
o botão “liga” do aparelho;
ü Retirar
a tampa e colocar sob os ombros do paciente (casos clínicos);
ü Instalar
o DEA e fixar os eletrodos no tórax do paciente;
ü Aguardar
a análise do ritmo realizada pelo DEA;
ü Caso
o DEA confirme a presença de um ritmo “chocável”, o aparelho irá sinalizar
que o choque é indicado, atentar para os comandos de voz;
ü Certificar
que todos estejam afastados do paciente;
ü Pressionar
o botão de choque para aplicar a energia ao paciente;
ü Após
a aplicação do choque, reiniciar imediatamente a RCP, começando pelas
compressões torácicas;
ü Após
cerca de 2 minutos, analisar novamente o ritmo. Continuar os
cuidados conforme indicado pelo comando de voz e pelos alarmes de tela do
DEA;
ü Se
o choque for indicado, administre-o e reinicie a RCP;
ü Caso
o choque não seja indicado checar o pulso.
OBS.: Parada
Cárdio Respiratória (PCR) assistida:
ü Instalar
o DEA de imediato;
ü Verificar
o ritmo e caso necessário administre o choque.
ATENÇÃO:
ü Em
pacientes com marca-passo:
ü Posicionar
o DEA a pelo menos 2,5cm abaixo do aparelho implantado;
Água:
ü Retirar
a vítima do contato com a água; secar rapidamente o peito da vítima, antes
de aplicar os eletrodos.
Medicamentos
transdérmicos:
ü Remover
o adesivo, limpar e secar a área, antes de conectar o DEA.
Fonte: Meus
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