PLANO
DE ABANDONO:
OS
SEGREDOS PARA EVITAR GRANDES TRAGÉDIAS
Por melhor que seja, um empreendimento nunca está
livre de riscos. Com mais de 600 mil acidentes por ano, as empresas
brasileiras têm que tomar muito cuidado quando o assunto é a segurança do
trabalho. Porém, é preciso ir além e considerar uma série de outras situações,
como incêndios e desabamentos, que exigem um plano de abandono.
Essa rota de fuga garante que as pessoas possam deixar
o prédio corporativo em segurança diante de uma emergência, evitando que
tragédias maiores aconteçam. Tratando-se de uma ação preventiva, tudo deve ser
elaborado e executado corretamente para gerar os efeitos esperados.
Pensando nessa necessidade, este artigo completo traz
o que você precisa saber sobre esse assunto. Continue a leitura e entenda como
proteger a empresa e seus funcionários por meio de um plano de abandono.
1.
Conceito de rota de fuga
A rota de fuga é um trajeto específico e elaborado
para ser utilizado em condições de emergência. Seu principal objetivo é
garantir a evacuação das pessoas de maneira segura de um local fechado,
evitando acidentes em quadros imprevistos.
Para que ela seja eficaz, precisa ser muito bem
sinalizada. Durante uma situação como essa, os indivíduos devem ter visibilidade
sobre o que fazer no menor tempo possível. Portanto, a rota não é apenas o
caminho a ser seguido. Ela inclui toda a sinalização envolvida e,
principalmente, o planejamento do que deve ser feito nessas circunstâncias.
Esse elemento é conhecido como plano de abandono
justamente por prever que as pessoas devem deixar o local no menor tempo
possível e da forma mais segura. Ela é útil para diversas situações, as quais
listamos a seguir. Acompanhe.
1.1.
Incêndios
Especialmente em um ambiente fechado,
os incêndios são ocorrências que trazem grande perigo. Além do risco
causado pelo fogo, há a fumaça e a liberação de materiais possivelmente
tóxicos.
Em uma situação como essa, as pessoas precisam sair do
local o quanto antes, evitando a exposição excessiva, que pode comprometer a
sua integridade física. Além da sinalização, que deve ter contraste o
suficiente para ser enxergada em meio à fumaça, há a exigência de uso da porta
corta-fogo, a fim de evitar o alastramento ainda maior da condição.
1.2.
Desabamentos
Em uma indústria, não é impossível que ocorra algum
desabamento. Ela pode acontecer devido ao impacto contra a parte estrutural da
edificação, por exemplo. Novamente, o plano de abandono ou evacuação serve para
retirar as pessoas do local o mais rapidamente possível, evitando consequências
graves. A sinalização ajuda a desviar de pontos inseguros e faz com que todos
sigam em direção às saídas, garantindo o salvamento eficiente.
1.3.
Acidentes
Há ainda a possibilidade de haver algum tipo de
acidente — químico, nuclear ou físico de vários tipos. Em qualquer uma dessas
situações de grandes proporções, é indispensável que todos deixem o lugar até
que o socorro adequado chegue ao local. Com o plano para a fuga, é
mais fácil garantir que todos saibam exatamente o que deve ser feito em uma
situação como essa.
1.4.
Tumultos em geral
Mesmo que não haja nenhuma condição de emergência,
como incêndio ou desabamento, há chances de ocorrer tumultos. O disparo de arma
de fogo, ações violentas por parte de terceiros e confusões em geral podem
resultar em pânico, pessoas pisoteadas e falta de segurança. Levando isso em
consideração, a rota também serve para essas situações incomuns, garantindo que
ninguém fique no lugar em condições inadequadas.
2.
Importância da rota de fuga
Ter um plano de abandono bem estruturado é fundamental
para empresas de todos os tamanhos e setores. Tendo em vista que é impossível
saber quando o próximo imprevisto acontecerá, todos devem estar sempre
preparados para o que pode ocorrer.
