COMO
FUNCIONA A CIPA
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COMO
DEVERIA FUNCIONAR A CIPA
Como funciona a CIPA atualmente? É claro que não
podemos generalizar porque sempre vai haver exceções à regra. Mas, de um modo
geral, e, infelizmente, a CIPA hoje é um cabide de estabilidade.
Em muitas empresas é até difícil conseguir gente
suficiente que queira se candidatar a membro da CIPA. Muitos acham que tem que
trabalhar mais, que recebem mais atribuições, que tem que fazer hora extrapor
causa da CIPA, dentre outros mitos que alguém falou e o pessoal acreditou.
Mas de um modo geral, como já falei, mesmo com a
comissão formada, o “mindset” dos
membros é voltado à estabilidade, com CIPA
fake que não cumpre quase nenhuma atribuição exigida na NR-5 (em alguns casos nem as reuniões acontecem).
Veja bem, esta é uma visão pessoal minha, baseada na
minha vivência profissional. Se na sua empresa ou na sua região a CIPA é levada
a sério, meus sinceros parabéns, pois esses casos são exceções à regra,
infelizmente. Mas, vamos falar um pouco sobre a estabilidade e tentar desfazer
esse ponto de vista de parte dos trabalhadores.
“Falsa
estabilidade”
Pegando esse gancho, deixo uma sugestão: quando
ministro treinamento de CIPA eu sempre procuro minimizar essa questão da
estabilidade, visto que a NR-5 orienta que o trabalhador não pode ser
dispensado sem justa causa. Aí que vem o pulo do gato, porque a legislação
permite que ele seja demitido por justa causa.
Você conhece os motivos pelos quais um funcionário
pode ser demitido por justa causa? Não vou me alongar muito nisso aqui, mas
deixo a dica: dá uma olhada no artigo 482 da CLT e vai ver que das treze
alíneas, várias podem ser tranquilamente enquadradas em comportamentos do dia a
dia.
Como
a CIPA deveria funcionar?
Falar sobre isso é chover no molhado, visto que a
própria NR-5 já traz as atribuições da comissão. Mas, em vez de usar o item que
traz essas atribuições, quero falar sobre o que de fato pode ser feito. Afinal,
na minha opinião, boa parte do que a NR-5 traz acaba não sendo realizado pela
CIPA como, por exemplo,
“Participar
no desenvolvimento e implementação de programas relacionados à segurança e
saúde no trabalho”.
Na boa, eu nunca vi uma CIPA participar da elaboração
do PGR (ou do extinto PPRA, como queiram).
Obviamente que no mundo ideal, vamos falar que a CIPA
deveria funcionar exatamente como orienta o item 5.3.1 quando lista as
atribuições da comissão. Mas, convenhamos que não vivemos no mundo ideal,
então, quero trazer aqui como a CIPA deveria funcionar dentro das condições que
temos.
Para
isso, vou listar algumas atividades que a CIPA pode cumprir:
· Identificar
perigos e riscos dos processos de trabalho, levando essas informações ao SESMT
(quando houver) ou ao conhecimento de quem cuida da SST (consultoria externa
por exemplo);
· Sugerir
o uso de equipamentos de proteção em atividades nas quais não haja EPI. Ou,
sugerir a troca por outro tipo/modelo que seja mais adequado. Gosto de frisar
que ninguém melhor que o trabalhador para trazer esse tipo de informação,
aumentando a assertividade nesse quesito;
· Sugerir
planos de ações de acordo com riscos e perigos identificados. Aqui também é
importante contarmos com a participação dos trabalhadores, pois são eles que
desempenham as atividades e que muitas vezes estarão diretamente ligados às
ações do plano;
· Caso
haja acidente, os membros podem ter acesso ao relatório do mesmo, trazendo seus
pontos de vista de acordo com suas experiências no âmbito operacional,
contribuindo para a análise e sugestão de ações corretivas e preventivas.
Estes são alguns pontos básicos que, na minha opinião,
podem servir de “start” para que a CIPA comece a funcionar. São ações simples
que podem ser colocadas em prática no dia a dia dos membros, fazendo-os
compreender que participar da CIPA pode ser simples, porém, extremamente
importante.
Com o passar do tempo e com a habitualidade dessas
ações, podemos inserir outras que julgarmos necessárias, de modo que a comissão
vá ganhando corpo e passe a atuar cada vez mais em prol da prevenção e da
Segurança do Trabalho dentro da empresa. Os membros ganham com isso, os outros
trabalhadores ganham com isso e a empresa ganha muito com isso, pois estará,
aos poucos, implementando uma cultura de atuação da sua CIPA e,
consequentemente, de SST dentro da organização.
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