EMERGÊNCIA QUÍMICA:
SAIBA POR QUE É IMPORTANTE TREINAR SUA EQUIPE!
Pode soar clichê, mas a frase “prevenir é melhor do
que remediar”, assim como em qualquer atividade que envolva riscos, é uma
verdade quando se fala de emergência química. Sem dúvidas, é mais eficaz evitar
o problema do que tentar contorná-lo, não é mesmo? Pois aqui está a importância
de se fazerem treinamentos!
Para além da utilização de equipamentos de
proteção coletiva, é preciso que funcionários de uma empresa que trabalham com
produtos químicos perigosos saibam o que fazer em caso de acidentes. E não
é só para essas ocasiões que eles devem estar preparados. Para que a prevenção
se dê de forma efetiva, é necessário que eles aprendam também sobre o
correto manejo daqueles.
Por isso, vamos explicar a você o que é uma emergência
química, os cuidados que a empregadora deve ter, a importância
do treinamento, como ele ocorre e por que investir nele. Essas informações
serão muito úteis na preparação e na condução da atividade desses trabalhadores
pelo RH, buscando um ambiente laboral seguro para todos. Continue a leitura e
confira!
Mas,
afinal, você sabe o que é uma emergência química?
Antes de saber isso, é fundamental que você entenda o
conceito de produtos químicos perigosos. São assim denominadas todas aquelas
substâncias, compostos ou agentes de origem química, radiológica, biológica ou
nuclear que, por suas propriedades físico-químicas, oferecem risco à saúde
humana, aos animais, ao meio ambiente ou às propriedades públicas ou privadas.
Esse risco pode ser provocado pelo produto em si e se
deve à possibilidade de causar danos quando é liberado. Aquele também pode
surgir da interação deste com outros fatores, quando fora de seu local de
armazenamento correto ou em quantidades ou concentrações inadequadas.
Segundo
a Organização das Nações Unidas (ONU), as principais classes de riscos são:
· Classe 1 —
Explosivos;
· Classe 2 —
Gases, que podem ser inflamáveis, não-inflamáveis ou tóxicos;
· Classe 3 —
Líquidos inflamáveis;
· Classe 4 —
Sólidos inflamáveis, substâncias sujeitas a combustão espontânea e que, em
contato com água, emitem gases inflamáveis;
· Classe 5 —
Substâncias oxidantes e peróxidos orgânicos;
· Classe 6 —
Substâncias tóxicas e Substâncias infectantes;
· Classe 7 —
Material radioativo;
· Classe 8 —
Substâncias corrosivas, e
· Classe 9 —
Substâncias e artigos perigosos diversos.
Portanto, nessa classificação, estão incluídos os
combustíveis, os ácidos, os explosivos, os agrotóxicos etc. Eles podem oferecer
perigo físico, se causarem lesões físicas nas pessoas; à saúde, se puderem
prejudicar a sanidade de uma forma geral, ou ao meio ambiente, se houver
possibilidade de danos ou destruição de um ecossistema que antes era
equilibrado.
Assim, a ameaça ao bem-estar que eles oferecem a
partir da ocorrência de um derramamento ou vazamento é o que se chama de
emergência química. Esses acidentes ocorrem, principalmente, nos locais onde
são produzidos, manuseados ou transportados, como, por exemplo, nas indústrias.
E, o seu impacto vai depender de fatores como o estado físico dos componentes,
a quantidade liberada, o contato dele com pessoas ou o meio ambiente, entre
outros.
Então, a melhor forma de se saber quando está
ocorrendo esse tipo de problema é, primeiramente, identificando o produto
que entrou em contato com o ambiente externo. Isso porque as medidas a serem
tomadas, bem como as ações atendimento a possíveis vítimas de um acidente devem
ocorrer de acordo com as características físico-químicas dele.
Para isso, são eficientes as classificações da
ONU, que, por meio de símbolos e números adotam um padrão para orientar o
reconhecimento da substância. Equipamentos programados ou com odores
característicos em gases e líquidos para reconhecer esse tipo de situação
também podem ser muito úteis nesse sentido.
Quais
cuidados toda empresa deve ter?
Como forma de garantir a segurança no trabalho,
as empresas que aplicam produtos químicos perigosos em suas atividades devem
tomar algumas providências para evitar acidentes. Ainda, é necessário que elas
informem seus funcionários sobre os compostos que manuseiam, bem como quanto às
medidas a serem tomadas caso emergências aconteçam.