A elaboração e o treinamento dessa rota têm caráter
preventivo e, portanto, de segurança elevada, especialmente em relação às ações
meramente reativas. Saiba quais são os pontos que justificam a importância
dela.
2.1.
Garante adequação do ambiente às obrigações
Mais do que uma possibilidade, ter uma rota de fuga é
uma obrigação para qualquer espaço comercial ou industrial fechado e com
circulação de pessoas. Mesmo eventos — que são temporários — precisam ter essa
rota para imprevistos.
Isso é importante para conseguir a liberação e as
constantes vistorias obrigatórias por parte do Corpo de Bombeiros. Responsáveis
por analisar o ambiente, os profissionais dessa instituição podem não fornecer
laudos indispensáveis para o funcionamento do estabelecimento se ele não tiver
a sinalização necessária.
Além de tudo, é uma obrigação legal que o empregador
garanta todas as condições de segurança para seus funcionários. Nesse sentido,
o plano de abandono é um elemento relevante para evitar consequências de
problemas imprevistos.
2.2.
Aumenta a confiança de todos os envolvidos
Quando uma situação de emergência acontece, é comum
que os indivíduos do local fiquem em pânico. Isso se torna ainda mais acentuado
quando elas não sabem o que fazer ou para onde devem seguir, a fim de se
proteger. Por isso, ter um plano do tipo é tão importante. Ele garante que as
pessoas saibam exatamente para onde seguir e como têm que proceder,
especialmente porque já treinaram várias vezes antes.
Os colaboradores, por exemplo, sabem reconhecer o
sinal de alerta de forma adequada. Já as placas de sinalização garantem que
todos saibam exatamente onde ficam as saídas de emergência. Tudo isso traz
maior confiabilidade para o local e contribui para que as pessoas se sintam
protegidas dentro do ambiente.
2.3.
Evita a escalada de proporção dos imprevistos
Nem sempre um acidente de grandes proporções tem todo
seu impacto de uma só vez. Um pequeno incêndio, por exemplo, pode ser o ponto
de origem para problemas muito maiores e que causarão sérios danos, inclusive
àqueles que estão no local.
Em muitos casos, o pânico decorrente da emergência é o
responsável por piorar o quadro. Gente desesperada bloqueando a saída pode
causar pisoteamentos e a falta de escape para todos que estão nessa situação.
Com a rota de fuga, todos sabem o que fazer e
reconhecem que, seguindo o plano e as indicações, não é necessário ter pânico.
Além disso, o próprio treinamento garante que as pessoas fiquem preparadas para
reagir rapidamente e da forma correta, reduzindo os riscos.
2.4.
Serve para proteger os visitantes
Entretanto, não é apenas quem trabalha no local que
fica protegido de situações imprevistas e de emergências. É muito comum que
visitantes circulem pelo ambiente, como fornecedores, clientes e mesmo
indivíduos externos ao empreendimento.
Evidentemente, eles não passam por um processo
constante de treinamento, já que não trabalham lá diariamente. Teoricamente,
isso faria com que não estivessem protegidos em caso de acidentes.
Com o plano de abandono, no entanto, isso não
acontece. A sinalização é clara e inteligível o suficiente para que qualquer
pessoa saiba para onde seguir em caso de emergência, mesmo que não conheça o
local. Além disso, o treinamento dos funcionários permite que eles
transmitam as informações para pessoas de fora, caso algo aconteça.
2.5.
Contribui para diminuir prejuízos financeiros e humanos
Quando uma situação do tipo acontece, é comum haver
prejuízos de diversos tipos. Uma explosão, por exemplo, danifica equipamentos e
até a estrutura, gerando um gasto financeiro com todo o reparo. O problema é
que a falta de uma rota de fuga torna esses prejuízos ainda piores. Se as
pessoas não puderem evacuar corretamente o local, há a pior consequência, que é
a perda humana. Isso gera impactos intensos na dinâmica de trabalho e aumenta
os custos com indenizações e multas. Portanto, ter um plano de emergência é uma
maneira de reduzir tanto as perdas humanas quanto as financeiras envolvidas.
