APR
– ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCOS - UMA METODOLOGIA EFICAZ PARA A REDUÇÃO DA
PROBABILIDADE DE OCORRER
Qual
o objetivo da APR?
A Análise Preliminar de Riscos (APR) tem por objetivo
estudar os sistemas e processos industriais capazes de causar danos às pessoas
e/ou ao meio ambiente, sejam em pontos internos ou externos às instalações, em
decorrência de liberações acidentais de substâncias perigosas e/ou energia de
forma descontrolada.
Quem
deve participar do processo de avaliação de riscos?
Todos aqueles que conhecem, estão envolvidos ou podem
ser afetados por uma falha do sistema em estudo. Sendo assim, deve-se criar uma
equipe multidisciplinar contendo operadores do sistema, engenheiros, técnicos,
supervisores, gestores e ao menos um engenheiro de segurança.
Quais
referências devem ser empregadas no desenvolvimento do estudo?
Caso a APR tenha sido solicitada pelo órgão ambiental
de seu estado, devem ser consultados possíveis manuais ou termos elaborados
pelo órgão e a legislação estadual. Para o Rio Grande do Sul, por exemplo, pode
ser citado o Manual de Análise de Riscos Industriais da FEPAM e a Lei 11520 –
Código Estadual do Meio Ambiente.
Além disso, para a completa elaboração da Análise
Preliminar de Riscos, verifica-se a lei federal e as diretrizes, normas, notas
técnicas da CONAMA, do Ministério do Trabalho e do Ministério do Meio Ambiente.
Guia de Recomendações sobre Amônia do Ministério do
Meio Ambiente, o texto é de fácil compreensão e elucida várias dúvidas.
Antes
de prosseguirmos é bom fazer algumas definições:
Acidente
Acontecimento não desejado ou não planejado que pode
vir a resultar em danos físicos, lesões, doenças, mortes, danos ao meio
ambiente, prejuízos econômicos etc.
Análise
Procedimento técnico baseado em uma determinada
metodologia, cujos resultados podem vir a ser comparados com padrões
estabelecidos.
Análise
de Riscos
Constitui-se em um conjunto de métodos e técnicas que
aplicados a uma atividade proposta ou existente, identificam e avaliam
qualitativa e/ou quantitativamente os riscos que essa atividade representa para
a população vizinha, ao meio ambiente e à própria empresa. Os principais resultados
de uma análise de riscos são a identificação de cenários de acidentes, suas
frequências esperadas de ocorrência e a magnitude das possíveis consequências.
Serve de base para os programas de gerenciamento de riscos.
Área
Vulnerável
Área no entorno da atividade, na qual ambiente,
população e trabalhadores encontram-se expostos aos efeitos de acidentes. A
abrangência dessa área é determinada pela Análise de Vulnerabilidade.
Categorias
de Riscos
Classificação de risco estabelecida com base na
combinação da frequência esperada e da potencialidade dos danos causados por
acidentes, visando a priorização das ações de controle e fiscalização.
Qual
metodologia deve ser seguida?
Preliminarmente à elaboração da APR, devem ser
vistoriados todos os locais com o objetivo de conhecer detalhes destes e das
fontes geradoras de riscos.
Como etapa seguinte, avaliam-se os procedimentos de
trabalho, as instalações, as capacitações e os riscos.
Em um terceiro momento, os riscos devem ser
categorizados e medidas de salvaguarda sugeridas. Após isto, é recomendado que
seja feita uma análise de vulnerabilidade e, então, concluir-se sobre a
segurança das instalações.
Como
categorizar os riscos?
Visando categorizar os diversos riscos encontrados nos
sistemas analisados anteriormente, faz-se o cruzamento entre as estimativas
qualitativas de severidade e de probabilidade de ocorrência de cada risco.
Para
a categorização em relação à severidade utiliza-se a seguinte tabela:
Tabela 1 – Categorias de severidade
De forma análoga a anterior, os riscos são segmentados
conforme a Tabela 2:
Tabela
2 – Categorias de frequência
Dos resultados obtidos nas tabelas anteriores, são
determinadas as categorias de cada risco.
Tabela
3 – Categorias de Risco
Sendo
na Tabela 3:
1
– Risco Desprezível - Amarelo
2
– Risco Menor - Verde
3
– Risco Moderado - Marrom
4
– Risco Sério - Lilás
5
– Risco Crítico – Vermelho
A
análise preliminar de riscos (APR)
A APR é baseada em estudos e observações junto às
instalações da empresa, entrevistas com operadores, com responsáveis pelos
sistemas e a partir de dados da literatura técnica.
Na elaboração se levantam os principais riscos
identificados, as causas, os efeitos, as categorias e sugestões de medidas
preventivas e/ou corretivas.
Nas tabelas a seguir, consta um exemplo simples de APR
desenvolvida para dois riscos envolvendo a operação de sistemas de refrigeração
por amônia.
Salienta-se que podem existir riscos não percebidos
pela equipe que participou do desenvolvimento da APR. Entretanto, sempre que
identificados pela empresa, devem passar pelo processo completo de Análise
Preliminar de Riscos e medidas devem ser tomadas no intuito de mitigá-los.
Tabela 4 - Identificação dos riscos
Com a tabela montada, faz-se a contagem das categorias
na matriz de riscos e então se avalia qual estratégia será seguida para redução
ou mitigação dos riscos encontrados.
Tabela
5 - Matriz de riscos com a contagem de todos os riscos encontrados.
E
o estudo de vulnerabilidade?
Dando prosseguimento à análise de riscos industriais,
realiza-se o estudo de vulnerabilidade. Neste estudo são considerados e
modelados os cenários mais críticos aos trabalhadores, à comunidade e ao meio
ambiente. Para a modelagem quantitativa e a simulação dos cenários se faz a
utilização de softwares.
Como exemplo pode ser mostrada a simulação da
dispersão de uma nuvem do gás tóxico (amônia) realizada por nossa empresa.
Neste exemplo, os dados utilizados na simulação foram
obtidos no Atlas Eólico do Estado do Rio Grande do Sul e nas características
físicas das instalações da empresa.
Assim,
foi selecionado como cenário crítico o seguinte:
· Cenário
A – Vazamento oriundo da quebra da tubulação inferior do reservatório de amônia.
Para
simular o cenário A foram consideradas as seguintes condições de contorno:
· Temperatura
do ar – 20°C;
· Umidade
relativa – 60%;
· Velocidade
do vento a 3m – 2 m/s;
· Direção
predominante do vento – Sudeste;
· Rugosidade
do ambiente – Urbana;
· Condição
atmosférica – Sem inversão térmica;
· Maior
dimensão dos reservatórios – Horizontal;
· Diâmetro
das tubulações rompidas – 12,7 mm;
· Dimensões
do reservatório de amônia – 1,0 x 4,0 m;
· Massa
contida no reservatório de amônia – 1.600 kg;
Então,
tem-se para o Cenário A:
Nas delimitações da nuvem tóxica simulada, pode-se ver
em vermelho a delimitação de 654m para concentrações maiores que o IDLH (300
ppm). Ou seja, nesta distância a concentração de amônia no ar ambiente é tal
que há o risco evidente de morte, ou de causar efeitos permanentes à saúde, ou
de impedir um trabalhador de abandonar uma área contaminada.
Assim, observa-se que a área vulnerável, neste caso, é
bastante grande, exigindo que diversas medidas sejam implementadas.
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