PIRÂMIDE
DE BIRD – CAUSAS DOS ACIDENTES DE TRABALHO
Você sabia que no Brasil R$ 1 a cada 7 minutos é
gasto com despesas de acidentes de trabalho? De acordo com estudo do Banco
Mundial e da OIT Organização Internacional do Trabalho, 4% do PIB mundial é
perdido com acidentes laborais. Apesar de estes serem números atuais
e que geram bastante discussão tanto ao setor privado quanto ao público,
estudos sobre os acidentes de trabalho e suas causas datam desde a década de
1920.
Nessa perspectiva, modelos matemáticos e ferramentas
estatísticas vêm sendo investigadas e testadas a fim de ajudar empresas e o
próprio Governo a lidar de modo mais científico com as ocorrências e, assim,
reduzirem os gastos decorrentes desses acidentes. Assim, apresento neste
artigo o conceito da Pirâmide de Bird e sua relevância para a forma como
lidamos com acidentes de trabalho no nosso cotidiano.
O que diz essa pirâmide? De onde ela surgiu? Ainda
vale para as empresas dos dias atuais? Vamos nos aprofundar um pouco mais
no cenário histórico no qual essa ferramenta surgiu e responder as perguntas
acima a fim de que você possa contar com mais uma ferramenta de muita
relevância para o combate aos acidentes de trabalho na sua organização.
O
que você aprenderá nesse post:
· O
legado de Heinrich
· O
trabalho de Frank Bird
· Aplicações
práticas
O
LEGADO DE HEINRICH
Antes de saber o que é a Pirâmide de Bird, preciso
apresentar um outro conceito muito importante para o entendimento dela e com
significativa contribuição para o seu surgimento: a lei de Heinrich.
Ainda em 1931, Herbert William Heinrich publicou
um livro, que para muitos é a base do desenvolvimento da segurança do trabalho,
com o título de Industrial Accident
Prevention a scientific approach (“Prevenção
de Acidentes Industriais, uma abordagem científica”, em tradução
livre).
Nesta obra, Heinrich estabelece empiricamente, com
base em análise de 75 mil acidentes de trabalho na Travelers Insurance
Company, que para cada 1 acidente com ferimento grave, existem 29 acidentes com
ferimentos menores e 300 acidentes sem lesões para o trabalhador.
Apesar de todas as limitações de sua época e
questionamentos quanto ao método de sua pesquisa, é de se reverenciar o
despertamento de uma nova era com vistas ao controle dos riscos em ambiente de
trabalho e identificação das causas de acidentes causadores de acidentes
graves.
O
TRABALHO DE FRANK BIRD
Somente em 1965, após analisar cerca de 90 mil
acidentes de trabalho em uma empresa de aços independentes com cerca de 5.000
funcionários por meio de um estudo que durou 7 anos, é que então
surge Frank Bird no cenário da segurança do trabalho
mundial. Diferente de Heinrich, embora tomando como base todo o seu
trabalho, Bird leva em conta também acidentes que envolvem perda de
patrimônio e meio ambiente, além das ocorrências que envolvem
pessoas.
Assim, com o sucesso da implementação do conceito de
controle de danos na empresa de aços Lukens, popularizado em 1966 com a
publicação de Damage Control pela American Management
Association (AMA), em 1968 Frank Bird sobe de patamar ao ser convidado para
diretor de engenharia da Insurance Co. of North American. Nesta empresa de
seguros, Bird liderou um outro estudo de acidentes de trabalho, desta vez
envolvendo mais de 297 empresas de 21 grupos industriais diferentes.
Como
fruto deste estudo, incluindo a análise de 1.753.498 acidentes, Bird
conclui sua pirâmide com a seguinte proporção:
1 – 10 – 30 – 600.
Isto é, para cada 1 lesão grave haveria 10 acidentes
com lesões menores, 30 acidentes sem ferimentos e 600 incidentes (ou quase
acidentes).
APLICAÇÕES
PRÁTICAS
O que se pode então aproveitar de uma pesquisa
realizada há 50 anos? Muito mais importante do que os números e suas
proporções – os quais evidentemente podem variar de acordo com cada empresa – a
filosofia por trás da pirâmide de Bird é o grande legado deste pioneiro da
segurança do trabalho.
Entender que os programas e cuidados quanto aos
eventos mais suaves e comuns (a base da pirâmide) devem receber atenção
dobrada, dado o volume de sua ocorrência e seus impactos, é fundamental. Em
outras palavras, quanto mais rigorosa for uma empresa com falhas e acidentes
aparentemente irrelevantes, como um pequeno vazamento de água ou pequenos
choques em uma máquina, mais segura essa empresa estará contra desastres e
acidentes de gravidade maior.
Para
traduzir esse conceito no dia a dia da sua empresa, separei algumas dicas
práticas:
1. registre
tudo e incentive a fluidez da informação, assim cada pequeno desajuste
será mais facilmente notificado e resolvido.
2. invista
na conscientização e empoderamento do trabalhador por meio de
palestras e conversas informais, de modo que ele se sinta parte e responsável
por cada pequeno detalhe e notifique ao sinalizar eventuais inconformidades.
3. produza documentos
de procedimento operacional padrão e invista na sua visualização por meio
de folders, cartazes e mapas.
4. construa
sua própria pirâmide de Bird!
Melhor do que saber os números exatos da proporção da
pirâmide para a sua empresa, a cultura de prudência e o senso de
responsabilidade que esta ferramenta pode viabilizar para seus colaboradores é
o principal ponto positivo para sua organização, uma vez que permitirá uma
prevenção mais bem-feita e, portanto, a redução de custos e aumento de
produtividade, como destacamos no em nosso artigo sobre os benefícios de
investir em segurança do trabalho.
Entendeu por que você precisa redobrar a atenção para
os acidentes simples? Assim como em quase tudo na vida, se não resolvermos
os problemas enquanto estão pequenos eles podem se tornar uma grande bola de
neve – até o ponto de causarem graves acidentes e prejuízos para sua empresa.
Não permita que isso aconteça! Você e seus
colaboradores merecem uma empresa mais eficiente, segura e com uma
produtividade ainda maior.
Para isso, a Prevenção pode te ajudar compartilhando
toda sua experiência de pioneira em segurança e medicina do trabalho.
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