sábado, 11 de novembro de 2023

 




 

DEA - DESFIBRILADOR EXTERNO AUTOMÁTICO

 



INTRODUÇÃO

O principal fator determinante da sobrevivência de uma Parada Cardíaca é o intervalo desde a perda da consciência até a desfibrilação.

O uso de DEA por socorristas leigos treinados levou a taxas de sobrevivência de até 49%.

Com a inclusão do uso do DEA nas habilidades de SBV, ele passou a ser o 3º elo da Cadeia da Sobrevivência: acesso rápido, RCP rápida e desfibrilação rápida.

 



PRINCÍPIO DA DESFIBRILAÇÃO RÁPIDA

ü O tratamento mais eficaz para a FV é a desfibrilação elétrica;

ü As probabilidades de uma desfibrilação bem sucedida diminuem rapidamente com o tempo;

ü A FV tende a transformar-se em assistolia em poucos minutos.
Se a desfibrilação é realizada até 6 a 10 min. pós PCR, um adulto pode sobreviver sem sequelas neurológicas;

ü As chances de sobrevivência < entre 7 a 10% por cada minuto que a desfibrilação é retardada;

ü Registram-se taxas de 70 a 90% de sobrevivência pós PCR com desfibrilação em até 1 min.;

ü A sobrevivência < quando se retarda a desfibrilação, caindo até 50% se ela é realizada após 5 min. Da perda da consciência, 30% aos 7 min., 10% entre 9 e 11 min. e 2 a 5% além dos 12 min.
A sobrevivência depois de uma PCR por FV pode melhorar se os primeiros socorristas realizam 01 min.

ü De RCP antes da desfibrilação, apenas quando ela é retardada entre 4 a 11 min.;

 

DEFINIÇÃO

É um aparelho usado para desfibrilação, que, através de um sistema computadorizado, analisa o ritmo cardíaco “chocável”.
Possui comandos de voz e indicadores visuais que guiam o profissional.

 

FINALIDADE

Diagnosticar e tratar a parada cardiorrespiratória humana consequente de uma fibrilação ou taquicardia do coração, de modo a restabelecer e normalizar (elétrica e mecanicamente) os batimentos cardíacos do paciente.

A desfibrilação consiste na aplicação de pulsos de corrente no coração para despolarizar simultaneamente todas as células miocárdicas, e assim, recuperar o seu ritmo elétrico normal.

 

ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DOS DEA

Análise automática de ritmos cardíacos

ü Na verdade, a palavra automática significa semiautomático, já que a maioria dos DEA disponíveis no mercado “avisam” ao operador que o choque está indicado, mas não o administram sem uma ação do socorrista (ele deve pressionar o botão de CHOQUE).;

ü O aparelho está equipado com um sistema de análise do ritmo baseado em microprocessadores patenteados, que detectam TV ou FV e indicam o choque por mensagens visuais ou sonoras.

ü O DEA mostra o ritmo cardíaco da vítima por meio de um amplificador de largura de banda muito estreita;

ü Algumas transmissões de rádio intermitentes podem produzir um artefato em até 1,80 m do paciente;

ü Alguns aparelhos são programados para detectar os movimentos espontâneos do paciente ou a movimentação deste pos terceiros.

ü A maioria dos DEA analisa múltiplas características do sinal de ECG de superfície, como frequência, amplitude e certas integrações matemáticas de frequência e amplitude (tais como pendente ou morfologia da onda) para determinar se o ritmo é compatível com FV ou TV;

ü O DEA confirma a FV em função de outras características, como baixa amplitude e ausência de uma linha isoelétrica;

 


Choques inapropriados ou não aplicados

ü Os DEA devem colocar-se no módulo de análise apenas depois de confirmada a parada cardíaca e unicamente quando já não há nenhum movimento, especialmente os relacionados com o transporte do paciente;

ü Não se devem utilizar receptores e transmissores de rádio durante a análise do ritmo

 

Taquicardia ventricular

ü Os DEA não estão programados para aplicar choques sincronizados;

ü Todos os DEA recomendam choques em TV com frequência superior a 180 bpm;

ü O DEA deve ser aplicado unicamente em pessoas que estejam inconscientes, não respirem normalmente ou não tenham sinais de circulação, evitando que recomendem o choque em vítima com TV e circulação efetiva.

