quarta-feira, 31 de julho de 2024

 





 

COMO LIDAR COM RISCOS E ACIDENTES

 


 

Acidentes causados por queda, como já explicamos, é o tipo de acidente do trabalho que mais mata no País.

Desse modo, se você̂ quer garantir que nada de errado aconteça com seus funcionários, é preciso seguir à risca as recomendações da lei.

Além do óbito, os trabalhadores em altura estão vulneráveis a lesões graves, inclusive da coluna, podendo ficar paraplégicos ou tetraplégicos — entre outros tipos de consequências do trauma. Mesmo que não caiam, os trabalhadores que passam muito tempo suspensos em alturas elevadas podem sofrer dificuldades respiratórias.

Por tudo isso, além da capacitação que mencionamos no tópico anterior, as companhias precisam providenciar o PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional), com avaliações médicas em intervalos determinado pela lei, de acordo com o tipo de risco.No caso de incompatibilidades de um empregado com o trabalho em altura, é dever da empresa impedir que esse profissional seja submetido a tal atividade.

 

Qualquer trabalho em altura requer uma AR (Análise de Risco) antes de ser iniciado. Quando essa atividade acontecer em áreas externas, são essenciais cuidados extras como a avaliação das ameaças climáticas, incluindo as condições de chuva, de ventos e de temperatura.

 

Tempestades ou até mesmo chuvas amenas são capazes de causar hipotermia e, nessa situação, será imprescindível um traje apropriado. Já o calor intenso pode gerar desidratação e desmaios e, por esse motivo, é outro cenário que exigirá mais medidas de precaução.

 

Do mesmo modo, outros fatores podem agravar o perigo de um trabalho dessa natureza. É o caso da exposição a gases e vapores tóxicos, da proximidade com condutores elétricos, da operação em lugares com pouca iluminação e nos terrenos instáveis, vulneráveis a soterramentos e deslizamentos.

 

Veja as ameaças que devem ser consideradas antes de começar qualquer trabalho com risco de queda:

# o local em que os serviços serão executados e seu entorno;

# o isolamento e a sinalização no entorno da área de trabalho;

# o estabelecimento dos sistemas e pontos de ancoragem;

# as condições meteorológicas adversas;

# a seleção, a inspeção, a forma de utilização e a limitação de uso dos sistemas de proteção coletiva e individual, atendendo às normas técnicas vigentes, às orientações dos fabricantes e aos princípios da redução do impacto e dos fatores de queda;

# o risco de queda de materiais e ferramentas;

# os trabalhos simultâneos que apresentem riscos específicos;

# os riscos adicionais;

# as situações de emergência e o planejamento do resgate além de primeiros socorros, de forma a reduzir o tempo da suspensão inerte do trabalhador;

# a necessidade de sistema de comunicação;

# e a forma de supervisão;

# Ter a certeza de possuir os equipamentos que compõe o sistema de proteção contra quedas compatível com o trabalho a ser realizado.

 

Fonte: E-book Conect: Guia do trabalho em altura – Tudo que você precisa saber.





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USO DE ADORNOS: COMO EVITAR ACIDENTES NO LOCAL DE TRABALHO

 


 

Uso de Adornos: Como Evitar Acidentes no Local de Trabalho

O uso de adornos no ambiente de trabalho é uma forma comum de expressar estilo pessoal, mas é fundamental equilibrar a expressão individual com a segurança e as normas do local de trabalho. Anéis, brincos, pulseiras e correntes podem adicionar um toque de elegância ao visual, porém é necessário estar ciente dos riscos associados e das diretrizes estabelecidas, especialmente pela Norma Regulamentadora NR 32.

Este artigo fornece informações sobre o uso de adornos e sua relação com acidentes de trabalho. Mostraremos exemplos, características, como evitar tais acidentes, e a importância do cumprimento das normas regulamentadoras.

 

O que se caracteriza como adorno?

·      Anéis

·      Colares

·      Brincos

·      Pulseiras

·      Relógios

·      Correntes

·      Pingentes

·      Piercings

·      Óculos de sol

·      Lenços e Echarpes

·      Cachecóis

·      Gravatas

·      Acessórios para Cabelo

·      Fones de ouvido

 

Quais os riscos de adornos no local de trabalho?

