NOVA
NORMA VAI REGULAMENTAR ATIVIDADES DE LIMPEZA URBANA
O Grupo de Trabalho encarregado de verificar e estudar
as condições de segurança e higiene nos serviços de limpeza urbana apresentou
nesta terça-feira (30), em 1Brasília, o texto base da Norma Regulamentadora
(NR) do setor. O grupo é formado por auditores-fiscais do Trabalho da
Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) e técnicos da Fundacentro.
O texto, discutido em audiência pública na sede do Ministério do Trabalho,
aponta os requisitos mínimos para a gestão de segurança, saúde e conforto nesse
tipo de atividade. "Precisamos ter atitude para envolver toda a sociedade,
criando a consciência sobre a importância dessa atividade e das medidas de
segurança para esses trabalhadores", afirmou o ministro do Trabalho, na
abertura da audiência.
As atividades de limpeza urbana que serão regulamentadas pela NR envolvem a
coleta de resíduos sólidos, varrição, transbordo, manutenção de áreas verdes,
tratamento de resíduos, ponto de recolhimento de resíduos (ecoporto), triagem
de recicláveis e destinação final. O texto também abrange raspagem e pintura de
meio-fio, capina e roçagem de terrenos, lavagem e conservação de monumentos e
de túneis, varrição e lavagem de feiras, vias e praças.
São atividades consideradas insalubres e que expõem os trabalhadores a riscos
físicos, ergonômicos, biológicos e de acidentes. "Uma norma que ofereça
segurança ao trabalhador que trata com esses resíduos é de fundamental
importância", destacou o ministro. "E o diálogo social, através de
uma audiência pública com empregadores, trabalhadores e governo, é o caminho
mais correto para produzir normas que possam ser efetivamente cumpridas."
Integridade - Os itens previstos incluem desde a organização das atividades, o
material de apoio e vestimentas, veículos, máquinas e equipamentos, até o
suprimento de água potável e fresca, além de banheiros e pontos de apoio no
trajeto da coleta de resíduos. "A intenção é trazer mais condições de
saúde e integridade a esses trabalhadores", explicou o secretário
substituto de Inspeção do Trabalho, João Paulo Ferreira Machado.
Um dos direitos assegurados é a recusa de fazer a coleta, quando o material
estiver acondicionado de forma irregular ou oferecer risco à saúde ou segurança
pessoal. "Quem produz e separa os resíduos dentro de casa também tem
responsabilidade com a segurança desses trabalhadores. As normas não terão
resultado efetivo, se não houver consciência de todos", lembrou o ministro
Ronaldo Nogueira.
O presidente da Fundacentro, Paulo Arsego, reforçou que a sociedade deve dar
importância à categoria. "Muitas vezes, a população só lembra que esses
trabalhadores existem quando eles entram em greve e o lixo não é
recolhido", enfatizou.
Precarização - O procurador Raimundo Lima Ribeiro, representante do Ministério
Público do Trabalho, disse que a NR é necessária, devido à "precarização
das condições de trabalho" dos profissionais de limpeza urbana. "O
texto atende aos principais problemas de segurança e saúde, tratando do controle
e da prevenção de acidentes e de adoecimento de trabalhadores", afirmou.
Para Washington Santos, o Maradona, representante da
bancada dos trabalhadores na Comissão Tripartite Paritária Permanente (CTPP), a
audiência pública representou um "momento sublime, porque antes as normas
de segurança no trabalho eram discutidas apenas nos gabinetes".
Já o representante dos empregadores, Ariovaldo Caodaglio, diretor da Associação
Brasileira de Resíduos Sólidos e Limpeza Pública (ABLP), lembrou que essas
normas vão ser aplicadas em todos os municípios, não apenas nos grandes
centros. "Os municípios têm uma importância muito grande em relação ao que
vai ser construído (com a NR), porque os serviços de limpeza urbana não são
responsabilidade dos Estados ou da União", destacou.
ENTENDA O PROCESSO
· O
texto do Grupo de Trabalho formado por auditores fiscais do Trabalho da
Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) e técnicos da Fundacentro estava
aberto a contribuições públicas pela internet desde janeiro deste ano.
· Outros
três encontros - em São Paulo, Porto Alegre e Salvador - já haviam sido
realizados para receber e avaliar as sugestões de empregados e empregadores do
setor.
· Agora,
todas as contribuições apresentadas até o dia 30 de maio, nas audiências
públicas e pela internet, serão analisadas pela Coordenação-Geral de
Normatização e Programas do Ministério do Trabalho.
· Depois,
o texto será encaminhado a uma Comissão Tripartite, formada por representantes
dos trabalhadores, empregadores e do governo, para novos debates e deliberações.
Essa comissão finalizará, por consenso, o texto da nova Norma Regulamentadora.
· Concluídos
os trâmites nessa Comissão Tripartite, será publicada uma portaria pelo
Ministério do Trabalho, constituindo a nova Norma Regulamentadora para os
serviços de limpeza urbana.
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