ü O socorrista/operador do DEA atua como um segundo sistema de verificação de parada cardíaca;

ü Deve confirmar que o paciente sofreu uma parada cardíaca: ausência de resposta, respiração e sinais de circulação; antes de aplicar o DEA;

ü Erros de aplicação de choque são do operador, o que se resolve com treinamento apropriado e uma boa habilidade para avaliar pacientes.

 



Operação do DEA


Os DEA devem ser utilizados somente quando os pacientes apresentarem os 03 sinais clínicos:

ü Ausência de resposta

ü  Ausência de respiração efetiva

ü Ausência de sinais de circulação

 

Sinais de circulação, para provedores de saúde, abrange:

ü Pulso ou sinais de respiração normal, tosse ou movimento;

ü A palavra respiração emprega-se para indicar respirações efetivas;

ü O paciente com respirações agônicas não está respirando, porque estes tipos de respirações não são efetivos.

 

Para o socorrista leigo o termo de sinais de circulação abrange:

ü Respiração normal, tosse ou movimento;

ü Diz-se respiração normal para que os socorristas leigos não confundam a respiração agônica com a respiração efetiva;

ü Antes de aplicar o DEA, o operador deve determinar, primeiro, se há situações especiais que exijam outras ações antes de usar o aparelho ou que contraindiquem absolutamente sua utilização.

 

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Situações especiais

ü As 4 situações seguintes podem requerer que o operador adote outras ações antes de usar um DEA ou durante sua operação:

ü A vítima tem menos de 8 anos (ou pesa menos que 25 Kg, aproximadamente;

ü A vítima está na água ou próxima dela;

ü A vítima tem um MP implantado;

ü Há um adesivo de medicação transcutânea ou outro objeto sobre a pele da vítima, onde se colocam as pás autoadesivas do DEA

 

Situações especiais – crianças menores de 8 anos

ü Aproximadamente 50% das paradas cardíacas pediátricas ocorrem em lactentes menores de 01 ano, tendo como causas principais a SMSL e as doenças respiratórias;

ü As lesões não intencionais, incluindo trauma e submersão, são as principais causas depois do período após 01 ano;

ü A assistolia e a AESP é o ritmo terminal mais comum em pacientes menores de 17 anos;

ü A porcentagem estimada de FV varia entre 7 a 15%.

ü A experiência com DEA em crianças é limitada;

ü A informação sugere que os DEA podem detectar a FV com precisão, mas não diferem de outros ritmos de parada que uma criança pode apresentar.

ü Como os DEA têm uma carga pré-determinada de choque a ser descarregada, tanto bifásica quanto monofásica, não atende os algoritmos de crianças menores de 08 anos ou com peso inferior menor que 25 KG.

ü A energia bifásica dos DEA é de 120 J e a monofásica de 200 J;

ü Os DEA atuais superam, portanto, as cargas indicadas às crianças com menos de 25 Kg, que é de 2 a 4 J/Kg, ou a maioria das crianças menores de 8 Kg;

ü Embora a FV não seja o ritmo mais comum de parada em crianças, aconselha-se a utilização dos DEA em crianças maiores de 8 anos ou com peso superior a 25 Kg;

ü Em crianças menores de 8 anos indica-se a utilização dos desfibriladores de controle manual.

 

Situações especiais – água

ü A água é uma boa condutora de energia elétrica; portanto, um socorrista que se encontre no caminho DEA-água-socorrista poderia receber um choque em menor quantidade ou sofrer uma queimadura;

ü O mais provável é que a água sobre o tórax do paciente crie uma corrente entre os eletrodos, dissipando a carga e não permitindo que ela chegue até o coração;

ü Se a vítima está em águas profundas ela deve ser retirada antes da tentativa de desfibrilação;

ü Seque rapidamente o tórax antes de aplicar as pás, sempre;

ü Independente de se encontrar em águas profundas, sempre se deve enxugar o tórax da vítima se estiver molhado, como por exemplo em bordas de piscinas ou margens de rio ou praia;

ü Atentar-se para o fato de possível trauma de coluna cervical.

