ENSAIOS
DE VEDAÇÃO
(FIT
TEST) E O PPR
A seleção e o uso de equipamentos de proteção
respiratória devem cumprir as previsões da publicação "Programa de
Proteção Respiratória", da Fundacentro. Entre elas, destaca-se a
realização dos ensaios de vedação, para os respiradores com vedação
facial.
Existem muitos formatos de rosto, e diversos modelos e
tamanhos de máscaras.... Por isso, o ensaio de vedação é
fundamental para verificar a adequação do respirador selecionado à face do
usuário.
Infelizmente, porém, a realização do ensaio de vedação
é ignorada pela maioria dos profissionais da prevenção.
Previsão
Legal
A realização dos ensaios de vedação é prevista na
publicação Programa de Proteção Respiratória - Recomendações, seleção e
uso de respiradores, da Fundacentro, que passaremos a chamar PPR
Fundacentro.
Essa publicação é de cumprimento obrigatório,
conforme estabelecido na Instrução Normativa 01/1994, do Ministério do
Trabalho.
Diz
o PPR Fundacentro, em seu Capítulo 8, que:
Todo usuário de respirador com vedação facial
deve ser submetido a um ensaio de vedação para determinar se o respirador
selecionado se ajusta bem ao seu rosto. Os sem vedação facial não são
submetidos a este ensaio.
A
regra é clara. O ensaio de vedação é obrigatório para os usuários de
respiradores com vedação facial, entre eles:
· Peça
um quarto facial;
· Peça
semifacial filtrante (destaque meu);
· Peça
semifacial;
· Peça
facial inteira;
· Capuz
com peça semifacial em seu interior.
Tipos
de Ensaio de Vedação
Os ensaios de vedação podem ser qualitativos ou
quantitativos.
Os qualitativos são aqueles em que uma
substância é dispersa no ar, com o usuário utilizando o respirador que está
sendo testado. Avalia-se então a reação do trabalhador enquanto realiza uma
série de exercícios, para verificar se ele sente o cheiro ou gosto da
substância que foi dispersa no ar.
Os ensaios qualitativos têm a desvantagem de
ser subjetivos, isto é, dependem da resposta do usuário, ao contrário dos
ensaios quantitativos.
Nestes, o vazamento de ar entre a máscara e a face do
trabalhador é quantificada. Assim, não depende da reação do usuário.
Os tipos de ensaios de vedação são esquematizados na
figura a seguir.
Para saber como realizar cada um deles, consulte o
Anexo 11 do PPR Fundacentro.
Esse anexo tem o título Procedimentos para a
realização dos "ensaios de vedação" qualitativos e quantitativos, e é
um anexo normativo. Logo, deve ser seguido.
Atenção!
· Os
ensaios qualitativos são indicados apenas para as peças um quarto
facial, semifacial e semifacial filtrante;
· Quando
for realizado apenas o ensaio qualitativo para a peça facial inteira, o
seu fator de proteção passa a ser de apenas 10;
· O
ensaio de vedação deve ser realizado para cada usuário de respirador com
vedação facial, no mínimo, uma vez a cada 12 meses;
· O
ensaio de vedação deve ser repetido toda vez que o usuário apresentar
uma alteração de condição que possa interferir na vedação, tal como
aparecimento de cicatriz na área de vedação, mudanças na arcada dentária, ganho
expressivo de peso etc;
· A
realização dos ensaios de vedação deve ser registrada por escrito, conforme
previsto no item 8.6 (pg 56);
· Verificação
da vedação não é o mesmo que ensaio de vedação! Diz o PPR Fundacentro:
A
"Verificação de Vedação" é um ensaio rápido, feito pelo próprio usuário
antes de entrar na área de risco ou repetido na própria área. O "Ensaio de
Vedação" é feito em uma sala fora da área de risco, onde se determina,
qualitativa ou quantitativamente, a capacidade do usuário em obter uma selagem
adequada de um determinado modelo e tamanho de respirador, obedecendo a um
procedimento padronizado.
Conclusões
A eficácia da proteção respiratória passa, certamente,
pelo ensaio de vedação. No entanto, esse não é o único aspecto a ser
observado...
Falaremos mais sobre proteção respiratória em breve. O
assunto é extenso e complexo, e merece a atenção de todos nós.
Infelizmente, vê-se em muitos casos a distribuição de
respiradores sem observar o critério técnico estabelecido pelo PPR Fundacentro.
Assim, não é possível considerar que esse EPI seja eficaz, ao contrário do
que é informado por milhares de empresas aos sistemas oficiais e, em breve,
ao eSocial.
Também vale lembrar que o uso de EPI ocupa o último
lugar na hierarquia das medidas de controle dos riscos ambientais. As dificuldades
para a seleção e para o uso dos EPI devem servir como estímulo para a adoção de
medidas de caráter coletivo, mais confiáveis e que protegem o ambiente como um
todo.
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