Os cuidados envolvem a elaboração de alguns documentos
e a formação de grupos internos especializados e preparados para atuar e
avaliar as ações adotadas nessas situações. Eles incluem, ainda, a
criação de associações de cooperação mútua entre as entidades, as sociedades
empresárias e os órgãos públicos e o setor privado.
Ficha
de Informações de Segurança de Produtos Químicos (FISPQ)
Se o trabalho envolve algum desses produtos, para
evitar problemas, as empresas devem ter a Ficha de Informações de Segurança de
Produtos Químicos (FISPQ). Trata-se de um instrumento que informa os perigos e
riscos daqueles a quem os manuseia, no que se refere à proteção, à saúde, à
segurança e ao meio ambiente.
A FISPQ é regulamentada, quanto à sua apresentação e
ao seu conteúdo, pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), por meio
da Norma Técnica NBR-14725 – Parte 4.
Os
seus fundamentos são as Resoluções 11/88 e 12/89 do CONMETRO, que tratam
da Regulamentação Metrológica e Quadro Geral de Unidades de Medida e
o Decreto 2657 de 03/07/98, que internalizou no Brasil a
Convenção 170 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), a qual trata
da Segurança na Utilização de Produtos Químicos no Trabalho. Nela, deve
conter, dentre outras informações:
· Identificação
do produto e da empresa;
· Composição
e dados sobre os ingredientes;
· Identificação
de perigos;
· Medidas
de primeiros-socorros;
· Medidas
de combate a incêndio;
· Medidas
para o controle em caso de derramamento ou vazamento;
· Como
manusear e armazenar o produto;
· Controle
de exposição e proteção individual do trabalhador;
· Propriedades
físico-químicas;
· Estabilidade
e reatividade;
· Informações
sobre toxicologia;
· Informações
ecológicas;
· Como
tratar e dispor o produto, e
· Como
transportá-lo.
Ou seja, a FISPQ deve não só informar de forma
consistente e padronizada as características do que será manuseado, mas
também trazer recomendações sobre medidas de proteção e as ações a serem
tomadas em caso de emergência. Isso inclui o transporte e o armazenamento da
substância.
Ainda segundo a Norma Técnica, é responsabilidade da
empregadora avaliar os riscos a que estão expostos os seus trabalhadores, tomar
as medidas de precaução necessárias e manter essas informações sempre
atualizadas, repassando-as a seus funcionários.
Plano
de Emergência Individual (PEI)
Além da FISPQ, é muito importante que a sua empresa
desenvolva um Plano de Emergência Individual (PEI) próprio. De acordo com as
condições de cada indústria, deve ser avaliada a situação dos mecanismos de
prevenção e planejadas ações conforme com o que foi levantado.
Esse plano abrange a formação de uma equipe de
planejamento, a conferência da legislação vigente e de PEI’s já existentes, o
reconhecimento de perigos e análise de riscos, bem como a verificação da
capacidade de resposta em emergências.
Plano
de Ação de Emergência (PAE)
Outra responsabilidade é a elaboração do Plano de Ação
de Emergência (PAE), documento que busca prever e informar sobre a
possibilidade de ocorrência de acidentes. Portanto, nele, são analisados os
tipos de compostos empregados, todas as atividades que possam causar danos às
pessoas, às instalações e ao meio ambiente.
Esse documento deve, portanto, descrever quaisquer
funções que envolvam fornos, caldeiras, vasos de pressão, Gás Liquefeito de
Petróleo (GLP), produtos químicos em geral — sejam eles substâncias ou
preparados —, entre outros. Ou seja, todos os trabalhos que representem alguma
ameaça.
Nesse sentido, lembre-se de que devem ser indicados os
riscos de acidentes que podem ocorrer interna e externamente ao local de
trabalho, de acordo com cada tipo de emergência. Ainda, o que os funcionários
podem fazer para evitá-las, como devem se comportar caso aconteçam e quais
os primeiros-socorros a serem prestados a eventuais vítimas.
É fundamental que, quando da elaboração e apresentação
do PAE aos trabalhadores, os responsáveis pela execução do plano
tenham ciência das suas responsabilidades, bem como as medidas a serem
adotadas para que ele seja bem-sucedido. Dessa forma, é imprescindível a
colaboração de todos os envolvidos!