 



Situações especiais – marca passos implantados

ü Os CD(A)I, são implantados em pacientes com antecedentes de arritmias malignas, m risco de morte súbita;

ü Facilmente identificáveis, pois formam uma protuberância sob a pele com uma cicatriz sobre ela, do tamanho da metade de uma carta de baralho;

ü Geralmente encontram-se na região intraclavicular D. ou no abdome.

ü No momento da utilização do DEA eles podem estar aplicando choques no paciente, o que é perceptível pela contração dos músculos do indivíduo;

ü Aguardar entre 30 a 60 seg. até que as contrações cessem para então utilizar o DEA;

ü As pás do DEA devem ser colocadas 2,5 cm de distância dos CD(A)I;

ü Algumas vezes existe conflito entre os ciclos de análise e choque dos CD(A)I e os DEA, sendo necessário desativar o CD(A)I antes do emprego do DEA;

ü É necessário um imã em forma de anel que o próprio paciente possui;

ü O imã suspende as ações somente quando estão sobre o marca passo.

 



Situações especiais – adesivos de medicação transcutânea

ü As pás do DEA não devem ser colocadas diretamente sobre um adesivo de medicação;

ü Apesar de raros, alguns adesivos podem conter metal em sua base, provocando pequenas queimaduras na pele;

ü Como regra, deve-se retirar o adesivo e limpar a pele antes da aplicação das pás, evitando que a medicação interfira na administração de energia.

 

COMO OPERAR UM DEA

 

Quatro passos universais

ü Primeiro, LIGUE o DEA;

ü Aplique os eletrodos do DEA no peito da vítima

ü ANALISE o ritmo

ü Aplique CHOQUE (se este for indicado)

 

FUNDAMENTOS DA OPERAÇÃO DO DEA

 

Ligando o aparelho

 

Pode requerer as seguintes conexões:

 

O DEA conecta-se com…

ü os cabos de conexão, que se conectam com…

ü as pás auto adesivas, que são aplicadas…

ü ao tórax da vítima.

 



ü Não esquecer que o DEA não age sozinho;

ü É parte integrante e imprescindível da cadeia de sobrevida;

ü Não extingue a necessidade do SBV;

ü Conhecer o algoritmo de SBV é fundamental

 



Aplicando as pás autoadesivas

ü Coloque uma pá na parte superior da borda esternal direita (diretamente abaixo da clavícula);

ü Coloque a outra pá lateral ao mamilo E., com o extremo superior alguns centímetros abaixo da axila;

ü As figuras são ilustradas nas próprias pás.

 


 

ü Lembre-se de secar o tórax da vítima se tiver molhado ou com sudorese;

ü Vítimas com excesso de pelos devem ser tricotomizadas rapidamente ou retirado o excesso com pás autoadesivas e depois colocada outro conjunto de pás;

ü Deve-se carregar junto ao estojo do DEA um barbeador plástico.

 

 Analisando o ritmo

ü Afaste-se da vítima e analise o ritmo;

ü Pressione o botão analisar para iniciar a análise do ritmo (alguns DEA não precisam deste passo);

ü Assegure-se de que ninguém esteja em contato com a vítima, evitando interferência na leitura do aparelho durante a análise.

 



Aplicando o choque

ü Antes de pressionar o botão CHOQUE assegure-se de que ninguém esteja em contato com a vítima;

ü Diga em voz alta: AFASTEM-SE!!!;

ü Ao mesmo tempo, verifique visualmente se ninguém está em contato com a vítima;

ü Seguro de que ninguém está em contato com a vítima, então pressione o botão CHOQUE

 



ü O início da carga é indicado por um som, uma mensagem vocal ou uma luz;

ü A descarga provocará uma contração súbita na musculatura da vítima;

ü Não reinicie a RPC após o primeiro choque. Pressione imediatamente o botão ANALISAR;

ü O objetivo é analisar o ritmo rapidamente, para identificar FV/TV persistente e aplicar, de imediato, 03 choques, se necessário;

ü Caso se aplique um terceiro choque, o DEA indicará ao socorrista que controle a vítima logo depois da descarga, independentemente de ter ocorrido desfibrilação ou não;

ü Somente nesta fase deve-se checar sinais de circulação.

