quinta-feira, 25 de agosto de 2022

 




 

HIGIENE OCUPACIONAL: 

O QUE É E PARA QUE SERVE?




Para as pessoas que não estão muito familiarizadas com o termo, provavelmente a primeira coisa que vem à mente quando escutam ou leem “Higiene Ocupacional” é sobre limpeza no trabalho. No entanto, é importante deixar claro que não é esse o caso. Mas, então, o que seria a tal Higiene Ocupacional?

 

Definição de Higiene Ocupacional

 

A Higiene Ocupacional, também conhecida como Higiene do Trabalho e Higiene Industrial, é uma ciência que tem como objetivo reconhecer, avaliar e controlar os riscos ocupacionais nos ambientes de trabalho. São agentes ambientais que podem causar doenças e danos à saúde dos trabalhadores.

 

Diferença entre Higiene Ocupacional e Segurança do Trabalho

 

Uma dúvida que acaba surgindo: Diferença entre Higiene Ocupacional a Segurança do Trabalho. Portanto, é interessante destacar que a Higiene do Trabalho lida com os riscos do ambiente de trabalho na avaliação propriamente dita de tais riscos – ainda mais se podem dar origem a doenças ocupacionais. A Segurança do Trabalho engloba todas as etapas de prevenção e controle de riscos, na qual a Higiene Ocupacional é uma parte.

 

Quais são as fases da Higiene Ocupacional?

 

Como dito antes, a Higiene Ocupacional visa prevenir, reconhecer, avaliar e controlar os riscos ocupacionais, sendo divididas nas seguintes etapas:

 

1.   Antecipação aos riscos: nessa primeira fase, é fundamental realizar a avaliação de riscos potenciais e tomar medidas preventivas antes que quaisquer processos industriais sejam implementados ou modificados.

2.   Reconhecimento dos riscos: aqui deve-se dar início à avaliação qualitativa em relação à identificação dos agentes físicos, químicos e biológicos presentes no ambiente de trabalho que possam causar danos à saúde e integridade dos trabalhadores. Um estudo deve ser realizado sobre as matérias primas, produtos e serviços, métodos e procedimentos de rotina, processos, instalações e equipamentos.

3.   Avaliação dos riscos: a avaliação quantitativa dos riscos começa nesta etapa, levando em conta os limites de tolerância previamente estabelecidos pela NR 15 -Norma Regulamentadora 15 do Ministério do Trabalho. Limite de tolerância: “Concentração ou intensidade, máxima ou mínima relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente, que não causará danos à saúde do trabalhador durante sua vida laboral.”

4.   Controle dos riscos: por fim, a última fase está ligada à eliminação ou mitigação dos riscos ocupacionais que foram antecipados, reconhecidos e avaliados no ambiente.

 

O que são agentes de riscos ocupacionais / ambientais?

 

Os agentes de riscos ocupacionais podem ser divididos em cinco categorias: agentes físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e de acidentes presentes no ambiente de trabalho. São agentes que podem provocar danos à saúde e à integridade do trabalhador de acordo com a sua natureza, concentração, intensidade e tempo de exposição.

 


ü Agentes de Riscos físicos: são os criados por máquinas ou condições físicas do ambiente ocupacional. Exemplos: ruídos, vibrações, radiações ionizantes e não ionizantes, frio, calor, pressões, umidade.

ü Agentes de Riscos físicos: são os criados por máquinas ou condições físicas do ambiente ocupacional. Exemplos: ruídos, vibrações, radiações ionizantes e não ionizantes, frio, calor, pressões, umidade.

ü Agentes de Riscos químicos: são riscos derivados de substâncias químicas em estado líquido, sólido ou gasoso e, caso absorvidos pelo organismo, podem gerar reações tóxicas aos trabalhadores. Exemplos: poeiras, gases, neblinas, fumos. Névoas, vapores, substâncias ou produtos químicos em geral.

ü Agentes de Riscos biológicos: os agentes de riscos biológicos podem causar doenças devido à contaminação e pela natureza da atividade. Exemplos: vírus, bactérias, protozoários, parasitas, fungos e bacilos.

ü Agentes de Riscos ergonômicos: aqueles que podem gerar distúrbios psicológicos e fisiológicos, provocando alterações no organismo, distúrbios ou lesões musculoesqueléticas e alteração emocional. Exemplos: esforço físico intenso, levantamento de peso, postura inadequada. Situações de estresse, longas jornadas de trabalho e em período noturno, controle rígido de produtividade. Monotonia e repetitividade, rotinas intensas, etc.

