O QUE É PLANO DE RESGATE PARA TRABALHO
EM ALTURA?
Quem realiza atividades profissionais
em elevação já sabe: é preciso ter um plano de resgate para trabalho em altura.
Afinal, se um colaborador cair ou sofrer algum acidente estando nesse
local, o processo de salvamento não é dos mais simples.
Assim, quando a prevenção não
funcionou, ao menos, as medidas que podem ser tomadas de antemão para facilitar
esse momento precisam estar alinhadas. Nesse contexto, a boa execução depende
de uma série de estratégias.
Pensando nisso, este guia completo vai
explicar o que é, qual a importância desse documento, como elaborar um na sua
empresa e muito mais. Confira!
O que é e para que serve um plano de resgate
para trabalho em altura?
Um plano de resgate para
trabalho em altura não é o mesmo que as políticas e os programas de precaução
necessários para realizar essas atividades. Embora muitas empresas tenham uma
boa prevenção, essas estratégias não eliminam por completo as eventualidades
que podem acontecer.
Diante disso, as normas legais preveem
que os empreendimentos que atuam com essas categorias de perigos devem elaborar
ações voltadas a facilitar o processo de salvamento, a fim de reduzir os danos
em situações em que o acidente em altura já ocorreu.
Tal planejamento compreende estabelecer
sistemas de resposta para casos de emergências, incluindo descrição dos riscos
e de como proceder frente aos potenciais problemas, em prol de assegurar tanto
a saúde quanto a segurança dos envolvidos direta ou indiretamente nessas
circunstâncias.
Nesse caso, desde colaboradores até
transeuntes são considerados, uma vez que estão sujeitos a quadros em que
pessoas ou objetos caem, causando consequências físicas ou patrimoniais.
Portanto, esse tipo de projeto serve para reagir com eficácia aos piores
cenários.
Como um plano de resgate funciona?
Na prática, o plano de resgate para
trabalho em altura funciona como um passo a passo do que fazer em
caso de acidentes desse tipo. Logo, deve conter os possíveis cenários e a
descrição acerca da forma de agir frente a cada um, para que o salvamento seja
executado rapidamente e a situação da vítima não piore.
Um exemplo são as quedas — emergência mais comum nesse contexto, mesmo
utilizando o protocolo padrão de segurança. Nessa circunstância, se o resgate
ao trabalhador acidentado for demorado, é possível que ele sofra lesões ou
tenha sequelas ligadas à espera em um socorro demorado.
A síndrome da suspensão
inerte é uma das possibilidades. Imagine que um funcionário, devido ao uso
do cinto de segurança tipo paraquedista, desmaiou e ficou um longo período
suspenso. Ele pode desenvolver problemas de circulação sanguínea e para
respirar, ou seja, os próprios equipamentos de prevenção representam perigo ou
geram efeitos no colaborador.
Diante disso, o planejamento funciona
como um guia que permite que os demais membros da equipe atuem de maneira
correta para minimizar esses desdobramentos.
Por que ter um plano de resgate para trabalho
em altura?
Saber como proceder para retirar
um colaborador acidentado de um local elevado o mais rápido possível e de modo
eficiente é uma medida de contingência de danos. Assim, um plano de
resgate para trabalho em altura prévio e profissionais treinados permitem
diminuir a propagação de efeitos negativos.
Nesse contexto, sua importância está
associada à capacidade de limitar a escalada do problema. Mais que isso,
evita que ações incorretas ou agravantes sejam tomadas por desconhecimento.
Afinal, quando quem está presente não
sabe como reagir, mas deseja auxiliar, pode recorrer a métodos prejudiciais.
Além disso, é uma ferramenta para impedir que esses envolvidos também se
lesionem, o que aumentaria a abrangência da situação.
De maneira complementar, os processos
necessários para sua elaboração ainda possibilitam a identificação dos riscos, contribuindo
para os programas de prevenção e para que a postura dos colaboradores
passe a ir ao encontro desse objetivo.
Todas essas vantagens aumentam a
segurança na hora de realizar tarefas como manutenção e limpeza em
elevação, otimizando os procedimentos enquanto cria um ambiente tão adequado
quanto protegido.
Quais as consequências de não contar com um
plano nessas situações?
Os riscos de agir sem ter o
conhecimento ou de deixar um colaborador muito tempo à espera de
socorro são duas consequências da falta de um plano de resgate para
trabalho em altura. Entretanto, não são as únicas.