O uso inadequado ou excessivo de adornos pode apresentar diversos riscos que vão desde questões de segurança até problemas de saúde e higiene. Dentre os principais riscos citamos:

·      Acidentes por Prendimento

Adornos como colares, pulseiras ou roupas muito ornamentadas podem ficar presos em máquinas, equipamentos ou objetos, aumentando o risco de acidentes.

 

Comprometimento da Segurança em Setores Específicos

Em ambientes de trabalho que lidam com substâncias químicas, materiais biológicos ou máquinas industriais, adornos podem representar riscos específicos à segurança, como contaminação, reações químicas adversas ou prensagem em máquinas.

 

Problemas de Higiene

Adornos podem acumular sujeira, poeira e bactérias, especialmente se não forem limpos regularmente, comprometendo a higiene no ambiente de trabalho.

 

Riscos de Alergias e Irritações

Materiais dos quais os adornos são feitos, como bijuterias ou tecidos, podem causar alergias ou irritações cutâneas em algumas pessoas.

 

Desconforto durante o Trabalho

Adornos excessivos ou inadequados podem causar desconforto físico durante a realização de tarefas, especialmente em trabalhos que requerem movimentos repetitivos.

 

Não Conformidade com Normas Regulamentadoras

Em setores específicos, como saúde, é possível que o uso de adornos não esteja em conformidade com normas regulamentadoras específicas, como a NR 32, que trata da segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde.

 

Riscos Biológicos em Ambientes de Saúde

Em ambientes de saúde, como hospitais e clínicas, adornos podem representar riscos biológicos, já que podem abrigar microorganismos e dificultar práticas adequadas de higiene.

Para mitigar esses riscos, é importante que os trabalhadores estejam cientes das políticas e regulamentos da empresa em relação ao uso de adornos e que a escolha desses elementos leve em consideração o ambiente de trabalho e as atividades desempenhadas. Em alguns casos, pode ser necessário seguir diretrizes específicas para garantir um ambiente seguro para todos.

 

Tipos de acidentes envolvendo adornos na indústria

Na indústria, o uso inadequado de adornos pode resultar em uma variedade de acidentes. Veja alguns exemplos: 

Prendimento em Máquinas e Equipamentos - Anéis, pulseiras ou outros adornos podem ficar presos em partes móveis de máquinas, causando ferimentos, amputações ou contusões.

Riscos de Engate em Equipamentos Móveis -  Adornos podem enganchar-se em equipamentos móveis, como empilhadeiras ou veículos industriais, resultando em acidentes e lesões.

Desconforto e Restrição de Movimentos -  Adornos inadequados podem causar desconforto durante a realização de tarefas que envolvem movimentos físicos, impactando a eficiência e a segurança do trabalhador.

Acidentes em Linhas de Produção - Adornos podem representar riscos em linhas de produção, especialmente se estiverem relacionados a processos automatizados ou montagem de produtos.

Problemas com Equipamentos de Proteção Individual (EPI) -  Adornos podem interferir no uso adequado de Equipamentos de Proteção Individual, como capacetes ou óculos de proteção, reduzindo a eficácia desses dispositivos de segurança.

Riscos de Choque Elétrico - Adornos condutores de eletricidade, como bijuterias metálicas, podem aumentar o risco de choque elétrico em ambientes onde a eletricidade está presente.

 

Para evitar esses acidentes na indústria, é necessário implementar políticas claras sobre o uso de adornos, fornecer treinamento adequado aos trabalhadores, realizar avaliações de riscos regulares e promover uma cultura de segurança. O cumprimento das normas de segurança é fundamental para garantir um ambiente de trabalho seguro e produtivo.

 

O que diz a NR 32 sobre adornos

A NR 32, trata das condições de segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde. Ela estabelece diretrizes e requisitos específicos para garantir a proteção dos trabalhadores que atuam nesse setor. No que diz respeito aos adornos, a NR 32 estabelece algumas restrições para prevenir riscos de contaminação e garantir a segurança dos profissionais de saúde. Alguns pontos importantes incluem:

Uso de Adornos: A NR 32 proíbe o uso de adornos que possam se tornar fontes de contaminação em ambientes onde há risco biológico. Isso inclui brincos, anéis, pulseiras, colares, relógios de pulso, entre outros.

Objetivos de Segurança e Assepsia: A proibição de adornos tem como objetivo principal evitar acidentes com objetos pontiagudos, prevenir a contaminação cruzada e facilitar a assepsia das mãos e antebraços, garantindo um ambiente de trabalho seguro e adequado às exigências do setor de saúde.

Uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI): Quando necessário, a NR 32 ressalta a importância de utilizar Equipamentos de Proteção Individual (EPI), os quais devem ser compatíveis com o ambiente de trabalho e não devem ser prejudicados por adornos.

Uniformes: A norma também destaca a importância do uso de uniformes adequados para a prevenção de contaminação, sendo esses elementos fundamentais para a segurança e higiene dos trabalhadores.

É importante que os profissionais e empregadores do setor de saúde estejam cientes e cumpram as disposições da NR 32 para garantir um ambiente de trabalho seguro e em conformidade com as normas regulamentadoras. Essas medidas contribuem para a proteção dos trabalhadores e para a promoção de condições adequadas de saúde e segurança nos serviços de saúde.

 

Como evitar acidentes com uso de adornos

Evitar acidentes relacionados ao uso de adornos no ambiente de trabalho requer conscientização, políticas claras e boas práticas de segurança. A seguir elencamos algumas orientações importantes:

 

Conscientização e Treinamento

Realize treinamentos regulares para conscientizar os funcionários sobre os riscos associados ao uso inadequado de adornos e a importância de seguir as políticas de segurança.

 

Políticas Claras

Estabeleça políticas claras sobre o uso de adornos no local de trabalho, especialmente em setores que envolvem riscos específicos, como saúde e indústrias.

 

Cumprimento das Normas Regulamentadoras

Em setores regulamentados, como serviços de saúde, siga as diretrizes específicas da NR 32, que proíbe o uso de adornos em ambientes com riscos biológicos.

 

Uso Adequado de Equipamentos de Proteção Individual (EPI)

Incentive o uso adequado de EPI’s, garantindo que os adornos não interfiram na eficácia desses equipamentos.

 

Adequação ao Ambiente de Trabalho

Considere a natureza do trabalho ao escolher adornos. Em ambientes industriais, por exemplo, evite itens que possam ficar presos em máquinas.

 

Adaptação ao Tipo de Trabalho

Em funções que envolvem movimentos repetitivos, opte por adornos que não restrinjam a liberdade de movimento ou causem desconforto.

 

Promoção da Cultura de Segurança

Cultive uma cultura de segurança no local de trabalho, onde os funcionários compreendam a importância da segurança e colaborem ativamente para mantê-la.

 

Avaliação de Riscos

Realize avaliações de riscos periódicas para identificar áreas específicas onde os adornos podem representar riscos e tome medidas preventivas adequadas.

Ao promover práticas seguras e garantir que os trabalhadores estejam cientes dos riscos associados aos adornos, as empresas podem reduzir significativamente a probabilidade de acidentes no local de trabalho. A colaboração entre empregadores e funcionários é fundamental para criar um ambiente de trabalho seguro e produtivo.

 

Conclusão

A presença de adornos no ambiente de trabalho, especialmente na indústria, apresenta riscos significativos que podem afetar a segurança, saúde e eficiência operacional dos trabalhadores. A ocorrência de acidentes, como prendimentos em máquinas, obstrução de equipamentos, desconforto físico e riscos de contaminação, destaca a importância de abordar esse tema de maneira séria e proativa.

As políticas claras sobre o uso de adornos, alinhadas às normas regulamentadoras aplicáveis, são fundamentais para prevenir acidentes. A conscientização dos trabalhadores sobre os riscos associados e a promoção de uma cultura de segurança contribuem para um ambiente de trabalho mais seguro e produtivo.

A avaliação contínua de riscos, treinamentos regulares e a adaptação das práticas laborais ao ambiente específico são práticas essenciais. Além disso, é necessário que os empregadores forneçam Equipamentos de Proteção Individual adequados e incentivem seu uso correto.

Ao adotar abordagens preventivas e promover uma cultura de segurança sólida, é possível criar ambientes laborais mais seguros, onde os trabalhadores podem desempenhar suas funções de maneira eficaz, minimizando os riscos associados ao uso de adornos.





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terça-feira, 30 de julho de 2024

 





 

AVALIAÇÃO DE AGENTES QUÍMICOS NO PIOR CENÁRIO

 

 


 

A higiene ocupacional desempenha um papel crucial na proteção da saúde e segurança dos trabalhadores expostos a agentes químicos no ambiente de trabalho. Em certos casos, podem ser necessárias avaliações e uma estratégia de amostragem é essencial para o sucesso das avaliações e também para economia do cliente. Uma estratégia muito utilizada é a coleta no pior cenário. 