2.6.
Melhora a imagem da empresa
Um estabelecimento socialmente responsável e que
cumpre com as suas obrigações tem uma melhor percepção no mercado. Os
consumidores finais enxergam a marca de uma maneira positiva, assim como há
melhores oportunidades de negócios e parcerias.
Sem cuidar da segurança de quem está no ambiente,
entretanto, isso é praticamente impossível. Caso ocorra algum problema e
pessoas fiquem presas pela falta de cuidado do empreendimento, a repercussão
tende a ser muito negativa. Preocupar-se com esse ponto, portanto, é importante
para que a empresa seja enxergada de forma positiva e satisfatória.
3.
Como funciona a rota de fuga
A rota de fuga somente é executada naturalmente quando
ocorre alguma emergência que a exija. Porém, ela precisa seguir uma série de
cuidados e etapas, as quais garantem que ela seja colocada em prática
corretamente. Aprenda como o funcionamento é dado.
3.1.
Alerta de emergência
A rota de fuga só começa a ser executada a partir do
alerta de emergência que é emitido para todas as pessoas. Em geral, trata-se de
um alerta sonoro, que informa a necessidade de executar o plano de abandono
conforme o previsto.
Inicialmente, pode ser dado por uma sirene contínua e
atípica, diferente dos sinais de intervalo e horário de almoço, por exemplo. Em
alguns casos, o alerta também é visual, graças às luzes piscantes que passam a
funcionar em esquema de alerta. A intenção é garantir que todos saibam que uma
situação emergencial está ocorrendo e que é necessário realizar as medidas de contenção
e de segurança.
3.2.
Busca pela saída mais próxima
Uma vez que o alarme é disparado e ouvido por todos,
as pessoas devem seguir ordenadamente até a saída mais próxima. É indispensável
que nesse momento não haja confusão, como indivíduos correndo ou se empurrando
entre os corredores. As situações de pânico aumentam a proporção dos casos e
podem colocar um número maior de indivíduos em risco.
Também é fundamental que haja mais de uma saída, já
que assim o fluxo é dividido de acordo com a proximidade. Uma vez que estejam
fora do lugar, ninguém deve retornar sob nenhuma hipótese, devendo aguardar a
emergência.
3.3.
Uso da sinalização do ambiente
Colaboradores e pessoas acostumadas à empresa sabem
muito bem quais são as saídas e os locais seguros em cada situação. Entretanto,
visitantes não reconhecem a planta e mesmo quem estiver acostumado com ela pode
se confundir em um quadro de emergência.
Por isso, é indispensável dispor de uma sinalização
completa no espaço. É importante que haja placas apontando as saídas, assim
como setas que levem quem está mais distante até elas. Caso ocorram situações
inseguras, como locais que não podem ser acessados, eles devem ser destacados.
Para incêndios, os equipamentos de combate ao fogo
inicial precisam estar identificados e exigem instruções básicas de uso, como a
indicação para quebrar o vidro. Todas essas indicações devem estar visíveis
mesmo em condições pouco favoráveis, como quando há fumaça. Para isso, é comum
usar elementos de cores contrastantes.
3.4.
Realização de treinamentos frequentes
Para que a rota de fuga realmente cumpra o seu papel e
ajude a proteger as pessoas, é indispensável que todos saibam como
proceder diante de uma emergência. Sendo assim, é necessário realizar
treinamentos constantes, repassando as ações que devem ser executadas no caso
de emergência.
Esses treinamentos servem para que todos reconheçam o
sinal de alerta e entendam que ele significa a necessidade de executar o plano
de abandono, por exemplo. Da mesma forma, é útil para garantir que todos possam
reconhecer o quadro, em qualquer ponto da empresa. Ele também é importante para
criar lideranças e designar responsáveis, além de servir para deixar todos
ambientados, caso algo aconteça.