ü Agentes de Riscos mecânicos ou de acidentes: por último, esses acontecem em função de condições físicas do ambiente de trabalho que podem colocar a saúde e integridade do trabalhador em risco. Exemplos: máquinas e equipamentos sem proteção ou com defeito, ferramentas inadequadas ou defeituosas, iluminação com problemas, eletricidade, trabalho em altura, etc.

 

 


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O PROFISSIONAL DE SEGURANÇA DO TRABALHO NO BRASIL

 



O profissional de segurança do trabalho no Brasil é regulamentado em 1985, sendo reconhecido como profissão que envolve a segurança do trabalho como foco principal. Conheça o histórico da segurança do trabalho no Brasil, até as dificuldades e desafios desta profissão.

 

Breve Histórico da Segurança do Trabalho no Brasil

 

A industrialização do Brasil é lenta e a passagem do artesanato à indústria é demorada. Traçando um pequeno histórico da legislação trabalhista brasileira, destacamos:

 

·       Em 15 de janeiro de 1919 é promulgada a primeira Lei nº 3724 sobre Acidente de trabalho, já com o conceito do risco profissional. Esta mesma Lei é alterada em 5 de março do mesmo ano pelo Decreto 13.493 e em 10 de julho de 1934, pelo Decreto 24.637. Em 10 de novembro de 1944, é revogada pelo Decreto Lei 7.036 que dá às autoridades do Ministério do Trabalho a incumbência de Fiscalizar a Lei dos Acidentes do Trabalho.

·       Em 01 de Maio de 1943 houve a publicação do Decreto Lei 5.452 que aprovou a CLT, Consolidação das Leis do Trabalho, cujo capítulo V refere-se a Segurança e Medicina do Trabalho.

·       Em 1953 a Portaria 155 regulamenta e organiza as CIPA´s e estabelece normas para seu funcionamento.

·       A Portaria 319 de 30.12.60 regulamenta a uso dos EPI´s.

·       A Lei 5.136 – Lei de Acidente de Trabalho – surge em 14 de setembro de 1967.

·       Em 1968 a Portaria 32 fixa as condições para organização e funcionamento das CIPA´s nas Empresas.

·       Em 1972 a Portaria 3.237 determina obrigatoriedade do serviço Especializado de Segurança do Trabalho, regulamentada pela Lei 6.514 em 08 de junho de 1978.

 

O profissional de Segurança do Trabalho

 

No Brasil, a profissão é regulamentada pela lei 7.410, de 27 de novembro de 1985 que dispôs sobre a especialização, em nível de pós-graduação, de engenheiros e arquitetos em engenharia de segurança do trabalho.

O engenheiro de segurança ou engenheiro de segurança do trabalho é todo engenheiro, arquiteto ou agrônomo que possui curso de especialização em engenharia de segurança do trabalho.

 



O engenheiro de segurança ou engenheiro de segurança do trabalho é todo engenheiro, arquiteto ou agrônomo que possui curso de especialização em engenharia de segurança do trabalho.

 

O engenheiro de segurança assim como o Engenheiro de Segurança Industrial tem atribuição, de acordo com o CBO – Classificação Brasileira de Ocupações, de controlar perdas de processos, produtos e serviços ao identificar, determinar e analisar causas de perdas, estabelecendo plano de ações preventivas e corretivas; desenvolver, testar e supervisionar sistemas, processos e métodos produtivos, gerenciar atividades de segurança do trabalho e do meio ambiente, planejar empreendimentos e atividades produtivas e coordenar equipes, treinamentos e atividades de trabalho.

A categoria de Técnico de Segurança do Trabalho, que na década de 50 era denominada Inspetores de Segurança, foi regulamentada em 1986 pela Lei n° 9235.

Segundo a Classificação Brasileira de Ocupações, o Técnico de Segurança do Trabalho é equiparado a Supervisor de Segurança do Trabalho, Técnico em Meio Ambiente e Técnico em Segurança Industrial, com atribuições de elaborar, participar da elaboração e implementar política se saúde e segurança no trabalho, realizar auditorias, identificar variáveis de controle de doenças, acidentes, qualidade de vida e meio ambiente; desenvolver ações educativas na área de saúde e segurança no trabalho, participar de perícias, fiscalizações e adoção de tecnologia e processos de trabalho, além de gerenciar documentação, investigar acidentes e recomendar medidas de controle e de prevenção. Leia também nosso artigo sobre Medidas de Controle: “As Medidas de Controles – Mitigando os Riscos”

 

A formação do profissional de Segurança do Trabalho

 

Conforme mencionado, o Engenheiro de Segurança do trabalho é um título atribuído a nível de pós-graduação com carga horária em torno de 600 horas sendo que se identifica cursos de formação de 612 a 660 horas.

