sexta-feira, 14 de junho de 2024

 




 

3 FASES DA HIGIENE OCUPACIONAL

 

Quando falamos em higiene, logo somos levados ao pensamento de limpeza e a Higiene ocupacional tem esse papel, não limpeza de lavar algo, mas de manter o ambiente limpo de agentes agressivos à saúde do trabalhador.

A higiene ocupacional visa identificar, avaliar e controlar os riscos existentes no ambiente de trabalho, de forma a manter o local de trabalho “limpo” dos agentes agressivos aos trabalhadores.

 

Definição de Higiene Ocupacional

 



O termo higiene ocupacional foi preferido internacionalmente para definir o campo de atuação dessa ciência, após as conclusões extraídas durante a Conferência Internacional de Luxemburgo, ocorrido de 16 a 21 de junho de 1986, a qual contou com a participação de representantes da Comunidade Econômica Europeia – CEE, da Organização Internacional Mundial da Saúde – OMS, da Comissão Internacional de Saúde Ocupacional – ICOH e da American Conference of Governmental Industrial Hygienists – ACGIH.

 

Definição da higiene ocupacional segundo a AIHA

A definição da American Industrial Hygiene Association – AIHA:

 

“Ciência que trata da antecipação, reconhecimento, avaliação e controle dos riscos originados nos locais de trabalho e que podem prejudicar a saúde e o bem-estar dos trabalhadores, tendo em vista também o possível impacto nas comunidades vizinhas e no meio ambiente”.

 

Definição feita pela OLISHIFSKI

A Olishifski define higiene ocupacional como:

 

“Aquela ciência e arte devotada à antecipação, reconhecimento, avaliação e controle dos fatores de risco ou estresses ambientais originados no, ou a partir do, local de trabalho, os quais podem causar doenças, prejudicar a saúde e o bem-estar ou causar significante desconforto sobre os trabalhadores ou entre os cidadãos de uma comunidade”.

 

Definição ACGIH

A American Conference of Governmental Industrial Hygienists – ACGIH, define higiene ocupacional como sendo: “ciência e arte do reconhecimento, avaliação e controle de fatores ou tensões ambientais originadas do, ou no, local de trabalho e que podem causar doenças, prejuízos para a saúde e bem-estar, desconforto e ineficiência significativos entre os trabalhadores ou entre os cidadãos da comunidade.

Podemos perceber que cada organização tem sua própria definição para higiene ocupacional, porém, todas concordam em um aspecto.

A higiene ocupacional é a ciência que reconhece, avalia e controla os riscos no ambiente de trabalho.

 

Reconhecimento dos riscos

Segundo Tuffi - Professor e autor de vários livros na área de saúde e segurança do trabalho, esta etapa consiste no reconhecimento dos agentes ambientais que afetam a saúde do trabalhador, o que implica o conhecimento profundo dos produtos envolvidos no processo, dos métodos de trabalho, do fluxo do processo, do layout das instalações, do número de trabalhadores expostos, etc.

Compreende também o planejamento da abordagem do ambiente a ser estudado, seleção dos métodos de coleta, bem como dos equipamentos de avaliação”.

O reconhecimento ocorre quando o profissional chega no ambiente de trabalho e começa a colher as informações necessárias.

É a fase inicial da higiene ocupacional. Nessa fase deve-se avaliar o layout, verificando a disponibilização do maquinário, fluxo de produção, matéria prima usada na produção, etc.

O reconhecimento nada mais é do que a identificação dos riscos, os quais os trabalhadores estão expostos de forma qualitativa.

É na fase de reconhecimento que identificamos quais agentes precisam ser avaliados de forma quantitativa, ou seja, é preciso quantificar, saber se os níveis estão acima ou não do limite de tolerância, definido nos anexos da NR 15.

 

Avaliação dos agentes encontrados

 



Segundo Tuffi “a avaliação quantitativa e/ou qualitativa investiga os agentes físicos, químicos, biológicos existentes nos postos de trabalhos.

Exigem-se conhecimentos de avaliação, que consiste basicamente na calibração dos equipamentos, no tempo de coleta, no tipo de análise química a ser feita”.

A fase de avaliação é a segunda parte da higiene ocupacional, a qual tem como objetivo avaliar os riscos encontrados na fase de reconhecimento.

 

É o momento de fazer aferições dos riscos que precisam ser quantificados, como por exemplo;

·       Poeiras;

·       Gases tóxicos;

·       Ruído;

·       Radiações ionizantes e não ionizantes;

·       Vibração;

·       Calor, etc.

 

Esses agentes têm limites de tolerâncias. O ruído contínuo e intermitente por exemplo tem seu limite de tolerância definido no Anexo I da NR 15, em 85 Decibéis (dB) para exposição diária máxima de 8 horas.

Portanto, no reconhecimento eu percebo a existência do ruído, mas para saber se este está sendo prejudicial à saúde do trabalhador é preciso quantificá-lo, ou seja, avaliá-lo quantitativamente.

 

A etapa de avaliação abrange dois ramos da higiene ocupacional, que são:

·       Higiene de campo e;

·       Higiene analítica.

·       Higiene de campo

 

A higiene de campo é responsável pelo estudo realizado no ambiente de trabalho, analisa os postos de trabalho, buscando detectar os contaminantes existentes. Com base na análise, faz recomendações de medidas que controlem e reduzam a intensidade ou concentração dos agentes nocivos a saúde a níveis aceitáveis, além da coleta de amostras e as medições dos agentes.

 

Higiene analítica

Essa fase é realizada na sequência à higiene de campo. É responsável pelas análises químicas das amostragens coletadas na higiene de campo, bem como o cálculo e as interpretações dos dados levantados.

Por exemplo, uma amostra de poeira coletada deverá ser analisada no laboratório por difratometria de Raios X para determinação de sílica cristalizada. 

 

Medidas de controle

 



“Segundo Tuffi, de acordo com os dados obtidos nas fases anteriores, esta etapa consiste em propor e adotar medidas que visam à eliminação ou à minimização do risco presente no ambiente.

O controle dos agentes ambientais consiste na adoção de medidas relativas ao ambiente e ao homem”.

De forma simples, esta é a fase que, com base no risco encontrado na fase de reconhecimento e o resultado da avaliação desse risco, adota-se medidas para controlá-lo.

 

Essas medidas podem ser:

·       Coletivas;

·       Administrativas e;

·       Adoção de EPI – Equipamento de Proteção Individual;

 

Medidas coletivas: são aquelas aplicadas na fonte ou na trajetória, podendo ser a substituição de matéria prima poluente do ambiente, ventilação local exaustora, ventilação geral diluidora, enclausuramento de máquina, forração térmica, etc.

Medidas administrativas: compreende-se como medida administrativa, a limitação do tempo de exposição do trabalhador ao agente agressor, os treinamentos orientando o trabalhador quanto ao risco e o cuidado, os exames médico admissional, periódico e demissional.

Adoção de EPI – Equipamento de Proteção Individual: essa medida deve ser a última a ser adotada, pois, deve-se primeiramente adequar o ambiente ao trabalhador e não o trabalhador ao ambiente.

Quando as medidas citadas anteriormente não são eficazes no controle do agente agressivo à saúde do trabalhador, ou quando estas medidas estiverem sendo implantadas, pode e deve ser fornecido ao trabalhador o EPI em perfeitas condições de uso, conforme o risco o qual o mesmo está exposto.

 




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