  

Avaliação no pior cenário 

Na amostragem de pior cenário, seleciona-se de forma não aleatória os trabalhadores em que se acredita, subjetivamente, terem as maiores exposições. Se nenhuma amostra de pior cenário exceder o(s) limite(s) de exposição ocupacional, podemos estar subjetivamente satisfeitos (mas não estatisticamente confiantes) de que o perfil de exposição é aceitável.  

Por exemplo, os operadores de fábrica que têm funções de trabalho semelhantes dentro de uma unidade de produção de uma fábrica podem ser identificados como um grupo homogêneo de exposição (GHE). Para esses trabalhadores, uma exposição de pior cenário pode ocorrer em um dia em que sua unidade de processo gere a maior produção. Tal dia seria subjetivamente considerado o período de exposição de pior cenário e alvo de avaliação.  

 

Vantagens e limitações 

As vantagens em utilizar esse método para a amostragem dos agentes químicos é que menos amostras são normalmente coletadas para tomar uma decisão, e habilidades estatísticas não são necessárias.  

Porém, baseia-se em julgamentos subjetivos sobre as piores condições de exposição, é difícil de capturar o(s) período(s) real(is) de exposição no pior cenário, exige que o higienista ocupacional reconheça as condições ambientais e as práticas de trabalho dos funcionários que têm o efeito mais significativo nas exposições dos funcionários, e decisões sobre a aceitabilidade da exposição são feitas sem um nível conhecido de confiança. 

 

Utilizar esse método de amostragem de agentes químicos apresenta algumas vantagens, como a coleta de menos amostras para tomada de decisão, dispensando a necessidade de habilidades estatísticas. 

Porém, é importante ressaltar que esse método se baseia em julgamentos subjetivos para identificar as piores condições de exposição, o que dificulta a captura dos períodos reais dos piores cenários de exposição. Além disso, requer que o higienista ocupacional conheça a fundo as condições ambientais e as práticas de trabalho que mais afetam as exposições dos funcionários, e as decisões sobre a aceitabilidade da exposição são tomadas sem um nível conhecido de confiança. 

 

 

 

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JOVEM APRENDIZ PODE RECEBER INSALUBRIDADE?

 

 


 

Um dos desafios do Jovem no mercado de trabalho é encontrar uma primeira oportunidade de emprego que respeite o fato dele ser uma pessoa em desenvolvimento e que o estimule a continuar os estudos e o desenvolvimento profissional. 

Por isso, os Programas de Aprendizagem – como o Programa Jovem Aprendiz – foram criados e sustentados pela lei. E a lei também garante direitos trabalhistas e previdenciários, como insalubridade, para esses profissionais. 

 

O que é o programa jovem aprendiz? 

O programa de trabalho Jovem Aprendiz é uma lei que tem como objetivo inserir e capacitar jovens entre 14 e 24 anos no mercado de trabalho. Ela estabelece que empresas de pequeno e grande porte devem ter entre 5 e 15% de colaboradores nessa modalidade

 

O art. 45 do Decreto nº 9.579, de 22 de novembro de 2018, estabelece que: 

“Contrato de aprendizagem é o contrato de trabalho especial, ajustado por escrito e por prazo determinado não superior a dois anos, em que o empregador se compromete a assegurar ao aprendiz, inscrito em programa de aprendizagem, formação técnico-profissional metódica compatível com o seu desenvolvimento físico, moral e psicológico, e o aprendiz se compromete a executar, com zelo e diligência, as tarefas necessárias a essa formação. ”

 

Jovem aprendiz e insalubridade 

 

O que diz a constituição?  

“XXXII – proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de 18 anos e de qualquer trabalho a menores de 16 anos, salvo na condição de aprendiz. ”

 

E mais, no decreto n. 5.598/2005: 

“Art. 11. A contratação de aprendizes deverá atender, prioritariamente, aos adolescentes entre quatorze e dezoito anos, exceto quando:

I – As atividades práticas da aprendizagem ocorrerem no interior do estabelecimento, sujeitando os aprendizes à insalubridade ou à periculosidade, sem que se possa elidir o risco ou realizá-las integralmente em ambiente simulado; 

II – A lei exigir, para o desempenho das atividades práticas, licença ou autorização vedada para pessoa com idade inferior a dezoito anos;

III – A natureza das atividades práticas for incompatível com o desenvolvimento físico, psicológico e moral dos adolescentes aprendizes. ” 

 

Ou seja, o jovem aprendiz menor que 18 anos não pode receber insalubridade, e mais do que isso, ele não pode trabalhar em um ambiente insalubre ou em condições perigosas. Apenas o jovem aprendiz maior de 18 anos pode realizar atividades profissionais sob essas circunstâncias. 

