sexta-feira, 25 de agosto de 2023

 





 

 

PIRÂMIDE DE BIRD – CAUSAS DOS ACIDENTES DE TRABALHO

 



Você sabia que no Brasil R$ 1 a cada 7 minutos é gasto com despesas de acidentes de trabalho? De acordo com estudo do Banco Mundial e da OIT Organização Internacional do Trabalho, 4% do PIB mundial é perdido com acidentes laborais.  Apesar de estes serem números atuais e que geram bastante discussão tanto ao setor privado quanto ao público, estudos sobre os acidentes de trabalho e suas causas datam desde a década de 1920.

Nessa perspectiva, modelos matemáticos e ferramentas estatísticas vêm sendo investigadas e testadas a fim de ajudar empresas e o próprio Governo a lidar de modo mais científico com as ocorrências e, assim, reduzirem os gastos decorrentes desses acidentes. Assim, apresento neste artigo o conceito da Pirâmide de Bird e sua relevância para a forma como lidamos com acidentes de trabalho no nosso cotidiano.

O que diz essa pirâmide? De onde ela surgiu? Ainda vale para as empresas dos dias atuais? Vamos nos aprofundar um pouco mais no cenário histórico no qual essa ferramenta surgiu e responder as perguntas acima a fim de que você possa contar com mais uma ferramenta de muita relevância para o combate aos acidentes de trabalho na sua organização.

 

O que você aprenderá nesse post:

·       O legado de Heinrich

·       O trabalho de Frank Bird

·       Aplicações práticas

 

O LEGADO DE HEINRICH 

Antes de saber o que é a Pirâmide de Bird, preciso apresentar um outro conceito muito importante para o entendimento dela e com significativa contribuição para o seu surgimento: a lei de Heinrich.

Ainda em 1931, Herbert William Heinrich publicou um livro, que para muitos é a base do desenvolvimento da segurança do trabalho, com o título de Industrial Accident Prevention a scientific approach (“Prevenção de Acidentes Industriais, uma abordagem científica”, em tradução livre). 

Nesta obra, Heinrich estabelece empiricamente, com base em análise de 75 mil acidentes de trabalho na Travelers Insurance Company, que para cada 1 acidente com ferimento grave, existem 29 acidentes com ferimentos menores e 300 acidentes sem lesões para o trabalhador.

Apesar de todas as limitações de sua época e questionamentos quanto ao método de sua pesquisa, é de se reverenciar o despertamento de uma nova era com vistas ao controle dos riscos em ambiente de trabalho e identificação das causas de acidentes causadores de acidentes graves.

 

O TRABALHO DE FRANK BIRD

Somente em 1965, após analisar cerca de 90 mil acidentes de trabalho em uma empresa de aços independentes com cerca de 5.000 funcionários por meio de um estudo que durou 7 anos, é que então surge Frank Bird no cenário da segurança do trabalho mundial. Diferente de Heinrich, embora tomando como base todo o seu trabalho, Bird leva em conta também acidentes que envolvem perda de patrimônio e meio ambiente, além das ocorrências que envolvem pessoas.

Assim, com o sucesso da implementação do conceito de controle de danos na empresa de aços Lukens, popularizado em 1966 com a publicação de Damage Control pela American Management Association (AMA), em 1968 Frank Bird sobe de patamar ao ser convidado para diretor de engenharia da Insurance Co. of North American. Nesta empresa de seguros, Bird liderou um outro estudo de acidentes de trabalho, desta vez envolvendo mais de 297 empresas de 21 grupos industriais diferentes.

 

Como fruto deste estudo, incluindo a análise de 1.753.498 acidentes, Bird conclui sua pirâmide com a seguinte proporção:

1 – 10 – 30 – 600. 

Isto é, para cada 1 lesão grave haveria 10 acidentes com lesões menores, 30 acidentes sem ferimentos e 600 incidentes (ou quase acidentes).

 

APLICAÇÕES PRÁTICAS

O que se pode então aproveitar de uma pesquisa realizada há 50 anos? Muito mais importante do que os números e suas proporções – os quais evidentemente podem variar de acordo com cada empresa – a filosofia por trás da pirâmide de Bird é o grande legado deste pioneiro da segurança do trabalho.

Entender que os programas e cuidados quanto aos eventos mais suaves e comuns (a base da pirâmide) devem receber atenção dobrada, dado o volume de sua ocorrência e seus impactos, é fundamental. Em outras palavras, quanto mais rigorosa for uma empresa com falhas e acidentes aparentemente irrelevantes, como um pequeno vazamento de água ou pequenos choques em uma máquina, mais segura essa empresa estará contra desastres e acidentes de gravidade maior.

 

Para traduzir esse conceito no dia a dia da sua empresa, separei algumas dicas práticas:

1.   registre tudo e incentive a fluidez da informação, assim cada pequeno desajuste será mais facilmente notificado e resolvido.

2.   invista na conscientização e empoderamento do trabalhador por meio de palestras e conversas informais, de modo que ele se sinta parte e responsável por cada pequeno detalhe e notifique ao sinalizar eventuais inconformidades.

3.   produza documentos de procedimento operacional padrão e invista na sua visualização por meio de folders, cartazes e mapas.

4.   construa sua própria pirâmide de Bird! 

 

Melhor do que saber os números exatos da proporção da pirâmide para a sua empresa, a cultura de prudência e o senso de responsabilidade que esta ferramenta pode viabilizar para seus colaboradores é o principal ponto positivo para sua organização, uma vez que permitirá uma prevenção mais bem-feita e, portanto, a redução de custos e aumento de produtividade, como destacamos no em nosso artigo sobre os benefícios de investir em segurança do trabalho.

Entendeu por que você precisa redobrar a atenção para os acidentes simples? Assim como em quase tudo na vida, se não resolvermos os problemas enquanto estão pequenos eles podem se tornar uma grande bola de neve – até o ponto de causarem graves acidentes e prejuízos para sua empresa.

Não permita que isso aconteça! Você e seus colaboradores merecem uma empresa mais eficiente, segura e com uma produtividade ainda maior.

Para isso, a Prevenção pode te ajudar compartilhando toda sua experiência de pioneira em segurança e medicina do trabalho.

 

 

 

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