A formação do Engenheiro de Segurança no país não é uniforme em termos de abordagem e, possivelmente em termos de conteúdo conforme ilustra a tabela abaixo:

 

Tabela 1 – Grade Curricular da Formação do Engenheiro de Segurança do Trabalho no Brasil

 

No que se refere à formação do Técnico de Segurança do Trabalho também encontramos grades curriculares diferentes em abordagem e em dedicação em extensão maior comparado à grade de formação do Engenheiro de Segurança do Trabalho conforme mostra a tabela 2.

Curiosamente, a dedicação necessária em termos de horas requeridas para a formação do Técnico de Segurança do Trabalho é significativamente maior comparado à formação do Engenheiro de Segurança do Trabalho em no mínimo o dobro de carga horária.

O que não se sabe é se a profundidade e extensão de abordagem dos temas sejam diferentes ou similares comparando as disciplinas de conteúdo similar existente entre a formação desses dois profissionais.

 

Tabela 2 – Grades Curriculares de Formação do Técnico de Segurança

 



Para a FENATEST – Federação Nacional de Técnicos de Segurança do Trabalho há mais de 330.000 técnicos de Segurança do trabalho formados no Brasil.

 

Os dados do MTE, com base na RAIS – Relatório Anual de Informações Sociais indicam a existência de algo em torno de 10.000 engenheiros de Segurança do Trabalho com vínculo empregatício em atividade no país. De acordo com o CONFEA – Conselho Federal de Engenharia e Agronomia, existem no Brasil pelo menos 40.000 Engenheiros de Segurança do Trabalho registrados no conselho. Segundo a ANEST – Associação Nacional de Engenheiros de Segurança do Trabalho já foram graduados no Brasil algo em torno de 120.000 Engenheiros de Segurança do Trabalho.

Segundo os dados do MTE, com base na RAIS – Relatório Anual de Informações Sociais, há no Brasil mais de 90.000 técnicos de Segurança do Trabalho atuando com vínculo empregatício. Já para a FENATEST – Federação Nacional de Técnicos de Segurança do Trabalho há mais de 330.000 técnicos de Segurança do trabalho formados no Brasil.


Dificuldades e Desafios dos Profissionais de Segurança do Trabalho

 

Há de se dizer que as dificuldades e os desafios dos profissionais de segurança do trabalho são enormes e múltiplos. Vejamos algumas delas:

 

·       Primariamente, estes profissionais atuam como “bombeiros” apagando incêndios. Incêndios estes decorrentes da baixa ênfase em segurança de instalações industriais na fase de concepção, engenharia e projetos. Diferente da abordagem ambiental em que os empreendimentos potencialmente poluidores e de alto potencial de impacto ambiental são obrigatoriamente submetidos a um estudo de impacto ambiental e a um processo rigoroso de licenciamento ambiental. Será que se tivéssemos a mesma abordagem nos empreendimentos no que se refere a um “licenciamento ocupacional” seriamos capazes de diminuir as perdas de vida e qualidade de vida no trabalho?

 

·       Outro aspecto que dificulta o trabalho desses profissionais é a arcaica percepção por parte do empresariado de que segurança é centro de custo! A começar por ser obrigado por lei a ter nos seus quadros profissionais de segurança do trabalho. Como consequência tem-se a enorme dificuldade de justificar e aprovar investimentos em prevenção e melhorias no ambiente de trabalho. Sabidamente, prevenção requer recursos, mas não é difícil demonstrar que segurança é um investimento e que, portanto, prevenção é uma forma de melhorar a rentabilidade do negócio por que gera retorno, gera lucro a médio prazo.

 

·       Possivelmente em decorrência disto, uma fatia significativa das empresas ainda adota a conduta essencialmente legalista e menos prevencionista, com a crença de que segurança é de responsabilidade do profissional de segurança e não dos gestores e donos de processos. A consequência disto é que o profissional de segurança acaba se transformando num “missionário” tentando convencer e conscientizar as pessoas das empresas, inclusive os empregados, a importância do trabalho seguro, a importância de preservar a sua própria vida e a sua qualidade de vida no trabalho.

