VIBRAÇÃO
DE CORPO INTEIRO - UM AGENTE FÍSICO QUE PODE PASSAR DESPERCEBIDO
Por
que avaliar periodicamente?
A intensidade das vibrações de corpo inteiro nem
sempre é percebida facilmente, pois, muitas vezes, quem está submetido a este
tipo de agente físico pode se acostumar com o incômodo.
Ao falarmos de veículos, temos uma condição inicial
saudável, considerando que os sistemas de amortecimento funcionam plenamente.
Porém, com o passar dos anos, esses sistemas vão perdendo sua eficiência e
eficácia, acarretando uma situação prejudicial a saúde do trabalhador exposto.
Em um caso recente da justiça brasileira, houve um
ganho de causa onde o Reclamante, um motorista, requeria o adicional de
insalubridade por estar exposto a vibrações de corpo inteiro. A solicitação foi
inusitada, visto que, nunca antes, este agente físico foi merecedor de atenção
especial.
Para sanar este caso, foram realizadas medições no
veículo que era utilizado pelo Reclamante e os resultados não foram favoráveis
à reclamada.
Salienta-se que um mesmo veículo pode ser insalubre ou
não, dependendo das manutenções e das condições das estradas as quais trafega.
Portanto, se o veículo é antigo ou teve uma alteração
permanente em sua rota, por exemplo, passou a trafegar por trechos de estradas
de chão, é importante a realização de medições referentes ao aspecto insalubre.
Como
saber se a vibração é de corpo inteiro?
Quando a vibração incide sobre os membros superiores é
denominada vibração de mãos e braços, segmentar, de extremidades ou localizada.
Se incidir no trabalhador quando este se encontra na posição sentada, deitada
ou em pé, é chamada de vibração de corpo inteiro.
A vibração de mãos e braços é produzida por
ferramentas manuais, tais como furadeiras, parafusadeiras, politrizes,
motosserras, marteletes, entre outras. A vibração de corpo inteiro é resultante
do trabalho em veículos, ônibus, tratores, caminhões, plataformas, navios,
aviões, helicópteros, máquinas agrícolas, etc.
O corpo humano reage às vibrações de diferentes
maneiras. A exposição ocupacional continuada às vibrações de mãos e braços traz
efeitos neurológicos, vasculares e musculoesqueléticos.
Desta
forma, muitos são os efeitos registrados, sendo os principais e mais danosos os
seguintes:
ü Perda
de equilíbrio;
ü Lentidão
de reflexos;
ü Aumento
da frequência de batimento do coração;
ü Falta
de concentração para o trabalho;
ü Visão
turva;
ü Enjôo;
ü Gastrite;
ü Ulcerações;
ü Sindrome
de Raynaud
Quais são os limites de exposição ocupacional a
vibrações de corpo inteiro?
Os níveis de vibração ocupacional de corpo inteiro aos
quais os trabalhadores podem ficar expostos são obtidos no Anexo n° 8 da NR-15,
sendo estes baseados na NHO-09 da Fundacentro. Desta forma, por meio de
medições, é possível determinar se a função exercida pelo trabalhador acarreta
pagamento do adicional de insalubre pela empresa.
Conforme
o texto da NHO 09 da Fundacentro, a avaliação da exposição de corpo inteiro
deve atentar para as seguintes observações:
Ø O
nível de ação para a exposição ocupacional diária à vibração de corpo inteiro
adotado corresponde a um valor da aceleração resultante de exposição
normalizada (aren) de 0,5m/s2e ao valor da dose de vibração resultante (VDVR)
de 9,1m/s1,75.
Ø O
limite de exposição ocupacional diária à vibração de corpo inteiro, adotado na
norma NHO-09, corresponde a um valor da aceleração resultante de exposição
normalizada (aren) de 1,1 m/s² e ao valor da dose de vibração resultante (VDVR)
de 21 m/s^1,75.
Para fins de comparação com o limite de exposição ou
com o nível de ação, independentemente da duração da jornada de trabalho,
deve-se determinar a aceleração resultante a exposição normalizada (aren) e o
valor da dose de vibração resultante (VDVR). Este último parâmetro adquire
maior importância quando for constatada a ocorrência de choques ou solavancos
significativos na exposição do trabalhador sob estudo.
Gostou do conteúdo? Conte para gente nos comentários e
não deixe de compartilhar nas redes sociais.
Siga o Blog e Deixe seu comentário e compartilhe este
artigo em suas redes sociais para que mais pessoas se informem sobre
o tema.
Nenhum comentário:
Postar um comentário