 

 

 

 

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segunda-feira, 29 de julho de 2024

 





 

6 AÇÕES QUE REDUZEM A PERDA AUDITIVA

 

 


 

No Brasil, 5% da população apresenta alguma deficiência auditiva ou perda auditiva. Ou seja, mais de 10 milhões de cidadãos apresentam a deficiência e 2,7 milhões têm surdez profunda, ou seja, não escutam nada, conforme o IBGE. A perda auditiva pode ser associada a diferentes fatores, entre os quais está o envelhecimento da população e o ruído elevado nos ambientes de trabalho.

A perda auditiva varia de leve a severa e são trabalhadores enquadrados no grupo com deficiência auditiva. É uma pessoa que se comunica frequentemente pela linguagem oral e faz uso de aparelhos auditivos ou implantes cocleares – dispositivos eletrônicos parcialmente implantados capazes de transformar sons em estímulos elétricos enviados diretamente ao nervo auditivo.

O ruído é considerado o agente físico nocivo mais comum encontrado nos ambientes de trabalho das nossas indústrias e que provoca a perda auditiva do trabalhador, lesão que consiste na Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR).

Entre os anos de 2007 e 2022, foram notificados 9.244 casos de PAIR no Brasil. Em 2022, o estado de São Paulo foi o que mais registrou notificações no país (n=89), seguido por Minas Gerais (n=77) e a Bahia (n=45). A elevada exposição do colaborador ao ruído está provocando um agravo à própria saúde. A essa exposição também podemos somar maus hábitos como, por exemplo, ouvir música alta em fones de ouvido, carros, trio elétricos, shows, infecção no ouvido, entre outros.

A perda auditiva dos colaboradores ocasionada no ambiente ocupacional está relacionada principalmente pela exposição de altos níveis de ruído. Mas não é o único agente causador da doença ocupacional.

Vibrações de britadeiras, o calor das caldeiras e vários produtos químicos tóxicos como solventes orgânicos, metais pesados e combustíveis também podem afetar a audição. Quando esses fatores estão associados, o risco de perda auditiva se torna ainda maior.

Considera-se Perda Auditiva Ocupacional (PAO), propriamente dita, o dano ao aparelho auditivo de um ou dos dois ouvidos lesionados decorrentes de fatores relacionados ao ambiente de trabalho, dependendo da frequência de exposição, intensidade, dose do produto químico e tempo que o colaborador fica exposto.

Operadores de máquinas, mineradores, metalúrgicos, siderúrgicos e pedreiros são alguns exemplos de profissionais que ficam expostos a risco de perda auditiva. Além disso, a literatura associa que a exposição ocupacional ao ruído é um agente causador de acidentes de trabalho.

 

Quais são os Limites de Tolerância do Ruído?

O colaborador que é exposto a ruídos deve fazer obrigatoriamente exame de audiometria no admissional, periodicamente a cada seis meses e no demissional.

 

Além disso, nos casos que ultrapassam os limites de tolerância auditiva devem ser aplicadas medidas preventivas como:

·      Uso e Controle de EPI.

·      Redução da fonte de ruído.

·      Diminuição do tempo ou do nível de exposição.

·      Exames auditivos.

·      Treinamento dos colaboradores.

·      Monitoramento dos níveis de ruído.

 

A Norma Regulamentadora – NR 15 destaca que o limite de tolerância é de 85 dB e se refere ao ruído contínuo, cuja jornada de trabalho é de até 8 horas. Para ocupações que excedem este limite, o turno de trabalho deve ser reduzido pela metade conforme o aumento de cada 5 dB – utilizando como parâmetro o limite de 85 dB.

 

Ou seja, ambiente cuja medição é de 90 dB, a jornada de trabalho deve ser de apenas 4 horas (240 minutos). Isso apenas reduz a quantidade de horas trabalhadas, não excluindo o uso de EPI, que continua obrigatório, principalmente porque aumenta-se o risco de exposição.

Locais onde é preciso gritar para ser ouvido demonstram que a intensidade do som está afetando o desempenho do trabalho e também devem ser adotadas medidas de proteção. Outro sinal que requer atenção é quando o colaborador sente os ouvidos zumbirem após o expediente.