 

·       Outro aspecto dificultador é a abordagem na condução da gestão de segurança e na prevenção com foco na reatividade. Isto é, coloca-se muita ênfase na investigação de incidentes, nas inspeções, no relato de não conformidade ocupacional, no acompanhamento físico do trabalho pelo profissional de segurança como “olheiro”, “fiscal”. Não que estas ações sejam irrelevantes, mas abordagem reativa não promove individualmente o trabalho seguro.

 

·       É fundamental aprender com nossos erros! E um acidente é uma caixa de erros! Mas só aprender errando é doloroso, cruel, dispendioso e as conquistas de um ambiente de trabalho seguro por este caminho pode durar uma eternidade.

 

·       A baixa cultura de antecipação dos problemas em relação à Segurança é um desafio e um dificultador do trabalho do profissional de segurança do trabalho. Antecipar significa ser proativo. Significa gerenciar efetivamente o risco. Significa abandonar os indicadores reativos da segurança do trabalho (taxa de frequência e taxa de gravidade) como orientadores das ações de prevenção e adotar indicadores de risco como instrumento de orientação estratégica da abordagem de prevenção de acidentes. Sabidamente, várias empresas no Brasil são certificadas em OHSAS 18001 e assim sendo elas têm necessariamente que evidenciar o mapeamento de perigos e a avaliação de risco. No entanto, sabemos também que inúmeros sistemas de Gestão de Segurança e Saúde Ocupacional apoiados nesta norma existem apenas no papel e com o propósito maior de ostentar um certificado e não necessariamente de prevenir acidentes e doenças ocupacionais.

 

·       Por fim, mas sem esgotar os argumentos das dificuldades e desafios dos profissionais de Segurança do Trabalho quero fazer referência à formação dos mesmos. É cruel tirar um Técnico de Segurança do Trabalho da escola e exigir dele o cumprimento das suas atribuições profissionais com base na descrição de sua ocupação e responsabilidade. Sabidamente, estes profissionais, em empresas menores acabam exercendo o papel técnico e o gerencial. Olhando a descrição destas responsabilidades e comparando com a grade curricular encontramos um vazio muito grande na preparação destes profissionais para a demanda do mercado. Da mesma forma, 600 horas é tempo irrisório para preparar um Engenheiro de Segurança do Trabalho com a abrangência e profundidade requeridas para prover bagagem técnica suficiente para a atuação eficaz desses profissionais. Adicionalmente, muitos desses profissionais acabam exercendo papéis menos técnicos e mais gerenciais nas organizações em que atuam sem o devido preparo acadêmico para esse exercício. Há de se rever e adequar a formação desses profissionais de modo que possam contribuir para mudar o “mapa mental” dos tomadores de decisão nas empresas que atuam, contribuindo para salvar vidas e preservar a qualidade de vida de quem conquista a sua sobrevivência no trabalho.

 

 



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quarta-feira, 24 de agosto de 2022

 




 

OS 3 PRINCIPAIS ERROS COMETIDOS NA GESTÃO DE RISCOS

 



Os 3 principais erros cometidos da Gestão de Riscos estão na maneira de dificultar a identificação dos riscos, no processo de não registrar os fatores de risco e não considerar os eventos de alto potencial. Esclarecemos um a um, logo abaixo.

O risco é parte integrante e indissociável do processo de tomada de decisão em qualquer empresa. Tomar decisão incorporando o risco não é uma tarefa fácil. Significa que para gerir uma empresa é fundamental a abordagem da gestão de riscos em todas as dimensões: risco ocupacional, risco ambiental, risco tributário, risco político, risco social, risco de reputação, risco legal, dentre outros. Ao não se considerar o risco nas decisões pode ser que os resultados não sejam o esperado e que tenhamos desperdiçado recursos preciosos.

Claro que cada empresa possui uma realidade diferente, no entanto, os principais erros são comuns a todas elas no que se refere à gestão do risco!

 

Dificultar a identificação dos riscos

 

O Sistema Toyota de Produção é um sistema que foi criado com foco na produção de qualidade. Porém, é também um excelente exemplo para utilizarmos na gestão de riscos. Isso porque cada trabalhador individual em maior ou menor grau tem liberdade de tomar decisões, nem que seja reconhecer e identificar a possibilidade de algo dar errado.

