SALVATAGEM:
O
QUE É? QUAIS EQUIPAMENTOS UTILIZAR?
Se você trabalha embarcado ou diretamente com embarcações,
certamente já ouviu falar em Salvatagem. Este é um termo muito importante para
a Segurança do Trabalho, mas que ninguém jamais deseja que seja necessário
utilizar um dia.
Isso porque este é o nome dado a uma série de medidas
que servem para o resgate e manutenção da vida após um desastre marítimo. O
objetivo principal da Salvatagem é atenuar ou evitar que acidentes em
plataformas de petróleo e/ou embarcações aconteçam.
Por este motivo, a salvatagem é prevista em lei,
determinando equipamentos específicos e tudo que tenha relação com essa
atividade. É muito importante que todos os funcionários estejam cientes do que
significa e como reagir em caso de um desastre ocorrer.
Se você tem alguma dúvida sobre Salvatagem, fique
atento a este artigo. Iremos mostrar para você não apenas a definição desta
palavra, como quais são os equipamentos obrigatórios e muito mais.
Caso você não seja da área, mas conhece pessoas que
seja, encaminhe este artigo! Nunca se esqueça que a informação é tão importante
quanto a prevenção. Tenha uma boa leitura!
O
que significa Salvatagem?
Segundo o dicionário, Salvatagem é o nome dado a um
conjunto de providências a serem tomadas para um resgate e/ou manutenção da
vida após um desastre. O intuito é prevenir que as situações de risco não sejam
agravadas nas embarcações.
Para isso, medidas são tomadas antes mesmo do começo
da navegação. Até porque, a segurança à bordo deve ser o procedimento principal
antes de qualquer coisa. Dependendo do curso e dos limites em que a embarcação
irá navegar, determinadas estratégias e certos equipamentos serão obrigatórios.
Os profissionais de Salvatagem deverão possuir um
vasto conhecimento na área de segurança em plataformas de petróleo e também
na NR 37. Essa é a Norma Regulamentadora responsável pela Segurança e
Saúde em Plataformas de Petróleo, abaixo nós veremos um pouco mais sobre ela.
Além disso, o curso completo de Salvatagem é
obrigatório para aqueles profissionais que não forem aquaviários, mas que
trabalham a bordo das plataformas. Trabalhadores que ficam ao menos 72h
embarcados também se enquadram na obrigatoriedade do curso.
Equipamentos
de Salvatagem
Os equipamentos de Salvatagem possuem o objetivo de
resgatar as vidas após um desastre marítimo. Eles foram definidos de acordo com
dois documentos importantes do meio, o “International
Convention for the Safety of Life at Sea”, de 1974, SOLAS, capítulo 3; E as
Normas da Autoridade Marítima para Embarcações Empregadas na Navegação em Mar
Aberto, NORMAM 01/DPC, capítulo 4.
Assim,
vemos uma lista de produtos separada da seguinte maneira:
· Equipamentos
de Comunicação;
· Embarcações
Salva-vidas; e
· Equipamentos
Individuais de Salvatagem.
Dentro de cada um deles existe uma relação de
subtítulos com cada tipo de equipamento necessário. Vamos ver mais sobre isso
abaixo.
Equipamentos
de Comunicação
Segundo a legislação, toda a embarcação deverá ser
capaz de cumprir determinados requisitos funcionais obrigatórios durante toda
sua viagem.
Estes
requisitos são os seguintes:
· Transmitir
avisos de socorro do navio para terra por pelo menos dois meios separados e
independentes, usando em cada um deles um serviço diferente de
radiocomunicação;
· Receber
avisos de socorro de terra para bordo;
· Transmitir
e receber avisos de socorro de embarcação para embarcação;
· Transmitir
e receber comunicações de coordenação de busca e salvamento;
· Transmitir
e receber comunicações do local do incidente marítimo;
· Transmitir
e receber informações sobre segurança marítima;
· Transmitir
e receber radiocomunicações em geral de e para sistemas ou redes rádio baseadas
em terra;
· Transmitir
e receber comunicações de passadiço a passadiço;
· Transmitir
e receber sinais destinados à localização através da instalação radar.
Além
disso, também deverá dispor, obrigatoriamente, de cada um dos equipamentos de
telecomunicação da lista abaixo:
· Rádio
VHF capaz de transmitir e receber;
· Instalação
de rádio capaz de manter vigilância para sinais no canal 70;
· Um
radar transponder capaz de operar na banda de 9GHz;
· Um
receptor capaz de receber chamadas pelo sistema internacional NAVTEX;
· Sistema
de rádio capaz de receber informações de segurança marítima pelo sistema
INMARSART (Organização Internacional de Satélite Marítimo);
·
EPIRB
(Emergency Positioning Indicator Radio Beacon);
· Sistema
de endereçamento público.
Todos esses equipamentos são fundamentais para a
Salvatagem e, por isso, além de obrigatórios, são imprescindíveis.
Embarcações
Salva-Vidas
Embarcação Salva-Vidas é uma embarcação do tipo
baleeira: possui proa e popa afiladas. Suporta até no máximo 150 passageiros e
possui propulsão própria. Geralmente é arriada por turcos ou lançada através de
queda livre.
Nos casos de botes orgânicos de abandono ou mesmo
botes de serviço/resgate, estes deverão poder ser lançados ao mar por 2 homens.
