O
CUIDADO ATIVO, O SENTIMENTO DE DONO E O ADOECIMENTO DO SESMT
Nesse artigo falamos sobre o Cuidado Ativo, o
sentimento de dono, e por fim, sobre o adoecimento do SESMT.
Falar em sentimento de dono pode parecer um tanto
utópico, mas não é.
Quando
a organização investe em segurança psicológica, quando deixa de fazer segurança
para o trabalhador e passa a fazer segurança com o trabalhador ela cultiva esse
sentimento, aqui vão alguns exemplos:
· Quando
abandona os eventos de segurança monólogos investem em eventos de segurança
participativos;
· Quando
as regras de segurança e check lists deixam de ser escritos no escritório e
passam a ser criadas no pé do andaime com a participação do trabalhador;
· Quando
dá instrução para as equipes tomarem a frente em trabalhos como liberar
trabalhos em espaço confinado, em no trabalho em altura, ou outros de risco;
· Quando
deixa de perguntar quem errou e passa a perguntar o que podemos fazer para
diminuir os erros;
· Quando
a empresa e setor de segurança se preocupam em criar uma cultura de segurança
participativa, existe sim, uma grande chance de ativar o sentimento de dono, a
atitude de dono, o sentimento de pertencimento.
O cuidado ativo é o ápice do que se entende por
sentimento de dono na gestão de segurança dos outros e aceitar que cuidem de
você.
HOMEM, Eduardo M., 2022.
Quando o trabalhador não sente liberdade para se
manifestar, quando ele sente que a sua opinião e o que ele pensa não são
bem-vindos, ele tem de adotar aquela posição conhecida de “isso não é comigo, aqui eu só compro ordens”.
Felizmente algumas organizações já entenderam que não
há como contratar apenas a mão de obra das pessoas, isso porque quando você
contrata uma pessoa você contrata também as ideias dela, os sonhos dela, as
qualidades dela e as limitações dela.
As organizações que querem apenas a mão de obra
possivelmente terão muita dificuldade de contratação nos próximos anos já que a
nova geração de trabalhadores é mais idealista do que a anterior. As empresas
que entenderam isso estão criando culturas organizacionais mais inclusivas,
estão entendendo que o trabalhador tende a estar mais motivado quando ele pode
participar, quando sente que é ouvido, quando sente que sua opinião é
considerada. Nesse caso tende a sentir que genuinamente pertence a aquela
organização, pertence a aquela comunidade.
Trabalhadores e líderes devem ser estimulados a
encontrar formas de colaborar com os assuntos de saúde e segurança. Como diria
grande Scott Geller “O trabalhador só
apoia aquilo que ele ajuda a criar”.
A organização normalmente ganha muito quando o trabalhador
adquire o sentimento de dono, e se sente confortável para atuar utilizando os
princípios do cuidado ativo que são, cuidar de si, cuidar do outro, e se deixar
cuidar.
Ele tende a se sentir confortável para atuar em
qualquer situação abaixo do padrão na sua área ou em outra área. Essa atuação
pode ser tanto numa questão de qualidade, meio ambiente ou segurança no
trabalho.
Até pela quantidade de profissionais de segurança e de
liderança (se comparado aos demais trabalhadores), eles possuem uma visão muito
limitada. Quando apenas eles possuem poder para dar as cartas, há muito risco
de ocorrer em situações abaixo do padrão, e ele sequer ficarem sabendo.
O excesso de controle por parte da liderança e setor
de segurança torna a cultura de segurança imatura, isso porque as pessoas nesse
contexto também tenderão a agirem como imaturas.
Líderes e profissionais de segurança não devem se
deixarem ser seduzidos pela ilusão do controle e do poder. Na verdade, o
excesso de controle e poder, além de criar uma cultura imatura tende a formar
prisioneiros, tornar as pessoas sobrecarregadas de trabalho e isso pode acabar
lhe sugando a saúde e provocando inúmeras doenças como estresse, Burnout e
outros. Isso provavelmente explica o motivo de haver tantos profissionais de segurança
doentes atualmente.
Investir em ter uma cultura organizacional tendo como
prática constante o cuidado ativo é melhor para todos!
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