 



É preciso facilitar a identificação de riscos para que os trabalhadores possam fazer parte dessa gestão e, desta forma, eles adquirem experiência e ficam mais envolvidos nas melhorias.

No sistema, há um cordão pendurado no teto ou mesmo um botão na estação de todos os trabalhadores. Logo, quando alguém puxa o cordão ou aperta esse botão, significa que o colaborador identificou um problema e que ele não poderá fazer mais nada até que o mesmo seja resolvido, o que não deixa de ser uma decisão. Em nosso cenário, a ideia funcionaria com um supervisor indo até o trabalhador para que o problema possa ser considerado e para que uma decisão imediata seja tomada.
A verdade é que a Toyota não se importa que o trabalhador “puxe a acorda” caso problema possa gerar uma consequência eminente ou não. Mesmo a incerteza deve ser identificada, compreendida e resolvida. Afinal, só o fato de termos um trabalhador preocupado com a qualidade do seu trabalho e às vezes a sua segurança e a de seus colegas já indica que o risco foi parte do processo decisório.

Onde queremos chegar com isso tudo? À simplicidade. É preciso facilitar a identificação de riscos para que os trabalhadores possam fazer parte dessa gestão e, desta forma, eles adquirem experiência e ficam mais envolvidos nas melhorias. Essa atividade está diretamente relacionada à liderança da organização e o ideal é que esteja aliada a coleta de dados e informações que possam ser transformados em conhecimento para alimentar o processo decisório utilizando as técnicas de gestão de riscos.

 

Não realizar o registro dos fatores de risco

 

Pode parecer óbvio, mas é mais comum do que se imagina o fato de que as pessoas dão pouca atenção ao registro sistêmico dos fatores de riscos como etapa complementar da identificação dos mesmos.

O registro permite compartilhar os dados e as informações além de possibilitar o tratamento dos mesmos através de meios específicos, técnicas de análise de modo a se identificar causas, consequências potenciais, tendências e fundamentalmente permitir a proposição de ações de mitigação. Além disso, o registro tanto dos dados e informações quanto das análises dão visibilidade ao processo de gestão do risco e de seus resultados.

 

Não considerar os eventos de alto potencial

 

Não é incomum se dar ênfase na coleta, registro e tratamento de dados apenas para aquelas situações que geraram perdas ou consequências significativas em detrimento dos eventos que não tiveram consequências reais mensuráveis, mas que tinham potencial para causar danos relevantes.

Pode ser uma tarefa árdua registrar todos os eventos para depois classifica-los de acordo com sua consequência potencial ao invés de apenas de acordo com sua consequência real. Mas a contrapartida obtida pelo tratamento das ações potencialmente perigosas justifica o investimento de tempo e energia.

Neste aspecto, podemos classificar a gestão de risco em pelo menos duas categorias: gestão de riscos reativa, concentrada em eventos que geraram perdas mensuráveis e significativas e gestão de riscos preventiva, que aborda os eventos que tenham potencial de gerar perdas independente das consequências reais observadas. Neste caso, o aprendizado é mais atrativo pois não se paga o valor da perda para se aprender com os fatos.

 


Certamente que completa este ciclo a gestão de riscos proativa que significa antecipação à ocorrência de eventos indesejados, mapeando as condições perigosas, avaliando suas consequências potenciais e promovendo ações mitigadoras com foco em reduzir a probabilidade de ocorrência de um evento indesejado ou mesmo reduzindo a sua consequência potencial caso ele ocorra.

Certamente que para construir toda esta estrutura de gestão de riscos há de se pensar em uso de ferramentas apropriadas e um sistema ágil, acessível e capaz de processar os dados e fornecer informações gerenciais que alimentem e orientem o processo decisório.

 



Autor: Reginaldo Pedreira Lapa
Engenheiro de Minas e de Segurança do Trabalho




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OS COMPORTAMENTOS DE RISCO NO AMBIENTE DE TRABALHO.

 


Os comportamentos de risco no trabalho podem ser associados à falta de percepção do risco ou ainda ao fato de os colaboradores não terem se adaptado a situações de riscos mais comuns – além, é claro, quando há ausência de medidas de controle eficientes para proteção e prevenção de acidentes.