4.
Elaboração da rota de fuga
Visando a funcionalidade do plano, é fundamental que a
rota de fuga seja elaborada de maneira adequada e seguindo algumas
especificações indispensáveis para oferecer bons resultados.
Esse cuidado garante tanto a consonância com o que é
obrigatório quanto a facilitação de execução por parte dos colaboradores,
visitantes e demais pessoas que estejam dentro do negócio. A seguir,
apresentamos quais procedimentos precisam ser seguidos:
4.1.
Observe as normas técnicas adequadas
Para padronizar a atuação, há algumas normas técnicas
que precisam ser observadas na hora de estabelecer a rota de fuga. É
necessário, por exemplo, seguir a NR-23, do Ministério do Trabalho e Emprego.
Ela trata da proteção contra incêndios e determina que
as saídas de emergência não devem ser bloqueadas e que precisam ser
assinaladas, além de exigir o uso de dispositivos, alarmes e de transmissão de
conhecimento.
Já a NBR 9077 trata especificamente dos cuidados a
serem tomados com as saídas de emergência em edifícios. Ela trata da presença
de escadas, uso de rampas e até o número de saídas e o tamanho delas, de acordo
com a quantidade de indivíduos presentes.
Enquanto isso, a NBR 13434-2 trata dos símbolos de
emergência e de quais são os elementos padronizados que devem ser observados
nesse momento. Isso garante a clareza de comunicação, possibilitando que todas
as pessoas reconheçam os itens. Há ainda as determinações estaduais e
recomendações do Corpo de Bombeiros de cada localidade.
4.2.
Considere quais são as características e riscos do prédio
Ao mesmo tempo, não existe um plano de abandono que
seja único para todos os espaços. A rota de fuga tem que ser feita de forma
personalizada, considerando as necessidades e as exigências de cada prédio e
tipo de empreendimento.
Uma siderúrgica, por exemplo, provavelmente terá uma
rota diferente de uma indústria que envolva uma grande quantidade de materiais
corrosivos ou que use energia nuclear. Da mesma forma, a configuração espacial
de cada prédio também traz necessidades pontuais.
Portanto, é obrigatório realizar uma análise completa
de quais são os riscos e as características de cada edificação, determinando
onde ficam as saídas, onde estão localizados os equipamentos de apoio e assim
por diante.
4.3.
Determine os procedimentos de todos os envolvidos
Na sequência, defina como todos devem proceder. Esse
momento é crucial para definir, por exemplo, como a Brigada de Incêndio deve
agir em cada caso, priorizando as ações relevantes.
Além disso, vale a pena definir o que os supervisores
precisam fazer e até escolher lideranças para evitar o pânico. A ideia é que
todo mundo saiba com quem contar nessa situação e quais são as
responsabilidades compartilhadas de cada um. Isso aumenta as chances de
sucesso, pois todos ficam divididos em grupos menores, os quais são mais
facilmente controláveis.
4.4.
Cuide da sinalização e das adaptações
Na sequência, pense primeiramente em quais mudanças
terão que ser feitas para que tudo funcione como o esperado. É necessário
determinar se é preciso abrir novas saídas de emergência ou se elas têm que ser
maiores, por exemplo.
As diretrizes técnicas servem como parâmetro e devem
ser seguidas à risca. Caso seja necessário, faça pequenas reformas e trocas —
como do mecanismo de abertura da porta, que deve acontecer para a saída —,
adaptando o espaço.
Na sequência, sinalize tudo corretamente. Indique as
saídas de emergência, escadas, rampas e equipamentos de segurança, proteção e
combate ao incêndio. Se houver algum ambiente perigoso em uma situação de
emergência, use os sinais gráficos de alerta.
4.5.
Comunique adequadamente o conteúdo
Depois que a rota de fuga estiver planejada, é
indispensável que todos saibam exatamente o que deve ser feito. Tudo isso
começa com a comunicação da existência de uma rota de fuga, o que pode ser feito
por meio de palestras e circulares.