 

RESULTADOS E AÇÕES APÓS DESFIBRILAÇÃO

ü Mensagem “choque indicado”: FV recorrente

ü Se os sinais de circulação não se restabelecem depois de 3 choques, os socorristas devem continuar a RCP durante 60 segundos;

ü Se a FV continuar, aplique outros 3 choques consecutivos (cada um precedido por um breve período de análise);

ü Alternar 3 séries de choques com 60 seg. de RCP, até que o DEA emita mensagem de “choque não indicado” ou até que o SAVC esteja no local.


Estudos demonstram que sequências rápidas de choques reduzem moderadamente a impedância transtorácica para cada choque subsequente, deforma que o coração receba uma maior energia com cada descarga sucessiva.

 

Mensagem “choque não indicado”: sinais de circulação ausentes

ü Verificar os sinais de circulação e iniciar a RCP se ausentes;

ü Após 60 seg. de RCP analisar novamente o ritmo;

ü Se após 3 análises resultar em 3 mensagens “choque não indicado”, existem poucas chances de que o ritmo seja irreversível;

ü Portanto, as análises de ritmo devem ser repetidas somente após intervalos de 1 a 2 min.

 

Mensagem “choque não indicado”: sinais de circulação presentes

ü Se há sinais de circulação, verifique a respiração;

ü Se não estiver respirando normalmente, realize respiração de resgate com frequência de 10 a 12 por min.;

ü Se a vítima estiver respirando adequadamente, coloque-a em posição de recuperação;

ü O DEA deve permanecer aplicado até a chegada do SAVC.

 

DEA EM UMA AMBULÂNCIA EM MOVIMENTO

Os DEA podem e devem permanecer aplicados durante transporte;

No entanto, nunca pressione o botão ANÁLISE, pois o movimento da ambulância pode interferir na avaliação do ritmo e provocar um artefato que simule uma FV;

Se necessário, pare a ambulância para uma análise segura. 

 

INTEGRAÇÃO DA RCP E USO DO DEA

 



CONDUTA

ü Realizar abordagem da vítima, chame por ela segurando-a pelos ombros;

ü Avaliar o nível de consciência e respiração (respiração ausente ou agônica);

ü Avaliar a presença de pulso;

ü Se o paciente estiver sem pulso, inicie Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP) durante 2 minutos ou 5 ciclos;

 



ü Solicitar à regulação apoio do Suporte Avançado;

ü Apertar o botão “liga” do aparelho;

ü Retirar a tampa e colocar sob os ombros do paciente (casos clínicos);

ü Instalar o DEA e fixar os eletrodos no tórax do paciente;

ü Aguardar a análise do ritmo realizada pelo DEA;

ü Caso o DEA confirme a presença de um ritmo “chocável”, o aparelho irá sinalizar que o choque é indicado, atentar para os comandos de voz;

ü Certificar que todos estejam afastados do paciente;

ü Pressionar o botão de choque para aplicar a energia ao paciente;

ü Após a aplicação do choque, reiniciar imediatamente a RCP, começando pelas compressões torácicas;

ü Após cerca de 2 minutos, analisar novamente o ritmo. Continuar os cuidados conforme indicado pelo comando de voz e pelos alarmes de tela do DEA;

ü Se o choque for indicado, administre-o e reinicie a RCP;

ü Caso o choque não seja indicado checar o pulso.

 





OBS.: Parada Cárdio Respiratória (PCR) assistida:

ü Instalar o DEA de imediato;

ü Verificar o ritmo e caso necessário administre o choque.

 

ATENÇÃO:

ü Em pacientes com marca-passo:

ü Posicionar o DEA a pelo menos 2,5cm abaixo do aparelho implantado;

 

Água:

ü Retirar a vítima do contato com a água; secar rapidamente o peito da vítima, antes de aplicar os eletrodos.

 

Medicamentos transdérmicos:

ü Remover o adesivo, limpar e secar a área, antes de conectar o DEA.

 

Fonte: Meus Arquivos

 




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