É sempre importante dizer que grande parte dos acidentes de trabalho ocorre devido ao fator humano. Ou seja, é o erro humano que coloca em risco a segurança e saúde dos colaboradores em um ambiente de trabalho – mesmo quando nos referimos à responsabilidade da gestão em si. Os comportamentos de risco no trabalho são um exemplo disso, pois tratam-se atitudes que podem causar acidentes graves, seja por falta de atenção ou de conhecimentos necessários para as atividades.

 

O que são comportamentos de risco no trabalho?

 

Comportamento de risco são ações e atitudes cotidianas de cada indivíduo em situações específicas. Isso significa que o comportamento de risco é individual, varia de pessoa para pessoa e depende dos atos de cada um. Neste caso, cabe ao Técnico em Segurança do Trabalho, a CIPA e a outros profissionais responsáveis pela segurança e gestão da empresa fazer a identificação e conscientização das equipes sobre os perigos e riscos decorrentes de certos comportamentos. Leia mais sobre a CIPA em nosso artigo: O que é e para que serve a CIPA?

 

Quais são os comportamentos de risco mais comuns?

 

Em cada área de uma empresa existem comportamentos de risco que são mais comuns que em outras. Alguns podem ser até mais fáceis de identificar, no entanto, outros às vezes passam despercebidos aos olhos dos responsáveis pela segurança e dos gestores.

 

A seguir você confere os comportamentos de riscos mais comuns no trabalho!

 

·       Falta de atenção e ritmo acelerado de trabalho:

 

A incessante busca por produtividade e cumprimento de metas acaba gerando comportamentos de risco no trabalho que afetam a saúde física e mental dos empregados. Além disso, tal desatenção e ritmo frenético podem diminuir a qualidade do produto ou serviço.

 

·       Pleno sentimento de segurança:

 

É claro que se sentir seguro no ambiente de trabalho é fundamental, principalmente para que os colaboradores trabalhem mais confiantes e felizes. No entanto, essa sensação de segurança não pode fazer com que eles subestimem as normas e procedimentos de segurança e, assim, criem diversos cenários de riscos. O mesmo vale para excesso de confiança em relação ao conhecimento e uso de ferramentas e equipamentos.

 

·       Utilização de ferramentas ou materiais antigos ou defeituosos:

 

Cabe à empresa oferecer sempre os materiais adequados e funcionais para a realização das atividades. O uso de ferramentas antigas ou com defeito são exemplos que, além de prejudicar a execução do trabalho, podem colocar em risco tanto os funcionários quanto a empresa.

 



É essencial que os gestores tenham certeza de que o funcionário está apto para desempenhar a tarefa corretamente.

 

·       Operação de máquinas e equipamentos sem capacitação:

 

Antes de efetivar qualquer funcionário, é essencial que os gestores tenham certeza de que o mesmo está apto para desempenhar a tarefa corretamente. A empresa que oferece cursos e treinamentos específicos está sempre um passo à frente na hora de se precaver contra acidentes de trabalho.

 

·       Brincadeiras impertinentes no local de trabalho:

 

Todas as brincadeiras têm um limite. Às vezes, elas servem para deixar o ambiente de trabalho mais sociável e amigável. Porém, a segurança vem em primeiro lugar e é preciso saber lidar para que essas brincadeiras não se tornem um problema de comportamentos de risco.

 

·       Não usar os Equipamentos de Proteção adequados (EPI’s ou EPC’s):

 

Muitos funcionários se sentem confiantes o suficiente para realizar tarefas sem os Equipamentos de Proteção Individual ou Coletivo recomendados, colocando a própria vida em risco e também a estrutura, imagem e reputação da empresa. Os responsáveis pela segurança devem supervisionar e garantir que os funcionários façam o uso correto dos EPIs e EPC’s, pois não o fazer significa estar cometendo um erro humano.

 

Quais as soluções para os gestores adotarem?

 

Para conseguir evitar os comportamentos de risco dos funcionários que podem comprometer toda a gestão de segurança de uma empresa, é fundamental possuir políticas de segurança desenvolvidas dentro da própria organização. Deve haver orientação, supervisão e atenção contínua em relação às atividades e aos trabalhadores. 

A grande maioria dos acidentes pode ser evitada por meio de medidas de proteção e prevenção, logo, cabe aos profissionais da área e aos gestores identificarem os comportamentos de risco e reeducarem os trabalhadores para que possam cuidar de sua segurança e a dos colegas.