É fundamental que todos reconheçam a importância desse
elemento, bem como notem quais pontos merecem maior atenção. Dúvidas e
questionamentos devem ser respondidos conforme surgirem, garantindo a execução
adequada. Em seguida, os treinamentos serão realizados frequentemente, de modo
que todos coloquem as ações em prática.
4.6.
Conte com ajuda especializada
Dependendo do tamanho da equipe e das condições que
existem em cada ambiente, a elaboração de um plano de abandono não é tão fácil.
É preciso considerar uma série de riscos, atender obrigações muito específicas
e ainda garantir que todos saibam como proceder.
Para contornar esses possíveis obstáculos, o
recomendado é contar com ajuda especializada. Tendo profissionais por perto, os treinamentos
in company são uma realidade e acontecem com muita efetividade.
Portanto, a melhor forma de elaborar e executar tudo
com o máximo de segurança é contratando uma empresa especializada, a qual
ajudará na elaboração desse elemento tão necessário.
5.
O poder do treinamento em segurança do trabalho
Em qualquer que seja o sentido, a segurança do
trabalho é altamente dependente do treinamento. É importante ensinar os
colaboradores como agir de forma segura e quais são os pontos que merecem maior
atenção.
Em uma emergência, isso não é diferente. Com o
treinamento da rota de fuga, ficará muito mais fácil para que todos se protejam.
Portanto, o poder de usar o treinamento inclui alguns benefícios, os quais
listamos abaixo. Confira.
5.1.
Ampliação da capacitação dos colaboradores
Quando feito de forma efetiva, o treinamento garante
que os colaboradores se tornem muito capacitados quando o assunto é segurança.
Ou seja, os profissionais estarão mais conscientes da necessidade de realizar ações
preventivas, bem como entendem a importância de cada ato.
Isso faz com que eles fiquem preparados para lidar com
imprevistos, melhorando a saúde e o bem-estar. Além disso, esse
treinamento contribui para evitar problemas e acidentes que são causados por
práticas ruins ou incorretas.
5.2.
Diminuição dos riscos de perdas
Se as pessoas estão preparadas e conscientes sobre as
ações de segurança, elas correm menos riscos, de maneira voluntária ou não. Uma
equipe que passe por sucessivos treinamentos para uma situação de evacuação,
entenderá adequadamente quais são as medidas que precisam ser executadas. Com
menores riscos de haver pânico, há chances reduzidas de ocorrer tumultos
prejudiciais.
Adicionalmente, os indivíduos entendem a necessidade
de procurar urgentemente uma saída e conseguem tirar quaisquer dúvidas
previamente, longe dos riscos de uma situação real. Portanto, há maior
confiança para contornar situações de acidentes ou de imprevistos, evitando
grandes tragédias.
5.3.
Aumento do engajamento e da motivação
Quando um colaborador sente que a empresa se preocupa
com ele, ele tende a ficar muito mais motivado e interessado no próprio trabalho.
Com os treinamentos de segurança de trabalho, o estabelecimento demonstra que a
proteção de todos faz parte dos melhores interesses corporativos.
Ou seja, a realização de treinamentos gera uma boa
impressão nos funcionários, que têm maior segurança no estabelecimento. Com
isso, produzem de maneira engajada e produtiva.
5.4.
Fortalecimento da cultura de proteção
O fato é que a realização constante de treinamentos
sobre a segurança do trabalho cria e fortalece uma cultura sobre esse tema.
Assim, o negócio consegue consolidar essas ações, que passam a fazer parte do
cotidiano de todos que estão relacionados à empresa.
Isso cria uma percepção de marca que se preocupa com
seus funcionários, além de firmar a ideia de estabelecimento que leva a
proteção a sério. Na prática, isso diminui os riscos de acidentes, reduzindo as
perdas produtivas, financeiras e humanas. Ademais, garante que seja mais fácil
integrar todos os novos funcionários às medidas de proteção, facilitando a
adaptação segura.