Vale ressaltar que sons que ultrapassam o limite de tolerância interferem também na saúde mental, aumentam a tensão psicológica, afetam a concentração do colaborador, provocam irritação e fadiga.

 

Impactos do Ruído no Ambiente de Trabalho

Além de afetar o aparelho auditivo e até a produtividade dos profissionais, o ruído pode atuar como um agente causador indireto de acidentes de trabalho.

Barulho excessivo prejudica a comunicação, podendo acarretar distrações e comprometer o entendimento referente a orientações de trabalho. Prejudica também a escuta dos sinais de alarme em casos de emergência.

Caso haja alteração do histórico de saúde do colaborador, onde os exames comprovam a perda auditiva como causa de doença do trabalho, a empresa é responsável por indenizar esse funcionário.

Além disso, os prejuízos para a empresa podem aumentar. A comunicação de CAT vai interferir negativamente no Cálculo do FAP (Fator Acidentário de Prevenção) e, consequentemente, aumentar a alíquota do imposto RAT (Risco de Acidente de Trabalho).

 

Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR) e outras Doenças Auditivas

A PAIR é uma lesão caracterizada pela diminuição gradual da acuidade auditiva, decorrente da exposição continuada ao ruído, associado ou não a substâncias químicas, no ambiente de trabalho. É sempre neurossensorial, geralmente bilateral, irreversível e passível de não progressão, uma vez cessada a exposição ao ruído.

A PAIR é associada ao zumbido ou “a uma ilusão auditiva que não está relacionada com uma fonte externa de estimulação”, conforme citado nos trabalhos científicos de especialistas. É identificada por meio de um conjunto de procedimentos como anamnese clínica e ocupacional, avaliação audiológica e outros testes complementares, quando necessário.

 

Dentre os sinais e sintomas que caracterizam a PAIR, podemos citar:

·      Percepção de diminuição da capacidade auditiva.

·      Zumbido.

·      Dificuldade do entendimento da fala.

·      Intolerância a sons mais elevados.

·      Dificuldades em localizar a fonte de som.

·      Dificuldade de atenção e concentração durante realização de tarefas.

·      Dor de cabeça.

·      Tontura.

·      Isolamento.

·      Alterações do sono.

·      Ansiedade e irritabilidade

 

6 Ações para Reduzir a Perda Auditiva

As medidas preventivas destacadas na NR 15 colaboram e são básicas para a proteção auditiva dos colaboradores. Outras ações que podemos realizar em um ambiente de trabalho com o objetivo de prevenir a perda auditiva são:

·      Instalar ferramentas, máquinas e equipamentos com os menores níveis de ruído possíveis;

·      Assegurar a efetiva implantação do Planos de Manutenção de máquinas e equipamentos;

·      Instalar barreiras acústicas (no teto, nas paredes) ou cortinas abafadoras entre as fontes de ruído e os funcionários do ambiente de trabalho;

·      Divulgar orientações sobre quanto tempo um trabalhador pode ficar exposto a uma fonte de ruído. É necessário elaborar campanhas específicas para adesão ao uso de EPI pelas empresas, em paralelo às medidas protetivas coletivas, essenciais na perspectiva da Saúde do Trabalhador, em especial, com as trabalhadoras;

·      Operar máquinas com um excessivo ruído durante os períodos que tiver o menor número de colaboradores expostos;

·      Projetar um ambiente silencioso onde os colaboradores possam permanecer e descansar antes de retornar à ocupação onde ficam expostos ao ruído ocupacional. Vale ressaltar que a disposição dos postos de trabalho onde há fontes de ruído devem ser planejados de modo a ficarem afastados de ocupações que exigem atividades mentais.

 

Pesquisas realizadas também indicam que é fundamental investir em programas de conservação auditiva que controlem a emissão de ruídos na fonte, isto é, nas máquinas, equipamentos, ferramentas, ambientes de trabalho, etc. São ações preventivas que permitirão reduzir as perdas auditivas do trabalhador geradas pela exposição ao ruído.

 

 


 

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IMPACTOS DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS NA SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO

 



As mudanças climáticas estão cada vez mais provocando impactos na sociedade. E, é necessário que a segurança e saúde dos trabalhadores seja reforçada para evitar o surgimento de doenças ocupacionais e o registro de acidentes de trabalho.