Plano
de Auxílio Mútuo (PAM)
Outro instrumento recomendado é o Plano de
Auxílio Mútuo (PAM), que consiste em uma associação, sem fins lucrativos,
formada por empresas públicas e privadas, conjuntamente com órgãos públicos
municipais, estaduais e federais. O seu objetivo é buscar uma atuação cooperada
entre aquelas, as instituições civis (como a Defesa Civil, por exemplo) e as
militares (como o Corpo de Bombeiros, por exemplo) para o atendimento rápido e
adequado em casos de emergência.
Para o cumprimento desse objetivo, são fundamentais
ações preventivas, que envolvem simulados, treinamentos e exercícios. Esses,
por sua vez, ocorrem com a utilização de recursos materiais e humanos que são
disponibilizados pelas próprias empresas e pelos órgãos envolvidos.
Como
funciona um treinamento em emergências químicas?
Os treinamentos ocorrem a partir da união de
recursos e pessoas periodicamente e tem como objetivo de ensinar trabalhadores
a prevenir e a lidar com situações de risco em caso de acidentes com produtos
perigosos.
Ele pode ser feito por meio de uma simulação de
emergência na empresa, sendo que essa deve ocorrer parcialmente a
cada seis meses e integralmente a cada doze meses, se os riscos simulados forem
baixos ou médios.
Sendo eles altos, o simulado parcial deve ser feito
a cada três meses e, o completo, a cada doze meses. Assim, mantendo a
frequência adequada, é possível garantir que ninguém vai se esquecer dos
ensinamentos quando for necessário colocá-los em prática!
Porém, seja nos simulados parciais ou nos completos,
para que sejam efetivos, cumprindo a sua finalidade, eles devem passar por
quatro fases: o planejamento, a organização, a execução e a avaliação.
Lembre-se: todas elas são fundamentais da mesma forma!
No planejamento, como o próprio nome revela, são verificadas
as ameaças e vulnerabilidades, ou seja, busca-se prever possíveis situações de
risco. Analisam-se, então, a funcionalidade e as falhas nos mecanismos e
instrumentos de segurança que possam causar acidentes, bem como as
consequências que pode ser gerada para o ambiente de trabalho e para os
trabalhadores.
A partir disso, são traçados os objetivos que se
desejam alcançar com a simulação. Ainda nessa fase, são definidas as datas, o
horário, o tempo de duração, os locais onde ela vai ocorrer, como será feito o
simulado etc.
Na organização, é escolhido o tipo de risco que será
simulado (por exemplo, o vazamento de combustíveis), bem como quem irá
participar, o que cada setor deverá fazer, os instrumentos que serão
utilizados, quem serão os avaliadores etc. Já na execução, o plano é colocado
em prática, devendo ser seguido à risca o que foi previsto anteriormente, nas
duas fases anteriores.
Por fim, na avaliação, deve ser feita uma análise
quanto ao que foi simulado, buscando-se conclusões sobre a atuação de cada
participante e aferindo eventuais deficiências no sistema de prevenção que
precisam de melhorias. Tudo o que for observado nessa última fase deve ser
registrado em ata.
Por exemplo: os materiais de primeiros-socorros estão
incompletos? Os sinalizadores estão com defeito? Se sim, isso deve ser anotado,
para que sejam promovidas as medidas adequadas e solucionados esses problemas
imediatamente.
Assim, analisando o passo a passo da simulação, é
possível concluir sobre o que está adequado e no que há falhas. Dessa forma,
pode-se verificar a necessidade de se modificarem fases ou instrumentos, bem
como definir o que deve ser melhor ensinado aos funcionários para que eles
atuem de forma a se alcançar a maior eficiência de todo o grupo. Por isso, é
preciso a união de todos, e que cada um faça a sua parte.
Treinamento
em emergências químicas: por que é importante?
Todo esse processo aplicado em treinamentos de
emergências químicas serve para preparar os trabalhadores para
situações de emergência e, ao mesmo tempo, observar o que pode ser melhorado
nos planos de prevenção. Ele é fundamental, pois imita um acontecimento real
relacionado a desastres, exigindo dos participantes uma atuação que busque
reduzir perdas e minimizar o sofrimento humano.
Por meio dele, os funcionários são capacitados para
manusear os produtos químicos, adotando os cuidados específicos a cada um
deles, para evitar derramamentos ou vazamentos. Eles também aprendem sobre a
conduta que devem ter em acidentes, caso esses ocorram.