O plano de abandono ou rota de fuga é um item
indispensável para garantir que todos na empresa possam sair em segurança de um
local em perigo. Ao usar essas informações, será possível elaborá-lo e
executá-lo corretamente, especialmente se puder contar com a ajuda de uma
empresa especializada.
6.
As pessoas envolvidas em um plano de abandono
Convém saber quais são as pessoas que estão
efetivamente envolvidas com a execução de um plano de abandono. Elas podem ser
detalhadamente classificadas.
6.1
Os coordenadores
São pessoas que ocupam cargos mais elevados dentro da
empresa, como gerentes, diretores e técnicos de segurança do trabalho. A eles
compete decidir em situações críticas, de grande emergência. Eles devem ter
informações exatas sobre os riscos envolvendo a área e sobre os equipamentos de
combate a incêndio.
A responsabilidade dos coordenadores alcança grande
escala, pois difunde a importância do Grupo de Emergência, faz a identificação
das situações de riscos no local, promove a estruturação do grupo de acordo com
as necessidades de cada caso, efetiva treinamentos para garantir um padrão
elevado de qualidade. Também mantém aberto o canal de comunicação com o Corpo
de Bombeiros, a Polícia Militar e outras instituições que possam socorrer em
situações emergenciais.
6.2
Os líderes de abandono
São os encarregados, gerentes e supervisores. Devem
ter amplo conhecimento sobre os lugares de trabalho dentro da empresa e
precisam identificar os funcionários que atuam nos setores. Devem ser dinâmicos
e influenciar os outros colaboradores da organização.
Entre as suas responsabilidades, destaca-se a
coordenação do abandono nos setores em que trabalham, sempre mostrando aos
outros profissionais quais são as rotas de fuga e onde ficam os pontos de
encontro.
Se, por alguma razão, o líder de abandono não marcar
presença, é indispensável que exista outra pessoa capacitada que o substitua.
Esse líder deve ser a última pessoa a deixar o local
de trabalho, depois de confirmar que todos já abandonaram o lugar. É sua
responsabilidade também informar a quantidade de vítimas do setor e, inclusive,
dar instruções aos funcionários para que retornem às suas atividades quando a
área atingida for liberada.
6.3
A brigada de incêndio
Trata-se do grupo formado por funcionários da empresa
devidamente preparados em técnicas de Prevenção e Combate ao Incêndio, em
Primeiros Socorros e em Salvamentos. Os responsáveis são técnicos em segurança
do trabalho, que devem esclarecer sobre o uso de equipamentos de proteção
contra incêndio e passar informações básicas sobre primeiros socorros.
A brigada deve se responsabilizar pelo combate ao
incêndio até a chegada do corpo de bombeiros. A partir desse momento, ele passa
a coordenar a operação.
Outra responsabilidade dela é salvar os feridos
durante o processo de reconhecimento das pessoas que se machucaram, reportando
qualquer anomalia e mudança aos coordenadores e aos grupos de emergência.
6.4
O grupo de apoio
O grupo de apoio é formado pelos membros da CIPA
(Comissão Interna de Prevenção de Acidentes), da Segurança Patrimonial,
Telefonista, da Manutenção e Elétrica.
Os membros da CIPA se responsabilizam por isolar o
lugar do sinistro, fornece equipamentos para proteção das pessoas e monitorar
as atividades de salvamento.
A Segurança Patrimonial deve interditar os carros da
empresa, garantindo livre passagem às viaturas de fora, sempre orientando sobre
o lugar exato do acidente, dando prioridade aos telefonemas mais importantes no
momento (início do Plano de Chamada Externo).
A Telefonista tem como responsabilidade priorizar as
ligações com o Plano de Chamada Interno, descrevendo para o Grupo de Emergência
qual foi o tipo de sinistro e mantendo contato com hospitais próximos para um
rápido encaminhamento das pessoas em estado grave.