No entanto, as embarcações que possuírem massa acima de 90kg deverão ser
lançados por meio de dispositivo de lançamento.
Veja na figura abaixo, retirada do Anexo 4a da NORMAM,
o número de embarcações de sobrevivência e salvatagem necessárias bem como suas
capacidades.
Equipamentos
Individuais de Salvatagem
Depois das Embarcações Salva-vidas e dos Equipamentos
de Comunicação, entram os Equipamentos Individuais de Salvatagem.
São
eles:
· Colete
Salva-Vidas;
· Roupas
de Imersão e Meio de Proteção Térmica;
· Boias
Salva-Vidas;
· Artefatos
Pirotécnicos;
· Aparelho
Lança Retinido.
Vamos
ver um pouco mais sobre cada um deles abaixo.
Coletes
Salva-Vidas
Segundo a NORMAM, os coletes salva-vidas para
Salvatagem deverão ser estivados de modo a serem prontamente acessíveis. Para
isso, sua localização dentro da embarcação deverá ser muito bem indicada.
Assim
sendo, a embarcação deverá dispor de coletes salva-vidas classe II, num
total de:
· 01
colete, tamanho grande, para cada pessoa a bordo, distribuídos nos respectivos
camarotes ou alojamentos;
· 01
para cada leito existente na enfermaria e mais um para o enfermeiro;
· 02
no passadiço;
· 01
na estação-rádio;
· 03
na Praça de Máquinas (se guarnecida) ou no Centro de Controle da Máquina (se
existente).
Roupas
de Imersão e Meio de Proteção Térmica
As Roupas de Imersão serão necessárias dependendo do
número de tripulantes que irá navegar no bote de resgate. Se ocorrer de a
embarcação permanecer constantemente em climas amenos, a roupa de imersão e
proteção térmica poderá ser eventualmente excluída.
Bóias
Salva-Vidas
As Bóias Salva-Vidas deverão ser distribuídas a bordo
de modo que uma pessoa não tenha que se deslocar mais de 12 m para atirá-la na
água. Além disso, pelo menos uma delas em cada bordo deverá possuir uma
retinida flutuante.
Essa retinida deverá ter comprimento igual ao dobro da
altura na qual ficará estivada, acima da linha de flutuação na condição de
navio leve, ou 30m, o que for maior. As boias não deverão ficar presas
permanentemente à embarcação e sim, suspensas com sua retinida em suportes
fixos.
Veja na imagem abaixo, retirada do ANEXO 4B da NORMAM,
a relação do número de bóias em uma embarcação:
Artefatos
Pirotécnicos
Servem para indicar que aquela embarcação ou pessoa em
alto mar encontra-se em perigo. Também são utilizados para a resposta, para
informar que o sinal de socorro foi entendido.
Assim sendo, esses artigos podem ser utilizados tanto
de dia quanto à noite e são designados como sinais de socorro e sinais de
salvamento.
Os
sinais de socorro poderão ser dos seguintes tipos, segundo a NORMAM:
1. Foguete manual estrela vermelha com
paraquedas: este dispositivo, ao atingir 300 m
de altura, ejeta um paraquedas com uma luz vermelha intensa de 30.000 candelas
por 40 segundos. É utilizado em navios e embarcações de sobrevivência para
fazer sinal de socorro visível a grande distância;
2. Facho manual luz vermelha: dispositivo
de acionamento manual que emite luz vermelha intensa de 15.000 candelas por 60
segundos. É utilizado em embarcações de sobrevivência para indicar sua posição
à noite, vetorizando o navio ou aeronave para a sua posição;
3. Sinal fumígeno flutuante laranja: dispositivo
de acionamento manual que emite fumaça por 03 ou 15 minutos para indicar,
durante o dia, a posição de uma embarcação de sobrevivência, ou a de uma pessoa
que tenha caído na água;
4. Sinal de perigo diurno / noturno: o
dispositivo de acionamento manual que, por um dos lados, emite uma luz intensa
vermelha de 15.000 candelas por 20 segundos e pelo outro, fumaça laranja por
igual período. É utilizado nas embarcações para indicar sua posição exata, de
dia ou à noite;
Os sinais de salvamento são utilizados nas
comunicações em fainas de salvamento e tem como característica os sinais
manuais com estrela nas cores vermelha, verde ou branca.
Veja na tabela abaixo, retirada do ANEXO 4C da NORMAM,
o número de artefatos pirotécnicos obrigatórios na embarcação, bem como suas
localizações.
Foram
adotados os valores referentes à embarcação do tipo SOLAS.
Aparelho
Lança Retinido
Ainda como equipamento de Salvatagem, as embarcações
do tipo SOLAS e que forem de apoio marítimo deverão possuir a bordo um aparelho
lança retinido aprovado.
Dessa
forma, este aparelho retinido deverá:
1. Poder
lançar uma retinida a pelo menos 230 m, com precisão aceitável;
2. Incluir
não menos que 04 projéteis para lançamento;
3. Incluir
não menos que 04 retinidas cada;
4. Possuir
instruções claras e sucintas que ilustrem o modo correto de empregar o
aparelho;
5. Estar
contido em um invólucro resistente a umidade e a intempéries.
Além disso, também serão aceitos outros tipos de
aparelho lança-retinidos. No entanto, eles precisarão ser aprovados previamente
e possuir capacidade para efetuar no mínimo 04 lançamentos.
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