Os eventos climáticos extremos, principalmente, os relacionados com o calor e a atividade laboral no ambiente ao ar livre com uma elevada exposição ao sol – vem sendo associados por diversas agências e pesquisadores com diferentes doenças do trabalho como, por exemplo, a Dermatite Ocupacional, o Câncer de Pele, entre outros.

O monitoramento da temperatura realizado pelo Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climático (CPTEC) demonstra que a temperatura média do Brasil vem aumentando em diversas regiões. Observa-se que ao projetar variações da temperatura média nos próximos anos ocorre um fenômeno de elevação das temperaturas mínimas (frio) e máximas (calor).

As mudanças provocam a necessidade de adaptar nos próximos anos práticas de proteção e prevenção da saúde e segurança do trabalhador. Observa-se que em todo o Brasil, no mês de julho, a temperatura média foi de 22,97°C, ou seja, um desvio de 1,04°C acima da média histórica, colocando o recente julho como o mais quente já registrado no Brasil desde 1961.

 

Figura (a) – Distribuição Geográfica de Acidentes de Trabalho / (b) Climatologia e (c) Desvio de Temperatura média do ar em 2023, em °C, para o mês de julho. Período de Referência: 1991 – 2020. Fonte: INMET.

 

É necessário que os profissionais que atuam na Segurança e Saúde do Trabalho conscientizem os empregadores sobre a necessidade de criar planos para proteger os trabalhadores do desenvolvimento de doenças relacionadas ao calor. Além disso, é evidente a necessidade de adaptar ou revisar os métodos de trabalho, a organização do trabalho e monitoramento da segurança e saúde do trabalhador.

A saúde do trabalhador ou a manutenção da temperatura corporal interna saudável em um ambiente quente depende da capacidade do corpo se livrar do excesso de calor, ou seja, dissipação de calor. A dissipação de calor ocorre naturalmente por meio da transpiração e do aumento do fluxo sanguíneo para a pele. E, os trabalhadores esfriam mais rapidamente se o calor externo (ambiental) e a atividade física (calor metabólico) forem reduzidos (OSHA).

Entre os sintomas que podem ser associados a exposição do calor extremo estão a sede, irritabilidade, erupção cutânea, cólicas, exaustão pelo calor ou insolação. Problemas da saúde do trabalhador que devem ser evitados com medidas preventivas e com cuidados administrativos e de controle de riscos ocupacionais. Veja a seguir as principais recomendações que podemos adotar!

 

Impactos das Mudanças Climáticas na SST

As pesquisas científicas demonstram que os eventos extremos climáticos (tempestades tropicais, inundações, ondas de calor, seca, incêndios florestais associados, nevascas, furacões, tornados e tsunamis) são decorrentes do aquecimento global ou aumento da temperatura média do planeta.

E, além dos graves impactos na sociedade, na flora e fauna ou ecossistemas naturais, o crescimento da frequência dos eventos extremos climáticos vem provocando a exposição dos trabalhadores as mais adversas condições de trabalho inseguras.

 

Para a Agência Europeia de Segurança e Saúde no Trabalho (OSHA-EU), as alterações climáticas trazem desafios para as atividades econômicas relacionadas com a agricultura e a silvicultura. Ainda, cita que o aumento das temperaturas e da frequência dos eventos climáticos extremos exige a avaliação dos riscos emergentes e a adaptação das práticas de trabalho como, por exemplo, para evitar a exaustão devido ao calor e a exposição a poeiras e doenças.

O relatório especial do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), publicado em 2018, pelo órgão das Nações Unidas (UNEP), projeta um aquecimento global de 1,5°C acima dos níveis pré-industriais e cita que as principais causas são as atividades humanas como, por exemplo, as atividades industriais e transportes, a queima de combustíveis fósseis (derivados do petróleo, carvão mineral e gás natural) para geração de energia, a conversão do uso do solo, agropecuária, o descarte de resíduos sólidos (lixo) e o desmatamento.

 

Para a ONG WWF-Brasil, no Brasil, as mudanças do uso do solo e o desmatamento são responsáveis pela maior parte das nossas emissões de dióxido de carbono (CO2) e fazem o país ser um dos líderes mundiais em emissões de gases de efeito estufa.

As mudanças nas áreas de vegetação florestal vêm acontecendo, principalmente, por atividades como agropecuária e geração de energia e conforme observamos no mapa vem aumentando ao longo dos anos.