A Manutenção e a Elétrica somente atuam quando
solicitadas, desligando os equipamentos.
As
principais características do plano de abandono
O plano de abandono apresenta objetivos específicos.
Sua finalidade é definir uma série de procedimentos em situações de emergência,
a fim de garantir uma retirada segura e rápida dos funcionários e outras
pessoas que estejam utilizando uma determinada área.
Com o apoio da brigada de incêndio e dos outros
colaboradores, é possível direcionar as pessoas pela rota de fuga previamente
traçada até um ponto de segurança, que já foi definido.
Outra característica do plano de fuga é a determinação
de tarefas aos membros da brigada e, também, aos outros colaboradores atuantes
nas situações em que se faz necessário tornar ativos os procedimentos de desocupação
de emergência do prédio ou do setor específico.
Um bom plano deve levar em conta alguns critérios,
como localização da empresa, o tipo de construção (material utilizado na
estrutura, como alvenaria, concreto, metal, compensado, madeira, gesso), tipo
de atividade desenvolvida (comercial, industrial, prestação de serviços), tipo
de população (fixa ou flutuante), turnos de trabalho, gerenciamento de riscos,
recursos disponíveis, características das edificações próximas e assim por
diante.
Quebra de vidros, desligamento de máquinas, uso de
portas corta-fogo são algumas das medidas que devem ser tomadas durante uma
emergência e definidas com antecedência no planejamento preventivo.
As
razões para elaborar um plano de abandono
Definir uma rota de fuga é fundamental porque garante
a integridade das pessoas, das instalações e do patrimônio da empresa. É uma
atitude proativa que procura evitar e minimizar situações mais críticas, ou
seja, tragédias de grandes proporções, como as do Joelma e a da Boate Kiss.
Um plano bem elaborado contempla todos os aspectos
relativos à segurança, como combate eficaz ao incêndio, primeiros socorros,
contenção de vazamentos de produtos químicos e pronto atendimento às vítimas.
Sem o plano de abandono, haveria somente o caos na hora do sinistro, o que
simplesmente contribuiria para aumentar o número de vítimas.
A simulação de fuga evita que as pessoas ajam
impulsivamente diante de um incêndio ou outra situação perigosa. Simular é uma
forma de preparar os funcionários para uma situação real, que pode ou não
acontecer.
O planejamento é importante de forma especial para as
pessoas que apresentam algum tipo de limitação física e, por isso, tendem a se
tornar as vítimas mais vulneráveis em situações de emergência (idosos,
paraplégicos, deficientes visuais, gestantes). É preciso também contar com a
presença de crianças e animais.
O plano de abandono também define pontos de apoio
externos, como hospitais, para direcionamento imediato das pessoas em estado
mais grave.
As
situações que oferecem risco e merecem atenção
O planejamento deve considerar todas as situações que
oferecem risco de sinistro e monitorá-las constantemente para evitar que se
tornem um problema concreto.
Existem meios para reduzir as chances de um risco se
tornar um perigo real, como a utilização correta dos equipamentos, o uso de EPI’s
(Equipamentos de Proteção Individual) e EPC’s (Equipamentos de Proteção
Coletiva), a manutenção periódica das máquinas, a infraestrutura segura no
ambiente de trabalho, entre outras ações.
Dessa forma, é preciso ficar atento aos problemas nas
redes elétrica e hidráulica, ao vazamento de produtos químicos e de
gases/líquidos inflamáveis, ao acesso indiscriminado aos produtos radioativos,
à pressões anormais nos equipamentos ou no ambiente de trabalho, à umidade
excessiva, aos ruídos acima dos toleráveis, às rachaduras nas paredes, aos
problemas sérios na cobertura, às condições dos veículos usados na empresa etc.
A prevenção é a melhor solução — por isso,
elaborar um plano de abandono é uma medida que torna a empresa mais segura para
todos que transitam e trabalham nela.
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