COMUNICAR
A OCORRÊNCIA
Comunicar a ocorrência imediatamente sempre que alguém
identificar um incidente, para que se dê início ao ritual da investigação.
Continuando
a sequência do ritual de investigação de incidentes:
Figura
1 – O ritual de aprendizado com o incidente
Comunicar a ocorrência de forma assertiva pode
contribuir para diminuir as consequências do fato ocorrido, quando houver
vítimas e consequentemente lesão, ou mesmo diminuir perdas materiais. Portanto,
a rapidez e a precisão do comunicado assumem relevância. Comunicar a
ocorrência pode ser inicialmente verbal com uso de telefone ou rádio, mas é
importante que ele seja formalizado. Para tanto, há de ser necessário
desenvolver um formulário padrão de modo a lembrar a quem comunicar e que
informações são importantes constar do comunicado.
Na maioria das empresas, esta primeira comunicação é
dirigida ao departamento de segurança do trabalho que se encarrega de
completar a comunicação, seja para providenciar as primeiras ações de socorro e
mobilização para o início do ritual de investigação, seja para dar conhecimento
do fato às demais pessoas em diferentes níveis da organização, quando
requerido.
As
principais informações que devem ser repassadas de imediato são:
ü Nome
do informante e seu cargo
ü Forma
de contato com o informante (rádio, telefone disponíveis)
ü Local
de ocorrência do evento
ü Número
de vítimas e gravidade das consequências
ü Uma
breve descrição do fato observado pelo informante
O departamento de segurança ou supervisão da área onde
ocorreu o incidente é quem deve providenciar o comunicado formal e
endereçá-lo para quem de direito, de acordo com os procedimentos internos da
empresa. Algumas empresas adotam uma hierarquia de comunicação de
incidentes de acordo com a sua severidade potencial (vide
Artigo Indicadores de Segurança do Trabalho), uma vez que nem sempre a
severidade real representa a gravidade do incidente. A comunicação
hierarquizada inclui a seleção de quem comunica e a quem deve ser
comunicado.
Assim sendo, os eventos com potencial de severidade
alto são obrigatoriamente comunicados para os níveis hierárquicos superiores da
organização, enquanto aqueles considerados como potencial de severidade menores
têm sua comunicação imediata restrita ao departamento de segurança e às
lideranças de onde o mesmo ocorreu.
Muitas empresas, equivocadamente, deixam de emitir
a CAT- Comunicação de Acidente do Trabalho quando se verifica que não
haverá necessidade do empregado se afastar do trabalho por mais de 15 (quinze)
dias, o que constitui um desvio de requisitos legais que requer a comunicação
de todo e qualquer incidente.
Ocorrendo o acidente de trabalho, independentemente de
afastamento ou não, ainda que por meio período, é obrigatória
a emissão da CAT por parte do empregador, sob pena de multa pelo
Ministério do Trabalho, conforme mostra a figura 2.
Figura
2 – Ocorrências que requerem emissão de CAT
De
acordo com a legislação vigente, a CAT deve ser preenchida em seis vias, com a
seguinte destinação:
1ª via – ao INSS;
2ª via – à empresa;
3ª via – ao segurado ou
dependente;
4ª via – ao sindicato de
classe do trabalhador;
5ª via – ao Sistema Único
de Saúde – SUS;
6ª via – à Delegacia
Regional do Trabalho – DRT.
A emissão da CAT, além de se destinar para fins
de controle estatísticos e epidemiológicos junto aos órgãos Federais, visa,
principalmente, a garantia de assistência acidentária ao empregado junto
ao INSS ou até mesmo de uma aposentadoria por invalidez. Em caso
de óbito, obrigatoriamente, deverá haver um comunicado formal à autoridade
policial.
Em caso de catástrofes, o comunicado inicial também é
aplicável. Nestes casos, é importante que os critérios de comunicação e a lista
de contatos sejam parte integrante do Plano de Resposta a Emergências.
A notificação do incidente é de
natureza processual e precisa ser do conhecimento de todas as pessoas
no local de trabalho. A figura 3 ilustra um fluxo típico desse processo.
Em se tratando de um ritual e considerando que as
ações do aprendizado para com o incidente devem ser registrada, observe os
documentos e registros pertinentes a esta etapa, indicados na figura 3.
Figura
3 – Processo de comunicação da ocorrência
No próximo artigo abordaremos a etapa 3 do ritual de
aprendizado para com o incidente – Constituir o grupo de investigação.
Autor:
Reginaldo Pedreira Lapa
Engenheiro de Minas e de Segurança do Trabalho
Fonte:
Lapa, Reginaldo Pedreira. Investigação e Análise de Incidentes, Editora Edicon,
São Paulo, 2011
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