Aliás, esses treinamentos estimulam a integração entre
os grupos que vão atuar em situações de emergência. Isso, sem dúvidas, garante
uma ação coordenada e adequada, proporcionando maior envolvimento deles e, em
consequência, maior garantia de segurança.
Ademais, preparando-os de forma prévia e para atuarem
durante eventuais incidentes, é possível reduzir a probabilidade de doenças e
acidentes de trabalho. Com isso, a assegurasse o cumprimento da legislação
trabalhista, evitando que ações judiciais sejam propostas em face dela. Afinal,
essas prejudicam o clima organizacional, a imagem dela perante seus próprios
funcionários e perante a sociedade também.
A importância desse treinamento está, também, no fato
de ser essa uma forma de atender ao Plano Nacional de Prevenção, Preparação e
Resposta Rápida a Emergências Ambientais com Produtos Químicos Perigosos
(P2R2).
Ele foi criado por meio do Decreto do Presidente
da República nº 5.098 de 2004 e busca implementar medidas conjuntas
entre o poder público e instituições do setor privado para prevenir acidentes
com compostos químicos perigosos, bem como melhorar os mecanismos de preparação
e resposta a problemas dessa natureza.
Aliás, é a partir dessa cooperação entre setor público
e privado e do cumprimento da legislação relacionada ao tema que uma
indústria pode obter e manter ativa a licença dos órgãos competentes para
atuar no mercado. Então, adotar medidas de segurança e estimular a prevenção
são, também, meios de garantir a continuidade das atividades industriais.
Além disso, por meio desse treinamento, é possível
promover a preservação do meio ambiente, já que as ocorrências de contaminação
ambiental são reduzidas. Vale ressaltar que isso se trata de crime ambiental,
e, então, outro benefício dos treinamentos é que sanções e processos contra a
empresa por parte do poder público serão afastadas.
Por
que investir em treinamento contra esse tipo de emergência?
Somados a todos os benefícios citados acima, o
investimento em treinamento contra emergência química vale a pena, pois reduz
custos e aumenta a produtividade da empresa. Sim, você pode ter a certeza de
que esse será um dinheiro muito bem aplicado!
Como visto, o cumprimento das leis trabalhistas e
ambientais evitam processos judiciais e multas que poderiam gerar gastos desnecessários.
Todas essas normas têm como finalidade principal a de proteger o
trabalhador, o meio ambiente e a sociedade como um todo. Ou seja, todos saem
ganhando!
Outra consequência da capacitação para eventuais
acidentes químicos é a limitação ou até mesmo o afastamento de danos materiais
que poderiam ser causados se aqueles ocorressem. Já imaginou o prejuízo
financeiro que a falta de prevenção pode provocar? Então, é melhor estar
preparado!
Porém, os benefícios de se investir nesse tipo de
treinamento não se restringem às economias que podem ser feitas. É que uma
empregadora que prioriza e promove a segurança no trabalho acaba tendo
maior reconhecimento por parte de seus funcionários. Esses, sentindo-se
protegidos e sabendo que a empregadora se preocupa com a sua preparação,
sentem-se mais motivados para as suas atividades, além, é claro, das doenças e
acidentes evitados.
Isso, sem dúvidas, faz cair o número de trabalhadores
afastados por motivo de saúde. Tudo isso contribui para o aumento da produtividade
do grupo todo, o que é positivo para esse e para toda a empresa!
Sendo assim, aprendendo sobre produtos químicos
perigosos, emergências químicas, treinamentos e os benefícios desses, é
possível entender por que a prevenção por meio de treinamentos é o meio mais
eficaz para garantir a segurança no ambiente de trabalho. E não é só esse
benefício que ela traz. Aliás, há muitos outros que decorrem desse!
Como visto, essa preparação proporciona uma redução de
gastos com danos materiais e questões trabalhistas, garante o bem-estar
dos funcionários e faz aumentar a produtividade de uma empresa. Tudo isso,
com a consciência de seguir a legislação e, ainda, promovendo a preservação do
meio ambiente. Portanto, é fácil concluir que o treinamento para emergência química
tem um ótimo custo-benefício!
E você, está esperando o quê para implementá-lo no seu
local de trabalho? E, se ele já existe, por que não o aprimorar, aplicando os
conhecimentos aqui apresentados? Vale a pena! Não espere que acidentes ocorram,
para tomar providências! Então, entre em contato conosco e saiba como
podemos ajudar nisso!
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