ENTENDA
A DIFERENÇA ENTRE INCIDENTE E ACIDENTE DE TRABALHO E COMO PREVENIR CADA UM
Incidente e acidente de trabalho são termos que podem
até parecer sinônimos. No entanto, existe uma diferença entre eles. Ainda que
essa distinção pareça sutil em um primeiro momento, pessoas da área de Saúde e Segurança do Trabalho - SST precisam
sabe-la na ponta da língua.
Se você também possui essa dúvida, continue a leitura
e entenda os casos em que se pode considerar como acidente ou incidente no
ambiente de trabalho, bem como as metodologias adequadas para preveni-los.
O
que é acidente de trabalho?
O acidente de trabalho é uma ocorrência
imprevista durante a execução do trabalho que acarreta em lesão
física ao trabalhador. Ainda, o acidente também pode comprometer a
capacidade do trabalhador, impedindo-o de retornar à sua função normalmente.
Por esse motivo, os acidentes podem gerar sanções à
organização, sobretudo quando o local de trabalho não estava adequado ao
desempenho das funções ali exercidas.
Apesar disso, os acidentes não se restringem
somente ao ambiente empresarial. Estão incluídos os acidentes ocorridos no
trajeto para a organização, durante viagens a trabalho, além de outras doenças
que tenham relação causal com o trabalho.
Os acidentes de trabalho são descritos pela lei
8.213/91 de 24 de julho de 1991, que determina os efeitos dos acidentes no
trabalhador: perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade de
trabalho, incluindo a possibilidade de morte.
Tipos
de acidente de trabalho
A intensidade da lesão causada ou a natureza da
atividade que ocasionou o acidente são formas de classificar esse tipo de
situação.
Entre
os acidentes mais comuns em empresas brasileiras, estão:
· Queda
em altura;
· Lesões
causadas por máquinas ou equipamentos;
· Lesões
causadas por esforço repetitivo;
· Choques
elétricos;
· Danos
causados por materiais considerados perigosos, como produtos químicos, por
exemplo.
Principais
causas de acidentes de trabalho
Como pudemos ver, boa parte dos acidentes mais comuns
são também aqueles que logo já pensamos em medidas preventivas que poderiam ser usadas para evitá-los.
A queda em altura, por exemplo, pode decorrer de uma
série de cuidados negligenciados, seja a ausência de Equipamentos de Uso Coletivo - EPC’s ou Equipamentos de Uso Individual - EPI’s.
É por isso que a maior parte dos acidentes acontece
devido às condições inseguras de trabalho, bem como à falta de treinamentos e
de políticas bem definidas pela empresa.
Isso acontece quando não há inspeções de segurança
regulares, além do não cumprimento de Normas
Regulamentadoras, que estabelecem diretrizes para evitar danos ao
trabalhador.
O
que é incidente de trabalho?
O incidente de trabalho também é uma
ocorrência inesperada. No entanto, ela é menos grave do que o acidente e, por
isso, não causa danos significativos nem ao trabalhador, nem à empresa.
Mas o incidente também deve ser acompanhado de perto
pela gestão. Afinal, todos os incidentes podem se transformar em acidentes
a longo prazo, caso não sejam analisados e corrigidos.
Isso significa que esses eventos são indícios de que
há algo errado na operação, seja uma máquina em mau funcionamento, seja uma
rotina que o trabalhador não esteja executando corretamente. Assim, o incidente jamais deve ser
ignorado.
Tipos
de incidente de trabalho
Como falamos, mesmo uma rotina mal executada pode
resultar em um incidente e, mais tarde, um possível acidente de trabalho.
Porém, muitas vezes os incidentes passam
despercebidos, já que os próprios colaboradores nem sempre dão a importância
necessária a essas ocorrências, uma vez que não são consideradas graves.
Assim, manter um diálogo saudável com os funcionários
é fundamental para alertá-los sobre as diferenças entre esses cenários — acidente e incidente — e a necessidade de comunicar ambas as
ocorrências.
Entre os incidentes mais comuns, estão machucados
leves nos dedos, unhas roxas causadas por pancadas, além de arranhões por todo
o corpo, causados por superfícies ásperas e falta de proteção.
Principais
causas de incidentes de trabalho
Atuações
simples podem evitar incidentes. A seguir, veja algumas as causas mais comuns
dos incidentes no trabalho:
· Ambientes
sujos e/ou desorganizados;
· Pouca
iluminação;
· Falta
de DDS com os colaboradores;
· Ausência
de sinalizações, inclusive sobre as ações de limpeza;
· Escadas
sem corrimão;
· Ambiente
estressante, que gera ansiedade e depressão;
· Atitudes
imprudentes;
· Falta
de conhecimento técnico para manusear um equipamento ou operar uma máquina
específica.
Qual
a diferença entre acidente e incidente no trabalho?
O acidente é quando algo não programado causa algum
tipo de lesão ao trabalhador, de modo a interromper sua atividade.
O incidente, por outro lado, é uma ocorrência que não
afeta profundamente o trabalhador. Ou seja, ainda que se tenha uma lesão, ela é
superficial e não altera a rotina do trabalhador.
Em conclusão, a principal diferença entre um incidente
e um acidente de trabalho são as consequências que cada um deles provoca no
colaborador da empresa.
Como
agir diante de acidentes de trabalho?