 



Autor: Reginaldo Pedreira Lapa
Engenheiro de Minas e de Segurança do Trabalho

 

 

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terça-feira, 23 de agosto de 2022

 



 

PRESERVAR E CONTROLAR OS DADOS

 



A preservação e o controle das evidências são essenciais para evitar a perda ou alteração, para conferir credibilidade à investigação e para poderem ser facilmente encontradas quando necessário. Deste modo, é recomendado que se tenha procedimentos definindo a forma de preservação e controle dos mesmos.

Embora esta etapa do ritual de investigação de incidentes esteja mencionada logo após etapa de coleta de dados, deixamos propositalmente para aborda-la por último para incluir na preservação e no controle os relatórios que documentam a investigação além dos dados propriamente ditos.

 

Antes de remover qualquer evidência da cena da ocorrência, é necessário adotar ações que preservem a sua integridade tais como:

 

·       Registrar o local e orientação exatos da evidência na cena utilizando medidas, anotações, esquemas, fotografias, vídeos ou mesmo marcas indicativas no local como, por exemplo, utilizando tinta spray;

·       Providenciar local de armazenamento seguro para as evidências;

·       Embalar cuidadosamente e etiquetar com clareza para identificar a evidência e sua procedência;

·       Equipamentos e peças que estejam com defeito, avariados, montados inadequadamente e removidos para avaliação técnica devem ser registrados e terem seu posicionamento identificados com mapas, croqui ou imagem mostrando a sua posição na cena da ocorrência;

·       Itens que tenham sido quebrados ou danificados devem ser embalados cuidadosamente para preservar os detalhes da sua superfície;

·       Peças frágeis devem ser acondicionadas adequadamente para preservar a sua integridade;

·       O cuidado ao trafegar no local de ocorrência do incidente é essencial, pois além de evitar descaracterizar a cena do incidente pode ser perigoso pela possível presença de material nocivo ou mesmo estruturas enfraquecidas decorrente da ocorrência.

 

Embalar cuidadosamente e etiquetar com clareza

para identificar a evidência e sua procedência;

 

É essencial prover um registro sistemático das imagens em foto e vídeo numa folha de controle descrevendo o local, data e hora em que foram produzidas. Não é recomendado utilizar anexos fotográficos que gravem digitalmente a data e hora na própria imagem, pois podem tornar ilegível parte da cena do incidente ou detalhes importantes. Da mesma forma, o uso das datas impressas no verso de fotos processadas em laboratórios fotográficos não deve ser considerado como o registro de fotos, pois as datas ali impressas são normalmente as datas de processamento e não a data na qual a imagem foi obtida.

Os itens, peças, materiais removidos da cena do incidente e coletados como evidências, devem ser registrados numa folha de controle indicando também data, hora, quem coletou e onde estão guardados.

Os documentos e registros coletados devem ser registrados em uma folha de controle indicando o tipo, a origem, o seu propósito e a data da versão do documento, pelo menos.

O acesso às evidências deve ser controlado. Elas devem ser disponibilizadas apenas para quem precisa examinar ou utilizar para outro fim durante o ritual da investigação. O acesso ao local físico onde as evidências estão armazenadas deve ser também controlado e restrito.

Os registros eletrônicos devem ser mantidos organizados num local apropriado e de acesso restrito. As declarações das testemunhas e informações médicas devem ser tratadas com confidencialidade e armazenadas de modo a impedir acesso público.

Após o término da investigação, é recomendável que todos os arquivos eletrônicos, incluindo o relatório final sejam copiados para um CD ou outro formato de armazenamento adequado e todos os dados deletados do computador onde a equipe de investigação estava trabalhando.

 

É recomendável que todos os arquivos eletrônicos, incluindo

o relatório final sejam copiados para um CD ou outro formato de armazenamento adequado

 

Há de se lembrar de que podem existir ações recomendadas que tenham tempo de implantação mais longo e, consequentemente a verificação de sua eficácia também estendido no tempo. E assim sendo, pode ser também que alguma ação implantada não tenha sua eficácia comprovada ou reconhecida. Nestes casos, será necessário revisitar a investigação, rever os dados, a análise e, se os dados não estiverem preservados e com acesso facilitado esta ação fica dificultada ou mesmo impossibilitada.

 

 



Autor: Reginaldo Pedreira Lapa
Engenheiro de Minas e de Segurança do Trabalho

 

Fonte: Lapa, Reginaldo Pedreira. Investigação e Análise de Incidentes, Editora Edicon, São Paulo, 2011

 

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