Evolução da Cobertura e Uso da Terra do Brasil – Fonte: INDE (2021)

 

É estimado que os riscos relacionados ao clima para a saúde, meios de subsistência, segurança alimentar, abastecimento de água, segurança humana e crescimento econômico aumentem com o aquecimento global de 1,5°C. O relatório do IPCC também destaca que ilhas de calor urbanas frequentemente amplificam os impactos das ondas de calor nas cidades, fenômeno climático que pode ser associado ao crescimento da morbidade e mortalidade relacionadas ao calor.

O calor é um grande risco para a saúde dos trabalhadores que trabalham nos ambientes externos. Pode causar desidratação, exaustão e insolação, e pode até resultar em perda de consciência e um ataque cardíaco em circunstâncias extremas. Exigir o uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI) em condições extremas de calor é um procedimento particularmente desafiador visto que aumenta o esforço e o estresse do trabalho (OSHA-EU).

A agência americana de Segurança e Saúde do Trabalho (OSHA) destaca que trabalhadores expostos as condições de calor e umidade extrema também correm o risco de doenças relacionadas ao calor. O risco de doenças relacionadas ao calor aumenta à medida que o clima fica mais quente e úmido. Esta situação é particularmente séria quando o calor aumenta repentinamente no início da estação quente e os trabalhadores tem dificuldades para se adaptar a temperaturas elevadas.

Estudos também mostram que o estresse que as mudanças climáticas causam em trabalhadores como, por exemplo, os agricultores e silvicultores, está ligado a problemas psicológicos como transtornos de ansiedade, transtornos do humor, estresse e depressão. Da mesma forma, medo, desespero, suicídio, aumento do uso de drogas e mortes relacionadas ao calor têm sido associados a mudanças climáticas adversas (OSHA-EU).

Outros exemplos de trabalhadores que ficam expostos ao calor e passam a maior parte do tempo ao ar livre são os trabalhadores da construção civil, carregadores de bagagens, trabalhadores que atuam nas atividades de transmissão, geração e distribuição de energia, manutenção de grandes equipamentos, jardins, etc. Para a OSHA outros fatores que contribuem com a exposição é a execução das atividades sob a luz solar direta, adicionando até 9ºC ao índice do calor, tempo de execução das atividades e o próprio uso de roupas pesadas.

 

Ações Preventivas para os Trabalhadores

A OSHA destaca que a maioria das fatalidades dos trabalhadores ao ar livre, 50% a 70%, ocorrem nos primeiros dias de trabalho em ambientes quentes nos quais o corpo precisa desenvolver uma tolerância ao calor gradualmente ao longo do tempo. O processo de tolerância de construção é chamado de aclimatação ao calor. A falta de aclimatação representa um importante fator de risco para desfechos fatais.

Entre as principais medidas preventivas para reduzir os impactos das elevadas temperaturas na segurança e saúde do trabalhador estão a consumir líquidos adequados (água e bebidas esportivas), trabalhar em turnos mais curtos, realizar e controlar pausas frequentes e identificar rapidamente quaisquer sintomas de doenças causadas pelo calor.

Para qualquer trabalho realizado ao ar livre e com a exposição do trabalhador aos raios solares é importante adotar um procedimento de controle da temperatura ambiente e corporal. Com essas informações será possível adotar ações preventivas mais eficientes e adequadas para a saúde e segurança dos trabalhadores.

 


 

Índice de Calor – Fonte: OSHA (2021)

Outras medidas administrativas da Segurança e Saúde do Trabalho estão relacionadas com, por exemplo, treinamentos dos supervisores e trabalhadores para desacelerar a atividade física quando estão expostos ao calor extremo, reduzir as velocidades de movimentação manual ou programar o trabalho pela manhã ou turnos mais curtos, com pausas frequentes para descanso na sombra ou pelo menos longe de fontes de calor. Os supervisores podem encorajar os trabalhadores em ambientes quentes a beber líquidos. No mínimo, todos os supervisores e trabalhadores devem receber treinamento sobre sintomas relacionados ao calor e primeiros socorros.

As doenças relacionadas ao calor podem ter um custo substancial para trabalhadores e empregadores. As doenças causadas pelo calor podem contribuir para a diminuição do desempenho, perda de produtividade devido a doenças e hospitalização e, possivelmente, morte. E, para finalizar reforçamos a necessidade de incentivar o fornecimento de água, intervalos de descanso e locais com sombra como prevenção, bem como tratamento para doenças relacionadas ao calor (OSHA).

 




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