Em caso de acidente, a empresa deve prestar socorro
imediato ao trabalhador acidentado. A assistência médica pode ocorrer no
próprio local, para que o trabalhador lesionado receba atendimento o mais
rápido possível.
Em casos mais graves, ele deve ser transferido a uma
unidade médica, ou seja, ser atendido fora do ambiente onde ocorreu o
acidente.
Após o pronto atendimento, deve-se comunicar os
superiores da empresa sobre o ocorrido, bem como as equipes de Serviço Especializado em Segurança e em
Medicina do Trabalho - SESMT e Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA.
São eles que irão investigar, da forma mais completa
possível, quais foram os motivos pelo qual o acidente aconteceu e quais
as medidas de correção e prevenção que deverão ser adotadas para que
o ocorrido não se repita.
Além disso, a empresa deve acionar a Previdência
Social e informar sobre o acidente, bem como realizar seu registro
no e-Social. Para isso, deve-se utilizar o Comunicado de Acidente de
Trabalho (CAT), que pode ser emitido pela própria empresa, pelo acidentado ou
seus dependentes, pelo médico ou uma autoridade pública.
E
como prevenir incidentes e acidentes?
Existem diversas normas e leis que servem para
direcionar as empresas neste quesito. As Normas Regulamentadoras estabelecem os
parâmetros para as mais diversas situações em ambiente de trabalho, a fim de
evitar os riscos possíveis.
Assim, podemos entender que a melhor medida
contra incidentes e acidentes de trabalho é a prevenção, cuidando para
que auditorias e inspeções, bem
como manutenções de máquinas, estejam em dia.
Isso engloba o fornecimento e fiscalização de EPI’s,
sinalização, equipamentos de combate a incêndio, entre outros.
Ainda, estabelecer uma comissão interna para prevenção
de acidentes, investir em treinamentos internos e estabelecer um checklist para Saúde e Segurança do Trabalho são
boas medidas a serem aplicadas.
Outros
conceitos: as pirâmides da segurança do trabalho
Algumas metodologias ajudam a gestão a medir e
qualificar os riscos enfrentados pelos trabalhadores na organização. Assim,
fica mais simples identificar e entender quais ocasiões são incidentes e
acidentes.
Pirâmide
de Bird
A pirâmide de Bird também é conhecida
como Triângulo da Segurança. Afinal, seu conceito também pode ser
analisado do ponto de vista visual, por meio de uma pirâmide. É por isso que essa
e outras metodologias são chamadas de pirâmides da segurança do trabalho.
Nesse sentido, a pirâmide de Bird é o resultado de um
estudo sobre prevenção a acidentes que envolveu mais de 90 mil análises de
acidentes, ainda que a obra publicada tenha menos registros.
Ela surgiu após quase 30 anos de sua predecessora, a
pirâmide de Henrich, e tem esse nome devido ao seu criador, Frank Bird Jr. Ele
acrescentou à teoria 4 pontos essenciais a medidas de prevenção: informação,
investigação, análise e revisão de processos.
Mas, afinal, de que se trata essa metodologia?
Ela sugere que, a cada 1 acidente com morte ou lesão
grave, correspondem a 100 lesões leves e 500 incidentes. Ou seja, acidentes
fatais, lesões e pequenos incidentes possuem uma lógica constante e
proporcional. A razão é: -10-30-600.
Dessa maneira, a cada 600 pequenos incidentes, 30
lesões ocorrerão. Delas, 10 acidentes surgem, e a cada 10 acidentes, ocorre 1
fatalidade.
Pirâmide
de Heinrich
Como já abordamos, a Pirâmide de
Heinrich surgiu antes da Pirâmide de Bird e, apesar de ter servido como
base para esse estudo, ainda é bastante reconhecida e utilizada de forma
complementar à Pirâmide de Bird.
Essa pirâmide serve para quantificar as anormalidades
de segurança, permitindo à gestão monitorar eventos por nível de gravidade e
compará-los ao longo do tempo. Isso faz com que a empresa consiga reduzir os
acidentes de forma progressiva.
Dessa forma, os problemas encontrados não devem ser
atacados apenas por uma extremidade, mas sim pelas duas extremidades de maneira
paralela.
Pirâmide
de Desvios ou Dupont
Dupont é a empresa que também foi responsável pela
criação do nylon, o material bastante utilizado em eletrodomésticos, para
cordas de violão e até para linhas de pesca. A empresa investiu em estudos e
elaborou a pirâmide de desvios.
Ao contrário das pirâmides de Heinrich e Bird, que
focaram seus estudos em perdas que de algum modo poderiam gerar indenizações
para as empresas, a Dupont não se restringiu a isso e focou sobretudo
na prevenção de todos os riscos.
Isso deixou a pirâmide ainda maior, considerando,
portanto, os desvios na proporção de que, para cada 1 acidente fatal, há 30
acidentes com afastamento, 300 acidentes sem afastamento, 3 mil incidentes e 30
mil desvios.
Como
otimizar a gestão de riscos e medidas de SST?
Como vimos, as pirâmides são excelentes ferramentas
para Segurança do Trabalho, uma vez que permitem a análise de riscos com foco
em medidas preventivas. Isso auxilia a gestão na melhoria contínua.
Para aplicar os conceitos das pirâmides e prevenir
acidentes e incidentes, uma ótima pedida para aplicar corretamente inspeções e
auditorias, garantindo que as normas sejam cumpridas adequadamente.
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