COMO
É DEFINIDO UM LIMITE (TLV) DA ACGIH?
Definir um Limite de Tolerância (TLV) não é uma tarefa
trivial. Não há fórmulas mágicas ou tabelas prontas que possam ser diretamente
aplicadas para estabelecer esses parâmetros essenciais à segurança e à saúde no
trabalho. É um processo que transcende a simples análise numérica, exigindo uma
compreensão profunda dos efeitos dos agentes físicos, químicos e biológicos
sobre o corpo humano. Por esta razão, a Conferência Americana de Higienistas
Industriais Governamentais (ACGIH) reúne um comitê diversificado, composto por
profissionais e cientistas das mais variadas áreas. Este comitê tem a missão de
definir limites para uma ampla gama de riscos ocupacionais, com o objetivo
último de proteger os trabalhadores.
Primeiros
passos para a definição de um TLV
Quando um agente químico ou qualquer substância está
sendo investigada, seja porque está sendo estudado pela primeira vez ou porque
estão atualizando informações importantes sobre ele, entra na lista de ‘Em
Estudo’ de um comitê especial. Esse comitê olha para várias coisas antes de
decidir estudar algo: quão comum é, como é usado, quantas pessoas entram em
contato com ele, o que a ciência já sabe, se já temos diretrizes de segurança
ou não, há quanto tempo essas diretrizes existem e o que o público pensa ou
sugere. Essa lista ‘Em Estudo’ é basicamente um convite aberto para que
qualquer um que tenha informações relevantes – estudos, dados, opiniões –
compartilhe com o comitê. Mas tem um porém: essas informações precisam ser bem
fundamentadas, com estudos sérios por trás, e se forem dados ainda não
publicados, o dono desses dados precisa dar um ok por escrito para que possam
ser usados. Tudo isso ajuda o comitê a focar nas questões de saúde e segurança,
sem se preocupar com custos ou questões técnicas.
Desenvolvimento
da documentação para TLV’s e BEI’s
O time por trás da lista de ‘Em Estudo’ começa seu
trabalho mergulhando em pesquisas científicas e estudos que ainda não foram
compartilhados com o público. Eles estão em busca de informações preliminares
para ajudar a definir ou atualizar os limites seguros de exposição a
substâncias químicas. Eles dão uma olhada cuidadosa nos estudos que mostram os
efeitos de ser exposto a estas substâncias, prestando atenção especial àqueles
que indicam até que ponto alguém pode ser exposto sem sofrer danos sérios, e se
esses efeitos são reversíveis. E, sempre que possível, eles preferem usar dados
obtidos de experiências com humanos.
Depois de reunir todas essas informações, eles
preparam um documento inicial com suas recomendações para os TLVs (Limites de
Exposição Permitidos) ou BEI’s (Indicadores Biológicos de Exposição). Este
documento e as recomendações passam por muitas revisões pelo comitê, que pode
mudar bastante coisa antes de decidirem que estão prontos. Todo esse processo
acontece internamente, e eles não compartilham suas descobertas com o público
até que estejam prontos para anunciar oficialmente mudanças propostas, mantendo
os autores anônimos até lá.
Publicação
e Convite à Contribuição
Depois que o comitê dá o sinal verde, a ACGIH leva
adiante as recomendações e os valores sugeridos para os limites de exposição
(TLVs) ou indicadores biológicos (BEIs) até a diretoria. Lá, essas sugestões
podem ser oficialmente aceitas como propostas para mudança ou para novas
regras. Uma vez aprovadas, elas são publicadas na internet para que todo mundo
possa ver e dar sua opinião. Essa etapa é super importante porque permite que
membros da ACGIH e outros especialistas na área revisem e comentem sobre as
propostas, trazendo novas informações ou pontos de vista que talvez não tenham
sido considerados antes. Se aparecerem novas evidências importantes, o comitê
pode até revisitar e ajustar as propostas antes que elas sejam confirmadas de
novo pela diretoria.
Conclusão
e publicação de TLV’s e BEI’s
Se, depois de todo o processo de revisão e consulta
pública, o comitê não encontrar nenhum novo dado que faça mudar de ideia sobre
as suas recomendações para um limite de exposição (TLV) ou indicador biológico
(BEI) — ou qualquer observação importante que estivesse em debate —, eles podem
seguir em frente e sugerir que a diretoria da ACGIH oficialize essa
recomendação. Uma vez que o comitê concorda e a diretoria dá o seu ok, esse TLV
ou BEI é adicionado ao livro anual da ACGIH, que reúne todos esses limites e
indicadores. Além disso, toda a documentação detalhada sobre eles é preparada
para ser publicada tanto em formato impresso quanto disponibilizada na
internet.
Gostou do conteúdo? Conte para gente nos comentários e
não deixe de compartilhar nas redes sociais.
Siga o Blog e Deixe seu comentário e compartilhe este
artigo em suas redes sociais para que mais pessoas se informem sobre
o tema.
Nenhum comentário:
Postar um comentário