Apesar de menos graves,
os efeitos legais e financeiros de um acidente ou
incidente nessas circunstâncias são ampliados quando a empresa não cumpre
a legislação ou há danos severos. Desde processos até multas podem ser
minimizados a partir desse tipo de precaução, que leva a uma ação correta.
Como montar um plano de resgate para trabalho
em altura qualificado?
Com tanta importância, a elaboração do
plano de resgate para trabalho em altura exige algumas etapas para atingir seus
objetivos. Veja, a seguir, como montar um na sua empresa!
Analisar o local
Antes de tudo, é necessário analisar o
local onde a atividade será realizada. Isso porque cada espaço é único, demandando
diferentes ações e equipamentos na hora de reagir a cenários adversos.
Nessa fase, é preciso mapear toda
a área, além do que há em volta dela e as vias de acesso, para ter informações
capazes de auxiliar as estratégias a serem elaboradas nos próximos passos.
Identificar riscos
Entre as ações complementares à etapa
de análise do local, uma das mais importantes é identificar onde, quando e
como os potenciais riscos estão presentes. Além disso, é necessário prever
possíveis agravantes a eles.
Para tanto, a criação de cenários e a
suposição de situações exigem um amplo conhecimento acerca da execução de
atividades em altura. Afinal, boa parte do que pode ocorrer varia de acordo com
o ambiente e o serviço, exigindo que o responsável por essa fase use sua
experiência para vislumbrar possibilidades no novo espaço.
Isso é vital para que o plano de
resgate não fique incompleto, deixando margem para as consequências
de acidentes de trabalho previsíveis. Cabe ressaltar que os
desdobramentos de cada caso são múltiplos, e devem ser levados em consideração
também.
Conhecer a legislação cabível
Conhece a NR 35, suas
atualizações e seu manual ou a ABNT NBR 16710 de 2020? Essas são
as normativas vigentes que servem de parâmetro técnico para a
elaboração de um plano de resgate para trabalho em altura.
Esses documentos são uma base para
estabelecer quais ações e precauções devem ser tomadas com o intuito de
responder a acidentes nessas condições com eficiência, mas sem deixar
a segurança de lado, já que permitem construir uma cultura voltada a
comportamentos apropriados nesse quesito.
Assim, para evitar passar pelo pior
cenário, é importante entender como montar o seu plano, além de compreender o
porquê de contar com equipamentos de qualidade e com uma equipe devidamente
treinada.
Manter os EPI’s acessíveis
Para um procedimento de salvamento tão
rápido quão eficaz, todo o ambiente deve estar equipado com os acessórios
essenciais em casos de emergência. Além disso, os brigadistas do time precisam
saber onde cada item está guardado.
Nos resgates, a agilidade é um fator
crucial para prevenir danos à vida do profissional que se acidentou. Assim,
todos os Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) devem estar próximos e acessíveis, incluindo:
· escadas: soluções simples, mas eficazes para alturas
menores, desde que o item atenda às especificações técnicas e apresente opções
de travamento;
· cordas,
cabos e cintos de segurança:
fazem a suspensão dos trabalhadores, permitindo que acessem e se movimentem,
bem como asseguram que eles fiquem presos, criando um ponto de sustentação e
distribuição do peso durante a execução do que foi planejado;
· sistemas de
ancoragem: são as bases onde as amarras são
fixadas, compondo uma estrutura no local onde as atividades de salvamento em
elevação serão realizadas;
· polias: possibilitam o movimento tanto vertical
quanto horizontal e reduzem a carga, a fim de minimizar as chances de algum
componente arrebentar;
· descensores
e conectores: enquanto os
primeiros regulam a velocidade da subida e, principalmente, da descida, os
últimos servem para ligar os vários elementos que formam o sistema e para
travar a posição;
· absorvedor
de energia: desenvolvido
para evitar a transferência completa das forças para o corpo do colaborador em
caso de quedas, diminui os efeitos negativos dessa ocorrência;
· travaqueda: com modelos variados, esse dispositivo
bloqueia de modo automático e imediato as movimentações bruscas, comuns à
dinâmica de uma queda;
· capacetes,
luvas e óculos: responsáveis por
impedir machucados decorrentes de batidas, fricção, contato, arestas, grânulos
soltos, entre outros quadros potenciais presentes nesse tipo de tarefa.
· Alguns cuidados extras ao adquirir esses
recursos são prestar muita atenção à procedência e manter um controle rigoroso
tanto da validade quanto da qualidade.
Definir papéis em casos de emergência
Até este ponto, está evidente que a
equipe tem um papel no plano de resgate para trabalho em altura. No entanto, é
necessário ir além e delimitar o que cada um deve fazer nesse momento, a fim de:
· reduzir as aglomerações ou confusões;
· contar com funcionários capacitados para as
circunstâncias;
· realizar treinamentos para que as ações
tomadas sejam corretas.
Isso porque, na hora de uma
emergência, é comum as pessoas rapidamente se aglomerarem para tentar ajudar, o
que pode piorar a situação. Diante disso, cabe ao gestor, junto ao profissional
de segurança do trabalho, escolher os colaboradores com o perfil mais adequado
para auxiliar.
Vale destacar que não se trata apenas
de processos de remoção. O salvamento envolve ainda o atendimento in loco,
a evacuação dos demais presentes e, até mesmo, a locomoção do ferido.
Descrever protocolos de resgate
Definir os papéis de cada um no plano
de resgate para trabalho em altura é um item desse processo que visa
criar protocolos de ação. A ideia por trás disso é detalhar o que fazer,
como executar, com quais recursos, em que momento etc.
Isso significa construir um documento
com esse passo a passo, reunindo todas as informações necessárias para reagir
em caso de emergência. Desse modo, quem se envolver nessas situações tem uma
base para, ao menos, diminuir riscos e consequências.
Listar como minimizar riscos e danos após o
acidente
Um elemento que deve compor o plano de
resgate de um trabalhador acidentado em altura é a descrição do que fazer
para reduzir riscos secundários após uma situação dessas.
Por exemplo, um equipamento de
elevação arrebentou, mas o colaborador ficou preso no local. Nesse caso, é
imprescindível descrever os procedimentos para evitar a queda ou outros efeitos
negativos naquele que aguarda o resgate.
Estabelecer rotas de fuga seguras
As rotas de fuga ou saídas de
emergência são outro ponto que deve ser estabelecido no plano de resgate para
trabalho em altura, contando ainda com indicações acessíveis e bem visíveis no
ambiente.
Afinal, se os colaboradores não
souberem como sair, abre-se a possibilidade de agravar o quadro com
pessoas sendo machucadas no processo, algumas sem saberem como se afastar do
perigo e outras se dirigindo para o local do ocorrido em vez de se distanciarem
dele.
Também devem estar disponíveis as
instruções de como acionar os alarmes e o telefone do corpo de bombeiros. Dessa
forma, a evacuação e o atendimento serão ágeis, minimizando riscos posteriores
ao acidente.
Providenciar simulações e treinamentos
As simulações e os treinamentos
constantes são fundamentais para que o plano de resgate para trabalho em altura
seja interpretado corretamente e haja uma boa comunicação diante da
dificuldade.
Essa precaução acaba ajudando
a melhorar o planejamento, permitindo identificar potenciais problemas
secundários e garantindo que as ações tomadas sejam adequadas frente a cada
cenário.
Revisar, atualizar e melhorar o plano com
frequência
Não se engane: por melhor que seja o
plano de resgate para trabalho em altura, ele sempre pode evoluir. Mais que
isso, as mudanças naturais nos processos e nas tecnologias criam essa
necessidade.
Logo, é preciso revisar, atualizar
e melhorar o documento norteador com frequência,
buscando identificar oportunidades de ampliar sua eficiência. Os insights
dos treinamentos e do cotidiano são uma ferramenta para tanto, cabendo manter
uma atenção às situações que ocorrem.
Dois bons exemplos que se destacam são
os quase acidentes que acontecem rotineiramente e os questionamentos dos
colaboradores que têm funções no projeto. Ambos servem para perceber lacunas ou
inconsistências que tendem a se tornar problemas se não forem respondidas pelo
planejamento.
Um bom plano de resgate para trabalho
em altura é aquele que viabiliza a prevenção de acidentes que trazem
consequências graves e assegura que os colaboradores recebam um atendimento o
mais rapidamente possível. Portanto, leve as etapas listadas em consideração
para proporcionar uma maior segurança para seus trabalhadores.
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